Curti: Para os Dodgers, vale – e muito – manter Mookie Betts por 12 anos
Free agent em 2021? Nada disso. Mookie Betts foi trocado do Boston Red Sox para o Los Angeles Dodgers e chegou-se a cogitar que seria quase como um empréstimo. Afinal, Betts seria free agent no final desta temporada e demandaria um contrato alto. Será que os Dodgers iriam renovar?
Renovaram. A peso de ouro, diga-se. Conforme nosso colega da ESPN americana Jeff Passan reportou ontem à noite, Los Angeles assinou por 13 anos e 392 milhões de dólares com Betts. Como se sabe, os contratos são 100% garantidos no beisebol – em oposto à NFL. Isso faz de Betts o segundo maior contrato da história do esporte. À sua frente, o mesmo jogador com que ele competia pelo prêmio de MVP da Liga Americana, Mike Trout (426,5 M totais).
A maior média salarial não é de Trout, fica com Gerrit Cole, arremessador que recém assinou com o New York Yankees a 36 milhões – Trout vem logo atrás, com 35,5. Já Betts? Não chega no top 5, de acordo com a lista do ESPN Stats and Info. Mookie tem agora uma média de 30,2 milhões.
Ok, mas vale?
Se você é torcedor do Boston Red Sox, deve achar essa pergunta ofensiva. Betts é um rebatedor top 10 do beisebol, um defensor top 10 do beisebol e tem apenas 27 anos. Ele faz tudo bem. É lógico que vale.
Uma das melhores estatísticas para se medir valor no esporte é o wins above replacement – grosso modo, quantas vitórias o jogador contribui a mais ou a menos em relação a um substituto mediano. A expectativa do Baseball Prospectus para 2020 é que Betts novamente esteja no patamar de elite nessa estatística, contribuindo com um WAR na casa das 6 vitórias.
Se compararmos a WAR de Betts com outro outfielder caro do beisebol, Bryce Harper, ele dá de lavada se pegarmos as seis primeiras temporadas da carreira. 41 a 26. Mike Trout está ainda mais acima, com 47. Mas só o fato de compararmos Mookie a Trout, o melhor jogador do esporte, já diz muita coisa.
O ESPN Stats and Info, no pacote de pesquisa que nos envia, foi além e comparou esses números a lendas do esporte. Ted Williams (Red Sox) lidera o ranking de WAR nas seis primeiras temporadas com 54,2 – logo atrás, vem Trout. Betts aparece em sétimo e à frente de Barry Bonds e Mickey Mantle. Não é qualquer coisa.
Agora vai?
O Los Angeles Dodgers venceu a Liga Nacional em duas oportunidades desde seu último título de World Series, em 1988 e ruiu diante de Houston e Boston (de Mookie Betts) em 2017 e 2018. Depois, no ano passado, um apagão mesmo tendo a melhor campanha da temporada na MLB, com 106 vitórias.
A tendência é que Mookie e Cody Bellinger estejam juntos por mais tempo – Bellinger, atual MVP da Liga Nacional, não é free agent até pelo menos 2023, tendo possibilidade de arbitragem até lá. Com os dois e uma das melhores rotações do beisebol, Los Angeles deve seguir dominando a NL West. A expectativa, porém, é maior: trazer o troféu de volta para Chavez Ravine pela primeira vez em mais de 30 anos.
E é justamente por conta disso que a duração do contrato não é temerária como em outros contextos. 12 anos para um atleta de 27 – com ele estando com 39 ao final dos contrato – parece preocupante. Ainda mais se considerarmos que o atleticismo é um elemento pra lá de importante para o jogo de Betts. Mas não estamos falando de qualquer jogador e, sobretudo, de qualquer time. Como dito, os Dodgers não vencem uma World Series desde 1988. Manter Betts e Bellinger por mais 4 anos, ao menos, é um sinal forte de que o time chegará ao menos à final da Liga Nacional nesse período.
Ao mesmo tempo, dificilmente Betts renovaria por duração menor. Então, é como passar a conta no cartão de crédito. Se depois dessa "compra" o Commissioner's Trophy estiver com os Dodgers, não será problema continuar a pagar essa conta em 2030.
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