Osmar Loss representa, antes de tudo, uma ideia
Loss, em inglês, quer dizer perda. Mas danem-se os idiomas, eles não são nada perto do futebol. É importante que loss signifique, daqui para frente, vitória. Porque Osmar Loss é o substituto escolhido pelo Corinthians para o lugar de Fábio Carille. Se o jovem treinador que acaba de assumir der continuidade ao trabalho bem feito de seu ex-chefe, ganhará não só o Timão, mas todo o futebol brasileiro. Porque, pela primeira vez em muitos anos, o sucesso será fruto de uma ideia, não de indivíduos.
Sob o ponto de vista dos treinadores, a história do futebol brasileiro é personalista. As concepções de jogo sempre vagaram de time para time, porque eram levadas pelos treinadores, e não construídas pelos clubes a partir de uma noção sólida de identidade, sendo os “professores” seus executivos.
Um dos melhores e mais recentes exemplos dessa esquizofrenia é o Internacional, que conseguiu a proeza de ter, em curto espaço de tempo, Argel Fucks, Falcão, Celso Roth, Antônio Carlos, Lisca e Guto Ferreira comandando a equipe. Concepções completamente diferentes de futebol. Deu no que deu. E você vai encontrar correspondência desse caos em todos os clubes nos últimos anos. Felizmente, o Colorado tenta agora consertar o equívoco apostando em Odair Hellmann, membro da comissão técnica permanente havia cerca de cinco anos.
Os clubes deveriam gestar treinadores como forjam craques. Categorias de base para técnico, é isso que precisam conceber. Esses treinadores devem seguir um plano de carreira, começando desde o Sub-13, quando são técnicos e, acima de tudo, educadores. Os que sonharem em subir um dia ao profissional, devem fazê-lo gradativamente.
Mas, para formar um treinador, é preciso ter uma sólida “grade curricular” montada a partir da história do clube, dos valores de seus fundadores, das virtudes de seus esquadrões vencedores e de seus craques eternos. Um clube de futebol precisa buscar uma identidade, cuja equipe profissional é sua vitrine mais bem elaborada.
O Botafogo fez isso com Jair Ventura e colheu frutos. O Atlético-MG vai fazendo o mesmo com Thiago Larghi. O Flamengo tentou Zé Ricardo, mas não sustentou. Agora, repete a tentativa com Maurício Barbieri. O Atlético-PR acredita que o seu “cara” estava fora, e mandou buscar Fernando Diniz, que agora luta para manter sua ideia apesar dos maus resultados.
Mas o melhor exemplo veio do Corinthians. Mesmo não tendo sido fruto de um planejamento propriamente dito, mas, sim, de algum acaso (o clube não o manteve na primeira oportunidade, optando por Cristóvão e Oswaldo de Oliveira), Carille subiu, se sustentou e brilhou. Ao mesmo tempo, Osmar Loss completava sua formação como membro importante da equipe profissional. O que Tite e Mano passaram para Carille, este passou para Loss. E assim deve seguir.
Como no futebol tudo é fortuito e repentino, a chance de assumir o time veio bem antes do que Osmar planejava. Mas o trem passou e ele pulou em cima, mesmo com a bagagem não completamente feita. Mas tanto Loss quanto o clube têm, a seu favor, uma ideia de jogo bem construída. E isso, dólar nenhum é capaz de tirar.
Fonte: Maurício Barros
Osmar Loss representa, antes de tudo, uma ideia
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