De festa com cerveja na faixa a 'La Décima': o vizinho do Bayern que há uma década vive 'conto de fadas' na Bundesliga

André Donke
André Donke

A Bundesliga vive uma hegemonia de oito anos do Bayern, mas há uma festa ainda mais longeva no futebol alemão a cerca de 57km a noroeste de Munique. Enquanto o clube mais famoso do país continua escrevendo a história da maior série de títulos seguidos já vista, outro time bávaro vive o seu conto de fadas há uma década.

Quando o assunto é alegria proporcionada pelo futebol, o torcedor do Augsburg talvez possua até mais motivos para tê-la do que os próprios fãs do Bayern. Se para um ganhar é a única opção, o outro passou a desfrutar do sabor das grandes vitórias apenas recentemente. Afinal, uma década é um período muito curto para um clube de quase 113 anos.

Jogadores do Augsburg comemoram manutenção na Bundesliga com uma rodada de antecedência
Jogadores do Augsburg comemoram manutenção na Bundesliga com uma rodada de antecedência Getty Images

Em 2001-02, o time estava na quarta divisão; em 2005-06, na terceira; em 2010-11, em seu quinto ano seguido no segundo escalão, conseguiu o acesso ao ser vice-campeão. Pela primeira vez em sua história, o Augsburg iria jogar a Bundesliga.

Naturalmente, a aventura de um estreante em um grande campeonato nacional sugere que ele seja um candidato ao rebaixamento no ano seguinte. O Augsburg driblou este cenário. Nove vezes.

“Também na próxima temporada novamente o candidato número 1 ao rebaixamento?”, questionava a camisa comemorativa usada pelos jogadores e comissão técnica depois da vitória sobre o Mainz por 2 a 0, em abril de 2018, resultado que confirmou a permanência do Augsburg na elite com três rodadas de antecedência na temporada 2017-18. Veja abaixo:

A esta altura, o Augsburg já era uma realidade bem consolidada na Bundesliga, e que já tinha dado inclusive passos maiores. Em 2013-14, conseguiu um oitavo lugar; na campanha seguinte, veio a quinta colocação, terminando à frente do Borussia Dortmund de Jürgen Klopp. O resultado classificou o time para a Liga Europa, na qual passaria pela fase de grupos, antes de cair para o Liverpool, que já tinha Klopp no comando, na fase de 16avos de final.

Para um time que vivia a primeira divisão havia apenas quatro anos, aquilo representava um título. E foi comemorado como tal. Quatro mil torcedores foram saudar os atletas na praça da prefeitura, e a festa ainda teve 2900 litros de cerveja na faixa fornecidos pela cervejaria Riegele, como publicou o site da cidade à época.

“O FC Augsburg irá levar o nome de nossa cidade à Europa. Isso é sempre um motivo para celebrar”, disse o então prefeito Kurt Gribl.

“Nós amamos estes jogadores! É o melhor time que o Augsburg teve em 100 anos”, declarou na comemoração o presidente Klaus Hofmann.

Veja imagens da festa de 2015:


O ponto alto ficou para trás, e o clube nunca mais conseguiu terminar entre os dez primeiros, mas sempre se manteve na Bundesliga. Para 2020-21, sua presença foi confirmada com um empate por 1 a 1 com o Fortuna Düsseldorf neste sábado, pela penúltima rodada.

O apito final foi a deixa para mais uma camiseta comemorativa e criativa, que inclusive está à venda pelo clube. “La Décima”, o termo que ficou conhecido para a décima conquista do Real Madrid na Champions League em 2014, agora registra a alegria de um time que vai para sua décima temporada seguida na elite.

O domínio imposto pelo seu vizinho no campeonato nacional não impede que o sonho do Augsburg continue sendo realidade.

Fonte: André Donke

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Harry Kane no Bayern de Munique é bom para todas as partes

André Donke
André Donke

A novela Harry Kane está com os dias contados. A caminho do Bayern de Munique após 19 anos no Tottenham, o atacante está prestes a completar uma transferência em que todo mundo sai ganhando: os dois clubes e o atleta.

Para o Tottenham, é a quantia que pode chegar até a 120 milhões de euros por um jogador que teria a possibilidade se assinar um pré-contrato e sair de graça em menos de cinco meses.

É verdade que Kane já está estabelecido como um dos maiores ídolos da história dos Spurs e, mesmo com todo esse dinheiro, será difícil encontrar um substituto para o atleta, líder e símbolo de um clube que tem tido dificuldade em alcançar o objetivo de figurar no topo do futebol inglês e europeu.

Apesar disso, com o não desejo de renovação do seu capitão, o Tottenham fica sem ter muito o que fazer, e é bem mais válido pensar na saída de Kane um ano antes cheio de dinheiro no bolso do que arriscar perdê-lo de graça, sem contar no risco de ele assinar com um concorrente interno, que não é o caso do Bayern.

Por falar no clube alemão, ainda que pague um valor recorde para a Bundesliga em um jogador que já tem 30 anos, é um investimento muito válido para alguém que vive o auge da carreira em termos técnicos, além de suprir a grande carência do time na última temporada. Eric-Maxim Choupo Moting foi uma grata surpresa em 2022-23 ao marcar 17 gols em 30 jogos, mas ainda representou uma substituição bem distante do nível de um Robert Lewandowski.

A caminho do Bayern de Munique, Harry Kane anotou 30 gols na Premier League e foi o artilheiro do Tottenham na temporada; VEJA todos




Mais do que os gols de alguém que chega como maior artilheiro da história do Tottenham, da seleção inglesa e segundo maior da Premier League, Kane entrega também a qualidade de gerar espaço para quem vem de trás e de lado, algo que pode fluir muito bem em um elenco com nomes como Serge Gnabry, Leroy Sané e Jamal Musiala. Além disso, será muito interessante observar a relação com Thomas Müller, um dos melhores do mundo sem a bola: a leitura de jogo do alemão pode casar perfeitamente com a movimentação do inglês.

Por fim, para Kane, a ida a Munique lhe dá grandes chances de conseguir o que mais carece em seu currículo: títulos. Ele já jogou final de Champions League, final de Eurocopa, semifinal de Copa do Mundo, foi vice-campeão da Premier League, da Copa da Liga, mas nunca ergueu uma taça, algo incompatível para o nível de seu futebol.

Atuando no atual decacampeão da Bundesliga, o Bayern não oferece apenas a grande possibilidade de taças nacionais. Afinal, os bávaros estiveram nas quartas de final em 11 das últimas 12 edições da Champions League, chegando em sete semifinais e três decisões, com dois troféus conquistados.

Quem também pode ganhar (ou perder) nesta transferência é a própria Bundesliga, uma vez que a liga ficou sem o brilho de uma estrela do nível de Harry Kane após as saídas de Lewandowski e Erling Haaland. A chegada de Sadio Mané até poderia levantar essa possibilidade, mas definitivamente não foi o caso, com o ex-atacante do Liverpool se transferindo ao Al-Nassr após um ano na Alemanha. Por outro lado, aumenta o risco de a hegemonia do Bayern ser ainda maior e manter o campeonato não tão atrativo para quem deixa de acompanhá-lo por esse motivo.

É óbvio que existe risco em toda contratação, seja por encaixe de jogo, adaptação ao país, entre outros motivos. Porém, o novo capítulo de Harry Kane tem tudo para ser bem-sucedido para ele, para o Bayern e talvez até para a Bundesliga. Enquanto isso, o Tottenham chora a saída de um ídolo, mas sem qualquer risco de vê-lo em um rival e com o cofre cheio para enxugar as lágrimas, algo que seria bem diferente no ano que vem.

Harry Kane em ação pelo Tottenham
Harry Kane em ação pelo Tottenham Clive Rose/Getty Images
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Com discípulo de Pep no comando, Leicester inicia recomeço com traços de Guardiola

André Donke
André Donke

Depois de nove anos seguidos na elite com um dos títulos mais impactantes da história do futebol, o Leicester City dá início a um novo capítulo na temporada 2023-24. O rebaixamento na Premier League veio seguido pela saída de boa parte de seus principais jogadores, com as vendas de James Maddison e Harvey Barnes, além do fim de contrato de Youri Tielemans, Caglar Soyuncu, Daniel Amartey e Jonny Evans.

Com investimentos mais modestos para o padrão de um clube inglês - sobretudo de um que estava há semanas na Premier League – e com só dois remanescentes do título de 2015-16 (Marc Albrighton e Jamie Vardy), o Leicester aposta em uma nova identidade de jogo, arquitetada por Enzo Maresca, que deixou o cargo de auxiliar do Manchester City para virar treinador principal dos Foxes.

"O clube é ambicioso, eu sou ambicioso também, os jogadores também. Nós todos queremos o mesmo objetivo, subir. Mas não é um A, B, C, é algo mais dinâmico. Meu sentimento sobre o clube é que ninguém coloca pressão em mim para ser promovido", disse o italiano na entrevista da última sexta-feira, dois dias antes da vitória sobre o Coventry City por 2 a 1, em casa, pela estreia na Championship.

O triunfo veio de forma suada, com gols de Kiernan Dewsbury-Hall aos 32 e 42 minutos do segundo tempo, após os mandantes terem saído atrás no placar logo na volta do intervalo. Pouco antes da virada, os donos da casa ainda levaram uma bola na trave.

O que não ficou tão apertado foi a diferença da posse de bola, uma vez que o Leicester teve 64,9%, uma marca acima de qualquer um dos 38 jogos que fez na última edição da Premier League.

Apesar de se referir a apenas um jogo, o número não parece indicar uma casualidade. Assim como os 74% no triunfo por 2 a 0 sobre o modesto Burton Albion pela Copa da Liga Inglesa nesta quarta-feira, não parece ser algo que tenha ocorrido somente pela diferença técnica diante de um time que foi 15º colocado na 3ª divisão em 2022-23.

