As polêmicas de São Paulo x Flamengo (e quando o VAR deve intervir)
Com dois de Luciano, São Paulo 'sobra', vence Flamengo e vai à semifinal da Copa do Brasil
O São Paulo venceu Flamengo por 3 a 0 no jogo de volta das quartas de final da Copa do Brasil e se classificou para a semifinal, tendo o Grêmio como próximo rival. Porém, foi mais um jogo com polêmicas de arbitragem.
Vamos começar pela penalidade marcado a favor da equipe do Flamengo. A bola foi alçada na área, Willian Arão e Brenner sobem para disputar a bola, o jogador flamenguista leva a melhor, cabeceia e a bola toca na mão do jogador são-paulino. Em campo o árbitro manda seguir, o VAR (árbitro de vídeo) analisa o lance, pois todo possível penal é passível de checagem, e sugere revisão ao árbitro que após análise decide pela marcação o penal. Um pênalti bem marcado em função do texto da regra do jogo, o qual entende que o braço acima da linha do ombro é um motivo para a infração ser sancionada.
Neste caso, o VAR assertivamente sugeriu revisão e o árbitro corretamente, em função da regra, assinalou o pênalti. Discutível a regra? Sim, e muito.
É proibido saltar no futebol? Não, não é. Mas se não é, como um jogador consegue fazer o movimento de saltar com os braços colados ao corpo? É possível saltar e cometer uma ação de bloqueio ampliando o espaço corporal, algo que já ocorreu, entretanto na maioria dos pênaltis que a regra atual considera infração, se pode considerar que o jogador simplesmente fez um gesto biomecânico natural do movimento e está sendo punido por isso. Sobre esse assunto há mais informações em uma matéria anterior, onde especialistas e quem vive o futebol comenta sobre a posição do braço e a regra do jogo, acesse o link para saber mais.
E na cobrança do pênalti, que Vitinho bateu para fora, houve invasão na área, mas nem o árbitro e tampouco o VAR mandaram voltar. Pela regra do jogo, como ocorreu a invasão do jogador defensor e não foi gol, o tiro penal deveria ser repetido, contudo isso deveria ter sido visto pelo árbitro em campo. O VAR só irá intervir em invasão de área na cobrança de penalidades se o jogador invasor ganhar uma vantagem direta no lance, por exemplo, pegando o rebote de uma defesa ou depois de tocar na trave.
Isolou! Vitinho cobra pênalti horroroso, manda muito longe do gol do São Paulo e perde grande chance
Como isso não ocorreu, o chute foi para fora, o árbitro de vídeo não pode intervir. E de repente, a regra poderia mudar para a punição em uma invasão ocorrer somente quando suceder a interferência direta.
E no 3º gol do São Paulo, Willian Arão primeiro faz um passe e na sequência sofre uma carga nas costas feita por Daniel Alves, a bola sobra para o Pablo que marcou o tento tricolor.
Pela regra, o árbitro para considerar que uma carga foi faltosa deve entender que foi uma ação imprudente (atua sem precaução), temerária (desconsidera o risco) ou com uso de força excessiva (assume o risco), se isso não acontecer, pode-se entender como uma carga normal e nada marcar. O famoso, polêmico e, também, controverso “APP”, a revisão da fase inicial de ataque pelo protocolo do VAR, deve verificar como se deu a origem do ataque que resultou no gol e somente deve intervir se for um erro claro e óbvio, não em um lance que caiba interpretação.
O São Paulo recuperou a bola em um toque errado de Arão que somente após completar o passe sofreu a carga, a ação de Daniel Alves no meu entendimento foi faltosa, mas é algo para ser assinalado pelo árbitro no campo de jogo e cabe sim interpretações em relação à carga realizada, não havendo assim erro claro e óbvio.
Desta forma, o VAR não tem como intervir já que o protocolo diz que para ser um “APP” há a necessidade de erro claro e óbvio, nada que possa ser interpretativo, principalmente se o árbitro viu em campo claramente e decidiu.
As polêmicas ocorreram sim, porém desta vez podem ter ficado mais a cargo da arbitragem do campo de jogo do que do VAR.
Fonte: Renata Ruel
As polêmicas de São Paulo x Flamengo (e quando o VAR deve intervir)
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