'Quem eu quero não me quer': a melancólica realidade dos Knicks e o fio de esperança para um futuro melhor
Andre Iguodala estava certo: ninguém vai para os Knicks (ou quase).
O domingo que abriu o mercado da NBA dividiu Nova York entre euforia e tristeza. O Brooklyn vibrou sem parar quando viu que Kevin Durant e Kyrie Irving seriam os novos jogadores dos Nets. Já o lado azul e laranja...
Nada é por acaso. James Dolan é dono de um time que acumula fracassos ao tentar assinar estrelas. Esse ano parecia ser diferente, mas não foi.
Kristaps Porzingis não queria ficar nos Knicks e pediu para ser trocado. Dentre as opções, apareceu o Dallas Mavericks, que aceitou receber junto os altos contratos que o time de Nova York tinha. Assim, os Knicks abriram espaço para oferecer dois contratos máximos a duas estrelas e também se colocaram em posição favorita a ter a primeira escolha do draft: ou seja, Zion Williamson.
Os boatos começaram a crescer e Kevin Durant e Kyrie Irving eram colocados, dia sim dia não, nos Knicks. Jogadores como Jimmy Butler e Kawhi Leonard também foram especulados. Os torcedores criaram esperanças.
Veio o draft e os Knicks tiveram a terceira escolha (adeus, Zion). Chegou o domingo, o mercado abriu e os Knicks, que tinham espaço para dois contratos máximos, sequer ofereceram tudo o que podiam para Kevin Durant, um dos 20 maiores jogadores da história da NBA. Parte é culpa da sorte, mas James Dolan não se ajuda.
Nos últimos muitos anos, os Knicks quiseram muita gente. LeBron James foi especulado em NY muitas vezes, mas todas as vezes que teve chance, não quis. Durant não quis. Kyrie não quis. Porzingis foi draftado pela franquia, cresceu lá... e também não quis.
Carmelo Anthony chegou em 2011 via troca com Denver, ou seja, não teve escolha. Entretanto, foi a única estrela a vestir a camisa e representar a apaixonada torcida do Madison Square Garden.
James Dolan, em 2019, mostrou incompetência mais uma vez.
Os Knicks tinham um plano e moveram o mundo pensando nele: duas estrelas. Entretanto, a decisão é dos jogadores, e eles não quiseram.
Até 2012, os Knicks reinavam em Nova York. Eram a única franquia da maior cidade mais famosa do mundo. Então, chegaram os Nets, que foram competitivos em algumas temporadas, assim como os Knicks, e desde então ambas equipes foram patéticas. Agora, o dono da cidade vive no Brooklyn. Já não bastasse não ter Durant e Kyrie, será necessário vê-los jogando no outro time da cidade.
Isso gera uma pressão diferente a todas as que Dolan sentiu. Com Durant e Kyrie vestindo preto e branco, os holofotes estão virados para os Nets, as crianças vão se imaginar jogando no Barclays Center e por aí vai.
Apesar de ninguém querer os Knicks, entretanto, nem tudo é choro. Dentro de quadra, pela primeira vez em anos, o futuro parece promissor - o que parece difícil de engolir quando o presente é o que é.
O treinador David Fizdale é muito respeitado dentro da NBA. O núcleo jovem da equipe é um dos melhores da liga. Na última temporada, chegaram Kevin Knox, Mitchell Robinson e Allonzo Trier. Na troca de Porzingis, veio Dennis Smith Jr. No último draft, veio RJ Barrett, que tem potencial de se tornar uma estrela. E quando os torcedores secaram as lágrimas pela não chegada de nenhuma estrela, veio Julius Randle – também jovem, que provou seu potencial na última temporada e é o encaixe perfeito para o garrafão nesse atual elenco (veja um exemplo no vídeo acima).
Nenhum desses jogadores tem mais de 24 anos e todos têm muito potencial. É a hora de levantar a cabeça e ir com tudo na reconstrução do time. Potencial existe. O problema é que James Dolan também existe.
'Quem eu quero não me quer': a melancólica realidade dos Knicks e o fio de esperança para um futuro melhor
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