Curti: Raheem Mostert encerrará greve kamikaze e conversa com os 49ers
Se Raheem Mostert tivesse lido A Arte da Guerra, de Sun Tzu, provavelmente não teria cometido a insanidade que cometeu neste mês de julho. O running back do San Francisco 49ers assinou contrato de três anos em 2019 mas, em meio a uma pós-temporada histórica, achou que não estava recebendo o suficiente.
Justo. Concordo com ele. As 220 jardas na final da NFC foram espetaculares – eu literalmente estava lá e pude admirar o que ele fez. O problema é que se você entra numa batalha sem saber que pode vencer ou sem mostrar conhecimento do inimigo (valeu Tzu) a chance de você perder essa batalha aumenta exponencialmente. Foi o caso de Mostert.
Ele ameaçou fazer greve um ano após renovar o contrato, num ano de pandemia, com as franquias não sabendo como ficará o teto salarial de 2021 – que é atrelado aos lucros da liga, os quais cairão por menos torcedores estarem presentes nos estádios – e sendo membro de um comitê de running backs. Ou seja: na posição mais fungível da liga, ele resolveu fazer greve e ameaçar não jogar justamente num time que utiliza do expediente de ter vários running backs. Não fez nenhum sentido.
Para piorar a situação, não é como se o mercado de running backs estivesse aquecido e tampouco como se nos últimos anos os times tivessem arriscado gastar escolhas de Draft para obter running backs grevistas. Le’Veon Bell e Melvin Gordon são dois exemplos: as franquias que contrataram os dois esperaram que eles virassem free agents em vez de gastar um capital que poderia e foi usado em outras posições. Calma, porque fica ainda mais complicado para Raheem: vale lembrar que antes de 2019 ele nunca produziu e que é um nome de quilate inferior aos outros dois que citei acima.
Realmente não fez sentido e Mostert acabou percebendo a lambança que cometeu. O San Francisco 49ers foi corretamente duro na queda e John Lynch, que fora jogador e sabe do riscado nesses momentos, não deu o braço a torcer como general manager do time. Ao running back, conforme o insider Ian Rapoport disse mais cedo nesta segunda em suas redes sociais, restou colocar o rabo entre as pernas e lavar a roupa suja com a diretoria do time para “seguir em frente”.
Mostert não tinha poder de barganha nenhum para fazer essa greve. O resultado era previsível e é mais uma demonstração do diminuto valor dos running backs na NFL de hoje. A outrora posição mais bem paga da NFL há 25 anos agora ficou como espectadora dos contratos de 50 milhões por ano dados aos quarterbacks. Mais do que nunca, a NFL é cada vez mais dos passadores.
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