Alexander-Arnold, do Liverpool, tem um dos cruzamentos mais precisos do mundo na atualidade
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Não tenha dúvida que boa parte dos gols que você acompanhou na sua vida vieram de um cruzamento. Alguns deles vindos dos laterais, muito requisitados neste aspecto nas últimas décadas. Mais lá atrás, dos pontas, acostumados a driblar e ir para a linha de fundo. Em comum: todos jogadores de lado de campo e com grande capacidade de “colocar com a mão” a bola para aquele centroavante grandalhão escorar para dentro do gol.
Obviamente que este segue sendo um artifício muito utilizado no futebol contemporâneo. Por mais que exagerado em alguns momentos, o cruzamento, assim como o futebol no geral, tem vivido suas transformações.
Neste caso, esse tipo de tentativa de assistência tem nos mostrado uma tendência bem clara nas últimas temporadas. Seguem sendo feitos, mas, para serem mais efetivos, mostram uma nova abordagem.
Um dos grandes exemplos de futebol em alto nível de desempenho nas últimas temporadas tem sido o Liverpool. Regular, intenso e muito eficaz, o time treinado por Jurgen Klopp tem no cruzamento uma de suas armas mais mortais. E muito disso por conta de seus laterais: Robertson e Alexander-Arnold – em especial o segundo citado.
De onde vieram as mudanças?
Para contextualizar melhor, acho legal a gente recordar o tipo de cruzamento muito utilizado, por exemplo, nos anos 90 e em meados dos anos 2000. A ideia é de não ir tão longe, justamente para conseguirmos ter referências mais nítidas em nossa memória.
Obviamente que, ao fazer menção a estes tipos de jogadas, estou longe de dizer que eles não ocorrem mais. Mas neste passado recente era bem normal acompanhar equipes que tinham um camisa 9 alto e forte, capaz de subir tão alto quanto o zagueiro e ter grande técnica no cabeceio para tirar a bola dos goleiros.
Muitas vezes, essa bola pelo alto vinha de forma mais viajada e lenta, dando ao atacante um certo tempo e a preparação necessária para se colocar no espaço correto. Por outro lado, pedia um gesto mais técnico para conseguir direcionar bem a bola ao ponto de ficar fora do alcance do goleiro. Resumindo: com uma bola mais lenta, o atacante precisava ter mais força no gesto da conclusão.
Olhando aqui para o Brasil, Jardel, que marcou história no Grêmio, talvez seja um dos maiores exemplos que temos. Era mestre nisso. Luizão, Trezeguet, Fernandão, Elber e Oliver Bierhoff também tinham essas características bem marcantes.
Conforme o tempo foi passando, as linhas defensivas começaram a controlar mais estes tipos de cruzamentos. Principalmente pelo fato de grande parte destas defesas passarem a marcar de forma mais zonal, tendo o espaço como referência, não o adversário a ser marcado. Os zagueiros, num geral, também melhoraram muito suas capacidades de disputar bolas altas. Com perfis mais atléticos, não deixaram de ser fortes, mas passaram a ter mais velocidade e principalmente alcance no salto. Outro fator que melhorou essa abordagem defensiva, foi o melhor posicionamento do corpo dos jogadores que defendem sua área.
Luiz Felipe reconhece a mudança no estilo dos cruzamentos
Ivan Storti/SFC
Voltando ao cenário brasileiro, é bem comum vermos equipes que rodam e rodam a bola, sem achar espaços para infiltrar. No fim, arriscam o famoso “chuveirinho” da entrada da área. Uma bola que vem lenta, alta e viajada, normalmente de frente para o zagueiro, que fica numa posição muito mais confortável. Luiz Felipe, zagueiro do Santos, explica melhor:
- Minha opinião é que o cruzamento mais viajado é mais fácil de se tirar. Você consegue ter tempo de se posicionar melhor e muitas das vezes acaba não gerando muito perigo. Acaba que você pode ter a ajuda do goleiro, tempo para fazer a leitura e se colocar melhor... Quando a bola vem rápida, você não tem muito tempo – opinou o defensor, ao blog.
Para Fagner, lateral do Corinthians, a característica do atacante conta bastante na hora escolher o tipo de cruzamento. Com passagens recentes pela Seleção Brasileira, o corintiano tem ao todo 5 assistências em 14 jogos na atual temporada. Pelo time de Parque São Jorge, já soma 46 passes para gol.
- Acredito que muda de acordo com as características do atacante que você joga junto. Pelo futebol ter mudado tanto e exigir muito da força física, quanto mais a bola viaja mais pode prevalecer o goleiro e a linha de defesa - afirma.
