Serena Williams é gigante como Muhammad Ali e Michael Jordan
As palavras não são minhas, embora concorde plenamente: não precisamos esperar o tempo passar, assim como Jordan e Ali, Serena é grande, isso já é um fato. Mas foi Spike Lee quem comparou a tenista as lendas do esporte, no Arthur Ashe Stadium,
Lee, produtor e diretor norte-americano, acompanhou os jogos do US Open e falou que ao olhar para Serena lembra de gigantes:
“Estou olhando para Jordan, estou olhando para Ali, (Joe) Namath, Jim Brown, nós conseguimos ver essas pessoas, é incrível".
É claro que o cineasta se referia a importância esportiva que Serena tem ao compara-la a ícones, mas de certa forma Lee fazia referência também ao que vai além de uma competição: era sobre a voz de Serena, a sua representatividade. Não por acaso, uma mulher negra que ocupa o posto de uma das celebridades mais relevantes do planeta.
Lee, também negro, é considerado o cineasta que colocou o dedo na ferida ao levar para Hollywood a temática racial, o preconceito com negros e a questão tão latente nos Estados Unidos. Ativista e frequentemente defensor público da causa, fez essa menção à Serena justamente na semana em que o lançamento de uma campanha comemorativa da Nike colocou o racismo em pauta globalmente. E, Serena, claro, mais uma vez, teve voz com uma declaração de total apoio a marca envolvida e a Kaepernick.
A Nike escolheu o jogador Colin Kaepernick (da NFL) para estrelar a campanha que tem seu rosto estampado acompanhado da frase: “Acredite em algo. Mesmo que isso signifique sacrificar tudo”.
Sim, Colin Kaepernick, aquele que, em 2016, ajoelhou-se durante o hino nacional dos EUA em protesto contra injustiça racial e a violência policial contra negros no país. Pela atitude, conquistou a admiração de muitos, mas também despertou a ira do homem mais importante dos Estados Unidos: o presidente Donald Trump, que chegou a exigir que o atleta fosse punido e demitido na época. Agora, a escolha do ex-quarterback do San Francisco 49ers, sem clube desde 2016, reacendeu a questão, críticos raivosos viralizaram vídeos em que queimavam produtos da Nike e sugeriram um boicote à marca. As ações da empresa chegaram a sofrer uma desvalorização na bolsa de valores.
No contra-fluxo, uma hasghtag (#ImKaepernick) de suporte esteve entre as mais mencionadas nas redes sociais, outras milhares de mensagens de apoio chegaram à Kaepernick, entre elas, a de Serena, que no Twitter disparou: “Especialmente orgulhosa de fazer parte dessa família (Nike) num dia como o de hoje”. Na coletiva de imprensa no US Open, Serena fez questão de dizer que todos deveriam estar gratos ao que tem feito Colin Karpernick, alguém que realmente está procurando por mudanças sociais, como frisou.
Foi mais uma aula de Serena Williams lembrando que não é apenas esporte. É mais. É espelho social. É reflexo de tudo que acontece fora das quadras, dos gramados, dos tatames, seja lá onde for, é retrato do que ocorre a todo instante. E essas vozes devem ser ouvidas, respeitadas.
Vem aí mais uma semifinal na carreira da norte-americana que o mundo tão bem conhece: ela chega a semi de número 36 em Grand Slams na carreira. Em busca de um novo feito. Em Nova Iorque, nos Estados Unidos, a mãe que disse “Sim, eu posso continuar jogando em alto nível”, a mulher que não se deixa intimidar com o veto do que vestir e responde com a elegância/sutileza de um tutu de balé como uniforme, tem sido grande, em todos os sentidos. Na última terça-feira, saiu atrás, incomodada, derrotou Karolina Pliskova, número 8 do mundo, num daqueles jogos especiais, sabia o peso que tinha jogar no Queens. Não vibrou em quase uma hora e meia de partida, embora contasse com o incentivo da plateia. Sentiu-se “cobrada”, sofreu, mas venceu. Foi “serena” para conduzir a primeira vitória diante de uma TOP 10 desde que Olympia nasceu. Um salve para esta mulher!
Fonte: Bibiana Bolson
Serena Williams é gigante como Muhammad Ali e Michael Jordan
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