NBA: Os Knicks garimparam no fim do draft um gigante para o futuro, e aos 20 anos ele talvez já seja o defensor mais temido da NBA
Se você não vê um jogo do New York Knicks há tempos, eu te entendo. Faltam estrelas, falta competitividade, são raras as partidas disputadas...
Contra as indicações, eu assisti a um bom número nessa temporada, e vou contar um negócio: Mitchell Robinson.
Na cultura de perder para conseguir boas escolhas de draft há alguns anos, os Knicks erraram bastante nos jogadores selecionados. Vamos relembrar os cinco anos anteriores à 2018:
- 2013: Tim Hardaway Jr
- 2014: Cleanthony Early e Thanasis Antetokounmpo
- 2015: Kristaps Porzingis
- 2016: Suas escolhas foram para outros times em trocas
- 2017: Frank Ntilikina, Damyean Dotson e Ognjen Jaramaz
Mas tudo indica que 2018 foi um ano diferente, e na segunda rodada eles acharam o jogador perfeito para um time que quer vencer.
O pivô foi a 36ª escolha do draft e, após um ano sem disputar uma partida oficial, já é uma das mais importantes peças do time para o futuro.
Sim, ele ficou um ano sem jogar - mas não por lesão. Diferentemente da maioria esmagadora, Robinson não quis ir para a universidade, e ficou treinando um ano entre sair do Ensino Médio e entrar na NBA - por isso alguém com seu potencial caiu para tão baixa escolha. Saindo do Colégio, o jogador era um "recruta 5 estrelas" e um dos 10 jogadores mais bem cotados no país.
O novato tinha se comprometido a jogar pela universidade de Western Kentucky e treinou com a equipe por duas semanas, mas após alguns problemas decidiu sair. O novato foi o primeiro jogador a entrar na NBA sem ter jogado em nenhuma faculdade, nenhum time profissional ou colegial durante um ano inteiro antes de seu draft.
Os Knicks arriscaram e acabaram selecionando um "frango sem cabeça", como disse Jonathan Wasserman em uma matéria. O garoto tem muito potencial e muita energia. Nem sempre está no lugar certo e ainda comete muitas faltas - mas essas são coisas que vão ser ajustadas ao retomar o ritmo de jogo que ele perdeu no último ano.
Toco, enterrada e "só"
Os Knicks começaram a temporada com Enes Kanter sendo o principal pivô da equipe; depois de trocas durante o ano, perderam o turco e receberam DeAndre Jordan - ou seja, Mitchell Robinson não tem tantos minutos em quadra: para ser preciso, apenas 18,9 em média por jogo.
Em tão pouco tempo jogado, o pivô já acumula algumas façanhas defensivas, ainda mais notáveis para um garoto de 20 anos:
- Média de 2,42 tocos por jogo (3º na NBA)
- Média de 6,14 tocos a cada 48 minutos jogados (1º na NBA)
- 10,6% de aproveitamento em tocos (Maior % de um calouro na NBA desde 1946)
- 13 tocos em arremessos de três pontos (1º na NBA)
Com 2,16m de altura e 2,24m de envergadura, Mitchell Robinson está com números que o colocam em um seleto grupo ao lado de Shaquille O'Neal e Kevin Garnett. Os três são os únicos calouros da história da NBA a ter mais de 23 partidas seguidas dando um toco por jogo. Atualmente, ele tem 25 partidas seguidas com toco, e 16 seguidas com dois ou mais.
Equacionando seus números por minutos em quadra, sua temporada se torna ainda mais assustadora. Por exemplo: ele é o líder em tocos de arremessos de três pontos na Liga, e jogou pouco mais de 900 minutos. Jrue Holiday e Ben Simmons estão na cola dele, mas ambos já jogaram mais de 2.000 minutos na atual temporada.
No ataque ele também não passa batido:
- Média de 3,5 enterradas a cada 36 minutos (4º na NBA)
- Só deu um arremesso fora do garrafão na temporada.
Em uma NBA que se revoluciona cada vez para mais longe da cesta, Mitchell Robinson é o "pivô raiz". Defende muito, dá tocos, pega rebotes e completa pontes aéreas - e é isso.
Tal estilo de jogo pode parecer uma fraqueza, mas talvez seja exatamente a necessidade dos Knicks. Sonhando com Kevin Durant e Kyrie Irving, ter achado um jogador como Rudy Gobert ou Clint Capela pode ser a peça chave para um time que quer vencer.
Em 2019, o time de Nova York terá mais uma escolha alta de draft e muito espaço no teto salarial para contratar duas estrelas. E de quebra, buscando dias melhores, terá Mitchell Robinson.
Fonte: Pedro Suaide
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