Fagner tem sido um dos laterais mais regulares do Brasil nas últimas temporadas
Djalma Vassão/Gazeta Press
Por todo este contexto, mais do que normal que treinadores e jogadores passaram a buscar novas alternativas para se buscar o tão necessário gol. O movimento natural do futebol: problema e resposta, problema e resposta... Se pensar em algo novo, se pensar em algo para neutralizar. Algo cíclico e muito necessário para o desenvolvimento de qualquer esporte.
Então voltamos ao Liverpool...
Rápido, rasante e no tempo certo: como Klopp, sem um 9 de ofício, faz tantos gols de cruzamento?
Claro que os pontos que irei abordar usando o Liverpool como exemplo não são de exclusividade do time inglês. Existem equipes que usam deste artifício e de maneira até parecida na própria Premier League, como é o caso do Manchester City. Mas chama a atenção como Klopp conseguiu fazer dos seus cruzamentos uma arma mortal. E mais: sem ter um camisa 9 característico, de força e imposição física.
Ao todo são 46 chances criadas pelo líder da Premier League que vieram de cruzamentos.
O primeiro passo é entender rapidamente as características do trio de ataque dos Reds. Roberto Firmino, o 9 com características de 10 – ou falso 9 no caso –, é um jogador de pouca profundidade e muito mais um armador que recua, gerando opções de apoio. Trabalha sempre se descolando dos zagueiros, com liberdade de circulação, para atrair e gerar espaços. Enquanto isso, Salah e Mané, dois pontas agudos e de capacidade para terminar bem as jogadas, atacam a área em diagonais.
Pois bem, muitas vezes, por gerar uma “falsa não profundidade”, o Liverpool acaba deixando seus adversários com a linha defensiva mais livre para avançar e “encurtar o campo” – lembre-se que, com a linha de defesa mais alta, ela se aproxima das outras e compacta o time, por isso o termo.
E é neste momento que Arnold e Robertson se aproveitam de cruzamentos rápidos, e muitas vezes antecipados (sem necessariamente chegar à linha de fundo e já mandar a bola da área da entrada do terço ofensivo), para achar, principalmente a dupla de pontas infiltrando em alta velocidade e usando todo seu arranque para chegar à frente dos zagueiros.
Este movimento gera um total desconforto para a defesa que, normalmente fazendo o movimento de saída, se depara com os atacantes entrando em velocidade.
- Pra mim, sem dúvida alguma, hoje é o tipo de cruzamento mais perigoso pra gente que está defendendo. Até porque a gente está correndo de frente para o gol, quando entra essa bola entre nós zagueiros e o goleiro, fica aquela indefinição. Você não sabe se tira, se o goleiro vai chegar... E pelo fato de estar em velocidade, fica mais difícil de direcionar a bola. Você corre mais riscos de qualquer desvio ou tirada errada, acaba resultando em gol – relata Luiz Felipe.
Na imagem, Arnold acha Salah em cruzamento rápido e rasante
DataESPN
Perceba na imagem acima o posicionamento da linha defensiva (sem afundar muito dentro de sua própria área) e do espaço que fica entre ela e o goleiro (o retangulo), exatamente o local onde Alexander-Arnold vai cruzar a bola para Salah atacá-la de frente. Obviamente que, dependendo de onde está a bola, a linha defensiva vai se posicionar em uma altura do campo. Quando mais o time ganha campo com a posse, mais ela se aproxima do goleiro, o que deixa a ação de cruzar ainda mais difícil, já que o espaço diminui.
Agora é Renan Loddi, ex-Athletico-PR, que usa o artifício do cruzamento rápido nas costas da defesa
DataESPN
Agora um exemplo pensando em futebol brasileiro. Nas últimas temporadas o Athletico Paranaense, treinado por Tiago Nunes e com Renan Lodi na lateral-esquerda, usou muito este artifício do cruzamento mais rápido e normalmente adiantado, principalmente quando tinha Pablo, hoje no São Paulo, como seu homem mais avançado e com essas características de mais mobilidade e menos imposição física. O perfil deste atacante, obviamente, acaba sendo decisivo para montar uma estratégia de jogo e escolher o melhor tipo de cruzamento a se fazer. Se você tem um 9 de força e estatura, mas sem a velocidade e arranque necessário para ganhar dos zagueiros na infiltração, não fará tanto sentido investir neste tipo de bola.
As mudanças nos comportamentos: quem cruza, quem ataca e quem defende...
O futebol, naturalmente, vai sofrendo suas variações e mudanças no aspecto coletivo ao longo dos anos. Mas individualmente os atleta também precisam se reinventar para se manterem em alto rendimento. É bem óbvio que, quando isso não acontece, suas carreiras acabam sofrendo um grande declínio. E então é natural que essas percepções de cruzamento acabam fazendo parte do dia a dia destes profissionais, que precisam dar alguma respostas à essas transformações.
