Na provável despedida de Abel Ferreira, PAOK empata com Granada pela Liga Europa; saiba mais sobre o treinador português
Muitos palmeirenses ligaram no Watch ESPN para acompanhar uma partida da Europa League nesta quinta-feira. Cotado para assumir o alviverde, Abel Ferreira pode ter feito sua última partida à frente do PAOK, que ficou no 0 a 0 com o Granada, na Espanha.
A equipe grega ocupa a terceira colocação no Grupo E, agora com dois pontos. Granada e PSV Eindhoven lideram com quatro, enquanto o Omonia Nicosia soma um.
Nos primeiros 30 minutos de jogo, domínio absoluto do Granada. Mais técnica e oriunda de uma liga bem mais forte, a equipe espanhola ditou o ritmo com o controle da posse de bola (média de 70%). Enquanto isso, o PAOK defendia o 4-3-3 adversário em um 5-4-1 bem recuado e compacto, com linhas baixas de marcação.
Com o adversário mais cansado pelos minutos iniciais, os gregos começaram a sair mais para o ataque. Na prática, não sofreram com qualquer chance clara do Granada. A partir do momento que equilibrou minimamente a posse de bola, tentou fazer as transições com a construção se iniciando no campo de defesa - e não apenas lançamentos longos para o contra-ataque.
Na segunda etapa, o Granada voltou a ditar o ritmo de jogo e não foi mais atacado. Tanto é que o PAOK terminou a partida com duas únicas finalizações certas ao gol defendido por Rui Silva. Ao mesmo tempo, o time espanhol não teve competência para quebrar o sistema defensivo muito bem encaixado dos gregos. No final das contas, um chocho 0 a 0.
Sobre Abel Ferreira
A linha de cinco defensores tem sido o padrão de Abel Ferreira no PAOK, desde que assumiu em 30 de junho do ano passado, quando o clube grego pagou 2 milhões de euros ao Braga para liberar o jovem treinador. A variação tática vai do 3-4-3 na fase ofensiva para o 5-4-1 na defensiva. Em sua primeira temporada na Grécia, levou o clube ao vice-campeonato,bem distante do Olympiacos, mas impondo ao rival sua única derrota.
Na atual temporada são cinco rodadas disputadas no Campeonato Grego, com duas vitórias e três empates. Outro ponto importante para análise do trabalho de Abel é o desempenho nos clássicos pelo PAOK, contra AEK, Aris, Panathinaikos e Olympiacos. Contando todas as partidas, foram oito vitórias, nove empates e seis derrotas. Ao final, acumulou aproveitamento regular, de 47,8%.
Em Portugal, encerrou a carreira como lateral-direito no Sporting em 2011 devido a uma lesão e por lá iniciou a trajetória fora dos gramados na base do clube. Em 2015 se mudou para o Braga B, até assumir o time principal dois anos depois. Foram duas temporadas com os Minhotos: quarta colocação em 2017-18 e 18-19 no Campeonato Português; semifinais alcançadas no ano passado na Copa de Portugal e na Copa da Liga; 32-avos-de-final da Europa League em 2018.
Com o PAOK não alcançou a fase de grupos da Champions League nesta temporada, mesmo após despachar o Benfica, de Jorge Jesus, na terceira fase qualificatória. Caiu depois, nos playoffs, para o Krasnodar. No duelo com o Benfica, o PAOK mostrou enorme organização tática e paciência para suportar a pressão das Águias e vencer por 2 a 1 em eliminatória simples.
Aos 41 anos, Abel Ferreira se diz discípulo de Jesualdo Ferreira, responsável pela formação de muitos treinadores portugueses, e também adepto do game Football Manager em outros tempos. É um estrategista e expôs algumas de suas ideias em artigo publicado no The Coache's Voice, intitulado "Plantando as sementes".
"Minha metodologia vem da vellha escola de técnicos do Sporting - porque foi lá que dei meus primeiros passos como técnico. Mas eu também estou sempre olhando para o futuro do futebol. Como o estilo que o Pep Guardiola e o Maurício Pochettino estão trabalhando. Para mim, o futuro é esse jogo de gato e rato dentro de uma única partida: adaptando às mudanças táticas em reação ao seu oponente", escreveu o treinador.
Abel conta que, aos 24 anos, quando trabalhou com Jesualdo Ferreira, tinha um diário no qual fazia anotações sobre treinamentos, estratégias, liderança. Já sabia que queria ser treinador. Há outro trecho do texto bastante importante, no qual ele cita um jogo inesquecível como treinador. "Na última temporada da Europa League, nós jogamos fora de casa contra Hoffenhein. Eles começaram com formação em 3-5-2, que mudou para 4-3-3 durannte a partida: três atacantes, laterais avançando. Nós começamos no 4-4-2 mas terminamos no 5-4-1 para enfrentar o que eles estavam fazendo. Nós ganhamos aquele jogo por 2 a 1. Como técnico, é o jogo que eu tenho mais orgulho".
Sobre a forma como ele pensa o jogo, Abel deixa claro que elabora estratégias para cada adversário. "Se o seu oponente está no mesmo nível que você, aí tudo bem - Eu posso te atacar. Mas se você atacar uma montanha, você tem que fazer isso diferentemente. Em outros jogos, você quer ser o protagonista: dominar a bola. Mas às vezes você tem que aceitar que o seu oponente é mais forte que você. E, nesse caso, você tem que ser balanceado. Por mais que a gente queira ser um Manchester City, nós não temos o Guardiola e não temos o Bernando Silva. Então você tem que ter a humildade de saber que cada jogo demanda uma abordagem diferente. Na minha opinião, esse tem sido nosso maior segredo".
A qualidade de Abel Ferreira como treinador é evidente, assim como sua juventude. Que ele tenha tempo e encontre um bom ambiente para trabalhar no futebol brasileiro.
"Eu te digo o seguinte: não existe fórmula perfeita. Nenhum plano de jogo perfeito. Somente aquele em que você acredita. Você pode preferir o meu, o do Guardiola, o do Diego Simeone. O importante é ser capaz de explicar o que você quer aos jogadores. Isso é ser um bom treinador. Hoje nós temos um estigma: que você só é bom se você ganha. Que se você ganha, você é um ótimo técnico. E se você perde, você é fraco. Mas isso, para mim, é uma mentira. Você é julgado no final de semana, quando você mostra o que tem feito durante a semana. É aí que as pessoas verão se o seu time é organizado ou não. Se trabalha bem a bola ou não. Domingo é o seu teste", finaliza Abel Ferreira, provável novo treinador do Palmeiras.
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