10 histórias para acompanhar nas Finais da NBA
A partir desta quinta (30), ao vivo e exclusivo na tv paga na ESPN e Watch ESPN, começa a série final e decisiva da temporada 2018-2019 da NBA. O Golden State Warriors chega a mais uma final consecutiva - surpresa para ninguém, mesmo para quem acompanha a liga de vez em quando. Com a lesão de Kevin Durant, os Splash Brothers voltaram com tudo e aquele Warriors clássico que começou essa estrada de dominância no meio da década voltou a aparecer.
As finais, contudo, não se tratam apenas disso. Há diversas narrativas para ficarmos de olho a partir de quinta. Mesmo que haja uma varrida de Golden State - convenhamos, é algo que não podemos descartar - temos mais para assistir além da tendência da dinastia de Oakland/San Francisco continuar.
1) A importância do Jogo 1
Por ter tido campanha melhor na temporada regular, o Toronto Raptors tem mando de campo nessas finais. Isso significa que pela primeira vez na Era Steve Kerr o Golden State Warriors abrirá uma série final fora de casa. Ganhar o Jogo 1 é mais do que importante nesse sentido. Significa que haverá no mínimo 5 jogos e que a série volta para a Scotiabank Arena e para o Canadá. Ou seja: a chance de zebra depende muito do resultado desta primeira partida. Claro que o Jogo 2 também é em Toronto, mas perder o primeiro jogo pode indicar uma espiral negativa na parte psicológica do time dos Raptors. É como um jogo de truco, quando "fazer a primeira" dá moral e vantagem no resto.
2) Experiência vs Novidade
Kawhi Leonard já esteve lá e foi campeão com o San Antonio Spurs, mas a verdade é que estas finais tratam-se de um duelo da experiência no grande palco contra a novidade, que é o caso do Toronto Raptors. Criado como franquia de expansão da liga em 1995, junto do então Vancouver Grizzlies (hoje em Memphis) a equipe representa o "norte" e o Canadá pela primeira vez nas finais da NBA. É o primeiro finalista da liga que não joga nos Estados Unidos. A cidade tem um representante numa final de NFL/MLB/NBA/NHL pela primeira vez desde 1993, quando o Toronto Blue Jays foi bicampeão da World Series.
3) Kevin Durant vai voltar? Se voltar, que tal seu duelo contra Kawhi?
O estelar ala dos Warriors está fora do Jogo 1 e, a bem da verdade, o Golden State Warriors varreu o Portland Trail-Blazers na final do Oeste sem parecer que sentiu tanta falta assim de KD. É óbvio que sua presença fortifica o já absurdo elenco dos Warriors, mas o time é tão competente que consegue suplementar a ausência de um potencial MVP de finais como ele - como, aliás, já foi. É incerto que Durant voltará ainda nesta série, dado que ainda não começou a treinar. Embora não jogue na quinta, ele viajou com o time para Toronto, o que é uma boa notícia.
Falei mais aqui sobre a pós-temporada fantástica de Kawhi: Não existe amor ideal, constrói-se um - vide Kawhi e os Raptors
Quando/se voltar, resta saber quem o marcará. A tendência é que a missão seja dada a Kawhi Leonard. Para o azar de todos que amam um duelo como este, a outra vez que tivemos a chance de acompanhar isso acabou em um só jogo. Foi no Jogo 1 das Finais do Oeste de 2017, quando Leonard ainda estava no San Antonio Spurs - ele saiu machucado da partida após um pisão de Zaza Pachulia, agora em Detroit, e não voltou mais.
4) "Os outros" dos Raptors
A gente sabe o que esperar de Kawhi Leonard, vide sua pós-temporada fora de série neste ano. De toda forma, os "coadjuvantes" são ainda mais importantes nesta série. O Golden State Warriors, como bem disse Kobe Bryant neste vídeo, lhe força muitas vezes a marcar "3x3" e não simplesmente 1x1. Os corta-luz sem a bola são movimentos mágicos quando os Warriors giram a bola. Comunicação é mais do que importante.
Lowry, Danny Green & amigos têm papel mega importante para tentar marcar bem o perímetro e evitar que comece aquela chuva de três pontos que os Warriors são capazes de impor aos oponentes. Ainda, um destaque especial tem que ser dado a Pascak Siakam, ala que tem sérias chances de ser eleito MIP (Jogador que Mais Melhorou) nesta temporada. Siakam lembra, guardadas as proporções, o papel de Draymond Green na quadra. Sua capacidade de rebotes defensivos e dar a ignição de pontos fáceis na transição pode ser um ponto importante para os Raptors caso consigam a zebra.
5) Raptors na frente? Segura a emoção
Poucos times têm a capacidade de virar jogos como o Golden State Warriors. A franquia estabeleceu uma marca pra lá de incrível na série contra Portland. Foram três viradas seguidas depois de estar 15 pontos atrás no placar - a maior sequência dos últimos 20 anos - e soa absolutamente natural em se tratando do time que é. Desde os playoffs de 2017, os Warriors têm 7 vitórias e 6 derrotas quando atrás por esses 15 pontos ou mais.
