Carta a Neymar (com tudo que Tite e Gil Cebola não dizem)
Prezado Neymar
Estava revendo agora, por acaso, alguns trechos da sua entrevista de ontem ao lado do Tite. E é incrível, Neymar. É incrível como as pessoas que deveriam e poderiam te ajudar, porque você as ouve, não fazem o mínimo para isso.
Não estou falando apenas do seu pai, do Gil Cebola, dos outros parças que você sustenta ou da Marquezine.
É incrível que depois do que houve na Copa, depois de você ter virado piada mundial, tudo que o técnico da seleção brasileira e o seu “superior” conseguem fazer é, primeiro, dizer que você é “um menino que sofreu demais”; e depois te dar de presente a faixa de capitão da seleção.
Não dá, Neymar.
Na verdade, alguns dos meus colegas também não ajudam, eu sei. Ontem, quando você finalmente resolveu falar desde o fim da Copa (mea-culpa em propaganda não vale), teve um repórter que usou o gancho do “dia do sexo” para te fazer uma pergunta sobre sua relação com a bola!
Você, por sua importância, causa esse deslumbramento. Basta ver quantas “celebridades” correram ao Instragram para atacar o Miguel Layún, aquele jogador mexicano, depois do pisão que ele te deu na Copa (eu até achei sua reação meio exagerada na ocasião, mas deixa pra lá). É incrível, mas tem colega meu que parece se realizar ao te chamar de “parça”, Neymar. Enfim, eles não importam...
O que importa é você se ligar para, a partir de agora, já aos 26 anos, deslanchar e repercutir apenas pelo futebol jogado, pelos títulos conquistados e, vá lá, pela conquista do prêmio de melhor do mundo com o qual você também parece se importar.
Bola para isso você tem, todos sabemos.
Bom, eu não sou seu amigo, não te chamo de parça e, sinceramente, não tenho essa intenção até porque a gente tem bem pouco em comum. Mas eu sou louco por futebol, e como qualquer amante de futebol adoraria ver você jogando o máximo, sempre, sem ser ofuscado por outras questões.
Então, do alto da minha insignificância (e já que o Gil Cebola e o Tite não o fazem), queria te dizer que:
Ninguém te critica por usar sua habilidade, por driblar e “partir para cima do adversário”. Te criticam, eventualmente, por fazer isso sempre, mesmo quando há uma opção melhor.
Ninguém te critica por sofrer falta – caras bons como você vão apanhar, sempre. Te criticam por agir como quem sofreu falta mesmo quando o adversário mal encostou em você.
Ninguém te critica de graça. Te criticam quando, por exemplo, você finge que vai dar a mão a um adversário para ajudá-lo a levantar e depois prefere deixá-lo no vácuo. Por que?
Sim, talvez alguns te critiquem injustamente pelo cabelo e pelas roupas que você usa, mas, entenda, se você não der espaço para as críticas em campo, ninguém terá coragem de fazer essas críticas bestas fora dele (olha o Ronaldo português...).
Para encerrar, se me permite, não vai te fazer mal algum admitir, uma vez ou outra, que errou, que passou do ponto, exagerou, que talvez pudesse ter feito melhor. Além de um exercício legal de autoconhecimento, isso ainda vai ajudar na sua imagem, tenho certeza.
E se não quiser fazer isso falando com jornalistas, use suas populares redes sociais: afinal, elas não servem apenas para recorrer aos clichês de superação, amor, empenho e resiliência que contaminam uns 90% dos posts que a gente vê por aí (os seus inclusive).
Elas também podem te ajudar, assim como as pessoas que não o fazem.
Abraço e boa sorte.
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Fonte: Gian Oddi
Carta a Neymar (com tudo que Tite e Gil Cebola não dizem)
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