Curti: A mudança de Westbrook - dos três pontos para o garrafão
Em meados dos playoffs do ano passado no ESPN League, cheguei a dizer que Russell Westbrook era a materialização de um relacionamento tóxico para o Oklahoma City Thunder. De certa medida, isso ficou um tanto quanto comprovado durante a pós-temporada e na série derradeira contra Portland. Menos de um ano depois, quanta diferença estamos vendo nesse início de passagem de Russell em Houston.
Os Rockets comprometeram-se com uma ousadia que caminhava há um tempo para acontecer. Chegaram de vez na era do small ball ao trocar Clint Capela. O small ball foi "small" a tal ponto que o time de Mike D'Antoni não escalou um jogador mais alto do que 2 metros de altura nos últimos seis jogos. Há pontos positivos e negativos quanto a isso. O negativo é que existe um vácuo enorme no garrafão com PJ Tucker jogando, na prática, dentro do garrafão. Defensivamente falando, isso é temerário contra times altos - sobretudo se o ataque dos Rockets não compensar. Com Tucker na função, Houston cede 120 pontos por 100 posses - de longe, não é bom.
Do outro lado, há a parte boa da mudança. Russell Westbrook parece ter encontrado seu papel no time. Sai a figura do tijoleiro, com 30% de aproveitamento dos três pontos e entra a figura de um jogador que roda a bola e, sobretudo, está infiltrando mais. Westbrook tentou menos de cinco tiros de três pontos em 10 partidas seguidas. Russell vem liderando a liga em chutes feitos após a transição e em bandejas contestadas no período - a última estatística, em especial, demonstra esse comprometimento em infiltrar.
Ao mesmo tempo, ele está sendo mais seletivo nos três pontos. É fato que Harden, em aproveitamento, não vem no seu melhor momento justamente nesse quesito. Coisa que é mais do que natural numa temporada de 82 jogos e, que bom, está acontecendo agora em vez de abril ou maio. Mas alguém teria que pagar essa conta do espaçamento criado no small ball e, de certa forma, Harden o pagou nesse momento ruim que vive - que não necessariamente é algo que vai se carregar para os playoffs, dado que momentos quentes e frios são normais.
Mas, excetuando questionamentos defensivos e hardenianos, a boa fase de Westbrook é a boa notícia. E, em vez de simplesmente parecer uma questão de momento como o é de James, parece uma mudança sólida e com fundamentos. Vide que vem de algum tempo. Sabe quem lidera a NBA em pontos no garrafão desde 18 de janeiro? Antetokounmpo? Não, não é Giannis. É Westbrook, com 23.2. Giannis aparece em segundo, com 19.5.
A balança finalmente parecer ter equilibrado para o ex-Thunder. Nos primeiros 34 jogos da temporada, 12.2 pontos no garrafão por partida e 5 tiros de três por jogo. Nos 10 últimos, esses números viraram 23.2 (10 pontos a mais) e 1.4 - praticamente quatro tentativas a menos. A mudança e a melhora não garantem nada, sendo sincero. As forças angelinas parecem caminhar para o título do oeste - seja Clippers ou Lakers. Até porque o time ainda é de James Harden e, com a minutagem de banco diminuindo para todos os times nos playoffs, é natural que ele precise elevar seu nível.
Mas uma coisa já sabemos: Westbrook tem, finalmente, um papel definido nesse time. E o está fazendo muito bem.
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