Há a construção de uma nova identidade de jogo no King Power Stadium, muito influenciada por Pep Guardiola.

Enzo Maresca durante partida do Leicester City
Enzo Maresca durante partida do Leicester City Plumb Images/Leicester City FC via Getty

“Eu tive sorte, eu trabalhei sob o comando de Ancelotti, Lippi, Manuel Pellegrini, todos treinadores fantásticos, mas em termos de entendimento do jogo, Pep teve 100% de impacto em mim”, afirmou à Sky Sports.

“Ajuda ter trabalhado com estes tipos de pessoa. Você aprende coisas e no fim você cria sua própria ideia como técnico e pessoa”, disse Maresca, que ainda destacou como foi influenciado pelo atual comandante do Manchester City, com quem ele também se parece fisicamente.

“A primeira ideia nasceu provavelmente quando eu encarei o Barcelona do Pep Guardiola como jogador. Foi a primeira vez que eu percebi que alguma coisa diferente tinha acontecido e eu estava curioso para entender, então eu comecei a analisar jogos e a partir dali tirar coisas de diferentes treinadores. No final, você cria sua própria ideia.”

Bebendo de diferentes fontes, Maresca já deu mostras de como seu Leicester é influenciado pelo período do técnico italiano em Manchester. O gol que abriu o placar diante do Burton é um belo exemplo disso.

Raio-x do golaço do Leicester: veja jogada que culminou com pintura de calcanhar pela Copa da Liga Inglesa



Além do percentual alto de posse nos dois primeiros jogos e da troca de passes envolvente, os Foxes apresentaram algumas questões táticas semelhantes com o que Guardiola tem feito no City.

Como destacado em matéria do site The Athletic, o lateral-direito Ricardo Pereira funcionou como volante no momento em que a equipe iniciava suas jogadas, enquanto o lateral-esquerdo Callum Doyle (que foi comandado por Maresca na base do City) formava uma linha de três com os zagueiros Jannik Vestergaard e Wout Faes.

O mesmo ocorreu no jogo da Copa da Liga, com a entrada do volante Hamza Choudhury improvisado na lateral-esquerda e saindo como volante quando o time iniciava a posse. Já o lateral-direito James Justin fechava uma linha de três.

Assim como os laterais do City não são os jogadores de buscar a linha de fundo, o mesmo ocorreu com o Leicester. No duelo com o Burton, por exemplo, Marc Albrighton subia pelo lado direito (deu a assistência por ali no primeiro gol) e Wany Marçal partia pela esquerda.

É muito cedo para falar que o Leicester manterá esse perfil ao longo da temporada, e ainda mais para dizer se vai dar certo ou não, mas certamente é uma de tantas histórias interessantes do futebol inglês em 2023-24.

A carreira de Maresca

Embora tenha passado pela base de Milan e Cagliari, sua estreia como atleta profissional foi na Inglaterra pelo West Bromwich. O ex-meio-campista foi campeão italiano com a Juventis e faturou Copa do Rei e duas edições da Copa da Uefa com o Sevilla. Já na função, treinou Ascoli e Parma e foi auxiliar de Manuel Pellegrini no West Ham. Em duas passagens pelo City, foi campeão da Premier League 2 na base e ainda compôs a comissão técnica de Guardiola.

Leicester vence o Burton Albion e avança na Copa da Liga Inglesa; VEJA melhores momentos

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Por que Buffon é um dos maiores goleiros da história do futebol

André Donke
André Donke

Gianluigi Buffon anunciou nesta quarta-feira a sua aposentadoria do futebol, aos 45 anos, colocando ponto final em uma das maiores trajetórias de um goleiro já registradas na história.

O ponto principal para isso não é “simplesmente” o fato de ter atingido o topo, mas o tempo em que se manteve por lá. Não à toa, participou de cinco Copas do Mundo e poderia ter sido o único homem a disputar seis, caso a Itália não tivesse ficado de fora da edição de 2018.

Por falar em seu país, ele somou 176 jogos e é o recordista, justamente por uma das seleções mais concorridas do mundo, ainda mais quando o assunto é goleiro. Quem mais se aproxima dele é Fabio Cannavaro, com 40 partidas a menos.

Adeus, Buffon! Ex-goleiro anuncia aposentadoria do futebol; relembre trajetória do italiano



Reserva no Mundial de 1998, Buffon logo mostrou ser fora da curva, a ponto de ser contratado pela Juventus junto ao Parma em 2001 por um valor recorde para goleiros, marca que permaneceria por mais de 15 anos.

Da sua ida à Turim ao prêmio recebido como melhor goleiro do mundo pela Fifa em 2017 (após ter sido titular no vice da Champions League), houve um intervalo de 16 anos. Muitos de seus grandes adversários na posição já tinham parado, e ele adquiriu novos rivais na disputa de quem era o melhor camisa 1 naquele momento.

Oliver Kahn, Edwin van der Sar, Iker Casillas, Dida, Petr Cech.. foram inúmeros goleiros brilhantes que atuaram no século 21, mas nenhum seguiu por tanto tempo no topo como Buffon, que teve aos 40 anos a sua última temporada como titular em um nível mais alto. Depois passou por PSG sem se destacar, retornou à Juventus como reserva e se aposenta após dois anos como titular jogando a segunda divisão pelo Parma.

Não enxergo um goleiro maior que Buffon entre as traves no século 21. Uma boa discussão é o quanto Manuel Neuer, com o fato de ter influenciado fortemente a mudança na posição com sua qualidade absurda para sair (muito) da área e de jogar com os pés, atrelado a sua longevidade em alto nível, pode rivalizar com o italiano. Por outro lado, é de certa forma injusto cobrar de Buffon um recurso que só veio a ser mais desenvolvido já com ele em um momento mais avançado da carreira. Fica aberta a discussão.

Gianluigi Buffon em ação pela Itália
Gianluigi Buffon em ação pela Itália EFE/EPA/GEORGI LICOVSKI

Outro ponto a se destacar é que toda essa longevidade e recorde pela Itália não seriam tão impactantes caso Buffon não tivesse tido uma carreira tão vitoriosa, sendo importante no título mundial da Itália e conquistando dez vezes o Campeonato Italiano com a Juventus (um número recorde de troféus para um único jogador na liga), conta que não inclui os dois títulos cassados em meio ao escândalo de manipulação de resultados.

O camisa 1, aliás, poderia ter se mantido na elite e conquistado ainda mais troféus, caso não tivesse permanecido na Velha Senhora para a disputa da Série B 2006-07 e participado da redenção do clube, que só voltaria a ser campeão da primeira divisão em 2011-12.

Além disso, o amargor de quatro vices mostra o quão perto ele chegou de ser ainda mais lendário: foram três derrotas em finais de Champions como titular da Juve e uma na decisão da Eurocopa com a Itália.

Esses reveses, no entanto, não impedem Buffon de pendurar as luvas hoje e ir direto para o olimpo dos goleiros na história do futebol mundial.

Mais de mil partidas, Copa do Mundo e mais: os números de Buffon no futebol

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Uma coisa é processo, outra é a Copa: Brasil decepciona e perde para ele mesmo no Mundial

André Donke
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O empate por 0 a 0 com a Jamaica nesta quarta-feira determinou a eliminação do Brasil na fase de grupos da Copa do Mundo feminina, algo que não acontecia desde 1995. Porém, é importante enfatizar que resultado em si é bem mais catastrófico do que a realidade desta equipe.

Hoje, há dois aspectos para se analisar o trabalho de Pia Sundhage, há quatro anos como técnica da equipe: o processo da Copa do Mundo e o desempenho na competição em si. E as avaliações são opostas entre si.

É bem verdade que a treinadora sueca tem contribuído para uma reformulação no futebol brasileiro feminino, uma boa integração com a seleção sub-20 e empolgou a torcida meses antes da Copa ao alcançar em abril os resultados mais destacados de toda sua passagem ao empatar com a Inglaterra na Finalíssima e ganhar da Alemanha. Ponto.

Essa parte foi totalmente contrastada com o que aconteceu nos últimos dias na Austrália, onde a seleção fez uma Copa bem abaixo do esperado, muito por conta de sua treinadora, mas sem eximir a responsabilidade de quem esteve em campo.

Ainda que o Panamá fosse um adversário frágil, a estreia foi positiva, com uma atuação dominante e boa qualidade no jogo, mesmo concentrando muito pelo lado esquerdo, de onde saíram os quatro gols da partida. A partir daí, a situação mudou drasticamente.

A postura passiva diante da França foi muito impactante. Não fosse Lelê no gol, o Brasil teria saído com um placar bem mais adverso do que o 1 a 0 no intervalo. As linhas estavam muito espaçadas, e a seleção não conseguiu competir, sendo sufocada pela rival desde o início, com enorme dificuldade para sair da marcação alta e sem conseguir replicá-la na fase defensiva.

O gol de Debinha, em uma rara boa jogada da equipe canarinho no sábado, mudou a dinâmica do jogo e fez o Brasil melhorar. Porém, tudo foi por água abaixo com um gol sofrido de forma inaceitável. Todo mundo sabe da força aérea de Wendie Renard na bola parada. Se você sofre um gol dela tentando limitar todas as possibilidades da zagueira, é uma coisa, mas definitivamente não foi o caso. Com toda defesa olhando a bola, Renard teve liberdade para cabecear na segunda trave sem nem precisar pegar impulso.

A atuação apática poderia ter sido superada depois de uma reação com o gol de Debinha, mas uma falha muito criticável definiu a derrota por 2 a 1. Um combo de erros da treinadora e do time. O resultado até acabou sendo dentro do esperado, o problema maior foi de que forma ele se construiu.

