Curti: Prévia World Series - com duas rotações fantásticas, qual será o diferencial?
O ano era 2001. Aquele era o primeiro evento com segurança redobrada desde o 11 de setembro. O New York Yankees, mesmo que por alguns minutos e horas, havia deixado de ser o time a ser odiado para ser o time dos Estados Unidos ante uma Nova York resignada com os atentados que sofrera um mês antes. A narrativa da World Series de 2001, entre Arizona Diamondbacks e New York Yankees, acabou mais versando sobre o 11 de setembro, o arremesso cerimonial de George W. Bush e a raríssima implosão de Mariano Rivera. Mas havia mais.
O conjunto de arremessadores abridores naquele ano era estelar. Do lado de Nova York, Roger Clemens, Mike Mussina e Andy Pettitte. Do lado de Arizona, Randy Johnson e Curt Schilling. Dois Cy Youngs (Clemens e Johnson já haviam vencido o prêmio de melhor arremessador), dois que ficaram no top 5 do prêmio (Mussina e Schilling). Ainda, Andy Pettitte foi o MVP da final da Liga Americana daquele ano – embora, no final das contas, o MVP da World Series tenha ficado entre Johnson e Schilling, dado que ambos combinaram para 4-0 e 1.41 de ERA naquela série mundial.
Desde 2001 não temos um conjunto de arremessadores abridores como teremos em 2019. Podemos até dizer que Justin Verlander e Gerrit Cole sejam a versão 2019 desse monstro de duas cabeças que os Diamondbacks tinham ao início do século. Mas não podemos esquecer dos demais. A World Series de 2019 tem 5 dos 10 arremessadores com mais strikeouts no beisebol: Cole, Verlander, Stephen Strasburg (6º), Max Scherzer (8º) e Patrick Corbin (10º). Ainda, de acordo com o Elias Sports Bureau, é a primeira World Series desde 1945 (Cubs-Tigers) que conta com seis dos 20 melhores arremessadores em ERA. (Gerrit Cole 3º, Justin Verlander 4º, Max Scherzer 8º, Zack Greinke 9º, Patrick Corbin 13º, Stephen Strasburg 16º).
Há inúmeras outras coincidências entre as duas rotações. Nationals e Astros são os dois times que mais gastaram quando contarmos os três principais arremessadores de cada rotação – que, veja, é o que importa para a pós-temporada. Ambas as rotações, ainda, são experientes – têm média de idade acima dos 30 anos. Os seis que você viu acima foram escolhidos nas duas primeiras rodadas do Draft da MLB.
Então, qual será o diferencial?A World Series de 2019 deve ter a melhor combinação de arremessadores abridores desde 2001. Os números são realmente fantásticos se consideramos o big 3 de Nationals e Astros. #MLBnaESPN pic.twitter.com/MaZjUOgdV1
— Antony Curti (@CurtiAntony) October 21, 2019
Bastões. Os Nationals tiveram momentos-chave ao longo dos playoffs. O ataque ajudou a virar o Wild Card, teve grand slam em jogo 5 contra o Los Angeles Dodgers e na primeira entrada do jogo derradeiro contra o St. Louis Cardinals, massacrou o coração do Missouri. A gente sabe o que esperar do lineup do Houston Astros, mas fica difícil prever com alguma certeza o que esperar de Juan Soto, Ryan Zimmerman, Howie Kendrick e o ótimo Anthony Rendon. Tenho boas expectativas dado o estrago que fora feito contra a boa rotação dos Dodgers, mas ante a força de Houston, fica ainda uma ligeira dúvida – e a vantagem ao ataque dos Astros.
Ainda, bullpen. Mas ainda mais: quanto tempo os abridores de Washington ficarão no montinho. Os Nationals entraram a pós-temporada como o pior ERA de um bullpen e há muito sabemos a capacidade que esse povo tem de espalhar a farofa – embora, sejamos justos, isso não tenha ficado exposto neste outubro, com boas atuações (na medida do possível) e Sean Doolittle & Amigos. Para os Astros, ter paciência no home plate e desgastar Scherzer, Strasburg, Corbin e etc será de vital importância – assim, o bullpen de Washington entra em campo mais cedo.
Mas, como sabem, eu não costumo ficar em cima do muro. Creio, sim, que os Nationals têm talento e consigam arrastar essa série para sete jogos – mas aí que reside o problema, porque em sete jogos a rotação vai pro vinagre de um jeito ou de outro. Carlos Correa, que vive uma senhora pós-temporada, resumiu bem o que esse Houston Astros é: o predador definitivo do beisebol. Com um Jogo 7 em Houston e um bullpen melhor, mantenho meu palpite de pré-temporada com o Houston Astros bicampeão da World Series.
A World Series de 2019 começa nesta terça, 21h, com transmissão de todos os jogos pela ESPN e Watch ESPN.
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