Pelo Mönchengladbach, pela empatia e pela luta contra o racismo: os 4 gols de Marcus Thuram no domingo
Marcus Thuram (dez gols e oito assistências) e Alassane Plea (dez gols e dez assistências) têm formado uma dupla de ataque de sucesso no Borussia Mönchengladbach nesta Bundesliga, e voltaram a brilhar neste domingo.
Na vitória sobre o Union Berlin por 4 a 1, Plea fez um gol e deu duas assistências para Thuram marcar.
Na realidade, Thuram iria além e marcaria ainda mais dois gols. Um deles foi já depois do apito final.
Após o triunfo, o atacante de 22 anos pegou a camisa do companheiro Mamadou Doucouré, a colocou na bandeira de escanteio e a ergueu, enquanto todos celebravam. Afinal, era um dia de muita alegria para o zagueiro, e ele merecia estar em destaque.
Doucouré, de 22 anos, foi contratado pelo Gladbach no meio de 2016, mas sofreu com lesões e nunca havia tido a oportunidade de atuar profissionalmente pelo clube, o que aconteceu neste domingo, quando foi ao gramado nos minutos derradeiros, sendo muito festejado pelos seus colegas. Um golaço de empatia.
Antes disso, Thuram já havia feito outro gol simbólico. Aliás, este saiu logo depois de ele ter balançado a rede pela primeira vez na partida.
Na comemoração, o atacante ajoelhou-se no gramado, repetindo gesto que ficou famoso com Colin Kaepernick, ex-atleta da NFL, para se posicionar contra o racismo. As manifestações têm ficado em evidência depois da morte de George Floyd, homem negro de 46 anos que foi asfixiado pelo policial Derek Chauvin nos Estados Unidos. Jadon Sancho, do Borussia Dortmund, e Weston McKennie, do Schalke 04, também se manifestaram a respeito dentro de campo.
Para este gol, em vez de passe de Plea, ele contou uma assistência do seu pai, Lilian Thuram, campeão mundial pela França em 1998.
Em 2008, ano em que se aposentou dos gramados, o ex-zagueiro criou sua fundação, que tem como objetivo conscientizar os jovens sobre o racismo.
“Não se nasce racista, se torna. Essa realidade é o pilar de nossa educação para a educação contra o racismo e pela igualdade. Racismo é uma construção intelectual, política e econômica. Precisamos estar cientes de que geração após geração, a história nos condicionou a nos ver primeiro como negros, brancos, árabes ou asiáticos... Nossas diferenças decorrem das desigualdades geradas pelos mecanismos de domínio que devem ser descontruídos. Não é tempo para nos considerar antes de tudo como seres humanos?”, diz o site da entidade.
Dois gols e protesto contra o racismo: veja mais uma grande atuação de Thuram na Bundesliga
Lilian contou em entrevista ao jornal inglês Guardian, publicada na última semana, que desenvolveu interesse pelo tema quando a família mudou-se para Paris em 1981. Na época, ele tinha 9 anos de idade.
“O que me impressionou quando eu cheguei foi que alguns dos meus colegas de classe me julgaram, por causa da cor da minha pele. Eles me fizeram acreditar que minha cor de pele era inferior à deles e que ser branco era melhor”, disse o ex-jogador de Monaco, Parma, Juventus e Barcelona, que concedeu a entrevista em seu escritório, onde há diversos livros sobre Nelson Mandela e Martin Luther King, segundo apontou a reportagem.
“Eram crianças de nove anos de idade. Eles não nasceram racistas, mas eles já tinham desenvolvido um complexo de superioridade. A partir daquele momento, eu comecei a me fazer perguntas: ‘Por que eles estão me provocando? De onde vem isso? Minha mãe não podia me fornecer respostas. Para ela, era apenas o jeito que era. Há racistas e isso não vai mudar.”
Se a mãe dele não pôde providenciar tal resposta, Lilian Thuram coube de mudar este cenário para a próxima geração da família.
Fonte: André Donke
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