Em despedida das Copas do Mundo, Marta se emociona com a eliminação do Brasil; VEJA reações da camisa 10


Já nesta terça-feira, a questão diz respeito a resultado e desempenho. Como esperado, o Brasil controlou territorialmente com quase 72% de posse e teve mais volume de jogo (18 a 3 nas finalizações), mas esses números não são argumentos para justificar uma boa atuação. Com muitos erros de passes, concentração do jogo pelo lado esquerdo e demora em soltar a bola em muitas oportunidades, a equipe de Pia ficou travada por uma Jamaica que claramente veio com a postura de só se defender. E que se registre o mérito da Jamaica, que obteve enrome sucesso com sua estratégia: nenhum gol sofrido na fase de grupos, um gol marcado, seis finalizações no alvo e classificação inédita às oitavas em um grupo com duas seleções do top 10 do ranking da Fifa.

Na volta do intervalo, a técnica fez uma mudança. Bia Zaneratto precisava entrar e entrou, já que podia dar mais estatura para um Brasil que explorava o jogo aéreo, assim como para ser alguém para ajudar a construir em uma defesa fechada e com qualidade para trabalhar de pivô – o jogo forçou muito que Marta recebesse a bola de costas para o gol de forma constante.

No entanto, essa seria a única mudança até os 36 minutos do segundo tempo. Uma demora tremenda para uma equipe que não evoluiu na segunda etapa e que, com o tempo, até viu a Jamaica conseguir segurar um pouco mais a bola.

Os erros de passes, a falta de exploração do lado direito, a demora e os erros em tomadas de decisão fizeram com que o Brasil ficasse no 0 a 0 e sequer tenha forçado a goleira Rebecca Spence a realizar uma grande defesa.

Considerando os 15 jogos que o Brasil disputou desde a Copa do Mundo de 2011, este duelo com a Jamaica foi o que a seleção mais errou passes: 142. Na terceira colocação, está os 121 do jogo com a França dias atrás. O pódio ainda tem os 140 contra os Estados Unidos em 2011, ocasião em que o jogo foi maior, já que teve prorrogação.

Tamires e Bia Zaneratto lamentam eliminação do Brasil na Copa do Mundo feminina
Tamires e Bia Zaneratto lamentam eliminação do Brasil na Copa do Mundo feminina EFE/EPA/JOEL CARRETT

É inegável a necessidade de maiores investimentos e de maior profissionalismo no futebol feminino do Brasil, e se precisa bater nessa tecla frequentemente. Porém, isso não impede que se critique o desempenho de um Brasil que esteve abaixo técnica, psicológica e taticamente nesta Copa do Mundo. Aliás, se podemos fazer críticas aos aspectos do jogo de forma justa é uma demonstração de que houve  evolução do cenário atual da modalidade.

Outro aspecto para se ressaltar é que a realidade da seleção está longe de terra arrasada. Além disso, há equilíbrio na idade do elenco – são 17 jogadoras com no máximo 30 anos, sendo que 13 delas terão no máximo 30 anos na próxima Copa do Mundo.

A qualidade deste trabalho existe, mas não foi demonstrada na Austrália e na Nova Zelândia por diferentes pontos que devem ser discutidos e criticados. Temos um processo que precisa ser valorizado sob o comando de Pia, que vai além das quatro linhas e que conta com um bom entendimento com as atletas (Marta chegou a falar no melhor ambiente que teve em uma seleção em Copa do Mundo) e a busca por um time menos refém de individualidades. Porém, há também muitas críticas às escolhas neste Mundial e ao desempenho do time dela nos grandes torneios - e aqui entra os Jogos Olímpicos de 2020 e a Copa América de 2022.

Relembre as outras vezes em que o Brasil caiu na fase de grupos em Copas do Mundo feminina

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Ary Borges teve a maior atuação individual desta Copa, mas a estreia da seleção brasileira foi além disso

André Donke
André Donke

A seleção brasileira iniciou sua trajetória na Copa do Mundo com uma atuação consistente. Ainda que deva se levar em conta a diferença da qualidade entre as duas equipes, a goleada por 4 a 0 sobre o Panamá tem pontos positivos a serem destacados, além, é claro, do desempenho individual impressionante de Ary Borges.

Até esta segunda-feira, a atuação de Yui Hasegawa no 5 a 0 do Japão sobre a Zâmbia era a mais destacada deste Mundial, mas a meio-campista brasileira a superou com seu hat-trick e a assistência espetacular para Bia Zaneratto. Chamou atenção o posicionamento mais à direita dela, enquanto Kerolin ficou mais centralizada e dando muito equilíbrio ao meio de campo – não à toa ela foi a líder em recuperações de bola na partida, com 14. Luana também fez um grande jogo.

Ary Borges comemora após marcar para o Brasil sobre o Panamá
Ary Borges comemora após marcar para o Brasil sobre o Panamá Thais Magalhães/CBF

Como o Brasil concentrou a criação pela esquerda com a aproximação de Tamires (número 6) e Adriana (11), Ary Borges (17) saía muito da direita para infiltrar na área. A combinação pelo lado esquerdo fica evidente na distância que Ary Borges teve em relação à Antônia (2) na posição média das atletas em campo ao longo da partida (veja a imagem abaixo). A lateral-direita não teve tanta contribuição ofensiva como Tamires, mas permitiu essa liberdade para Ary Borges se lançar mais ao ataque.

Mapa de posicionamento do ataque do Brasil contra o Panamá
Mapa de posicionamento do ataque do Brasil contra o Panamá TruMedia

Indo além da atuação de Ary Borges, o Brasil chamou atenção pela qualidade no seu ‘perde-pressiona’. Foram 92 bolas recuperadas, sendo 75 no campo de ataque – ambos os melhores índices registrados até o momento nesta edição do Mundial.

Outro aspecto relevante na partida foi a movimentação das atacantes saindo constantemente da área para gerar espaço e arrastando a defesa. No primeiro gol, Debinha aparece na ponta esquerda para cruzar, e Bia Zaneratto se movimenta na primeira trave e Ary Borges se aproveita da desatenção de sua marcadora.

É claro que nos dois pontos acima mencionados pesa a fragilidade do Panamá, mas não tira o mérito da organização da equipe de Pia Sundhage, que superou o peso da estreia com louvor. O placar até poderia ter sido maior para uma seleção que teve 71,8% de posse de bola e 31 finalizações, mas que em alguns momentos demorou na definição das jogadas, nada que tirasse o brilho do desempenho brasileiro.

Ary Borges faz hat-trick, e Brasil estreia com goleada contra o Panamá na Copa do Mundo feminina; VEJA como foi

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Tadic deixa o Ajax como um dos maiores ídolos do clube neste século

André Donke
André Donke

A última sexta-feira ficou marcada pela surpreendente saída de Dusan Tadic do Ajax, após pedido do próprio jogador, que tinha mais um ano de contrato e já assinou com o Fenerbahce. O atacante de 34 anos passou os últimos cinco em Amsterdã, onde construiu uma história digna de um ídolo, até mesmo para um dos maiores clubes do mundo.

Em um contexto em que o Ajax já não ocupa mais o protagonismo europeu de outras décadas, o time ficou a detalhes de ir à final da Uefa Champions League em 2018-19, não fosse uma atuação épica de Lucas Moura no jogo de volta da semi contra o Tottenham.

Tadic fez uma competição primorosa com seis gols e quatro assistências e ainda recebeu uma rara nota 10 do jornal L’Équipe na goleada por 4 a 1 sobre o Real Madrid, em pleno Santiago Bernabéu, pela volta das oitavas de final. Na mesma temporada, seria fundamental na dobradinha do Ajax em solo nacional e ficaria em 20º na lista da Bola de Ouro, embora merecesse uma posição mais acima na lista.

Dusan Tadic com a camisa do Ajax
Dusan Tadic com a camisa do Ajax Getty Images

A campanha de 2018-19 foi a mais emblemática, mas os cinco anos do sérvio na Johan Cruyff Arena foram de muita regularidade e entrega. Não à toa, esteve em campo em todas as 161 partidas que o Ajax fez no Campeonato Holandês no período, sendo titular 158 vezes. Foram 77 gols marcados neste intervalo, 14 a mais do que qualquer outro, além de 81 assistências distribuídas - quem mais se aproximou foi Steven Berghuis, com 52.

O camisa 10 deixa o clube com seis taças, sendo três na Eredivisie e algumas delas na condição de capitão. Ele jogou como centroavante e como ponta ao longo de sua passagem e foi uma peça fundamental para que o Ajax, além das conquistas, praticasse um futebol vistoso na maior parte do tempo em que esteve por lá, sobretudo sob o comando de Erik ten Hag.

Com 105 gols em 241 jogos por todas as competições, Tadic foi artilheiro da liga nacional em 2018-19, mas chamou mais atenção pela capacidade de criação, sendo o garçom da competição em 2020-21 e 2021-22.

As taças, os números, uma campanha memorável na Champions e a liderança construíram uma belíssima história do sérvio pelo Ajax, e a identificação do jogador com o clube também criou raízes fortes, como ficou nítido em sua despedida.  

"Se depender de mim, não é um adeus final. Eu sempre serei um jogador do Ajax e espero voltar a Amsterdã em breve, em uma função diferente como treinador.”

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Depois de Havertz, Arsenal faz mais um excelente negócio ao contratar Timber

André Donke
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Apesar da frustração de flertar com o título da Premier League e acabar como vice-campeão, é inegável a boa temporada realizada e a evolução do Arsenal de Mikel Arteta. E a tendência é de um time cada vez mais forte, não só pelo maior entrosamento do elenco, a maturidade adquirida por um elenco jovem, a chance de retornar à Uefa Champions e agora também pelo mercado que tem feito.

É verdade que são só duas contratações, mas são dois jogadores que qualificam demais o time titular, além de darem maior variedade ao seu treinador.

