'The Last Dance' mostrou Jordan neutro em questões políticas e sociais. 'Caso George Floyd' mostra que não é bem assim
No aclamado documentário 'The Last Dance', produzido pela ESPN dos Estados Unidos e que retrata a dinastia do Chicago Bulls na NBA nos anos 1990, Michael Jordan é criticado por ter se mantido neutro em questões políticas e sociais importantes. E o caso citado é o de não ter apoiado Harvey Gantt para a eleição de senador contra o adversário de extrema direita Jesse Helms.
Essa corrida política aconteceu no início daquela década , auge da 'Jordan-mania' nos Estados Unidos. E por se tratar da Carolina do Norte, onde o astro nasceu, muitos esperavam que ele desse apoio a Gantt, que tinha a chance de se tornar o primeiro senador negro no estado.
A frase dita por Jordan à época gerou polêmica e prejudicou a imagem do astro nesse sentido, principalmente perante à comunidade afro-americana: "Republicanos também compram tênis", disparou, referindo-se ao sucesso dos calçados com sua marca, os 'Air Jordan'.
No documentário, Jordan disse que não falou publicamente sobre o assunto, mas que chegou a ajudar financeiramente a campanha de Gantt - até sua mãe lhe pedira para participar de forma mais ativa, o que não aconteceu.
Dos anos 1990 para 2020
Se se omitiu no passado, e foi bastante criticado por isto, desta vez Michael Jordan agiu rápido e de forma contundente. Forte!
O hoje senhor de 57 anos e considerado o melhor jogador de basquete de todos os tempos manifestou-se após a trágica morte do negro George Floyd por um policial branco que tem sido o centro de discussões raciais e várias manifestações nos Estados Unidos.
Jordan divulgou um comunicado nesse domingo (31) pedindo ação contra o racismo no país, criticando a violência e pedindo até mudança nas leis.
Deixou claro, assim como Martin Luther King, também negro, ícone da luta por direitos civis nos Estados Unidos entre os anos 1950 e 1960 e que acabou assassinado em 1968, que os atos precisam ser pacíficos.
Mas escolheu um lado, o "daqueles que se opõem ao racismo e violência contra pessoas de cor no nosso país".
E foi direto: "Basta!"
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Veja, abaixo, o comunicado de Michael Jordan na íntegra:
"Eu estou profundamente triste, machucado e nervoso. Eu vejo e sinto a frustração e ira de todos. Eu fico do lado daqueles que se opõem ao racismo e violência contra pessoas de cor no nosso país. Basta.
Eu não tenho as respostas, mas nossas vozes mostram força e incapacidade de serem compartilhadas pelos outros. Nós devemos ouvir uns aos outros, mostrar compaixão, empatia e nunca virar as costas para a brutalidade sem sentido.
Nós temos que continuar com expressões pacíficas contra a injustiça e exigir responsabilidade. Nossa voz unificada precisa pressionar os nossos líderes para mudar as leis ou precisamos usar o voto para criar mudanças sistêmicas. Todos precisamos ser parte da solução e precisamos exigir justiça para todos.
Meu coração fica com a família de George Floyd e aos milhares cujas vidas foram tiradas de forma brutal por atos racistas e de injustiça."
*Texto em parceria com Jean Santos
'The Last Dance' mostrou Jordan neutro em questões políticas e sociais. 'Caso George Floyd' mostra que não é bem assim
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