Ele simulou McGregor para Aldo e Alvarez e explica por que dessa vez vai dar certo

Igor Resende, do ESPN.com.br
Arquivo pessoal
Jonas Bilharinho foi parte fundamental dos treinos de Eddie Alvarez
Jonas Bilharinho foi parte fundamental dos treinos de Eddie Alvarez

O nome de Jonas Bilharinho (ainda) não aparece em cards do UFC. Mas a verdade é que ele teve participação em duas das maiores lutas da história da organização. O brasileiro virou uma espécie de 'sósia oficial' de Conor McGregor e teve papel fundamental nos treinamentos de Jose Aldo e agora também de Eddie Alvarez para os duelos de ambos contra o irlandês.

Aos 26 anos de idade, ele vem construindo uma ótima carreira em eventos brasileiros (são sete vitórias, um empate e apenas uma derrota) e até já conseguiu no Jungle Fight o feito que McGregor tenta no UFC: ser campeão de duas categorias ao mesmo tempo.

O que chamou mais a atenção, porém, foi o estilo bem parecido com o do irlandês. "Temos características físicas muito parecidas, longilíneos, canhotos, que jogam no contragolpe. A gente vem da mesma escola do taekwondo e do caratê", explica Bilharinho ao ESPN.com.br.

Isso fez com que ele fosse chamado por Dedé Pederneiras para integrar a equipe de treinamentos de Jose Aldo para o duelo contra McGregor. Jonas assumiu o posto duas vezes, tanto na luta que acabou cancelada por lesão do brasileiro quanto no combate que de fato aconteceu e acabou com um frustrante nocaute em apenas 13 segundos.

Mesmo com a decepção daquela derrota, porém, Jonas Bilharinho acabou recebendo um convite para exercer o mesmo trabalho de 'sósia' mais uma vez. Enquanto ele tirava um tempo de folga para tratar uma lesão no tornozelo, recebeu um telefonema de Adam Carriker, que o convidou para fazer parte do time de Eddie Alvarez.

A reação inicial foi até de dúvida, até por conta da falta de ritmo em que estava, mas o brasileiro acabou aceitando e foi para os Estados Unidos. E agora pode explicar: por que os treinos com Aldo acabaram 'dando errado' e os com Alvarez vão dar certo?

"O camping do Alvarez é gerido de uma maneira muito diferente. A rotina dele é uma coisa impressionante. A maneira de fazer sparring, é tudo muito diferente. A estrutura do treino é totalmente diferente. É tudo diferente, não tem nenhuma similaridade. Acho que o treino do Aldo foi um pouco errado para o McGregor. Se tivesse que treinar para lutar contra o McGregor, treinaria do jeito que o Alvarez treinou, não do Aldo", diz Bilharinho.

"Lá (nos EUA) eu tive até um pouco mais de voz porque ninguém entende mais a mente de um canhoto do que eu. Quando o Alvarez me colocava em dificuldade, eu falava. E isso é ouro nas mãos de Mark Henry (o head coach) porque o McGregor provavelmente vai sentir dificuldades nas mesmas situações. O camp foi baseado muito em opiniões minhas também", completa.

Mas mais que os treinamentos, Jonas acha que a chave para entender a derrota de Aldo está mesmo na parte mental. Algo que ele acha praticamente impossível de se repetir com Alvarez.

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"McGregor atingiu de alguma forma o Aldo na parte mental. E o Aldo cometeu alguns erros técnicos que não vinha cometendo nos treinos. Por exemplo: ele começou golpeando com a mão na frente e saltou para dar aquele golpe. A cabeça passa na frente da mão. Ele tava tão transtornado de raiva que foi com tudo. Se o próprio Aldo lutar de novo, ainda acho que ele vai ganhar. Foi só um deslize que ele cometeu. Se o Aldo estivesse blindado emocionalmente, apostaria meu dinheiro inteiro nele", diz.

"Já o Alvarez é praticamente blindado. E ele não leva o McGregor a sério. Ele falou para mim que o McGregor era o cara menos assustador que ele tinha encarado na vida. Se há alguma chance de alguém se desequilibrar eu acho que não será o Alvarez. Eu tentei xingar ele durante os treinos, como também fiz com o Aldo, e ele reage muito melhor. Ele melhora. Nem tava mais xingando porque o treino tomava um nível diferente", complementa.

O tempo nos Estados Unidos também serviu para oxigenar a própria carreira de Jonas Bilharinho. Já de volta ao Brasil, ele se diz mais motivado até para os próprios treinos e promete um retorno com tudo em 2017, após se recuperar da lesão no tornozelo. Antes, claro, vai colar os olhos na TV para acompanhar o novo amigo Eddie Alvarez defender o seu cinturão.

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