Indiana usa jiu-jitsu para ensinar autodefesa e tentar diminuir índice de mulheres violentadas fisicamente

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Megha Vora se tornou faixa preta no jiu-jitsu e usa o esporte para ensinar autodefesa
Megha Vora se tornou faixa preta no jiu-jitsu e usa o esporte para ensinar autodefesa Divulgação

A gangue de garotos estava novamente na rua. Na vizinhança de Megha Vora, em Mumbai, na Índia, eles pareciam estar por toda parte, assediando as meninas no caminho de ida e volta para a escola. De acordo com estatísticas das Nações Unidas, 37% das mulheres no País já sofreram violência física ou sexual. Criada em uma família conservadora, ela não foi treinada para reagir. Mas quando entrou na faculdade para cursar Comércio, descobriu que poderia fazer do esporte sua autodefesa. Precisou se defender pessoalmente de um ataque e, hoje, ensina artes marciais como ferramenta de empoderamento.

Megha Vora conheceu Mehul, um amigo faixa preta no caratê, e contou a ele sobre os assédios em seu bairro. Ele, então, ofereceu lhe dar aulas gratuitas. Meses depois, um garoto conhecido por abusar meninas fisicamente a ameaçou. “Naquele dia, a coragem veio. Consegui dar um golpe nele. Foi a primeira vez que experimentei o poder que tenho dentro de mim. Foram anos ficando em silêncio. Reagir fez uma grande diferença na minha vida.”

A amizade virou parceria. Megha e Mehul se casaram e, em 2014, abriram o Centro de Autodefesa para Mulheres, a primeira academia de autodefesa particular da Índia a oferecer aulas gratuitas para mulheres e meninas. Desde então, já inauguraram mais seis unidades e atenderam mais de 20 mil mulheres.

O curso inclui treinamento físico, exercícios de auto-confiança e ações preventivas, como saber gritar. Elas aprenderem a chutar, dar soco, usar cotovelos, joelhos e cabeça; como enfrentar uma ou mais pessoas e a se defenderem de facas e armas. O lema é “treinar as mulheres de hoje a enfrentarem os desafios de amanhã, as empoderando para um vida de dignidade e respeito”.

Megha se tornou faixa preta no caratê e no jiu-jitsu e é instrutora no centro principal, em Mumbai. “Todos os dias, vemos a diferença de gêneros estampada na Índia. Brigamos contra seis mil anos de uma cutlura que nos condiciona a ficarmos quietas. Isso vai além de violência física. A maioria de nossas mulheres não podem gritar, nem retrucar, nem dizer o que pensam.”

Ter o esporte como espinha dorsal levou a indiana aos Estados Unidos para participar do Programa Global de Mentoria Esportiva. O intercâmbio de cinco semanas, realizado em setembro e outubro, teve como objetivo dar ferramentas para que líderes emergentes continuem atendendo suas comunidades locais, facilitando o acesso ao esporte.

Atletas de sucesso no mundo todo estiveram reunidas com as principais empresárias dos EUA. Julie Eddleman, que lidera o desenvolvimento de negócios mundiais para o Google, ensinou a indiana sobre desenvolvimento de marcas, marketing e mídias digitais.

Megha Vora voltou à Índia com estratégias para atrair patrocinadores corporativos e colocar em prática seu planejamento: capacitar alunas para serem treinardoras de artes marciais e ampliar seu modelo de negócio, inaugurando mil Centros de Autodefesa para Mulheres em seu País.

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