Coronel, deputado, filho de Sarney e investigado pela PF: quem pode mandar na CBF com Marco Polo banido

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Coronel Nunes ficará no comando por ser o vice mais velho da CBF
Coronel Nunes ficará no comando por ser o vice mais velho da CBF GazetaPress

Marco Polo Del Nero foi afastado da presidência da CBF por 90 dias. A punição foi dada pelo Comitê de Ética da Fifa nesta sexta-feira e não cabe recurso. Ao contrário, ela pode ser ampliada para mais 45 dias. A pergunta feita por muitos é: quem assume o posto interinamente?

Ao todo, a CBF tem quatro vice-presidentes es o estatuto determina que o mais velho entre eles assuma a função.

Dessa forma, o cargo será ocupado pelo coronel Antonio Carlos Nunes de Lima, que preenche justamente a condição de vice-presidente mais velho. Ele tem 81 anos e um histórico bem polêmico, para dizer o mínimo. Já esteve interinamente na função entre janeiro e abril de 2016, período em que foi ouvido pela CPI do Futebol, durante investigação sobre suspeita de corrupção na CBF. Na época, ele disse que "não acreditava em corrupção" na entidade nacional.

O histórico de Coronel Nunes é longo. Aliado do Regime Militar, ele foi prefeito biônico do Pará. Desde 2003 recebe R$ 14.768,00 mensais do governo federal como anistiado da ditadura, sob a justificativa de ser "vítima de ato de exceção de motivação política", segundo reportagem do Uol. 

O novo homem forte da CBF também foi presidente da Federação Paraense de Futebol por seis mandatos consecutivos, acumulando denúncias e respondendo pelo declínio do futebol local. O último representante do Estado na elite do futebol nacional foi em 2005 com o Paysandu.

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Outro vice da CBF é Marcus Antônio Vicente, deputado federal pelo Espírito Santo e também velho aliado do poder do futebol nacional. Ele presidiu a federação capixaba de 1994 até 2015 e depois fez um sucessor. Por ser vice-presidente regional, ele presidiu a CBF interinamente de dezembro de 2015 a janeiro de 2016. 

Também já foi chefe de delegação da seleção brasileira em jogos pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, tendo acompanhado a equipe canarinho até fora do país. 

Vale mencionar que Vicente foi investigando pela CPI da CBF-Nike, em 2001 por irregularidades e não recolhimento de impostos. E é integrante da chamada "Bancada da Bola" (grupo influenciado pelo lobby da CBF) e, segundo o GloboEsporte.com, teve a campanha financiada com recursos da CBF.

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Gustavo Feijó também é vice-presidente da CBF e ficou mais conhecido em agosto de 2016 por ter usado, sem autorização, imagens de quatro campeões olímpicos (Neymar, Renato Augusto, Walace e o técnico Rogério Micale) na campanha para a prefeitura de Boca da Mata, em Alagoas. 

Ele foi o chefe da delegação brasileira na Olimpíada do Rio de Janeiro, que teve a conquista inédita do ouro e quando teve contato com jogadores e a comissão técnica. O fato é que ele conseguiu ser reeleito como prefeito de Boca da Mata pelo PMDB.

Feijó também vem ocupado as páginas polícias por motivo nada nobre. É investigado pela operação "Bola Fora", desdobramento da CPI do Futebol, pelo recebimento de R$ 600 mil em "caixa 2", isto é, dinheiro não contabilizado. Teve mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Tribunal Regional de Alagoas, em sua casa e na sede da Federação Alagoana de Futebol, em junho. Feijó se manifestou na época e alegou inocência.

O filho do vice da CBF, Felipe Feijó, é o atual presidente da Federação Alagoana de Futebol. Durante a operação "Bola Fora", ele foi preso em flagrante por posse ilegal de arma. Foi liberado ao pagar fiança.

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O outro vice da CBF é Fernando Sarney, filho de José Sarney, ex-presidente do Brasil. O cartola tem  investigações criminais que, embora sem condenações judiciais. Já foi acusado de evasão de divisas dos cofres públicos do Governo do Maranhão e, um grampo da Polícia Federal, revelou que um polícia federal repassava informações sigilosas para o empresário sobre detalhes da investigação, de forma que ele pudesse evitar flagrantes.

Também foi indiciado pela Polícia Federal por falsificação de documentos para favorecer empresas estatais, sendo alvo da operação "Boi Barrica", em 2006, que, entre outras coisas, investigou a existência de caixa 2 na campanha de Roseana Sarney ao governo do Maranhão.

Já foi investigado por suposta formação de quadrilha atuando na manipulação de licitações públicas, desvio de dinheiro de obras estatais, entre outras. Até hoje não houve uma conclusão da apuração do caso.

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