Não existe amor ideal: constrói-se um – vide Kawhi e Raptors
Embora séries de televisão e filmes românticos indiquem que haja uma necessidade de se achar uma "pessoa certa" desde o início, prefiro acreditar que não é assim que as coisas funcionam. O romantismo, enquanto movimento cultural do século XIX, apresenta-se como manifestação da paixão em oposição à razão iluminista e ao realismo que lhe combateria no mesmo século. É a arte do ideal, da fantasia. Prefiro o realismo. Prefiro acreditar que um relacionamento não é moldado pelo início mas pela construção ao longo de momentos marcantes.
Foi um ano conturbado. Kawhi Leonard praticamente não jogou na temporada 2017-2018 pelo San Antonio Spurs. O futuro era incerto e, tal como um rebelde contra o governo local, foi exilado para outro país. Com opção de sair do contrato herdado pelo Toronto Raptors na troca, muitos achavam que a passagem de Kawhi pelo Norte seria apenas uma estadia curta. Uma pós-temporada depois e na final da Conferência Leste, o improvável casamento parece ter dado certo.
Momentos marcantes não faltaram na estadia de Leonard ao norte da fronteira.
Começo a acreditar – e a torcer – para que a permanência dele em Toronto vire realidade independente do que acontecer ao final da série contra o Milwaukee Bucks, pela final do Leste. Para além do buzzer beater em casa ou de roubar o Jogo 5 em Wisconsin, Kawhi tem números absurdos nesta pós-temporada: 51-44-88 resumem em estatística a beleza do jogo do ala. Os olhos para além dos números puderam testemunhar quantas vezes ele carregou o time nas costas nestes playoffs.
Como consequência e construção de uma pós-temporada histórica, o Toronto Raptors varreu as cicatrizes das varridas que lhe foram impostas. Pode até acontecer dos Bucks virarem a série e temos que respeitar um elenco que concorre para ser o melhor quinteto do leste – não por acaso tiveram a melhor campanha da temporada regular. Mas o poder de decisão de Kawhi pode ser o suficiente para que isso caia por terra. São sete jogos com pelo menos 35 pontos nestes playoffs e isso beira o absurdo.
Meu palpite no ESPN League da semana passada era de que Toronto venceria a série em 6 jogos. Na minha cabeça, considerando o que Kahwi vinha fazendo nesta pós-temporada, era plenamente factível que os Raptors roubassem um dos jogos em Wisconsin e pudessem fechar a série no Canadá. Foi o que aconteceu.
Os Raptors são favoritos para vencer o Jogo 6, segundo Las Vegas. O sábado será a primeira vez desde 1993 que uma equipe de Toronto poderá garantir presença numa final de liga – a última oportunidade foi com os Blue Jays garantindo vaga para a World Series, na qual eventualmente sairiam campeões. A boa notícia para o torcedor é que os Raptors conseguiram fechar as últimas quatro séries em casa quando assim tiveram a oportunidade. Nesta temporada, em duas vezes, contra Philadelphia e contra Orlando. Independente do que acontecer no sábado ou num potencial Jogo 7, é certo afirmar que o casamento entre Kawhi e os Raptors, por mais improvável que fosse e mais difícil de acreditar que daria certo em química, foi o ideal para ambos. Agora é ver o que acontece sábado.
Se depender do que Kawhi vem fazendo, é plenamente possível acreditar que o Norte representará o Leste contra o Golden State Warriors.
***
As finais da NBA começam no dia 30 de maio (quinta que vem), ao vivo e exclusivo na TV paga na ESPN e Watch ESPN. Siga-me no twitter em @CurtiAntony e no instagram em @AntonyCurti.
Não existe amor ideal: constrói-se um – vide Kawhi e Raptors
COMENTÁRIOS
Use a Conta do Facebook para adicionar um comentário no Facebook Termos de usoe Politica de Privacidade. Seu nome no Facebook, foto e outras informações que você tornou públicas no Facebook aparecerão em seu cometário e poderão ser usadas em uma das plataformas da ESPN. Saiba Mais.