Sabe quanto o resto da NBA tem? 12-146. Isso significa que o aproveitamento de Golden State é acima dos 50% e do resto da NBA é abaixo dos 10% – 7,6%, para ser mais preciso.
Leia mais: Nenhuma vantagem está a salvo contra os Warriors
Ditos os fatos óbvios que muitos de vocês já sabiam e já devem ter lido no twitter, o que faz desse time tão potente em situações como essas? Claro, há o aspecto de ter Stephen Curry, Klay Thompson e um extremamente subestimado Draymond Green. Mas, para além disso e do intangível aspecto de coração de campeão e da cultura vencedora que logo falarei, temos aspectos dentro de quadra que são mais visíveis a olho nu.
Nas últimas três pós-temporadas, os Warriors têm 54 sequências nas quais fizeram 10-0 em cima do oponente. Segundo o ESPN Stats and Info, de longe é a melhor marca da NBA. Falei mais sobre neste texto do blog. Ou seja: mesmo que os Raptors estejam à frente em qualquer um dos jogos da série, é bom não se emocionar. Se tem um time capaz de implodir vantagens, esse time é o Golden State Warriors.
6) Despedida da Oracle Arena
O Golden State Warriors despede-se de Oakland nesta temporada - por tabela, da Oracle Arena. Os Warriors jogarão seus últimos jogos lá antes de se mudarem para o Chase Center para a próxima temporada. Além de uma mudança de ginásio, é uma mudança de cidade, queira ou não. O time representa o norte da Califórnia e, mais especificamente, a região da Baía de San Francisco - na cidade em si jogou na década de 1960 e voltará para lá agora.
7) VanVleet seguirá sequência inacreditável?
Depois de um início de pós-temporada bem apagado, Fred VanVleet resolveu aparecer nesta pós-temporada nos três últimos jogos da série contra Milwaukee. Reserva e não draftado em 2016, VanVleet tornou-se um herói improvável na final da Conferência Leste ao ter 14/17 em três pontos durante os três jogos derradeiros - 82% de aproveitamento, algo surreal. A sequência coincide com o nascimento de seu filho, aliás.
Em termos estatísticos é um tanto quanto improvável que essa sequência siga contra os Warriors - pela qualidade defensiva do time e pela própria questão da "regressão à média" que se apresenta nos esportes.
8) Só Lakers e Celtics na frente?
Se o Golden State Warriors confirmar o favoritismo e vencer mais um título, junta-se ao Boston Celtics da Era Bill Russell como os únicos a terem quatro títulos em cinco anos - Boston venceu oito seguidos de 1959 a 1966, chegando a 10 finais seguidas no total. Falando em Celtics, apenas eles e os Lakers teriam mais títulos do que os Warriors se o Larry O'Brien for para a Oracle Arena.
Seria o sétimo título e quebraria o empate com o Chicago Bulls, que tem 6 - todos na Era Michael Jordan. Assim, Golden State seria o terceiro maior campeão da história da liga. Boston tem 17 e os Lakers têm 16.
9) "Vingança" da temporada regular?
Como disse no twitter, o fato de Toronto ter "varrido" Golden State na temporada regular não quer dizer tanta coisa assim. Primeiro que são dois jogos na série - entre oponentes de conferência distinta - e segundo que o jogo foi lá no início da temporada. O que ficou desses jogos? No primeiro, Kawhi Leonard teve 37 pontos e a equipe venceu mesmo com Kevin Durant tendo 51 pontos, sua maior marca no ano. O jogo foi para a prorrogação, vale lembrar - e Steph Curry não jogou.
No segundo, foi Kawhi quem não esteve em quadra - o time conseguiu superar sua ausência para quebrar uma sequência de 13 derrotas consecutivas na Oracle Arena. Curry jogou e fez apenas 10 pontos. Esse é o jogo que os Raptors querem que se repita. Lowry teve papel de protagonista e foi o cestinha de Toronto na partida, com 23 pontos. Agora ele precisa aparecer de novo.
10) Drake e as apostas malucas
Las Vegas conta com apostas para absolutamente tudo, inclusive em relação a Drake. Torcedor fanático dos Raptors e rivalizando com Spike Lee pelo título de "mala" oficial do courtside, Drake chegou até a fazer massagem no técnico Nick Nurse durante um dos jogos da série contra os Bucks.
Vegas têm apostas para todos os gostos, incluindo se Drake sairá na mão com um jogador dos Warriors, se ele estará presente no Jogo 3 - que é em Oakland - ou mesmo se a segurança vai lhe retirar do ginásio. Há também aposta para a "zica reversa". Conhecido como o "Mick Jagger" dos esportes americanos, Drake usa itens/roupas de um dado time e ele acaba sucumbindo na pós-temporada. Será que ele vai tentar zicar os Warriors usando algum item com as cores e logo dos Dubs? Cenas dos próximos capítulos.
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O Golden State Warriors enfrenta o Toronto Raptors em série melhor de 7 jogos a partir de quinta - em jogo o título da NBA. Você confere tudo ao vivo e exclusivo na TV paga na ESPN e Watch ESPN. Siga-me no twitter em @CurtiAntony e no instagram em @AntonyCurti.
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