Nenhuma liderança está a salvo contra os Warriors
Nos jogos 2, 3 e 4, Portland chegou a ficar 17 pontos na frente e a maioria de vocês que leem esta frase sabiam que a liderança não estava a salvo.
Por mais que eu brinque que o Golden State Warriors com Kevin Durant é uma panela – e, bem, é – tenho que dar o braço a torcer em relação a um aspecto: os Warriors têm um coração que vai além de um quinteto artificial. Seja com Durant ou sem, não se trata de um exército de mercenários que foram "comprados" para uma dada batalha: há coesão e o sangue frio em momentos decisivos mostra justamente isso.
Nos três jogos que falei acima, os Warriors conseguiram a virada. Fosse outro time, soaria como um feito fora da curva. Em se tratando de Golden State, é mais um dia de trabalho. As três viradas seguidas depois de estar 15 pontos atrás no placar são a maior sequência dos últimos 20 anos e soa absolutamente natural em se tratando do time que é. Desde os playoffs de 2017, os Warriors têm 7 vitórias e 6 derrotas quando atrás por esses 15 pontos ou mais.
Sabe quanto o resto da NBA tem? 12-146. Isso significa que o aproveitamento de Golden State é acima dos 50% e do resto da NBA é abaixo dos 10% – 7,6%, para ser mais preciso.
Ditos os fatos óbvios que muitos de vocês já sabiam e já devem ter lido no twitter, o que faz desse time tão potente em situações como essas? Claro, há o aspecto de ter Stephen Curry, Klay Thompson e um extremamente subestimado Draymond Green. Mas, para além disso e do intangível aspecto de coração de campeão e da cultura vencedora que logo falarei, temos aspectos dentro de quadra que são mais visíveis a olho nu.
Nas últimas três pós-temporadas, os Warriors têm 54 sequências nas quais fizeram 10-0 em cima do oponente. Segundo o ESPN Stats and Info, de longe é a melhor marca da NBA. Como você deve esperar, boa parte dessas sequências aconteceram no terceiro quarto, vulgo a hora que o bicho pega para Golden State. A diferença de pontos dos Warriors, em pós-temporada em um dado quarto, é de absurdos +1.329 – 500 a mais que o segundo colocado no quesito, os Rockets, que o fazem no primeiro. O terceiro da lista? Os Warriors em primeiro quarto, com +720. São 7 viradas dos Warriors, considerando os três últimos anos, estando 10 pontos atrás no placar ao início do terceiro quarto e estando à frente ao seu final.
Agora, o aspecto intangível.
Como disse acima, o Golden State Warriors não é puramente um exército de mercenários ou uma panela sem alma. Brinco, claro, que é uma panela – e isso obviamente deixa a NBA menos competitiva. Mas é impossível dar o braço a torcer em relação ao coração e à química entre os jogadores. O mérito de Steve Kerr também há de ser dado quanto a ajustes do segundo pro terceiro quarto, mas essas sequências de 10 pontos sem resposta e as 7 viradas que falei acima também acontecem porque há uma cultura estabelecida na Oracle Arena.
Enquanto outros times ficariam complacentes com um jogo fora de casa em série melhor de 7 e estando atrás por tantos pontos, os Warriors não querem saber de nada senão a total e completa dominância.
Poucas coisas, moralmente falando, demonstram isso como o poder de superação do time quando tão atrás no placar. Golden State pode não ser o "time do amor" para muitos. Mas, com certeza, é o time da virada.
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O Golden State Warriors espera o vencedor da série entre Toronto Raptors e Milwaukee Bucks pelo Leste e está nas Finais da NBA. Elas começam dia 30 de maio (quinta), ao vivo e exclusivo na TV paga na ESPN e Watch ESPN. Siga-me no twitter em @CurtiAntony e no instagram em @AntonyCurti.
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