Conmebol tira nome de ex-presidente, mas homenageia investigados no Fifagate em centro

Antônio Strini, de Assunção (PAR), do ESPN.com.br
Divulgação e Getty
Conmebol trocou o nome de Nicolás Leóz para Centenário de Conmebol
Conmebol trocou o nome de Nicolás Leóz para Centenário de Conmebol

Na última segunda-feira, a Conmebol abriu as portas de seu Centro de Convenções para receber o novo presidente da Fifa, Gianni Infantino. Inaugurado em janeiro de 2009, o moderno espaço já recebeu reunião do comitê executivo da entidade máxima do futebol e possui também o Museu do Futebol Sul-Americano.

O dirigente ítalo-suíço deu uma entrevista coletiva ao lado do mandatário da confederação da América do Sul, Alejandro Domínguez, e ambos não escaparam das várias perguntas sobre o escândalo que abalou o esporte mundial no último ano.

Uma olhada mais detalhista no espaço em que a conferência aconteceu mostra que boa parte dos envolvidos no Fifagate ainda tem destaque junto à Conmebol.

Começo pela área externa, onde ocorreu a única mudança: o Centro de Convenções perdeu o Dr. Nicolás Leóz que possuía e agora chama-se Centenário da Conmebol, celebrado em 2016 e que terá como ápice a Copa América nos EUA em junho.

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Ricardo Teixeira, Nicolás Leóz e Julio Grondona no topo da homenagem
Teixeira, Leóz e Grondona na homenagem

Logo nas portas que dão acesso à construção - localizada em Luque, ao lado da capital paraguaia Assunção - é possível encontrar os bustos dourados dos dirigentes que inauguraram o Centro de Convenções naquele janeiro de 2009.

Os rostos representam os então dez presidentes das federações nacionais da América do Sul, o mandatário Leóz e também diretores do comitê executivo.

Ali encontra-se Ricardo Teixeira e Marco Polo del Nero, ex-presidentes da CBF e alvos de investigação pela Justiça dos Estados Unidos, que deflagrou o Fifagate. Estão também Leóz (em prisão domiciliar), Eugenio Figueredo (uruguaio também detido em casa), Juan Ángel Napout (paraguaio ex-presidente da Conmebol e hoje preso nos EUA), Rafael Esquivel (Venezuela), Luis Chiriboga (Equador), Luis Bedoya (Colômbia) e Julio Grondona (Argentina, falecido em 2014), todos acusados de corrupção.

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Homenagem a João Havelange, presidente de honra da Conmebol
Homenagem a Havelange, ex-presidente da Fifa

Há ainda uma placa especial em homenagem a João Havelange, mandatário da Fifa de 1974 a 1998. O cartola brasileiro, há alguns anos, teve seu nome divulgado ao lado do ex-genro Ricardo Teixeira como recebedor de propinas milionárias pagas pela extinta empresa de marketing ISL nos anos 1990.

Na placa está escrito: "Dr. João Havelange, presidente de honra da Fifa e patriarca da ‘dirigência' do futebol sul-americano. Sua revolucionária visão futurista no século XX, projetou ao futebol a lugares impensados pela magnitude alcançada em seus propósitos. Um exemplo, que brilha, com luz própria".

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Os bustos dos presidentes de federações e dirigentes da Conmebol; abaixo à direita, Marco Polo del Nero
Os bustos dos presidentes de federações e dirigentes da Conmebol; abaixo à direita, Marco Polo del Nero

E qual o nome do auditório em que o novo presidente da Fifa falou com os jornalistas? Exatamente João Havelange, um de seus antecessores.

Ao ESPN.com.br, a Conmebol afirmou ser difícil que se consiga tirar os nomes dos dirigentes envolvidos em escândalos de homenagens prestadas a eles: "Querendo ou não, eles fazem parte da história do futebol sul-americano".

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