Juiz relata encontro entre Telê e Cruyff 48 horas antes do São Paulo vencer o Barcelona no Mundial; é de arrepiar

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Johann Cruyff (esq)  e Telê se enfrentaram na final do Mundial de Clubes de 1992
Johann Cruyff (esq) e Telê se enfrentaram na final do Mundial de Clubes de 1992 Getty Images/Gazeta Press

Em entrevista à agência EFE, o árbitro do Mundial de Clubes de 1992, o argentino Juan Carlos Loustau, revelou que o técnico do São Paulo, Telê Santana, teve um encontro com Johan Cruyff, seu adversário pelo Barcelona, horas antes do confronto entre brasileiros e espanhóis em Tóquio, no Japão.

Segundo Loustau, isso ocorreu na madrugada do dia 11 de dezembro, cerca de 48 horas antes da partida, que foi realizada dia dia 13 no Estádio Nacional da capital japonesa. Sem sono por causa do fuso horário, o juiz estava passando pelo saguão do hotel e foi convidado para participar do bate-papo entre os treinadores.

O argentino conta que Telê e Cruyff falavam de futebol "como se fosse algo sagrado", e firmaram um pacto naquela madrugada: a de que mandariam seus times jogaram um futebol limpo e bonito, sem qualquer tipo de artimanha, na decisão para ver quem seria o campeão do mundo naquele ano. 

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"Eles falavam de futebol como se fosse algo sagrado. Diziam que interromper uma partida com simulações de lesões, esconder a bola ou fazer uma substituição para ganhar segundos não era válido", recordou Loustau.

"Estavam convencidos que perder jogando bem não era fracassar e que uma partida leal, se se respeitam os princípios, não há vencedores nem vencidos", acrescentou.

"Cruyff e Santana queriam ganhar, mas não de qualquer forma", finalizou.

Dois dias depois do bate-papo, São Paulo e Barcelona fizeram um belo jogo. O búlgaro Stoichkov abriu o placar para os catalães, mas o time brasileiro mostrou sua força e virou com dois gols de Raí. O segundo foi o mais emblemático, em uma cobrança de falta ensaiada à exaustão por Telê nos treinos tricolores. 

Jogadores do São Paulo comemoram a conquista do Mundial de Clubes de 1992
Jogadores do São Paulo comemoram a conquista do Mundial de Clubes de 1992 Peter Robinson/EMPICS via Getty Images

A partida teve só cinco cartões amarelos: três para o Barça (Ferrer, Begiristain e Goikoetxea) e dois para o São Paulo (Ronaldão e Toninho Cerezo).

Naquele dia, o campeão da Champions League mandou a campo Zubizarreta; Ferrer, Koeman e Witschge; Guardiola, Begiristain (Nadal), Bakero (Goikoetxea), Eusebio e Amor; Laudrup e Stoichkov.

Já o São Paulo jogou com Zetti; Vítor, Adílson, Ronaldão e Ronaldo Luiz; Pintado, Toninho Cerezo (Dinho) e Raí; Cafu, Palhinha e Muller.

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