Defesa de Miami consegue parar Kyler Murray e os Cardinals?
"Ah mas Miami pegou o vento". Calma, não é bem assim. Quando um time passa muitos anos no fosso, normal que quando melhore gere desconfiança e desculpas para tanto. Geralmente, costuma ser demérito do adversário e não mérito da equipe em si. Normal.
Mas precisamos desmitificar essa narrativa logo quando o assunto é o Miami Dolphins. A equipe não pegou só o vento. Pelo contrário, aliás: teve partida contra Buffalo em setembro – num momento em que Josh Allen colocava-se na conversa por MVP – e Russell Wilson duas semanas depois, dando trabalho ao quarterback do Seattle Seahawks. Na semana passada, veio a afirmação contra o sólido ataque do Los Angeles Rams sendo que antes haviam dinamitado os 49ers e forçado os Jets a 0 pontos.
Em meio a tudo isso, a defesa dos Dolphins é a melhor da NFL em menos pontos cedidos/jogo. 18.57. Do outro lado, Kyler Murray apresenta-se como um canivete suíço. Ele faz tudo. Murray entrou a semana 8 (folga dos Cardinals) como top 15 da NFL em jardas passadas, touchdowns passados, jardas corridas e touchdowns corridos – a última vez que isso aconteceu, segundo o ELIAS Sports Bureau, foi com o pioneiro Randall Cunningham em 1990. Como parar isso?
Marca como? Homem-a-homem ou em zona?
Essa é a grande pergunta. A impressão que eu tinha pelo tape era que Kyler Murray tinha números piores contra a marcação individual se considerássemos os mesmos números contra a marcação em zona. De fato são piores, mas muito pouco. Veja em 2020, segundo o ESPN Stats and Info:
Indiv. Zona
Comp pct 64% 70%
Yds/att 7.3 7.5
TD-Int 8-3 5-4
Mas se os números são piores, por que não marcam mais homem-a-homem? Boa pergunta também. Porque em zona, um defensor fica responsável por uma dado setor do campo, olhando para o quarterback – o que diminui o risco de que ele vença a defesa com as pernas. Em marcação individual, com exceção a dados safeties marcando em zona, não há tanta gente olhando para o quarterback. Isso permite que haja raias de corrida para quarterbacks móveis. Nesse sentido, Miami tem uma missão interessante para pensar. Nenhum quarterback recebe menos marcação individual do que Kyler Murray nesta temporada, com 33,7%.
Os Dolphins estão marcando menos em homem-a-homem nesta temporada em relação ao ano passado. Com Brian Flores sendo da árvore de treinadores de Bill Belichick, natural que a marcação individual esteja sendo o foco de Miami – mas neste ano foi em 53%, 14ª da liga, contra 61%, 4ª da liga. Ou seja, mais equilibrada nesse sentido. Marcando individual, porém, a defesa dos Dolphins é a melhor da liga em rating cedido ao quarterback oposto.
Outro ponto interessante é saber quem vai marcar DeAndre Hopkins
Os números de Kyler Murray são bem melhores – nenhum demérito dele, isso é o óbvio – quando passando em direção a DeAndre Hopkins, principal recebedor dos Cardinals e principal reforço da equipe em relação à temporada passada. Passando para ele, Murray tem 78% de passes completos, 9,64 jardas por tentativa e razão de 3 em TD/INT. Para os demais recebedores, 70%m 7,14 e 1.67 na razão TD-INT.
Do outro lado, Xavien Howard tem 4 interceptações nesta temporada e vem sendo um dos melhores cornerbacks de 2020. Howard não está estrito a um recebedor nesta temporada, mas tem uma boa parcela cobrindo os principais recebedores do oponente. Contra Seattle, por exemplo, marcou DK Metcalf em 30 rotas. A tendência é que ele fique mais em Hopkins, então este é um duelo importante para assistirmos no domingo.
Miami Dolphins vs Arizona Cardinals tem transmissão do FOX Sports às 19h no domingo (em andamento). Comento a partida e você pode participar pela hashtag #NFLFoxSports
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