Então por que não começar com os laterais, talvez os mais requisitados neste sentido – aliás, não só eles, que passaram a cumprir funções mais variadas nos últimos anos (clique no link).
Paulo Otávio, lateral-esquerdo do Wolfsbug-ALE e com passagens por Coritiba e Santo André, tem essa compreensão. Mais que isso, o atleta formado pelo Atheltico Paranaense, revela até como alguns treinadores tem trabalhado este ponto no dia a dia.
- Com certeza a forma de cruzar tem mudado. Acho que o cruzamento mais alto e viajado perdeu um pouco de força mesmo. Se a gente parar para analisar, faz sentido. Tive até um treinador na temporada passada que dava umas instruções neste sentido: ele passava vídeos para gente dizendo que a gente não precisava olhar para área, mas sim focar num cruzamento rápido pelo chão, visando a primeira trave. Que era onde saiam os maiores índices de gols. E realmente os laterais e pontas tão buscando essa bola mais rápida – explica.
Paulo Otávio atual pelo Wolfsburg da Alemanha
Arquivo pessoal
Depois de passar pelo futebol austríaco e pelo Igolstaldt, também da Alemanha, o lateral nascido em Ourinhos-SP também destaca também as dificuldade para se defender deste cruzamento mais rasante. Assim como Luiz Felipe, ele cita muito a questão do risco que envolve desviar esse tipo de bola.
- A grande dificuldade para se adaptar para defender esse cruzamento relação com o posicionamento do corpo. Normalmente a gente está correndo em direção ao gol e precisamos dar um jeito de tirar essa bola para o lado ou para trás. E geralmente, quando você tira para trás, tem um atacante ou um meia atacando esse espaço e podendo ter uma situação mais limpa para finalizar. Tirar para o lado é o mais viável, mas se ela vem rápida e forte, fica mais difícil. Porque aí você acaba correndo o risco da bola espirrar e marcar um gol contra – afirma Paulo Otávio.
Se por um lado os laterais apontam maior tendência a esse tipo de jogada, os atacantes começam a entender a necessidade se posicionar e se movimentar corretamente para aproveitar essas chances. Felippe Cardoso, centroavante do Fluminense, e que tem essa capacidade de arranque para chegar na frente dos zagueiros, entende que trata-se de uma grande vantagem para quem ataca:
- Essa bola rápida, entre os dois zagueiros e o goleiro, é bem mais difícil para os defensores treinarem. Diria quase que não tem como (risos). Se o centroavante estiver esperto e preparado para se posicionar ali, buscando essa bola mais rápida, é quase que certo que vai ter mais chances de concluir uma jogada em gol. Mais do que a viajada, que oferece mais dificuldade na hora da conclusão – conta o atacante do Flu.
As dificuldades do Brasil e a importância de chegar, não de estar
A fala de Fellipe Cardoso no parágrafo acima pontua algo muito importante para o atacante se dar bem neste tipo de cruzamento: posicionamento. Mais que isso, cabe a quem vai finalizar ter a leitura e saber o tempo certo de romper a linha. Se trata de uma necessidade de chegar na bola e não necessariamente estar onde ela vai chegar, já que como isso o mesmo já terá chamado a atenção de um defensor.
Felippe Cardoso chegou ao Fluminense para a temporada 2020
Lucas Merçon/Fluminense FC
Se olharmos para o cenário nacional, talvez este seja um dos problemas para a nossa baixa efetividade ofensiva nos últimos anos. Se por um lado organizamos melhor nossas defesas e nos tornamos equipes mais confiáveis neste aspecto, por outro ainda necessitamos desenvolver melhor nossas organizações ofensivas.
E o cruzamento está diretamente ligado a esse momento. Como já citado, nos deparamos muitas vezes com equipe de boa capacidade técnica, mas que não conseguem desenvolver todo seu potencial ofensivo coletivamente. A posse não se resume a infiltração, finalização e muito menos chances de gol. O tempo passa e naturalmente... Começam os incessantes cruzamentos para área. Uma ação muito conectada à ansiedade de se marcar e, muita vezes, a estratégia do adversário que tende a fechar mais o centro do campo e liberar espaços laterais – o que faz sentido, já que quanto mais ao centro, mais perto da meta adversária você está.
Eis que aparecem os tão abordados cruzamentos viajados. Bolas jogadas para área normalmente de uma região recuada, lentas e com grande confortabilidade para os defensores colecionarem rebatidas ao longo dos 90 minutos.
- Tem surtido menos efeito nos jogos de hoje essa bola mais longa. Isso porque os zagueiros de todos os times começaram a trabalhar demais essa bola viajada. Virou algo trabalhado diariamente nos treinos pelas defesas, o que vai dificultando para gente que é centroavante – ressalta Felippe Cardoso, normalmente preso entre os zagueiros nestes momentos e tendo raras chances de concluir uma bola em gol.
