O que falta a Rodrigo Caio?
Não havia motivo para Rodrigo Caio reassumir a posição de titular na zaga do São Paulo. Mesmo assim, quando voltou da Seleção Brasileira, onde não jogou contra Rússia e Alemanha, Diego Aguirre deu-lhe voto de confiança e o direito de compor a zaga ao lado de Arboleda no confronto diante do Atlético-PR, pela Copa do Brasil. Para tanto, o treinador sacou Bruno Alves, que vinha bem.
Caio teve lá sua responsabilidade no primeiro gol do Furacão, falhando na disputa pelo alto com Pablo, que se antecipou e saiu cara a cara com Sidão. O time perdeu por 2 x 1 e vai precisar vencer em casa para seguir adiante no torneio.
Na estreia da Copa Sul-Americana contra o Rosario Central, na Argentina, Aguirre enfim entrou desde o início com a formação de três zagueiros, que foi o pilar da equipe que ganhou tudo na década de 2000 (Paulista, Brasileiros, Libertadores e Mundial de Clubes). Arboleda e Militão foram os companheiros de Rodrigo, com Bruno Alves novamente preterido.
A participação de Rodrigo Caio foi, mais uma vez, ruim. Aos 35 minutos do primeiro tempo, em uma disputa pelo alto com o manhoso atacante Marco Rúben, o zagueiro deixou o braço no rosto de Rúben, que caiu se contorcendo. O sangue jorrando perto do olho e a pressão dos argentinos impressionaram o péssimo árbitro peruano Victor Carillo, que expulsou o brasileiro. O São Paulo já havia perdido, aos 18 minutos, o lateral Reinaldo por lesão. Com um a menos, o time foi cascudo e saiu com um empate, um 0 x 0 com viés de vitória, dadas as circunstâncias.
Rodrigo Caio já atuou, desde que subiu aos profissionais, como lateral-direito e volante, mas fixou-se na zaga, posição original. Destacou-se, chegou à seleção e foi campeão olímpico. Mas, hoje, só se justifica ser titular do São Paulo no esquema com três zagueiros. Na sobra, pode defender sua presença. Mas com dois na zaga, se ele estiver em campo, o time fica muito vulnerável quando enfrenta atacantes que gostam do corpo-a-corpo.
Isso porque Rodrigo, a meu ver, não possui duas características que julgo essenciais para zagueiros hoje em dia: força física e malícia. Me lembro, no ano passado, que ele perdeu uma disputa corporal para o baixinho Rodrigo Scarpa em um jogo contra o Fluminense, pelo Brasileiro, quando lhe faltaram as duas coisas: força e esperteza. O lance resultou em gol do Flu. Apesar de superatleta, Caio parece um pouco frágil. Foram várias as vezes em que terminou um jogo totalmente estropiado.
Em que pese o exagero do árbitro em dar o vermelho ontem, Caio se arriscou deixando o braço. Talvez ele mesmo saiba que precisa ser mais efetivo nas divididas, quer por baixo ou pelo alto. E esteja se empenhando mais nisso. O problema é que parece não saber usar a força no limite da regra. Ao deixar o braço, fez a falta. Seus companheiros evitaram que ele fosse culpado por um fracasso que, mais uma vez, eliminasse o time em um mata-mata.
Ao final do jogo, Nenê disse que eles jogaram também pelo Rodrigo, que foi expulso injustamente. Isso mostra o quanto Caio é querido e admirado pelo grupo. Sua postura dentro e fora de campo o tornou um símbolo do São Paulo. Mas que há uma dúvida sobre sua condição de titular do time, isso há.
Fonte: Maurício Barros
O que falta a Rodrigo Caio?
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