Emily Lima revela que jogadora já se sentiu ofendida na seleção

Agência Gazeta Press *

Emily Lima foi demitida da seleção brasileira na última sexta-feira
Emily Lima foi demitida da seleção brasileira na última sexta-feira Lucas Figueiredo

A treinadora Emily Lima foi demitida do cargo de comandante técnica da seleção feminina, na última sexta-feira, por conta de alguns resultados recentes com o time das meninas que representam as cores do Brasil. 

Apesar disso, a comandante tem mais de 20 anos de experiência com a modalidade e afirmou que criou laços com as jogadoras, principalmente com quem já teve contato em outras equipes, como no caso da Ludmila, durante seu trabalho no São José. 

Ao afirmar que não teve respaldo enquanto técnica da CBF, Emily também revelou um episódio ocorrido com a atacante de 22 anos, convocada frequentemente.

“Uma vez, a Ludmila, que era uma atleta nossa do São José, estava sendo convocada para seleção brasileira e foi muito maltratada pelo coordenador técnico e me ligava diariamente chorando. E eu falava: Fica firme, faz o que eles estão te pedindo, aguenta firme aí. Mas ela disse que era absurdo o que falavam para ela, que ela não soltava a bola, que ela não sabia nem dominar", revelou a comandante. 

"Quando ela retornou da seleção, tivemos um jogo contra o Corinthians e a Ludmila fez os dois gols, acabou desabafando numa matéria e vieram me perguntar. Eu disse o que precisava ter sido dito, que não podemos deixar as coisas aconteceram desta forma com a nossa modalidade. Aí começaram os problemas”, disse a ex-técnica quanto à primeira jogadora brasileira a ser transferida para o Atlético de Madri.

“Quando saiu meu nome na seleção, eu sei, por pessoas lá de dentro [CBF], que ele disse que não queria”, ressaltou. “Ele sempre repete: ‘Eu tenho 30 anos de futebol’, mas não sabe nada de futebol feminino. Também não aprendi nada com essa pessoa”, acrescentou.

“Eu não sei se o fato de ser mulher pegou alguma coisa. Nem gosto de pensar nisso. Acredito muito na competência do profissional, independentemente de ser homem ou mulher. Já tive problemas com ele, quando eu estava no São José mesmo", contou. 

"Eu estava no São José e tinha uma atleta que ia disputar Libertadores, que estava na seleção Sub-20. Então liguei para a coordenação da seleção e pedi uma explicação, do porquê a nossa atleta não tinha sido liberada enquanto a jogadora da Ferroviária [equipe que disputou semifinal com o São José] sim. O clubismo dentro da seleção era notório”, completou.

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Ainda assim, Emily afirma que tentou fazer de tudo para dar mais visibilidade ao futebol feminino como um todo. Para ela, ainda há muitas questões a serem resolvidas dentro da instituição, para que a modalidade possa de fato evoluir. 

“Tudo é extremamente diferente. O futebol feminino não é tratado como o futebol masculino. É diferente, é segundo plano. Eles falam: ‘Vamos ver se conseguimos, vamos tentar’, nunca era ‘vamos resolver'”, enfatizou.

 * A Gazeta Esportiva errou na matéria “Emily Lima revela que jogadora já se sentiu ofendida por Marco Aurélio Cunha”. O título da notícia estava equivocado, uma vez que Marco Aurélio Cunha não é o coordenador técnico da seleção brasileira à que se refere a ex-treinadora Emily Lima, e as cobranças relatadas foram feitas por outro dirigente da seleção brasileira.

A Gazeta Esportiva pede desculpas a Marco Aurélio Cunha, Emily Lima e seus leitores.

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