Mais do que um goleador nato, Haaland tem outra virtude: é nada egoísta
O Borussia Dortmund vinha de atuações desastrosas e resultados ruins, o que o deixou longe da disputa do título da Bundesliga. Até mesmo uma vaga no G-4 tornou-se uma tarefa difícil.
Por isso e pela sequência de um time bem equilibrado como o Sevilla (vinha de sete vitórias seguidas sem sofrer gols), os espanhóis chegavam como favoritos ao confronto pelas oitavas de final da Champions League. Ainda mais depois que Suso abriu o placar após uma falha de marcação de Jadon Sancho e a sorte de um desvio em Mats Hummels logo aos sete minutos de bola rolando.
Porém, de forma impressionante e até inesperada, os alemães viraram o placar em 3 a 1 antes do intervalo. Luuk de Jong até descontou no fim do jogo, mas o Dortmund leva um 3 a 2 para a Alemanha, uma vantagem significativa para uma eventual classificação às quartas de final, o que parecia pouco crível pelo que se viu nas últimas semanas.
O triunfo se deu em grande parte pelo principal nome do time. Mais do que os dois últimos gols dos aurinegros, Erling Haaland foi fundamental no lance de empate, no qual mostrou uma enorme virtude: é um artilheiro que joga para o time. O fato de a sua função prioritária seja fazer gols de ser um jogador que vive um momento de ascensão na carreira não fazem dele egoísta, muito pelo contrário.
No golaço de Dahoud, é Haaland quem vai buscar a bola na direita, dá a assistência e entra na área para atrair a marcação e oferecer o espaço para o seu companheiro preparar o corpo para acertar uma belíssima finalização.
Esta foi a sexta assistência do norueguês na temporada, sendo o terceiro principal garçom do time ao lado de Marco Reus - somente Jadon Sancho (11) e Raphael Guerreiro (8) têm mais. Não deixa de ser algo notável para alguém que, como dito, o foco principal é fazer gol – são 25 bolas nas redes, 16 a mais do que Sancho, o vice-artilheiro do elenco. Isso sem falar em sua contribuição defensiva...
Ao todo, ele soma 41 gols e oito assistências em 42 partidas pelo clube. Em 13 jogos na Champions, o norueguês soma 18 gols e está um de igualar a Kylian Mbappé, que é o recordista de mais gols no torneio antes dos 21 anos. Ele ainda está a um de alcançar Ole Gunnar Solskjaer como norueguês com mais gols na história da competição. Desde a edição passada do torneio, Haaland e Lewandowski marcaram 18 vezes, mais do que qualquer outro atleta. Em 2020-21, o atacante do Dortmund é o artilheiro isolado com nove gols.
Com grande espírito coletivo em campo, Haaland foi fundamental para reerguer o moral de um time que já teve demissão de técnico e precisava de uma atuação grande assim para recuperar a confiança. O Dortmund não é favorito à Champions League, e chegar às quartas de final já seria uma campanha bem-sucedida. Porém, isso pode contribuir – e muito – para uma busca por uma recuperação na Bundesliga e na luta pelo título da Copa da Alemanha, que já não conta mais com o Bayern de Munique.
Camisa 9 à parte, há muito mérito do técnico Edin Terzic, que escalou uma equipe com três volantes, com Mahmoud Dahoud ajudando muito na marcação e chegando ao ataque para fazer um belo gol. Marco Reus e Jadon Sancho também tiveram atuações notáveis em um primeiro tempo em que o Dortmund foi muito superior, antes de recuar as linhas e administrar a vantagem de maneira muito efetiva, a menos pela desatenção de Emre Can na bola parada que resultou no gol de De Jong.
De qualquer forma, o Dortmund dá uma resposta que pode trazer benefícios não apenas na Champions League.
Mais do que um goleador nato, Haaland tem outra virtude: é nada egoísta
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