Conheça a atual campeã brasileira de Fisiculturismo
A cidade de Limeira, no interior de São Paulo, foi palco da 50ª edição do Campeonato Brasileiro da IFBB, a principal confederação de fisiculturismo do Brasil. As competições aconteceram de 1 a 4 de agosto no Hotel Nacional Inn e reuniram atletas em nove categorias.
E para falar um pouco sobre o campeonato e sobre a experiência no fisiculturismo, conversei com uma das atletas campeãs, Amanda Marques, que conquistou o título Overall na categoria Bikini Fitness. Falamos sobre a sua história no esporte, dificuldades que encontra e sobre futuro. Acompanhe!
Renata Spallicci – Conte-nos um pouco de sua história no esporte? Desde quando treina e quando passou a competir e porque?
Amanda Marques - Desde pequena sempre gostei de praticar esportes. Na escola jogava voôei, futebol, handebol, mas nunca imaginei que pudesse me encantar com o fisiculturismo.
Em 2015 conheci o meu atual marido, e ele já frequentava academia assiduamente. Comecei a ir com ele, afinal eu já fazia musculação, porém não levava tão a sério.
Depois de algum tempo percebi que, para que eu pudesse ter melhoras expressivas no meu físico, eu deveria melhorar também a minha alimentação.
Foi quando surgiu a ideia de procurar um Coach. Ao mesmo tempo comecei a me interessar pelo universo do fisiculturismo e seguir algumas atletas no Instagram, como a Bruna Toigo, Fernanda Saggin, Etila Santiago, Angela Borges entre outras. Fui me encantando cada vez mais pelo esporte e um belo dia decidi que queria competir.
Não sei explicar direito, de repente eu me vi focada e determinada para alcançar o meu sonho de subir no palco pela primeira vez.
Após um tempo, mais precisamente em 01/08/2018 comecei a consultoria com a Bioquimica Anabolica que é a equipe do meu atual Coach Gabriel Kaminski, com quem estou até hoje. Ele foi o responsável por me dar as diretrizes para que eu me preparasse para o meu primeiro palco. Sou muito grata por tudo o que ele faz por mim. É como se fosse um pai mesmo, sempre colocando a minha saúde em primeiro lugar. No começo desse ano de 2019, eu também tive a honra de entrar para o time de atletas do treinador Fabricio Pacholok e, desde então, ele é o responsável por montar e corrigir os meus treinos, que são bem específicos para a categoria Bikini.
RS – Quais foram as competições que já participou?
AM – Foram três competições e três títulos de Campeã Overall, ou seja, um aproveitamento de 100%.
No ano passado, eu estreei no fisiculturismo em novembro. Fui campeã da COPA SUL que é um campeonato regional menor e que me classificou para o Campeonato Paranaense em Junho/2019. Logo após vencer a COPA SUL eu já decidi competir em um campeonato bem maior, um aberto nacional, o Campeonato Sul Brasileiro. Ele aconteceu em dezembro/2018 em Balneário Camboriú e novamente me consagrei CAMPEÃ OVERALL na minha categoria me tornando CAMPEÃ OVERALL SUL-BRASILEIRA. Ao vencer este campeonato eu ganhei automaticamente a vaga para competir o Campeonato Brasileiro que aconteceu agora de 1 a 4 de agosto em Limeira/SP, onde fui CAMPEÃ BRASILEIRA.
RS - RS - Quais seu próximos objetivos? Você vai disputar o sul americano em Quito? E depois quais os planos?
Com o título de Campeã Brasileira eu obtive automaticamente o direito de solicitar o PRO CARD, ou seja, me tornar atleta profissional. Porém, eu, em conjunto com os meus treinadores, iremos decidir qual será o momento certo de migrar do amador para a liga profissional.
Irei disputar o Sul Americano em Quito, em setembro. Será uma oportunidade única, minha primeira viagem internacional em competição. Estou muito feliz. Esse sonho só pode ser possível graças a Leader Nutrition que é a atual empresa de Suplementos Alimentares que me patrocina e que torna os meus sonhos em realidade e que viabilizou esta viagem para mim.
