Robinho, Willian Bigode e o brilho discreto dos meio-craques
Proponho aqui flexibilizar o significado da palavra “craque”. Porque, se formos pensar em Pelé, Maradona, Zidane, Zico, Sócrates, Ronaldo, Messi, Neymar e Cristiano, é melhor tirá-la do dicionário. Com esse sarrafo mais baixo, ao rés-do-chão, no Brasil me permito usá-la então quando falamos de D’Alessandro, Nenê, Éverton Ribeiro, Luan, Éverton Cebolinha, Lucas Lima, Thiago Neves. Não me culpe, fã do esporte, é o que temos.
Dito isso, quero encher a bola de dois meio-craques (sim, metade!) que gosto bastante de ver jogando hoje no Brasil. Dois trintões com fôlego de moleques, cujo brilho não é óbvio para os mais distraídos, mas que deve saltar aos olhos de quem enxerga o futebol com visão de Raio X. E que foram envolvidos na mesma transação no início do ano passado, entre Cruzeiro e Palmeiras, uma troca que fez muito bem a ambos.
O primeiro é Robinho, da Raposa. Formado pelo Inter e revelado pelo Mogi Mirim, foi no Santos que ele ganhou holofotes. Mas o grande salto da carreira aconteceu no Palmeiras. Como não lembrar das encobertas em Rogério Ceni? Robinho tem qualidades muito úteis no futebol contemporâneo. É um meia ofensivo com habilidade, mas só arrisca drible quando não há outro jeito. Prefere o passe curto, tem boa visão de jogo. Solidário, ajuda na marcação e tem velocidade tanto para puxar contra-ataques quanto para ser lançado. Cai pelas pontas e é capaz de cruzar tanto com a direita quanto a esquerda. E ainda sabe fazer gols.
Robinho é jogador ideal para dialogar com meias excessivamente técnicos como Thiago Neves e De Arrascaeta. Sua ida para o Cruzeiro foi certeira, pois hoje teria dificuldades para se encaixar no estrelado elenco do Palmeiras.
E é do alviverde que vem o segundo “meio-craque”. Willian Bigode, que atacante bom! Revelado no Guarani, perambulou por Atlético-PR, Toledo e Figueirense, mas foi no Corinthians que mostrou seu potencial de atacante versátil, atuando preferencialmente pelos lados, mas com capacidade de jogar pelo meio quando necessário. Penso que o melhor Willian é aquele que se movimenta com liberdade. Como Robinho, Bigode é bastante inteligente na tomada de decisão, além de ser oportunista e ótimo finalizador. E chuta muito bem de longe. Vive hoje sua melhor fase no Palmeiras.
Tanto Robinho quanto Willian são também jogadores muito dedicados, fisicamente fortes, embora com baixa estatura. Com gás para atuar intensamente o jogo todo, eles vêm fazendo diferença no futebol brasileiro de sarrafo baixo. E, tudo isso, discretamente.
Fonte: Maurício Barros
Robinho, Willian Bigode e o brilho discreto dos meio-craques
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