O título do eficiente Sampaio Corrêa contra um apático Bahia na Fonte Nova
Cinquenta e dois minutos do segundo tempo. O árbitro apita o final do jogo na Arena Fonte Nova, e os jogadores do Sampaio Corrêa caem no gramado. Extenuados, comemoram o título da Copa do Nordeste depois de segurar o Bahia por mais de 180 minutos. Sai do confronto sem levar um gol sequer.
O Nordestão foi conquistado pela equipe que mostrou mais equilíbrio. O Sampaio Corrêa, dono de uma defesa sólida, sofreu apenas quatro gols em toda a competição. Nos mata-matas, levou apenas um gol do ABC, no Frasqueirão. Segurou as defesas de Vitória e Bahia, equipes que disputam a Série A do Campeonato Brasileiro. Uma conquista que não foi à toa.
O time maranhense, inclusive, conseguiu algo inédito no Brasil: conquistar dois títulos regionais por regiões diferentes. Em 1998, faturou a Copa Norte ao bater o São Raimundo-AM na final. Vinte anos depois, realiza o maior feito da sua história, que já conta com os títulos das séries B, C e D do Brasileirão.
O técnico Roberto Fonseca, que em seu currículo tinha como maiores conquistas os campeonatos alagoano (2012) e mato-grossense (2017), apostou no sistema defensivo para ser campeão do Nordeste. A solidez na retaguarda teve como protagonistas os zagueiros Joécio e Maracás e os volantes William e Diego Silva, além do goleiro Andrey, melhor jogador da competição. Com laterais que pouco apoiam, apostou nas bolas longas e na velocidade de João Paulo e Danielzinho, os motores do time. Nas bolas paradas, conseguiu ser letal – foi na cabeçada do centroavante Uilliam, no primeiro minuto do jogo em São Luís, semana passada, que o Sampaio Corrêa construiu o seu título.
Melhor do Nordeste, o Sampaio terá a chance de entrar nas oitavas de final da Copa do Brasil de 2019, eliminando cinco fases da competição. Além do título, uma grande vantagem para uma equipe que precisa fazer deslocamentos continentais para sobreviver no duro calendário do futebol brasileiro.
As justificativas do Bahia
O técnico Enderson Moreira abraçou dois discursos que praticamente antecipavam o fracasso do Bahia na decisão da Copa do Nordeste. Além de afirmar que tem pouco tempo de clube e por isso não conhece o elenco com profundidade, sofreu com uma série de lesões que prejudicaram a montagem do time. Meias verdades, mas que não indicam exatamente o que foi o tricolor baiano nos jogos contra o Sampaio Corrêa.
Enderson, bem assessorado pelo auxiliar do clube, Cláudio Prates, além do suporte departamento de Análise de Desempenho, tinha todas as ferramentas para escolhar a melhor equipe para os 180 minutos. No jogo final, na Arena Fonte Nova, contou com jogadores que se recuperaram de lesões, a exemplo de Júnior Brumado, Marco Antônio e Edigar Junio, titular na partida. O que se viu, na verdade, foi uma equipe que perdeu as suas virtudes e potencializou seus defeitos.
Mesmo quando convivia com desfalques, o Bahia mantinha a sua característica: posse de bola no campo ofensivo, marcação alta, rápida compactação defensiva e transições ofensivas velozes. Na Fonte Nova, estádio onde o tricolor aplica melhor o seu jogo, os pontos fortes do time eram vistos sem maiores dificuldades. Porém, desde que Enderson assumiu, o tricolor manteve uma postura diferente: lentidão nas transições, poucas triangulações e infiltrações na área adversária, muitas ligações diretas e baixo índice de finalizações no alvo.
Neste sábado, o time mais eficiente, mais disciplinado taticamente e com mais vontade de vencer foi o campeão. Uma lição para o Bahia, que apresentou uma apatia que pode lhe trazer muitas dificuldades na Copa do Brasil, na Copa Sul-Americana e no difícil Campeonato Brasileiro, mesmo tendo, ao seu favor, uma espetacular atmosfera dentro e fora da Arena Fonte Nova.
Fonte: Elton Serra, blogueiro do ESPN.com.br
O título do eficiente Sampaio Corrêa contra um apático Bahia na Fonte Nova
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