O Arsenal que encantou na temporada 2022-23 tratava-se de ume titular muito bom, mas sem tantas opções para rodar o elenco e manter o mais alto nível para uma equipe que irá voltar a disputar uma Champions. Vale destacar, no entanto, que o time soube lidar muito bem com contratempos como a lesão de Gabriel Jesus, mas a tarefa seria bem mais complicada para uma campanha que terá um calendário significativamente mais pesado.

As chegadas de Jorginho e Leander Trossard no meio da campanha 2022-23 fizeram os Gunners passarem a ter ’13 titulares’, embora o número tenha sido reduzido com a saída recente de Granit Xhaka – de qualquer forma, o saldo deve acabar ficando bem positivo com o esperado anúncio de Declan Rice.

Agora, os 13 titulares viram 15 com as chagadas de Kai Havertz e Jurrien Timber. O primeiro chega com o histórico de fazer um gol de título de Champions, ser já experiente apesar dos 24 anos, um dos nomes mais talentosos da atual geração alemã e com condições de jogar em qualquer uma das quatro posições na frente. Tem tudo para encaixar facilmente no time de Arteta.

Jurrien Timber assina contrato com o Arsenal
Jurrien Timber assina contrato com o Arsenal David Price/Arsenal FC via Getty Images

Já nesta sexta-feira foi a vez do anúncio de Jurrien Timber, um zagueiro de 22 anos que também entrega enorme versatilidade, já que pode atuar nas duas laterais e como volante, graças a sua enorme qualidade na saída de bola, característica que casa com o estilo de jogo do Arsenal.

Com mais de 100 jogos pelo Ajax, o defensor virou titular ao longo da temporada 2020-21 e foi nome incontestável do time holandês nas duas últimas temporadas, inclusive sendo eleito o melhor jogador da Eredivisie 2021-22.

Com ele, os Gunners ganham mais qualidade técnica e versatilidade em uma defesa que já foi a terceira melhor da Premier League passada. Com (provavelmente) Rice de volante e Ben White na lateral direita, Timber pode permitir que Arteta alterne peças dentro de um mesmo jogo constantemente.  

É claro que não existe nenhuma garantia de título para qualquer clube, ainda mais para um que compete no futebol inglês, mas o Arsenal está fazendo contratações dignas do crescimento que tem apresentado nos últimos anos. A evolução dentro de campo tem tudo para continuar na prática.

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Depois de Havertz, Arsenal faz mais um excelente negócio ao contratar Timber

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Recorde mundial! O zagueiro que defende a seleção principal de seu país há 26 anos

André Donke
André Donke

Ildefons Lima entrou já nos minutos derradeiros na derrota de Andorra para a Suíça por 2 a 1, nesta sexta-feira, pelas eliminatórias para a Eurocopa de 2024. O fato de o zagueiro de 43 anos não ter tido tempo para muita coisa não muda a história impressionante que segue escrevendo.

São praticamente 26 anos de distância desde sua estreia pela seleção principal, em 22 de junho de 1997, quando a Andorra perdeu para a Estônia por 4 a 1, inclusive com um gol marcado pelo defensor com então 17 anos de idade.

De acordo com o site da Fifa, ele é responsável pela carreira mais longa por uma seleção no futebol masculino. Dos 198 jogos que Andorra disputou, Ildefons Lima esteve em campo em 135. Logo, não é de surpreender que seja o recordista em partidas pela seleção, assim como o artilheiro (11 gols), mesmo sendo zagueiro.

A partida contra a Suíça foi a primeira dele pela seleção desde 10 de junho de 2022, quando também entrou nos minutos derradeiros da vitória sobre Liechtenstein. Foram os únicos confrontos disputados por Ildefons desde outubro de 2021.

Ildefons Lima, de Andorra, durante jogo contra a Inglaterra em Wembley, em 2021
Ildefons Lima, de Andorra, durante jogo contra a Inglaterra em Wembley, em 2021 Getty

O zagueiro, nascido em Barcelona e que irá completar 44 anos em dezembro, defendeu na última temporada pela equipe B do FC Andorra, clube que pertence a Gerard Piqué e cujo time principal subiu da terceira para a segunda divisão em 2021-22, conseguindo um honroso sétimo lugar na campanha recém-terminada. Antes disso, chegou a disputar as fases preliminares da Uefa Champions League e Conference League pelo Inter Club d'Escaldes no começo da temporada 2022-23.

Entre tantas partidas disputas com a seleção, Ildefons teve a chance de encarar o Brasil em amistoso de preparação final para a Copa de 1998. A equipe treinada por Zagallo venceria por 3 a 0 no jogo disputado no começo de junho, com gols de Giovanni, Rivaldo e Cafu.

Mais recentemente, ele foi titular nos dois confrontos disputados em 2019 contra a França, então campeã do mundo, pelas eliminatórias para a Eurocopa de 2020. O zagueiro foi capitão e jogou os 90 minutos em ambos os duelos.

Com o seu lendário jogador ainda no grupo, a Andorra voltará a campo na segunda-feira, quando visita Israel, às 15h45 (de Brasília).

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Jude no Real Madrid, Jobe no Sunderland! Conheça o irmão menos famoso e também promissor da família Bellingham

André Donke
André Donke

No mesmo dia em que o Real Madrid confirmou a contratação de Jude Bellingham, o Sunderland anunciou a chegada de Jobe, irmão dele. Aliás, na apresentação do nome mais famoso da família na Espanha nesta quinta-feira, o caçula esteve presente ao lado dele no gramado do Santiago Bernabéu, como o próprio Jude deixou registrado em seu Instagram.

Aos 17 anos, Jobe é meio-campista como Jude, de 19, e foi formado no Birmingham, mesmo clube que seu irmão mais velho iniciou a trajetória, inclusive tendo a camisa 22 aposentada, antes de sua passagem de três temporadas pelo Borussia Dortmund.

Ainda que não na mesma proporção que Jude, o Bellingham mais novo também tem um início promissor no futebol. Ele estreou pelo time principal do Birmingham no começo de 2022, com 16 anos de idade, e atuaria três vezes na temporada passada, sempre saindo do banco de reservas.

Família Bellingham durante evento em 2021
Família Bellingham durante evento em 2021 Getty Images

Já na atual campanha, Jobe esteve em campo 22 vezes na Championship, competição em que sua equipe terminou na 17ª colocação. Foram cinco jogos como titular na competição, sendo quatro deles nas quatro rodadas finais. Além disso, também iniciou uma partida da Copa da Liga, totalizando 26 jogos, sem gols ou assistências.

Podendo atuar em diferentes funções do meio de campo – e até foi improvisado no ataque -, Jobe fechou a temporada mais como um meia ofensivo central. Nas quatro rodadas finais, em que ele foi titular pelo Birmingham, o jovem criou quatro chances, mais do que qualquer outro nome do elenco no período. Além disso, mostrou muita contribuição sem a bola ao fazer cinco desarmes (um a menos do que o líder do elenco neste intervalo) e ser o terceiro em duelos vencidos, com 22 - média de 5,5 por partida.

Em meio a essa sequência, o atleta de 17 anos também se estabeleceu na Inglaterra sub-18, tendo atuado nos últimos nove jogos da seleção (iniciando seis deles).

Agora, Jobe deixa o Birmingham, clube que defendeu nos últimos nove anos, e vai a um clube que quase subiu à Premier League. Logo em sua primeira temporada após subir da terceira divisão, o Sunderland ficou na sexta colocação e caiu para o Luton Town na semifinal dos playoffs.

Longe dos holofotes sob os quais jogará Jude com a camisa do Real Madrid, o irmão mais novo dele terá na segunda divisão inglesa a oportunidade de dar a sequência em sua promissora carreira.

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Manchester City de Guardiola se confirma como um dos maiores times da história do futebol

André Donke
André Donke

Santos de Pelé, Real Madrid de Puskás, Milan de Arrigo Sacchi, Barcelona de Pep Guardiola, entre outros.

O Manchester City de Pep Guardiola confirmou a entrada no grupo de maiores times da história do futebol ao conquistar a Champions League de forma inédita, superando a Inter de Milão por 1 a 0 neste sábado (10) em Istambul, na Turquia. Já ressalto que o foco deste texto não é apontar qual é o maior entre estes mencionados e outros que também poderiam ser, mas sim em enaltecer o nível de futebol que esta equipe alcançou, assim como o tamanho da história que escreveu.

Esta equipe pratica há anos o melhor futebol do mundo e consolidou uma hegemonia no maior campeonato de clubes do mundo, que tem uma concorrência mais pesada a cada ano. Em uma Premier League com um ‘Big 6’ estabelecido, o City ganhou cinco das últimas seis edições, somando pelo menos 89 pontos em quatro delas.

Jogadores do Manchester City comemoram gol marcado diante da Inter de Milão na final da Champions
Jogadores do Manchester City comemoram gol marcado diante da Inter de Milão na final da Champions Getty Images

Guardiola viu seu time ganhar mais repertório com uma defesa mais alta. E com a chegada de Erling Haaland, dono de 52 gols e nove assistências em 53 jogos, a equipe soube explorar um jogo mais vertical quando necessário. Com o norueguês, melhor jogador da temporada 2023/2024, o time não ganhou ‘só’ meia centena de gols, ganhou também muito mais repertório.

O técnico mudou um time que chegou a oscilar ao longo da temporada, algo impensável para o padrão que tem tido desde que ele assumiu, mas encontrou soluções rapidamente, a ponto de alcançar o ápice deste time, seja pelo nível apresentado na reta final da campanha ou pelo fato de ser o segundo inglês a alcançar a tríplice coroa, igualando o Manchester United de 1999.

