Curti: Kershaw implode novamente em outubro e Dodgers são eliminados
O segundo home run veio no arremesso seguinte ao primeiro. Uma slider que em nada quebrou e em que muito facilitou a vida de Juan Soto. Veio a paulada, o ar saiu do Dodger Stadium e parece que o pesadelo se tornara real. Como depois de uma perseguição em um filme de terror, o algoz sorria e franzia as sobrancelhas ao pegar sua presa.
A presa novamente era Clayton Kershaw.
Um arremessador não pode ceder home runs em jogos decisivos e para o azar de Clayton, ele o faz com frequência em pós-temporada. Mesmo que os mais aficcionados pelo esporte defendam a técnica de Kershaw enquanto arremessador, fica um legado estranho para a carreira do outrora ace do Los Angeles Dodgers. Seu ERA é menor, na carreira, do que Sandy Koufax – discutivelmente o melhor arremessador da história da franquia. A quantidade de anéis, porém, também é. Depois de ontem, Kershaw soma 10 HRs cedidos em jogos nos quais o Los Angeles Dodgers enfrentava eliminação em pós-temporada.
Por muito tempo defendi Kershaw enquanto arremessador, mas a bem da verdade que desde 1969, quando a MLB criou a final de Liga e expandiu a pós-temporada a duas séries (a final de Liga e a World Series) a consistência pesou menos do que o poder de decisão. Pós-temporada ainda é o momento que o psicológico precisa aparecer mais forte e beira o inexplicável o que acontece com Kershaw em jogos como ontem – ainda, do jeito que foi.
"Tudo o que dizem sobre a pós-temporada é verdade", disse Clayton sobre suas performances em outubro. Depois do segundo home run, que empatou o jogo e fez com que entradas extras viessem no Jogo 5 de vida ou morte da NLDS, Kershaw colocou suas mãos nos joelhos e sabia que seu destino seria sair de campo e, muito provavelmente, a saída dos Dodgers da temporada após 106 vitórias.
Saiu. Isolado, ficou sozinho no dugout. Ninguém veio falar com ele, ele não foi falar com ninguém. Kershaw sabia que aquele provavelmente seria o fim. O mais talentoso, tecnicamente, arremessador do beisebol em sua geração mais uma vez falhou e a janela de um anel está se fechando – ele tem contrato até 2021 mas sua velocidade em bola rápida só diminui. Ainda, Walker Buehler, de 25 anos, tornou-se o ace da rotação.
É triste ver como o legado de Kershaw pode estar sendo sacramentado numa noite ruim e num final de série ruim. Os Dodgers jogavam em casa, tiveram oportunidades, saíram na frente. Implodiram novamente. Depois do empate cedido por Clayton, na décima entrada um grand slam de Howie Kendrick selou o pesadelo cujo final parecia ficar cada vez mais claro.
"Eu não vou superar isso", disse Kershaw após o jogo. Infelizmente, ninguém que lhe defendia também poderá.
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