Na Turquia, clássico tenso entre Besiktas e Galatasaray foi decidido (corretamente) graças ao VAR
Este é mais um texto da série #AssisteaíHofman. A cada final de semana, o fã de esportes escolhe um jogo para o comentarista assistir em enquete pelo Twitter
O Campeonato Turco desta temporada tem sido bastante alternativo. Afinal, nenhum dos gigantes do país aparece na primeira posição após 14 rodadas. O líder é o Istambul Basaksehir, de história bem mais recente, mas com muitos investimentos nos últimos anos e que tenta repetir o feito do Bursaspor, campeão nacional em 2010 - único nos últimos 34 anos a quebrar a hegemonia dos três grandes.
Para se ter uma ideia da força do time, conta atualmente com Arda Turan, Emre Belözoglu, Gaël Clichy, Eljero Elia e até mesmo o veterano Emmanuel Adebayor, além dos brasileiros Júnior Caiçara e Márcio Mossoró.
Enquanto isso, o Fenerbahçe é apenas o 15o, uma colocação acima da zona de rebaixamento. Galatasaray e Besiktas não estão mal dessa maneira, e no domingo se enfrentaram em Istambul. O jogo vali a terceira colocação, já que a amarela e vermelha estava três pontos na frente, mas com o mesmo saldo de gols do rival alvinegro.
O jogo, no Vodafone Stadium, teve arquibancada completamente lotada, mas apenas com torcedores do Besiktas. Na Turquia, os clássicos têm apenas torcida mandante.
A partida teve muitas caras conhecidas, então, para começo de conversa, os times titulares escalados pelos técnicos Senol Gunes e Fatih Terim (que estava suspenso e foi substituído na beira do campo pelo assistente Umit Davala), de Besiktas e Galatasaray respectivamente, e ambos com passagens pela seleção turca neste século.
Besiktas, no 4-2-3-1, com variação para o 4-4-2 na fase defensiva: Loris Karius, Adriano, Necip Uysal, Domagoj Vida, e Caner Erkin; Gary Medel e Dorukhan Tokoz; Ricardo Quaresma, Adem Ljajic e Mustafa Pektemek; Guven Yalcin.
Galatasaray no 3-5-2, com variação defensiva para o 5-3-2, que em alguns momentos era um 4-4-2, com um dos alas adiantados: Fernando Muslera, Ozan Kabak, Maicon e Ahmet Çalik; Mariano, Sofiane Feghouli, Fernando, Selçuk Inan e Yuto Nagatomo; Henry Onyekuru e Eren Derdiyok.
Os donos da casa começaram melhores, com mais posse de bola e criando oportunidades de gol, principalmente pelos lados, com o apoio de Adriano/Quaresma e Erkin/Pektemek. O Galatasaray respondia nos contra-ataques, principalmente com os avanços de Mariano. Até que aos 15 minutos, após o experiente árbitro Cuneyt Çakir marcar corretamente jogada perigosa de Kabak em Pektemek dentro da grande área e cobrança em dois toques, a polêmica surgiu.
Ljajic rolou para Erkin, que pisou na bola e o sérvio bateu. A bola explodiu na barreira e o jogo seguiu, apesar das reclamações dos jogadores do Besiktas de uma possível penalidade. Quarenta e três segundos se passaram até que a bola saísse pela lateral. Foi quando Çakir parou o jogo para consultar o árbitro de vídeo. Sim, há VAR na Turquia.
De maneira rápida e eficiente, o pênalti foi corretamente marcado. Derdiyok, quando pulou junto com os companheiros na barreira, abriu o braço direito e a bola bateu em seu cotovelo. O árbitro anotou a infração, deu cartão amarelo para o atacante do Galatasaray e Ljajic cobrou para fazer 1 a 0, um minuto e meio após a paralisação da partida.
Depois do gol sofridos, os visitantes melhoraram e quase empataram aos 33 minutos, quando Kabak mandou a bola no travessão após cobrança de escanteio. O jogo ficou tenso, com muita discussão, quatro cartões amarelos nos últimos sete minutos e duas reclamações não correspondidas de pênalti para o Gala - em uma o VAR novamente foi utilizado.
No intervalo, Yalcin foi sacado de campo e o meio-campista canadense Atiba Hutchinson entrou, mudando o esquema do Besiktas para o 4-1-4-1. Do outro lado, o Galatasaray cresceu, passou a atacar e ter bem mais posse de bola. Aliás, a partida na segunda etapa foi um belo duelo tático, porque Gunes percebeu o domínio adversário e retomou o 4-2-3-1 aos 25 minutos, colocando o holandês Jeremain Lens na vaga do chileno Medel e depois ainda trocou Pektemek pelo agora carequinha Vagner Love. Davala respondeu com a alteração do 3-5-2 para o 4-4-2 nos últimos dez minutos, em busca do empate.
De maneira geral, na segunda etapa, o Galatasaray controlava o ritmo a partir da posse de bola (59% nesse período), mas não criava tantas chances de gol. Quando teve oportunidade, Karius apareceu bem, como em um chute de fora da área do volante Fernando, que o goleiro alemão espalmou com segurança.
O Besiktas ameaçava na retomada de bola e chegou a empatar aos 17 minutos, quando Quaresma recebeu lançamento e bateu na saída de Muslera. O atacante português, porém, estava impedido, o que foi prontamente informado ao árbitro do jogo pelos assistentes de vídeo. Pouco depois, Ljajic, que passou a atuar aberto pela esquerda quando o esquema mudou, quase fez um golaço puxando para dentro.
Aos 21, o grande personagem do jogo voltou a entrar em ação. Onyekuru foi derrubado na área por Uysal e Cuneyt Çakir marcou pênalti. Alertado pelo VAR, mais uma vez foi até a beira do campo e viu o domínio de bola com o braço feito pelo jogador do Galatasaray. Penalidade máxima bem anulada. Já na base do desespero, Maicon quase marcou um golaço de letra aos 42, antes do Besiktas perder dois gols incríveis em contra-ataques.
No final das contas, um jogo bastante tenso e que exigiu muito da arbitragem, mas uma partida bem jogada, com a bola no chão. O resultado fez com que o Besiktas empatasse em 24 pontos com o Galatasaray, mas ultrapassasse o rival nos critérios de desempate (confronto direto e saldo de gols), assumindo o terceiro lugar atrás de Kasimpasa e Istambul Basaksehir.
Besiktas 1x0 Galatasaray
Posse de bola: 48% x 52%
Finalizações: 14 x 9
Finalizações certas: 5 x 2
Total de passes: 367 x 388
Passes certos: 280 x 299
Total de Cruzamentos: 13 x 15
Cruzamentos certos: 5 x 7
Interceptações: 48 x 48
Rebatidas: 21 x 13
Fonte de vídeo e estatísticas: Wyscout
Fonte: Gustavo Hofman
Na Turquia, clássico tenso entre Besiktas e Galatasaray foi decidido (corretamente) graças ao VAR
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