Se antes esta equipe era questionada pelo fato de não conseguir replicar os resultados domésticos na Europa, este ano derrubou a escrita, inclusive mostrando personalidade em momentos psicologicamente adversos. Depois de ver o algoz da temporada passada e ‘dono’ da competição Real Madrid abrir o placar no Santiago Bernabéu na ida da semifinal, o City passou apuros, mas conseguiu resistir e buscar o empate na Espanha, antes de atropelar o adversário no Etihad Stadium, na volta.

A equipe de Pep Guardiola superou seus maiores fantasmas e conquista sua 14ª taça em sete anos; fez o número de títulos no Campeonato Inglês ir de cinco para nove, se igualando ao Everton como quarto maior vencedor em uma liga nacional que existe desde o fim do Século 19; e agora busca uma inédita Champions. Tudo isso praticando um futebol envolvente e constantemente no mais alto nível.

Futebolisticamente, não há o que contestar neste time. Seu lugar na história já está reservado.

Torcedores do Manchester City se desesperam, choram e comemoram muito o título da Champions League; VEJA a reação



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Barcelona foi desrespeitoso e deu mais um motivo para a escolha de Messi em ir ao Inter Miami

André Donke
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O sonho do torcedor do Barcelona em contar novamente com Lionel Messi chegou ao fim nesta quarta-feira, quando o argentino foi confirmado como novo jogador do Inter Miami. Apesar de o clube catalão não ter nada a ver com a ida de um atleta que sai da França e vai aos Estados Unidos, decidiu se manifestar a respeito, e de forma completamente infeliz.

"O presidente Laporta entendeu e respeitou a decisão tomada por Messi de querer competir em um campeonato com menos exigências e mais longe de foco e da pressão a que esteve submetido nos últimos anos", diz parte da nota publicada pelos blaugranas.

Em primeiro lugar, Messi tem, de fato, o direito de querer sair do foco do futebol mundial após quase duas décadas da exigência do mais alto nível do futebol. Quanto a isso, nada de mais. O problema é que, mesmo que as palavras do Barça possam ser bem verdadeiras em seu conteúdo, o clube não precisava e nem deveria dizê-las. Não cabia a ele se posicionar sobre um jogador que não chega, nem sei de seu elenco. Quando faz isso, fica nítido que quer passar algum recado.

Inter Miami, da MLS, anuncia a contratação de Lionel Messi para a temporada; veja o vídeo



Além disso, abre a possibilidade de interpretação para o torcedor enxergar Messi como 'culpado' por não voltar a Catalunha. E é bom lembrar que a saída do camisa 10 lá em 2021 se deu por conta de má administração econômica do clube.

"Na segunda-feira passada, Jorge Messi, pai e representante do jogador, passou ao presidente do clube, Joan Laporta, a decisão do atleta de fechar pelo Inter Miami apesar de ter uma proposta apresentada pelo Barcelona diante da vontade expressada tanto pelo Barça quanto por Messi de ele voltar a vestir a camisa azul-grená", afirma outro trecho da nota.

Uma escolha que priorize o lado financeiro ou uma vontade de sair dos holofotes do futebol é um direito de qualquer jogador, ainda mais para um que precisou sair do clube no qual é o maior ídolo da história por questões econômicas.

O Barcelona não tinha nada que se pronunciar sobre a escolha de Messi, a menos que quisesse simplesmente desejar sorte a ele. Este posicionamento inadequado dá mais um motivo para o argentino pensar que tenha feito a escolha certa.

Lionel Messi durante compromisso pela seleção argentina
Lionel Messi durante compromisso pela seleção argentina Ander Gillenea/Getty Images

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Por que o Real Madrid deveria ir atrás de Harry Kane para o lugar de Benzema

André Donke
André Donke

Com o anúncio da saída de Karim Benzema, o Real Madrid precisará de um novo camisa 9 e deveria voltar suas atenções para Harry Kane. O negócio, desejado por Carlo Ancelotti, faria sentido para todas as partes, caso o atacante de 29 anos tope em deixar a Premier League.

Kane pode entregar ao time merengue um centroavante para sair da área e gerar jogo para quem está ao seu redor, uma característica muito presente no jogo de Benzema. Além dos impressionantes 30 gols que marcou no último Campeonato Inglês, marca que o faria ter sido artilheiro em 25 das 30 edições anteriores da competição, o capitão do Tottenham criou 57 chances, sendo o 18º melhor da competição no quesito e ficando atrás no seu time apenas de Son Heung-min (60). Kane também foi o líder em assistências do Tottenham na liga passada, com nove assistências.

A combinação com um jogador de velocidade que ele tem com Son pode ser repetida com um Vinicius Jr., que acaba de vir sua temporada mais artilheira, com 23 bolas nas redes. Kane entregaria gols e espaço na defesa adversária para o brasileiro seguir brilhando, da mesma forma como se acostumou com o facilitador Benzema. O mesmo vale para Rodrygo, que é um jogador extremamente associativo.

Harry Kane em ação pelo Tottenham
Harry Kane em ação pelo Tottenham Clive Rose/Getty Images

Com 29 anos, o inglês ainda seria uma reposição para umas boas temporadas para o Real Madrid. Aliás, esse é um ponto que torna a transferência muito interessante para Kane em termos esportivos. Isso porque chegaria no melhor momento da carreira ao maior clube do mundo, com enormes possibilidades de taças, único ponto frustrante em sua trajetória como atleta até aqui.

Kane é o maior artilheiro da história do Tottenham, da seleção inglesa, o segundo maior da Premier League, jogou final de Champions League, final de Eurocopa, semifinal de Copa do Mundo,  mas nunca levantou um troféu.

Para os Spurs, pode ser uma saída para não correr o risco de perder o seu grande astro sem custos - uma vez que o contrato dele vai até o meio de 2024 e já poderia assinar um pré-contrato na virada do ano -, assim como não o perderia para um rival. Inclusive, esse seria outro ponto favorável aos merengues, já que poderiam se aproveitar do fim próximo do vínculo, assim como um eventual interesse de rivais, para conseguir uma negociação mais em conta por um dos melhores jogadores da atualidade.

O Tottenham teria um grande obstáculo para suprir a saída de Kane e em qualquer circunstância, mas não o teria que fazer contra um Manchester United, por exemplo, ainda mais fortalecido em uma eventual ida do seu capitão a Old Trafford.

Lógico que há a vontade do jogador, tanto em termos financeiros e pessoais de Kane, então não dá para falar em escolha certa ou errada. Porém, uma ida dele ao Real Madrid faria muito sentido para todo mundo.

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Time com mesmo técnico há 16 anos faz o que Borussia Dortmund não conseguiu e sobe de forma inédita à Bundesliga

André Donke
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Sair perdendo por 2 a 0 em um jogo que você precisa vencer para atingir o objetivo de um campeonato inteiro. O adversário? Alguém que já não tem mais pretensões.

O cenário vivido pelo Borussia Dortmund neste sábado foi reeditado pelo Heidenheim neste domingo, mas a diferença foi o final feliz para o protagonista da história.

Jogando contra o Jahn Regenburg, que estava virtualmente rebaixado (precisaria tirar a diferença de três pontos e 15 gols de saldo para evitar a queda direta), o Heidenheim dependia apenas de si para conseguir um acesso inédito à Bundesliga. Caso não fizesse sua parte, seria ultrapassado pelo Hamburgo, que acabou vencendo o Sandhausen por 1 a 0, e seria obrigado a jogar um playoff contra o Stuttgart por um lugar na elite.

Assim como o Dortmund, o Heidenheim viu o adversário abrir 2 a 0 no placar, com gols de Prince-Osei Owusu aos seis e aos 11 minutos do segundo tempo. A história começou a mudar com gol contra de Benedikt Saller dois minutos depois. A virada sairia com enorme drama: Jan-Niklas Beste empatou nos acréscimos, aos 48; Tim Kleindienst seria o herói da vitória seis minutos depois.

Com resultado, o Hamburgo, que já tinha torcedores em campo comemorando o acesso, acabou ultrapassado. Aliás, o Heidenheim ficou até com o título da segunda divisão ao superar no saldo de gols o Darmstadt, que já tinha o acesso garantido e foi derrotado pelo Greuther Fürth por 4 a 0.

Fundado como um clube em 1848, exatos 17 anos antes do início do futebol, o Heidenheim atual existe desde 2007, mesmo momento em que chegou o técnico atual, Franck Schmidt, antigo jogador da equipe. 

Com ele no comando, o Heidenheim subiu do quarto ao terceiro escalão em 2008-09; saltou à segunda divisão após cinco anos; e agora consegue o último acesso após nove anos na 2. Bundesliga, sendo que tinha perdido os playoffs para o Werder Bremen em 2019-20. Schmidt ainda chegará à elite do Campeonato Alemão como o treinador mais longevo da competição, superando Christian Streich (desde o começo de 2012 à frente do Freiburg).

Jogadores do Heidenheim comemoram o acesso à Bundesliga
Jogadores do Heidenheim comemoram o acesso à Bundesliga Alexander Hassenstein/Getty Images

Dortmund também protagoniza o inacreditável na 3ª divisão

Além da perda do título do Borussia Dortmund e do acesso dramático do Heidenheim, o fim de semana no futebol alemão também teve uma história emocionante na terceira divisão, envolvendo o próprio BVB. A segunda equipe do clube aurinegro vencia o Osnabrück por 1 a 0 até os ascréscimos da segunda etapa, mas levou a virada com gols aos 49 e 51 minutos.

Com o triunfo épico no sábado, o Osnabrück conseguiu o acesso e retorna à segunda divisão após ter sido rebaixado em 2021. O Borussia Dortmund II só cumpria tabela e não tinha mais pretensões no campeonato, mas não deixou de estar envolvido em um jogo com contornos históricos, assim como o elenco principal faria horas mais tarde no mesmo dia.

