Abel Ferreira briga mais pelo Palmeiras do que o sonolento presidente Maurício Galiotte
Gosto da garra do técnico português Abel Ferreira. O comandante do Palmeiras é quase uma voz solitária na desorganização do futebol brasileiro. Ele não vai mudar o mundo, mas briga e opina em suas observações sobre o que acredita estar errado. E está mais do que certo!
O Verdão disputou nessa sexta-feira (19) no empate por 1 a 1 contra o São Paulo, no Morumbi, o seu jogo de número 75 da temporada. Independentemente da pandemia do novo coronavírus, que mudou a estrutura do futebol mundial, a realidade vivida pelo clube alviverde é absurda.
E se torna mais absurda quando o vice-presidente da CBF Francisco Novelletto, um conhecido "pavão" que gosta de polemizar, declara para a Rádio Bandeirantes que a culpa é do próprio Palmeiras em querer ganhar tudo. Ironia ou não, uma declaração no mínimo ridícula de um dirigente que deveria defender os interesses dos clubes brasileiros.
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“Quem mandou querer ganhar tudo? Vê se o presidente do Palmeiras abre mão. Ele não é obrigado a jogar, mas quer ganhar. Pode abrir mão, não é obrigado. Quer fazer caixa, ganhar prêmio da CBF, de quem patrocina os campeonatos", disse o VP da CBF.
Ousado, o dirigente da CBF, ex-presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), foi além e completou o pensamento equivocado.
“Pagaram R$ 90 milhões para a Copa do Brasil, na Libertadores, 20 milhões de dólares. É tudo assim e eles não são obrigados. Quem mandou ganhar? Ganha só metade para não ter problema”, completou o cartola.
Declarações vergonhosas e que parecem até clubísticas. De alguém que torce para outro time e está com inveja. Os clubes precisam de dinheiro para sobreviver. Quem tem que cuidar do calendário é a CBF e não “pagar” apenas prêmios.
E quem paga o pato? O técnico Abel Ferreira! O cara que deveria cuidar apenas do futebol dentro de campo, precisa nas entrevistas coletivas apontar os erros dos incompetentes cartolas. Ano após ano, nada muda!

O treinador europeu falou diversas vezes sobre o excesso de jogos, um assunto que incomoda o seu e outros times. Ainda mais com a péssima campanha apresentada no Mundial de Clubes da Fifa.
"Não sei quantas equipes no Brasileirão tiveram isso: jogam, recuperam e no terceiro dia jogam outra vez. Eu volto a dizer: isso não existe em lado nenhum, só no Brasil. As pessoas que organizam e tomam conta da marcação dos jogos têm que ter coragem para tomar decisões", disse o indignado Abel Ferreira.
As críticas do treinador do Palmeiras não param por aí.
O presidente Maurício Galiotte se mostrou mais uma vez omisso. O dirigente do Verdão tinha a obrigação de aparecer na entrevista coletiva após o empate com o São Paulo e defender o seu clube. O que o dirigente da CBF falou é muito sério, sendo ironia ou não. Galiotte acatou em silêncio. O prejuízo será dele.
Esse excesso de jogos na temporada atrapalhou o Palmeiras. O clube poderia ter brigado pelo título do Brasileirão e abriu mão do campeonato para a conquista da Libertadores e a disputa do Mundial.
Campeão do Paulista, da Libertadores e agora na briga pela Copa do Brasil contra o Grêmio nos dias 28 de fevereiro e 7 de março, o Verdão segue a sua saga de jogar a cada três dias. Na próxima segunda (22), receberá o Atlético-GO pela penúltima rodada (37ª) do Brasileirão.
Enquanto isso, o técnico Abel Ferreira tomou o terceiro cartão amarelo no empate contra o São Paulo, indignado por uma marcação de pênalti convertido por Luciano, e não estará em campo para comandar o Verdão.
O empate com o São Paulo manteve Abel Ferreira invicto em três jogos nos clássicos paulistas. Desde que chegou ao Verdão, no início de novembro do ano passado, goleou o Corinthians por 4 a 0 no Brasileirão e conquistou o título da Libertadores ao vencer o Santos por 1 a 0, no Maracanã.
O duelo contra o Tricolor do Morumbi não valia nada, mas ele encarou o clássico como um confronto importante e eliminou a chance matemática do rival buscar o título no Brasileirão.
Torcedor, você quer técnico melhor do que esse?
Se os dirigentes não brigam pelo Palmeiras, pelo menos tem um treinador que cumpre muito bem a função.
Ou eu levei muito a sério a declaração de um cartola da CBF, a entidade privada que cuida com desdém do nosso maior patrimônio?
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