16 quilos em barras de ouro, aumento de 457% no patrimônio e obstrução: os detalhes da prisão de Nuzman

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Agentes da Polícia Federal prenderam, na manhã desta quinta-feira, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro e do Comitê Rio 2016 , Carlos Arthur Nuzman, e Leonardo Gryner, diretor geral  do comitê da Rio 2016 e braço direito de Nuzman no COB.


De acordo com o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF-RJ), as medidas cautelares - ambos foram presos preventivamente, por cinco dias - são necessárias pois as atitudes de Nuzman após a deflagração da Operação Unfair Play demonstram obstrução das investigações sobre a ocultação patrimonial. 

No cumprimento do mandado de busca realizada na casa do presidente do COB, em setembro, foi encontrada uma chave de cofre de um banco suiço. Depois disso, Nuzman declarou, por meio de retificação à Receita Federal, que mantinha 16 barras de ouro, com um quilo cada, no exterior.  Com o preço do grama do ouro, no momento, e R$ 129,56, assim as barras valeriam R$ 2.072.960,00

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As investigações ainda mostraram que nos últimos 10 anos dos 22 que passou na presidência da entidade, o patrimônio de Nuzman se ampliou em 457%, não havendo ainda uma indicação clara de seus redimentos.

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Segundo os procuradores da Força-Tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF-RJ), as investigações avançaram de maneira significativa desde a deflagração da Operação Unfair Play, “tendo sido colhidos elementos que comprovam, de maneira irrefutável, como se deu a operacionalização dos pagamentos e indicam para a atuação de outros atores até então desconhecidos”.

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“Existe uma situação de ocultação dos recursos em poder do representado e em outros países, o que dificulta o rastreio desses recursos e consequente recomposição dos danos ao erário. A atitude adotada em momento seguinte à deflagração da Operação Unfair Play demonstra obstrução das investigações sobre a ocultação patrimonial. Além disso, documentos apreendidos na residência de Nuzman demonstram que grande parte de suas contas é paga em espécie: um engendro característico do sistema de lavagem de capitais”, detalham os procuradores.

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De acordo com os procuradores, a prisão temporário de Nuzman e Gryner é imprescindível não só como garantia de ordem pública, “como para permitir bloquear o patrimônio, além de impedir que ambos continuem atuando, seja criminosamente, seja na interferência da produção probatória”. Além do pedido de prisão, também foram cumpridos mandatos de busca e apreensão nas casas e empresas de Nuzman e Gryner e a quebra de sigilo telemático.

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