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Não é só dinheiro: como Newcastle voltou à Champions League após 20 anos

André Donke
André Donke

Quando o Newcastle foi vendido a um fundo de investimento da Arábia Saudita em outubro de 2021, a expectativa era de que o clube pudesse brigar pelas primeiras posições da Premier League e contratar grandes estrelas do futebol em pouco tempo.

O sucesso esportivo veio, talvez até mais rápido do que o imaginado, e sem investir em nomes badalados. 

Em sua primeira temporada completa desde a mudança de comando, o clube do nordeste da Inglaterra confirmou a classificação à Uefa Champions League, competição que não disputa desde 2002-03. A vaga foi assegurada matematicamente nesta segunda-feira com o empate sem gols com o Leicester City, pela penúltima rodada.

Será a quarta vez na história que o Newcastle estará na Champions, a terceira em que alcança a fase de grupos. A melhor campanha se deu justamente na última vez que participou, caindo na extinta segunda fase de grupos, etapa que equivale às oitavas de final no formato atual.

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Considerando qualquer competição continental, será a primeira aparição dos Magpies desde a Europa League 2012-13, quando foram eliminados pelo Benfica nas quartas de final. Desde então, nunca foram além de um décimo lugar (2013-14 e 2017-18), chegando a serem rebaixados em 2015-16 e retornando imediatamente à Premier League na temporada seguinte.

Coadjuvante na última década, o novo bilionário do futebol parecia fadado ao rebaixamento no começo da temporada passada: era lanterna no começo de dezembro com sete derrotas e sete empates nos 14 primeiros jogos. Porém, a chegada de Eddie Howe ao banco de reservas mudou a situação por completo. E rapidamente.

No intervalo entre a chegada do treinador e o fim do campeonato, o time registrou a sexta melhor campanha, fazendo com que fosse de um provável rebaixado a um 11º lugar, sete pontos atrás da zona de classificação a competições europeias.

É bem verdade que a janela de janeiro de 2022, a primeira desde que passou a contar com o dinheiro do novo proprietário, teve grande impacto, com o Newcastle gastando na casa dos 100 milhões de euros com Bruno Guimarães, Chris Wood, Dan Burn e Kieran Trippier. Porém, não veio um 'pacotão' de reforços ou nomes já consagrados no futebol europeu. Já nesta temporada, os gastos foram ainda mais altos, com quase 200 milhões de euros investidos em Alexander Isak, Anthony Gordon, Sven Botman, Matt Target, e Nick Pope.

Dos contratados, Pope, Botman, Trippier, Burn e Isak viraram titulares, mas a evolução foi bem além de quem veio nas janelas de transferências. Joelinton foi de um atacante criticado a um ótimo meio-campista, com e sem a bola; Miguel Almirón enfim deslanchou no clube que defende há quatros e meio, anotando 11 gols nesta Premier League (tinha nove gols nas três edições e meia que disputou anteriormente); Callum Wilson superou as lesões da temporada passada e é hoje o quinto principal artilheiro da liga com 18 gols; e Fabian Schär foi um dos melhores zagueiros desta edição da liga.

A continuidade da equipe titular em um clube que não teve de mesclar as competições nacionais com internacionais é também uma combinação a se destacar. Até o início desta rodada, Howe tinha mudado apenas 48 vezes entre suas escalações nesta Premier League, a segunda menor quantidade, atrás apenas das 36 do Arsenal.

Bruno Guimarães e jogadores do Newcastle comemoram gol sobre o Brighton
Bruno Guimarães e jogadores do Newcastle comemoram gol sobre o Brighton Stu Forster/Getty Images

O Newcastle investiu bastante, mas também viu o crescimento de muita gente que já estava no St. James Park. Coletivamente, mostrou enorme solidez defensiva, tendo sofrido 32 gols, mais apenas que os 31 do campeão Manchester City. O terceiro colocado no quesito é o Manchester United, com 41.  O recorde dos Magpies na competição são os 37 gols sofridos em 1995-96.

Desde que retornou à Premier League em 2017, o Newcastle nunca teve uma média melhor do que 1,24 gol sofrido/jogo. Na atual edição, o número é de 0,86. A campanha passada, a média foi de 1,63, quase o dobro da atual. 

Também houve crescimento considrável no ataque, indo de 1,21 gol/jogo em 2020-21 (melhor desempenho nas cinco temporadas anteriores) para o atual 1,81. Ao todo, a equipe soma 67 gols marcados, tendo o quinto melhor ataque da competição e alcançando sua melhor marca desde os 74 gols anotados em 2001-02. Vale destacar a contribuição da bola aérea para esse número, uma vez que o Newcastle é o líder em cruzamentos certos (209), em finalizações de cabeça (123) e o quinto melhor em gols de cabeça (11). Estes registros têm enorme influência de Kieran Trippier, que criou 109 chances no campeonato, atrás somente de Bruno Fernandes (112).

Com um treinador que já levou o Bournemouth da quarta à primeira divisão, o Newcastle investiu bastante, mas o fez de forma certeira (ou quase sempre certeira), potencializou atletas que já estavam no elenco e construiu um time sólido e regular (perdeu apenas um jogo para equipes fora do Big 6) para fazer sua melhor campanha em 20 anos, mesmo período em que foi rebaixado duas vezes.

Os novos tempos só estão começando para os Magpies. 

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Não foi só o Wrexham! Clube mais antigo do mundo vence em Wembley de forma épica e volta ao futebol profissional

André Donke
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Fundado em 1862, o Notts County, conhecido como clube de futebol profissional mais velho do mundo, readquiriu essa denominação neste sábado. Isso porque o time conseguiu o acesso à League Two, quarta divisão nacional, ao vencer nos pênaltis de forma dramática o Chesterfield.

Um dos fundadores da Football League em 1888, o time ficou nas últimas três temporadas como 'non league', denominação para as equipes que estão de fora das 92 que fazem parte dos quatro primeiros níveis do futebol nacional.

Rebaixado da League Two em 2018-19, o time quase conseguiu o acesso em 2019-20, 2020-21 e 2021-22, indo aos playoffs após terminar em terceiro, quinto e quinto, respectivamente, mas acabou eliminado em todas eles.

Já na atual campanha, o Notts County disputou ponto a ponto com o Wrexham o título da National League, a quinta divisão nacional, e acabou superado mesmo fazendo impressionantes 107 pontos em 46 rodadas - o rival somou 111. Só o campeão sobe diretamente, enquanto os times entre segundo e sétimo disputam o playoff que dá acesso apenas a mais um clube.

O Notts County finalizou a campanha com 23 pontos a mais do que o terceiro colocado, que foi justamente o Chesterfield, teve o melhor ataque (117 gols marcados), a segunda melhor defesa (42 gols sofridos) e o artilheiro Macaulay Langstaff (42 gols). independentemente disso, não encontrou qualquer facilidade para alcançar a promoção.

Tendo entrado já na semifinal dos playoffs pelo fato de ter sido vice-campeão, o time de Nottingham quase foi eliminado pelo Boreham Wood (sexto colocado, com 72 pontos), uma vez que estava sendo derrotado por 2 a 1 até buscar o empate aos 52 minutos do segundo tempo com Aden Baldwin. Jodi Jones definiu a vitória de virada aos 15 minutos do segundo tempo da prorrogação.

Na decisão em Wembley neste sábado, o Notts County ia sendo eliminado até buscar o empate por 1 a 1 com John Bostock aos 43 minutos da etapa final. Logo com três minutos de prorrogação, a equipe voltou a ficar atrás no marcado, mas Ruben Rodrigues empataria em 2 a 2 na segunda etapa, e a classificação épica viria nas penalidades.

Assim, o Wrexham de Ryan Reynolds e Rob McElhenney não foi o único time a conseguir entregar uma história de cinema na quinta divisão inglesa nesta temporada.

Observação: O Notts County é o mais velho do mundo entre os times profissionais. O Sheffield FC é o clube mais antigo do mundo, tendo sido fundado em 1857,  e continua em atividade, mas não integra o futebol profissional. 

Time do Notts County celebra acesso nos play-offs da quinta divisão
Time do Notts County celebra acesso nos play-offs da quinta divisão Eddie Keogh/Getty Images

Longe da elite há mais de 30 anos

O Notts County está fora da primeira divisão desde 1991-92, a última edição antes do início da Premier League, ao ser o penúltimo colocado. A equipe ainda seria campeã da quarta divisão em 2009-10 e ficou no terceiro escalão até 2014-15.

Historicamente, o clube já venceu uma Copa da Inglaterra (1894) e a segunda divisão nacional em três oportunidades (1897, 1914 e 1923) e até já teve grande influência para o uniforme de um dos maiores clubes do mundo: a Juventus. Em 1903, a Velha Senhora usava o rosa, mas isso mudaria quando John Savage contatou um amigo de Nottingham para providenciar camisas à Juve, e estas vieram em preto e branco, como as do Notts County. O impacto do time inglês na história da equipe de Turim, inclusive, fez com que fosse convidado para fazer o amistoso de inauguração do novo estádio do time italiano em 2011.

Direto do campo, goleiro do Wrexham grava 90 minutos de partida que dá título à equipe; veja


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Não foi só o Wrexham! Clube mais antigo do mundo vence em Wembley de forma épica e volta ao futebol profissional

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City consegue resultado muito melhor que a atuação em 1 a 1 com o Real no Bernabéu

André Donke
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Vindo de 20 jogos sem perder e praticando o melhor futebol do mundo, o Manchester City foi ao Santiago Bernabéu com motivos para estar confiante, apesar de encarar o Real Madrid, seu algoz na temporada passada e o maior campeão da história da Uefa Champions League.

O City tinha vencido 15 dos últimos 16 jogos que disputou, sendo que o único que não vencera tinha sido o empate com o Bayern em Munique, resultado que confirmou a vaga na semifinal. Em meio a esta sequência, assumiu a liderança da Premier League e chegou à final da Copa da Inglaterra. Além disso, conta com os 51 gols de Erling Haaland, centroavante que faltou nos duelos contra o Real Madrid na campanha anterior.

