"Hoje, quinta feira, estarei, provavelmente, vivendo um dos melhores momentos da minha vida e ainda por cima ao lado delas! Quer saber o que é? Acompanhe nas minhas redes sociais e semana que vem conto os detalhes por aqui."
E foi assim que acabou meu texto de semana passada.
E sim, sem sombra de dúvidas, vivi uma semana inesquecível...
Contei a minha história, meus sonhos e meus planos em uma gravação ao lado do meu time atual de Futebol Feminino, Team Chicago Brasil, em que sou a mais nova e treino com meninas com os mesmos sonhos, a mesma garra e vontade de se tornarem jogadoras profissionais.
Conheci mulheres fantásticas e inspiradoras - as outras oito brasileiras nomeadas 100Women, da BBC.
Aprendi um pouquinho com cada uma delas. Estavam presentes as medalhistas olímpicas Adriana Behar, do vôlei de praia, e Fernanda Nunes, do remo. Apesar de não serem do futebol, são mulheres que, como eu, desde sempre sonharam em viver do esporte. E se dedicaram tanto que acabaram sendo inspiração nesse mundo do esporte.
Participei de uma mesa redonda para rádio, em que debatemos sobre sexismo no esporte
Nesse debate para a Rádio BBC Internacional, que tem um audiência de aproximadamente sete milhões, pude trocar muita informação com mulheres e homens que apoiam a mulher no esporte, como Maira Ligouri, diretora da ONG Thing Olga, que defende a igualdade das mulheres.
Joguei com o time de futebol feminino da PUC-R. Nessa partida com as meninas da PUC, jogaram também a Ana Luiza Santos e a Maria Luiza. Elas são meninas como eu, que sonham em se transformar em atletas profissionais.
Claro que já enfrentamos preconceito, mas sabemos que não podemos desistir. Jogar com as meninas da PUC serviu, também, para lembrar que entrar para uma faculdade não te afasta do esporte, pelo contrário, pode te unir ainda mais ao seu sonho.
Entrei no gramado do Maracanã - ISSO MESMO! Você não leu errado. E ainda bati um pênalti no Maraca!
Sabe aquele sonho que você sonha dormindo?! Dessa vez, foi acordada mesmo. Então, foi assim. Não foi uma partida, foi só uma gravação. Mas entrar naquele campo em que tantos jogadores já pisaram me fez acreditar ainda mais que o sonho pode, sim, se realizar.
Nesse dia, ainda bati uma bolinha com a Beatriz Vaz, jogadora que fez parte da seleção por quatro anos, e com a Drika, treinadora num projeto de meninas de uma comunidade carente do Rio de Janeiro. Aprendi muito com elas.
Para finalizar, disputei uma partida de futebol misto com algumas regras diferentes para incentivar a inclusão da menina no jogo.
Nesse jogo, fomos treinados pela Helena Pacheco, ela mesma, aquela que foi a treinadora de Marta, no início de sua carreira. Jogamos de um lado eu, meu amigo Márcio, as meninas Ana Luiza e Maria e seus amigos Jonathan e Elias, contra o time do PSG AcademyBrasil.
Um time muito marcante na minha vida; foi lá que aprendi as técnicas do futebol, jogando com meninos, e onde sigo numa nova fase, jogando agora com outras meninas. No PSG, nunca tivemos preconceito de ninguém, mas infelizmente nem sempre é assim.
As medalhas foram entregues pela nadadora Nora Ronai. Inspiração, ela tem de sobra! Minha mãe, que ama natação, até chorou com essa atleta de 93 anos, vencedora do Master World Championship.
E para finalizar todo o projeto, ainda participamos do Show da MC Sophia, que criou uma música especial para meninas no esporte.
Como eu disse na semana passada, a principal missão do #100Women #TeamPlay é aumentar a visibilidade do futebol feminino e combater atitudes sexistas.
E depois de nos reunirmos durante toda a semana, as especialistas chegaram a algumas conclusões e tomaram algumas atitudes para mudar e melhorar a situação da mulher no esporte. E para aumentar a visibilidade do futebol feminino, foi criado um canal no Youtube chamado 'Jogue como uma Garota' (www.youtube.com/channel/UCZ54w4wqHCHkIra2_HvCxpQ), que apresenta diversos conteúdos relacionados à mulher no esporte.
O objetivo da equipe é criar uma plataforma que mostre jogadoras que são exemplos, além de apoiar meninas e jovens com habilidades práticas para o campo.
O canal Jogue como uma garota é uma excelente ideia porque é uma plataforma em que todas as mulheres podem contribuir e apenas juntas conseguiremos mostrar para todos que jogar como uma menina é ser quem você é. Não significa ser melhor ou pior que nenhum menino. Como sempre digo, eu jogo como uma menina e me orgulho disso.
Tudo que vivi durante esses dias será transformado num documentário da #100Women, que será transmitido em dezembro para o mundo inteiro. E depois de todo esses dias, quero cada vez mais compartilhar minha história, nossa história com outras meninas, amigos e familiares. E dessa forma, quem sabe, conseguiremos encorajar uma mudança cultural, com a inclusão de garotas em atividades esportivas.
E cada vez mais influenciar os pais e todas as famílias a apoiarem suas filhas no esporte. Os pais podem e devem levar suas filhas para assistir a partidas de futebol e outros esportes. Elas vão gostar, acreditem. Podem convidá-las para bater uma bolinha, elas vão amar. Podem assistir a seus jogos e torcerem por elas. Eles podem tanto. Podem construir um futuro melhor para a própria família e para o mundo.
Conheça o #MAPAFUTFEM, feito para rastrear todas as iniciativas do Futebol Feminino pelo Brasil
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