Sobreviventes dos atentados da Maratona de Boston concedem a primeira bolsa de estudos para a BCS
Nessa semana, estive pela primeira vez em Boston, nos Estados Unidos, e fiquei encantada com a cidade, um lugar charmoso, que apesar do tamanho, preserva um pouco do ritmo "slowdown", o tempo passa devagar nas ruas cobertas pelas folhas do finalzinho do outono.
Com inúmeros pontos turísticos para visitar e atrativos, Boston faz parte de um capítulo importante da história dos Estados Unidos, a cidade foi palco da Revolta do Chá, quando um grupo de colonos britânicos disfarçados de índios entrou num barco da Companhia das Índias e atirou a carga, sacos de chá, para o mar. Eles protestavam contra uma lei do Parlamento em Londres que subia o imposto sobre o chá, por considerarem que só os seus representantes podiam aprová-la.
O episódio emblemático abriu o caminho à revolução americana. Dois anos depois, no mesmo local, começaria a guerra pela independência. Boston é também a rota de universitários, faz fronteira com Cambridge, onde estão renomados MIT e Harvard.
Durante os dias em que estive na cidade, entre idas ao Quincy Market, mercado gastronômico, belos parques e bares com jazz e muito blues, uma manchete do jornal local (eu adoro ler jornais das cidades que visito) chamou a minha atenção: falava sobre uma bolsa concedida para estudar no Boston College.
Bem, essa poderia ser uma história qualquer, alguém que recebe uma bolsa como recompensa pelo esforço nos estudos, mas essa notícia tinha um lindo roteiro envolvido...era sobre como transformar um ferida aberta há 4 anos em recomeços.
Em 2013, Boston foi cenário de filme de terror da vida real, dois atentados durante a conhecida Maratona que acontece no lugar deixaram três mortos e mais de 200 feridos com a explosão de duas bombas. A maioria das vítimas daquele triste capítulo teve sequelas no corpo, com amputações de membros, mas também marcas psicológicas. Sabemos, é algo muito traumático estar diante de cenas tão terríveis, a morte, o choro, o desespero, as perdas...uma dor difícil de superar.
Depois da tragédia, a cidade se mobilizou de diversas maneiras, alguns fundos foram criados para arrecadar quantias em dinheiro que pudessem ajudar as vítimas dos atentados, por exemplo, entre essas mobilizações, a educação, símbolo de Boston e arredores, representou a possibilidade de oferecer bolsas em memória àqueles que partiram ou que, felizmente, sobreviveram.
Em homenagem a um companheiro de classe, Patrick Downes e a esposa Jessica Kensky, a turma de 2005 do BC arrecadou cerca de 250 mil dólares para uma bolsa de estudo que desse preferência para um estudante com necessidade financeira comprovada e uma deficiência física; para um aluno que tenha qualidades como compaixão e que preste serviço à comunidade; ou um estudante que tenha superado uma adversidade.
Patrick Downes e Jessica Kensky, os dois sobreviventes, tem dado um bravo exemplo de recomeço. E, agora, anos depois do atentado, premiam um outro tipo de sobrevivente: eles escolheram Jack Manning para receber a "Boston College Scholarship Strong" pela perseverança diante das adversidades. Manning, há dez anos, perdeu a perna por conta de um câncer, desde então se tornou voluntário para apoiar e orientar jovens pacientes em situações similares.
A tragédia que transformou a vida do casal fez com que eles passassem também a se envolver diretamente com outras histórias de pessoas que passaram por traumas. Eles tem usado a influência e a experiência na causa para buscar melhores condições para amputados que precisam de suporte.
Impressionante como histórias se cruzam e como temos diante de nossos olhos diariamente exemplos de superação. Patrick, Jessica e Jack são inspiradores. Ah, os três ainda praticam esportes e isso é mágico!
Sobreviventes dos atentados da Maratona de Boston concedem a primeira bolsa de estudos para a BCS
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