No entanto, do outro lado estava o maior time do mundo, rei da Europa e que conseguiu em 2021-22 a trajetória mais épica de um campeão. Os merengues iam avançando mesmo vendo seu adversário ser melhor que ele em boa parte dos confrontos.

O City é melhor time que o Real hoje e era esperado que impusesse seu jogo, ainda que o confronto ocorresse no Santiago Bernabéu. A maior dúvida é se seria suficiente para uma equipe com o estigma de não conseguir o tão sonhado título na Champions. E praticamente aconteceu tudo ao contrário no duelo desta terça-feira, que acabou empatado por 1 a 1 pela ida da semifinal da Champions.

De Bruyne e Rudiger em disputa de bola durante Real Madrid x Manchester City
De Bruyne e Rudiger em disputa de bola durante Real Madrid x Manchester City Getty Images

A equipe visitante teve ótimos 20 minutos iniciais de partida, concluindo quatro vezes no alvo no período e exigindo duas grandes intervenções de Thibaut Courtois. Na sequência, não conseguiu impor seu controle territorial e só voltaria a finalizar na segunda etapa. Ainda que o Real tenha marcado logo em sua primeira finalização no jogo, graças a um golaço de Vinicius Jr., que mais uma vez fez grande atuação em jogo gigante, os merengues já tinham melhorado consideravelmente àquela altura.

O começo do segundo tempo foi de domínio de um Real que tirou os espaços de um City sem inspiração coletiva e individual. Erling Haaland não esteve bem quando participou do jogo, mas ficou de fora dele em grande parte, seja com o City controlando a posse ou tentando ligações diretas. Foram três finalizações do norueguês, duas facilmente defendidas por Courtois e uma brilhantemente travada por David Alaba.

Nenhum homem de frente do City conseguiu se sobressair em Madri, o que faz chamar ainda mais atenção o fato de Pep Guardiola ter terminado a partida sem qualquer substituição. De Bruyne foi pouco além do golaço, enquanto Bernardo Silva e Jack Grealish estiveram abaixo de seus padrões na temporada. No outro lado, Ederson precisou fazer duas grandes intervenções na etapa final para evitar a derrota.

Os ingleses não conseguiram impor seu jogo novamente até mesmo quando o City conseguiu o empate com um chutaço de Kevin de Bruyne de fora, momento em que o Real era dominante e passava a ficar nervoso e reclamando frequentemente com a arbitragem.

Se o City gera desconfiança pelos seus resultados na Europa e não pelo nível de suas atuações, nesta terça-feira aconteceu o contrário. O time que sonha com sua segunda final de Champions e um título inédito ainda tem um caminho imenso para superar o gigantesco Real Madrid, e é discutível se ele sequer tem alguma vantagem para a volta, mas ao menos mostrou resiliência lutando diante de seus ‘fantasmas’. 

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3 pontos determinantes para o 3º título italiano do Napoli após 33 anos

André Donke
André Donke

A terceira conquista do Napoli no Campeonato Italiano, enfim, saiu. A espera de 33 anos chegou ao fim nesta quinta-feira, quando a equipe empatou com a Udinese por 1 a 1, fora de casa, e confirmou a taça com cinco rodadas de antecedência.

Aproveitando toda a mística do número ‘3’, o blog listou a mesma quantidade de motivos para explicar a o título da equipe na Serie A – sem qualquer ordem de importância.

Torcedores do Napoli
Torcedores do Napoli FILIPPO MONTEFORTE/AFP via Getty Images

Mercado impecável

Depois de ter perdido um dos melhores zagueiros do mundo Kalidou Koulibaly (vendido ao Chelsea), assim como um pilar no meio de campo (Fabián Ruiz foi ao Paris Saint-Germain), o Napoli não fez loucuras, acertou a mão nas reposições, inclusive com nomes que já estavam no elenco, e ainda fortaleceu o elenco.

Min-jae Kim nunca tinha jogado na Europa até o meio de 2021, quando foi ao Fenerbahce, se destacou e acabou contratado como substituto de Koulibaly por um valor na casa dos 18 milhões de euros. Foi o melhor zagueiro da Serie A e um dos melhores do mundo na atual campanha.

Além disso, a defesa ganhou um bom lateral-esquerdo com Mathías Olivera, que se revezou com Mário Rui, ajudando o elenco a ficar mais profundo para a disputa também na Uefa Champions League.

No meio de campo, Stanislav Lobotka já estava no grupo e vira titular absoluto após a saída de Ruíz, se estabelecendo como um primeiro volante extremamente confiável ao lado de Piotr Zielinski e André-Frank Zambo Anguissa. Entre os reforços, Tanguy Ndombélé, que chegou por empréstimo, virou um reserva importante e, ainda que longe do protagonismo que um dia o fez ser o reforço mais caro da história do Tottenham, foi um acréscimo importante para o grupo.

Já o ataque talvez tenha sido o setor mais impactado, após as saídas das lendas Dries Mertens e Lorenzo Insigne. Porém, Khvicha Kvaratskhelia preencheu esse espaço de forma impressionante. A disputa por um lugar no trio formado por ele e Osimhen acabou mais concorrida para Hrving Lozano e Matteo Politano com a contratação de Giacomo Raspadori. Além disso, Giovanni Simeone chegou para ser um bom reserva a Victor Osimhen, que chegou a perder alguns jogos por lesão.

Ganhando 80,45 milhões de euros em vendas e gastando 'apenas’ 76,05 milhões de euros, o Napoli foi impecável no mercado, fortalecendo o time titular e o elenco, sem qualquer loucura.

Os valores mencionados são do site Transfermarkt

É campeão! Após apito final, torcida do Napoli invade o gramado para comemorar o título italiano com os jogadores


Regularidade

Se na campanha passada o técnico Luciano Spalletti viu seu time sofrer com lesões importantes, ser bem desfalcado durante a disputa da Copa Africana de Nações e ter uma queda de desempenho, desta vez a temporada foi bem mais regular. Os Partenopei ocuparam a primeira colocação o Campeonato Italiano inteiro, têm a segunda defesa menos vazada entre as cinco grandes ligas da Europa (23 gols sofridos em 33 jogos) e o melhor ataque da Itália (69 gols). 

Até houve uma queda de desempenho ao longo de abril para frente, tanto que somou apenas duas vitórias, dois empates e uma derrota nos últimos cinco jogos da liga, sendo eliminado na Champions para o Milan no período, mas a gordura construída por uma temporada fortíssima foi o suficiente para confirmar o título com folga.

O Napoli manteve o alto nível praticamente a temporada inteira, mesmo quando Osimhen perdeu quatro rodadas seguidas, por exemplo. Além disso, mais do que a regularidade em si, esse time conseguiu proporcionar um jogo esteticamente muito agradável, tendo diversidade para atacar seus adversários e controla-los com uma posse de bola média de 62,3%, a maior da Itáilia e a quarta maior entre as cinco grandes ligas do continente.

Não à toa, Spalletti é um dos principais nomes da conquista. Dentro de campo, também houve a presença de alguns protagonistas...

Individualidades

Ainda que se fale de time e elenco equilibrados e sólidos, não dá para negar que dois nomes se sobressaíram nesta conquista.

Melhor jogador jovem da última edição da Serie A, Osimhen foi além dos 14 gols e duas assistências que registrou em 2021-22. O nigeriano anotou 22 gols e deu quatro assistências, mas, mais do que números, se mostrou mortal dentro da área e muito voluntarioso fora dela, gerando muito jogo caindo pelos lados. Sua temporada é digna de um dos dez melhores do mundo na temporada, já que também se destacou com cinco gols na Champions, torneio em que o Napoli conseguiu sua melhor campanha na história ao avançar até as quartas de final.

Ao lado dele, Khvicha Kvaratskhelia mostrou-se a maior revelação da temporada, com 14 gols e 14 assistências em 38 jogos na temporada. São 12 gols e 12 assistências em sua temporada de estreia na Série A – ele é o principal garçom da competição no momento, além de ser o terceiro colocado em dribles certos, com 60.

O georgiano de 22 anos se destacou na Rússia pelo Rubin Kazan e retornou ao seu país Natal antes de chegar à Itália como um desconhecido para o público geral. Apesar de uma queda no desempenho no último mês, isso não muda a enorme campanha feita por ele, que em questão de meses se tornou em um dos jovens mais badalados do futebol mundial. 

Gol do título do Napoli! Kvaratskhelia finaliza, o goleiro dá rebote, e Osimhen completa para o fundo da rede






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3 pontos determinantes para o 3º título italiano do Napoli após 33 anos

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Mais do que 49 gols, Haaland deu uma nova possibilidade ao Manchester City

André Donke
André Donke

Erling Haaland chegou para ser o artilheiro do Manchester City e dar uma presença de área que o time não contava. A missão vem sendo cumprida com louvor: são 49 gols em 43 jogos oficiais, sendo 33 na Premier League, a um de igualar o recorde de maior artilheiro de uma edição do campeonato.

Porém, mais do que a quantidade absurda de bolas nas redes, o atacante norueguês deu ao seu time a possibilidade de jogar de uma forma diferente quando necessário. Dono da maior posse de bola entre as cinco maiores ligas da Europa, o City mostrou que, com o seu camisa 9, sabe causar danos ao seu adversário também em um jogo mais vertical, de transição rápida.

Foi assim no primeiro gol na vitória sobre o Arsenal por 4 a 1 nesta quarta-feira. Em 12 segundos, a bola saiu de Ederson para virar gol: lançamento primoroso de John Stones, domínio com qualidade e passe rápido de Haaland para Kevin de Bruyne avançar e fazer um belo gol de fora da área, dando uma importante vantagem com pouco mais de seis minutos de bola rolando.