RS – Fale mais sobre a categoria pela qual compete, a Bikini Fitness.
AM - A BIKINI FITNESS é dividida por altura e não por peso. A que eu me enquadro é a Bikini Fitness até e incluindo 1,72. A categoria bikini é avaliada como um conjunto. Primeiramente avalia-se o físico, onde a atleta deve apresentar um condicionamento magro e condicionado, com leves marcações musculares. Além da cintura fina, as atletas devem possuir os braços e ombros levemente destacados. Os glúteos devem ser redondos e firmes, e o percentual de gordura deve ser baixo, mas sem aspectos de desidratação. O julgamento das atletas não ocorre somente pelo físico, mas também pela beleza facial, cabelos, e até mesmo a harmonia da maquiagem em relação ao conjunto corporal, cabelos, cor do biquíni etc. Além disso, as atletas devem possuir carisma, desenvoltura, e “luz própria” em cima do palco, fator primordial para a composição da nota, e que pode somar ou também diminuir muitos pontos na avaliação inicial da condição física que é feita pelos árbitros nas rodadas eliminatórias.
RS - Quais as maiores dificuldades que encontra no esporte? E como supera-las?
AM - Infelizmente ainda temos que lidar com o preconceito, mas isso é algo que não me incomoda mais. Por ser um esporte não tão difundido no Brasil, temos que lidar com alguns comentários maldosos de pessoas que não entendem nada sobre o esporte. Venho fazendo a minha parte que é cada vez mais divulgar e incentivar as pessoas a terem mais qualidade de vida, praticarem esportes, e se tiverem vontade, porque não, se tornarem um(a) atleta de fisiculturismo também.
Outra dificuldade que enfrentamos é a falta de reconhecimento. Ser atleta de fisiculturismo hoje no Brasil não é tão simples, envolve viagens, inscrições de campeonato, hospedagens, bikinis que são de pedras e geralmente não são baratos, pintura corporal, alimentação, etc. Não temos muito apoio financeiro, e no meu caso, a partir do momento que eu me tornar profissional a maioria dos campeonatos são fora do Brasil, o que complica um pouco mais.
RS - Você não vive do esporte, certo? Você exerce alguma outra profissão?
AM - Certo. O sonho de todo atleta é viver do esporte, mas isso é algo extremamente difícil no Brasil. Eu sou acadêmica de Direito, estou no VIII período e atuo na área desde o primeiro ano. Atualmente, sou servidora pública no Município de Paranaguá. Apesar das pessoas acharem que vivo só treinando e fazendo dieta, isso é apenas 10% do meu dia, todo o restante vivo a minha vida normalmente, como uma pessoa comum que trabalha oito horas por dia e faz faculdade.
RS - E como conciliar a rotina dura de treinamento com trabalho e estudos?
AM - É uma loucura, às vezes nem eu entendo como dou conta. Treino às 6h30, trabalho o dia todo e vou direto para a faculdade a noite. De segunda a sexta. Sem esquecer que no meio disso tenho que preparar as minhas marmitas todos os dias, sem errar. Em época de preparação para campeonato tenho que fazer aeróbico duas vezes no dia. Chego em casa supertarde e no outro dia começa tudo de novo. Mas, isso já está no meu modo automático. Faço sem pensar, sem reclamar. Quando você tem um objetivo traçado nada lhe tira do foco e quando se tem amor pelo o que faz, tudo flui mais fácil.
RS - O que este titulo de 2019 significa para você?
AM - Que toda a minha dedicação e amor pelo esporte foram recompensados. Eu não esperava que tudo fosse acontecer tão rápido para mim. Estou tentando aproveitar cada momento, cada fase da minha carreira. Ser Campeã Brasileira hoje é sem dúvida a realização de um sonho.
Busque seu propósito. Deixe seu legado.
Rê Spallicci
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