Pênalti no Brasil, mas não na Inglaterra: o que há de errado, se a regra é única?
No último final de semana, aconteceu o clássico de Manchester pela Premier League. O lance que chamou muito a atenção foi um braço de apoio da defesa, ou suporte do corpo, que bloqueou uma bola dentro da área. O árbitro em campo nada marcou, o VAR revisou e confirmou a decisão do árbitro de deixar seguir.
Já no Brasileirão, penalidades assim foram marcadas, inclusive no jogo Flamengo x Grêmio, no qual o árbitro Raphael Claus sinalizou em campo e sua decisão foi confirmada pelo VAR.
Na final da Copa América, a penalidade também foi marcada contra o Brasil, na bola que toca o braço de Thiago Silva.
O texto da regra e o material da FIFA deixam claro que o braço usado de suporte para o corpo, apoiado ou não no chão, não constitui uma infração.
“Exceto nas situações acima, normalmente não se considerará infração se a bola tocar na mão/braço: se o jogador cair e a mão/braço estiver entre o corpo e o ponto de apoio do chão, mas não estendida para longe do corpo lateral ou verticalmente;” Livro de Regras, tradução CBF
“when a player falls and the hand/arm is between the body and the ground to support the body, but not extended laterally or vertically away from the body” IFAB
Acima, está o material usado pela FIFA para instruções durante a última Copa do Mundo Feminina na França.
Ao analisar os lances, a regra e o material, paira a dúvida:
Por que no Brasil e na América do Sul isso é pênalti? Ocorrem interpretações distintas entre os instrutores em cima da regra que é uma só? O que é passado para os árbitros europeus e ingleses em geral, que tomam decisões distintas dos nossos árbitros brasileiros em lances iguais?
A regra e o material da FIFA deixam claros os lances para se considerar infrações ou não.
Acredito que até mesmo os árbitros ficam perdidos ao receber orientações aqui que divergem das regras quando as estudam. O mesmo deve acontecer nos jogos da Europa, quando há tomadas de decisões dos árbitros distintas das suas em lances idênticos.
Com certeza algo está errado. E se a regra existe, a uniformidade de critérios se torna fundamental para uma melhora da arbitragem mundial.
De quem é a culpa? A brincadeira do “telefone sem fio” segue acontecendo? A mensagem sai da Europa de um jeito e chega de outro nas Américas?
O que se sabe com convicção é que, em lances idênticos como estes, as decisões tomadas pelos árbitros não podem ser diferentes.
Fonte: Renata Ruel
Pênalti no Brasil, mas não na Inglaterra: o que há de errado, se a regra é única?
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