Golaço do Manchester City! De Bruyne recebe de Haaland, bate de fora e anota pintura contra o Arsenal

Recentemente, no duelo de volta das quartas de final da Uefa Champions League, o norueguês marcou diante do Bayern em Munique em uma jogada rapidamente construída. Por falar no duelo com os alemães, o City teve menor posse de bola em ambos os confrontos e, ainda que o confronto tenha fugido do que gosta de propor, terminou com uma vitória por 4 a 1 no placar agregado.

Haaland se sente confortável em um time que joga com linhas baixas, tendo espaço para se projetar em velocidade, ao mesmo tempo que tem sido brilhante na maioria do tempo em que o City atuou da forma como mais gosta com Guardiola.

Se o atacante teve de se adaptar ao estilo de seu novo time, o contrário também aconteceu, ainda que em menor proporção.

É preciso enfatizar que a equipe de Pep Guardiola está muito longe de ter renunciado ao seu estilo de jogo de controle de posse de bola, mas mostrou que tem um ótimo trunfo para quando precisar/tiver que jogar de forma mais direta, seja com a arrancada de Haaland ou com a capacidade de ele reter a bola e gerar jogo rapidamente após lançamentos longos.

O City venceu o Arsenal no Emirates Stadium por 3 a 1 com 37% de posse de bola e voltou a superar o rival por 3 a 0 em casa, abrindo o placar com um gol rapidamente construído de uma área até a outra.

É dessa forma que o atual bicampeão da Premier League engatou seu 17º jogo oficial de invencibilidade (14 triunfos e três empates) e ficou a dois pontos do líder Arsenal, com dois jogos a menos. O City joga o melhor futebol do mundo justamente no momento decisivo da temporada.

Erling Haaland finaliza durante partida entre Manchester City e Arsenal
Erling Haaland finaliza durante partida entre Manchester City e Arsenal Robbie Jay Barratt - AMA/Getty Images

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Mais do que 49 gols, Haaland deu uma nova possibilidade ao Manchester City

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Campanha de G-4 na Bundesliga e semifinal europeia após 21 anos: os incríveis 6 meses de Xabi Alonso no Leverkusen

André Donke
André Donke

Quando Xabi Alonso assumiu o comando do Bayer Leverkusen no começo de outubro, o time estava apenas na vice-lanterna da Bundesliga com nove pontos somados em oito jogos. Além disso, tinha sido eliminado logo na primeira fase da Copa da Alemanha para o Elversberg, da terceira divisão.

Pouco mais de seis meses após a chegada do técnico espanhol, o clube figura na sexta colocação do Campeonato Alemão e está nas semifinais da Uefa Europa League – os Werkself não iam tão longe em uma competição europeia desde o vice da Champions League 2001-02. A classificação veio nesta quinta-feira com uma vitória sobre o Union Saint-Gilloise por 4 a 1, fora de casa.

Union St. Gilloise 1 x 4 Bayer Leverkusen: veja os melhores momentos do jogo da Europa League

Desde que o ex-meio-campista de 41 anos assumiu o comando, o Leverkusen tem a quarta melhor campanha na liga nacional, tendo somado 39 pontos em 20 jogos, ficando atrás apenas dos 44 do Bayern de Munique, dos 42 do Borussia Dortmund e dos 40 do RB Leipzig.

A média de gols marcados por jogo é de 2,1 com o novo treinador na Bundesliga, representado um aumento significativo ao 1,1 que tinha antes da chegada dele. Já a média de gols sofridos por partida caiu de 2 para 1,3. 

Um ponto importante no sucesso de Xabi Alonso foi o retorno de Florian Wirtz, que sofreu lesão séria no joelho em março de 2022, ficando de fora da Copa do Mundo e só voltando aos gramados em janeiro. Em 18 jogos, o meia-atacante de 19 anos soma quatro gols e oito assistências, sendo o garçom do time no recorte com o técnico espanhol. Ele ainda lidera o grupo no período em chances criadas, com 43, uma a mais do que o ala-direito Jeremie Frimpong, que é uma das sensações da temporada, com sete assistências e sete gols sob o comando do ex-meio-campista de Real Madrid, Bayern de Munique e seleção espanhola. As marcas o deixam como vice-garçom e vice-artilheiro do time nos últimos seis meses.

Outro nome que merece muito destaque na temporada do Leverkusen é o de Moussa Diaby, que soma 14 gols e oito assistências na temporada inteira, sendo 13 gols e seis assistências no período com Xabi Alonso. Com apenas 23 anos, o ponta francês é mais um exemplo de um elenco de qualidade e jovem – o Leverkusen tem um plantel com média de idade de 25 anos, a terceira mais baixa da Bundesliga.

Aliás, o técnico espanhol também é um exemplo da juventude deste grupo, sendo o quinto mais novo no momento na Bundesliga. Além disso, no caso dele, pode se falar também da pouca experiência, uma vez que esta é apenas a segunda passagem de Xabi Alonso como treinador principal. Antes dessa, o ex-volante comandou o time B da Real Sociedad por três temporadas entre 2019 e 2022, conseguindo o acesso da terceira para a segunda divisão em 2020-21, competição que a equipe não disputava havia 59 anos. Porém, acabaria rebaixada imediatamente como antepenúltima em 2021-22.

O trabalho não passou despercebido pelo Bayer Leverkusen, que agora vive uma temporada completamente diferente de seis meses atrás. O time não apenas se colocou em uma disputa por competições europeias via Bundesliga, como também está a três jogos de conquistar seu terceiro grande título na história, depois de ter faturado a Copa da Uefa 1987-88 e a Copa da Alemanha 1992-93.

Xabi Alonso, técnico do Bayern Leverkusen, observa partida contra o Union pela Europa League
Xabi Alonso, técnico do Bayern Leverkusen, observa partida contra o Union pela Europa League ANP via Getty Images

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Com só 27% de posse e 17 finalizações a menos, Milan neutraliza Napoli e vai à semi da Champions merecidamente

André Donke
André Donke

O Napoli foi uma das grandes sensações do futebol europeu ao longo da maior parte desta temporada, mas vive em abril o seu pior momento da campanha, o que ficou evidente na eliminação para o Milan nas quartas de final da Uefa Champions League nesta terça-feira, após empate por 1 a 1 no Estádio Diego Armando Maradona.

Tal queda não diminui o brilho de uma temporada que deverá registrar seu terceiro título da Série A na história (o primeiro em 33 anos) e seu melhor desempenho na Champions na história, ainda que fique um gosto amargo de saber que tinha condições de ir mais longe na Europa. Porém, não conseguiu isso apenas por sua queda de desempenho, e sim também pelo mérito de um Milan que se mostrou extremamente competitivo. Mais uma vez.

Os rossoneri não eram o melhor time da Itália em 2021-22 e, mesmo assim, foram campeões. Eles não estão entre os quatro melhores times na Europa e, ainda assim, vão à semifinal da Champions. Depois de atropelarem o Napoli por 4 a 0 pelo Italiano, fora de casa, em 2 de abril, o Milan voltou a vencer no San Siro na semana passada por 1 a 0 e confirmou a classificação com o empate nesta terça, que só não foi uma terceira vitória seguida porque Victor Osimhen marcou de cabeça já nos minutos derradeiros na base do abafa.

Jogadores do Milan comemoram classificação às semifinais da Uefa Champions League
Jogadores do Milan comemoram classificação às semifinais da Uefa Champions League Giuseppe Cottini / Getty Images

O Napoli terminou a partida no Diego Armando Maradona com 73% de posse de bola e 23 finalizações, quase o quádruplo das seis conclusões do adversário. Tais números podem sugerir que os mandantes mereciam uma sorte melhor, mas não foi bem assim. Stefano Pioli foi cirúrgico mais uma vez no embate com o Napoli, sabendo neutralizar um time que gosta de ter a posse. Os rossoneri fizeram 4 a 0 no mesmo estádio há duas semanas em uma partida em que teve 39,5% de posse de bola.

Seguro defensivamente, o Milan concedeu apenas quatro finalizações no alvo ao seu adversário nesta terça, sendo uma delas o gol de Osimhen e outra o pênalti de Khvicha Kvaratskhelia defendido por Mike Maignan. Das 23 conclusões do Napoli, nove delas acabaram bloqueadas pela defesa rival.

David Calabria fez atuações monumentais em ambos os duelos das quartas de final, vencendo de forma categórica o embate individual com Kvara, que constantemente contava com marcação dobrada. Vale ressaltar também que o atacante georgiano, uma das maiores revelações desta temporada no futebol europeu, faz um mês de abril bem abaixo do que vinha mostrando.

Além de tirar os lances de individualidade do adversário, o time visitante também fechou os espaços para uma equipe que roda a bola com qualidade, e a deixou quase que totalmente refém de levantamentos na área e a chute de fora da área, que está longe de ser uma especialidade do Napoli. Assim, mesmo com a volta do lesionado Osimhen, o Milan foi extremamente organizado defensivamente e mostrou a qualidade que tem para ser vertical, sobretudo com Rafael Leão, que fez uma jogada espetacular no gol de Olivier Giroud. O time rossonero acertou seis finalizações no alvo nos 180 minutos e marcou dois gols, enquanto o Napoli, ainda que tenha acertado a meta em dez oportunidades, só conseguiu balançar a rede a dois minutos do fim do jogo de volta.

O Napoli teve mais a bola e concluiu bem mais, mas muito por uma tentativa de abafa e um festival de bolas levantadas na área. Stefano Pioli foi superior a Luciano Spalletti na estratégia, e o Milan, sem encantar e sem estar entre os melhores times da Europa, vai merecidamente à semifinal da Champions, algo que não acontecia havia 16 anos.

Giroud bate mal pênalti e vê goleiro do Napoli brilhar na Champions League

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