1970 - Minha despedida da seleção brasileira, parte 2: Uma viagem para minha esposa

Terminado o Campeonato Brasileiro de seleções estaduais, quando trouxemos para São Paulo mais um título, o técnico Kanela fez uma nova convocação para a disputa do 6º Campeonato Mundial, a ser realizado em Liubliana, hoje na Eslovênia, nação então pertencente à antiga Iugoslávia.
Considerando as minhas atuações no Campeonato Brasileiro disputado em Porto Alegre, meu nome constava da lista. Confesso que, em princípio, estranhei ver meu nome na lista, pois desde o acontecido em 1967, por ocasião do 5º Mundial no Uruguai, nunca mais nos falamos.
Na hora, rejeitei a convocação. Aleguei que, por motivos particulares, eu não poderia aceitar o chamado, pois a minha esposa não encontrava-se bem de saúde e necessitava da minha presença ao seu lado. Sendo assim, desliguei-me totalmente da seleção brasileira.
Continuava trabalhando e treinando no Corinthians sem compromisso com qualquer competição. Nesse espaço de temp, a seleção deu início aos treinamentos na cidade de São Paulo. Até ali, eu estava apenas concentrado nas minhas atividades profissionais, e isso me bastava.
Chegando ao final dos treinamentos da seleção, foram realizados, a pedido do técnico Kanela, alguns amistosos, com o objetivo de testar a seleção. Mas os resultados não foram bons. Algumas derrotas, principalmente contra o México, geraram muitas criticas ao seu trabalho.
A partir dali, veio a surpresa: o técnico Kanela fez um pedido ao Dr. Wadih Helu, presidente do Corinthians, e que seria o chefe da delegação, para que eu voltasse a integrar a seleção, pois ele necessitava muito da minha presença. O Dr. Wadih entendeu o pedido e conversou comigo. Nessa conversa foi exposto o pedido do técnico Kanela. Na mesma hora, rejeitei o chamado, alegando os mesmos motivos. A partir dali, a conversa mudou de rumo, quando me foi dito que o Corinthians pagaria a viagem da minha esposa Cecilia e ela estaria ao meu lado.
O apreço que eu sentia pelo Dr.Wadih era enorme. Devo muito da minha vida atual às suas atenções por aquele jovem vindo de Piracicaba para o Corinthians. Tudo acertado, voltei à seleção, embora faltasse apenas alguns dias para o embarque via Madri/Espanha.
Em Madri, faríamos um jogo amistoso contra a seleção espanhola, também se preparando para o Mundial. Jogamos em um ginásio lotado, éramos a atração da noite. Resultado: vencemos a Espanha dentro da sua casa. A partir dali, a cara da seleção mudou completamente.
Fonte: Wlamir Marques
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