A não adoção do VAR no Brasileirão é uma derrota até para quem é contra o VAR
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É para lamentar, mas não surpreender: o mesmo Conselho Técnico do Campeonato Brasileiro que nesta segunda-feira liberou o absurdo que é a venda de mandos nos jogos do Campeonato Brasileiro até a 33ª rodada, vetou a utilização do árbitro de vídeo na competição em sua edição de 2018.
As decisões não surpreendem por um motivo simples: dinheiro.
Enquanto a venda de mando faz com que os clubes da Série A possam arrancar um dinheirinho de governos municipais ou estaduais pelo país, a utilização da arbitragem de vídeo, pelo contrário, os obrigaria a colocar a mão no bolso.
Em ambos os casos, lamentavelmente, privilegia-se o dinheiro em detrimento dos aspectos técnicos e esportivos.
Mesmo quem acredita que o VAR não traria benefícios ao campeonato deve admitir: embora estejamos falando de uma implementação de alto custo (R$ 20 milhões para todo o Brasileirão), o aspecto econômico não deveria ser o determinante para decisão tão relevante no cenário do futebol nacional.
Manoel Serapião, responsável pelo VAR na CBF, informou que, além do dinheiro, outros motivos foram alegados pelos clubes para tomar a decisão.
Um deles, de tão patético, só escancara o quanto estamos falando apenas de questões financeiras: segundo alguns clubes, seria melhor “esperar o efeito do VAR” nos 64 jogos da Copa do Mundo, como se mais de 680 partidas dos campeonatos nacionais de Alemanha e Itália (sem falar nas Copas) nesta temporada não bastassem para se fazer uma análise e até um aperfeiçoamento do sistema.
Falta vontade de agir, de melhorar e, claro, de gastar.
É até compreensível e louvável que os clubes brasileiros, em sua maioria ainda mal geridos e endividados até o pescoço, digam não para novos gastos. É compreensível que também exijam da milionária (e pelo menos em seu passado recente corrupta) CBF o pagamento da implementação do sistema, como aliás ocorrerá na Copa do Brasil.
Não é compreensível, contudo, que estes mesmos clubes sigam reféns de federações ou confederações parasitas para implementar as melhoras necessárias ao futebol nacional.
A não adoção do VAR, por este motivo, é mais uma derrota do futebol brasileiro. Até para quem é contra o VAR.
PS. Atendendo a muitos pedidos, eis a relação de quais clubes votaram contra e quais votaram a favor da utilização do VAR. A favor: Bahia, Botafogo, Chapecoense, Flamengo, Grêmio, Internacional e Palmeiras. Contra: América, Atlético-MG, Atlético-PR, Ceará, Corinthians, Cruzeiro, Fluminense, Paraná, Santos, Sport, Vasco e Vitória. O São Paulo não votou porque seu presidente deixou a reunião antes da votação.
Fonte: Gian Oddi
A não adoção do VAR no Brasileirão é uma derrota até para quem é contra o VAR
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