Mas isso vai muito além do simples cruzamento. Tem a ver também com quem não está com a bola neste momento.
Vemos no Brasil recorrentes cenários que, a equipe nesta situação, enche a área de gente e sai cruzando bola. E é aí que mora o erro. Você estando num lugar antes da jogada acontecer, você não ataca espaço. Mais que isso, traz para perto a marcação, o que gera zero surpresa. O Flamengo atualmente seja a grande exceção, utilizando Bruno Henrique e Gabriel Barbosa como atacantes. Ambos estão longe de ser aquele 9 típico, e entendem muito bem a necessidade destes deslocamentos em profundidade para gerar chances.
O ideal neste caso é partir do ponto A e finalizar do ponto B. O que mostra a imagem abaixo, de um cruzamento bem recuado de Alexander-Arnold, Salah ataca o espaço nas costas da linha defensiva e, mais rápido, alcança o ponto de chegada da bola para finalizar. Mané, ao seu lado na foto, teve a mesma ação no gol marcado pelo Liverpool.
A dupla Salah e Mané infiltrando na defesa para concluir a jogada
DataESPN
- Tenho sentido que o pessoal que tem mais essa função de cruzar as bolas para área estão se aprimorando neste tipo de bola – afirma Luiz Felipe, zagueiro do Santos.
Portanto, fica claro que usar este tipo de cruzamento não simplesmente a fórmula para o sucesso. Para que esta jogada seja efetiva, ela depende de todo um mecanismo para torna-la letal. Uma boa batida na bola de quem cruza, estruturas para gerar espaços nas costas da defesa e, principalmente, jogadores que controlem tempo e espaço para escolher e chegar na hora certa para a jogada. Isso, naturalmente, demanda muito treinamento e entrosamento entre as partes. Mais que isso, cooperação coletiva. Por mais que apenas um cruze e outro coloque a bola para dentro. É um trabalho extremamente coletivo.
O bom e velho cruzamento para trás
Muito recorrente por toda a história recente do futebol, o cruzamento para trás, por vezes chamados de passe, também tem papel importante neste jogo de perguntas e respostas, problemas e resoluções, invenções e antídotos. E também tem certa ligação com esse cruzamento mais rápido entre goleiro e linha defensiva.
Conforme foram percebendo que as equipes usam essa bola veloz nas costas dos defensores e que seja um local que o goleiro também não consiga chegar, os adversários começaram a baixar mais a linha defensiva, achatando o espaço onde essa jogada entraria. Deixando zagueiros e laterais muito próximos do seu gol e a postos para rebater estas tentativas.
Com isso, o cruzamento para trás passou a ter, mais uma vez, um papel importante como repertório ofensivo das equipes. Como futebol é um cobertor curto, a partir do momento que a defesa afunda, a entrada da área passa a ser um espaço alvo, já que não dá para estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Pergunta, resposta e problema. Se resolve um problema, o adversário te cria outro. E por aí vai.
Messi ataca a entrada a área e marca pelo Barcelona contra o Sevilla
DataESPN
A imagem acima mostra exatamente essa contrapartida. O Barcelona ataca pelo lado esquerdo e cria uma possibilidade de cruzamento. Como dois jogadores fazem o movimento para ganhar profundidade (os circulados), a linha defensiva do Sevilla afunda e abre-se o espaço na entrada da área para Messi finalizar. Aliás, o argentino é especialista neste tipo de leitura. Ainda mais por atuar ao lado de Luis Suárez, muito bom neste tipo de movimento sem bola para afundar os defensores.
Cabe a quem defende, neste momento, fechar essa região chamada de funil – entre o meio circulo da área e a pequena área. Estudos comprovam que boa parte dos gols marcados no planeta acontecem nesta região, que geralmente é fechada por médios e volantes, que geralmente estão mais próximos desta região quando a linha defensiva baixa demais.
Como tudo no futebol, o cruzamento também passa, dia após dia, por suas transformações. Se adaptam a quem vai faze-lo e a quem vai recebe-lo, a equipes ofensivas e às defensivas, a “Klopps”, “Guardiolas”, “Simeones” e tantos outros. Seguem sendo um fundamento importantíssimo para se conseguir vitórias. Estudado por ataques e defesas, desenvolvidos desde os primeiros toques na bola de qualquer prodígio.
Entre exageros e quase nulos, os cruzamentos são usados e abusados. Nos fazem rir e chorar também. E, acima de tudo, trazem consigo grandes possibilidades do que mais gostamos: o gol.
Fonte: Renato Rodrigues
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