Fisiculturismo é um grande laboratório

Rê Spallicci
Rê Spallicci

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Muita gente me pergunta o que me fascina tanto no fisiculturismo. Alguns apostam que é o prazer de aumentar os pesos em uma competição com a gente mesmo, para descobrir nossos limites; outros imaginam que é ver o corpo cada vez mais definido… Mas poucos são os que realmente acertam! O que me fascina no fisiculturismo não são os resultados físicos, mas sim, resultados que podemos levar do palco para todas as pessoas!

Assim como a Fórmula 1 é um laboratório para as tecnologias que teremos em nossos carros, no futuro, o fisiculturismo é um laboratório, a fim de  que, depois, as pessoas comuns possam utilizar  em suas vidas o conhecimento aprendido no esporte.

Um desses casos é a utilização de equipes multidisciplinares para a perda de peso, por exemplo!

No fisiculturismo, a formação de equipe com vários profissionais para o acompanhamento dos atletas é uma realidade. Eu mesma tenho todo um staff que me acompanha –  preparador físico, nutricionista, médico, coachs – , que me auxiliam em diversas  abordagens, para  eu poder alcançar os objetivos a que me propus.

 E este mesmo conceito pode ser atribuído a pessoas que querem perder peso e têm problemas em seguir dietas. 

Segundo estudo científico, conduzido pelos especialistas norte-americanos George L. Blackburn, MD, PhD; Isaac Greenberg, PhD; Anne McNamara, RN; Daniel Rooks, PhD, FACSM; Shannon Fischer, MA; e Kristina Day, RD, LD, os cuidados multidisciplinares, voltados para pequenas etapas e abordagens práticas para a mudança de estilo de vida,  podem ser um meio efetivo de tratamento para muitos pacientes que apresentam dificuldade para a perda de peso.

Isso porque, cada membro do time, formado por médicos, nutricionistas, especialistas em exercícios, terapeutas comportamentais e enfermeiros, traz um conjunto único de habilidades para atender às diferentes necessidades do paciente. Os médicos, por exemplo, pesquisam problemas que podem afetar a perda de peso, enquanto os nutricionistas ajudam os pacientes a aprenderem, gradualmente, a comer menos e a incorporarem alimentos saudáveis em suas dietas. Os especialistas em exercícios ensinam formas práticas de integrar a atividade física no dia a dia, e os terapeutas comportamentais trabalham o preparo mental de todo esse processo de mudança de estilo de vida.

“Estratégias eficazes de tratamento para sobrepeso e obesidade têm sido evasivas. Ao longo dos anos, tornou-se evidente que os objetivos drásticos de perda de peso e abordagens estreitas para o tratamento da obesidade raramente são eficazes, e que uma estratégia mais ampla e multidisciplinar, baseada em pequenas e práticas mudanças de estilo de vida, é mais viável para os pacientes e produz resultados mais duradouros”, ensinam os profissionais em artigo científico, publicado no site Bariatric Times.

Outro ponto, que alguns atletas de fisiculturismo já utilizam há algum tempo, e que passa a ficar mais comum em outras abordagens, é o uso da Programação Neurolinguística (PNL), metodologia que permite compreender a busca do autoconhecimento e identificar nossos modelos mentais, para que possamos questioná-los, refletir sobre eles e, se preciso, ressignificá-los.

Hoje se sabe que ela também pode ser uma aliada na perda de peso, pois a  forma como pensamos tem enorme poder sobre nossas atitudes, e é possível reprogramar esse modelo mental, para que alcancemos nossos objetivos.

E isso serve para todos os segmentos de nossa vida, desde a perda de peso até ganho de massa ou qualquer outro resultado que busque para  seu corpo.

Segundo essa técnica, simples mudanças em nossa forma de enxergar o mundo podem trazer resultados significativos. Trocar frases negativas, como “Eu NÃO quero engordar” por “Eu quero emagrecer” ou “Vou ter uma alimentação saudável” ao invés de “NÃO posso comer doces e massas” seria valioso na busca pela vitória contra a balança.

Ou seja, tudo aquilo que nós, atletas, utilizamos há um tempo serviu de modelo para que outras pessoas possam se beneficiar do nosso aprendizado.E este talvez seja o maior legado do fisiculturismo e que tanto me fascina!

Busque seu propósito. Deixe seu legado.

Rê Spallicci


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Ter feito uma série sobre assédio nos tatames mudou a minha vida

Mayara Munhos
Mayara Munhos
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. ESPN

Em março de 2017 fiz algo que não esperava que mudaria minha vida para sempre: uma série sobre assédio nos tatames. Algo delicado de ser dito, que eu sabia que podia me acarretar coisas positivas, mas negativas também e que eu nunca tinha visto ser abordado.

Foi o que aconteceu. Há pouco mais de dois anos, quando decidi ‘pagar o preço’ independentemente do que pudesse vir a acontecer, eu lancei a série dividida em cinco partes. Para que ela saísse do papel, eu fiz uma pesquisa com mulheres do meio, totalmente anônima, e obtive mais de 250 respostas. O resultado foi triste. E por conta disso, eu demorei ainda mais para conseguir publicar.

Comecei a pesquisar no final de 2016 e botei no ar só uns 3 meses depois. Eu quase desisti. Eu recebi depoimentos chocantes. Uns de mulheres abusadas quando crianças, outros que eu consegui identificar de onde vinham, alguns que eu nunca esperava ouvir. Eu tive que digerir tudo aquilo e pensar em como levar para frente. E aqui está!

Assédio nos tatames (parte 1) – Introdução
Assédio nos tatames (parte 2): A culpa não é da mulher
Assédio nos tatames (parte 3): Dentro ou fora?
Assédio nos tatames (parte 4): Também pode ser moral
Assédio nos tatames (parte final): Como e para quem reportar?

Eu não precisei falar sobre absolutamente nada pessoal ali, porque não era um depoimento meu. Era uma pesquisa, com dados, números – o que mostrava que aquele comportamento dentro do tatame, cometido por pessoas se aproveitando de seu poder ou submissão que o jiu-jitsu pode proporcionar, era completamente normal. Isso foi primordial para que a minha série tivesse credibilidade. Eu não estava opinando ou querendo ‘dar o troco’ por já ter passado pela situação, mas estava mostrando com dados o quanto isso era normalizado e que precisávamos levar para frente e mudar essa situação.

Decidi falar sobre isso novamente porque UOL lançou uma série sobre o mesmo assunto e isso mexeu bastante comigo. Mas o que quero destacar é que me deixou muito feliz (apesar da situação) ver que as pessoas estão olhando mais para esse lado e, mais do que isso, que as mulheres estão se encorajando a falar sobre sem medo das consequências ruins que podem sofrer.

A ideia da série (“Vozes no tatame”) é que as mulheres ‘deem a cara a tapa’ e usem a hashtag #QueroLutarEmPaz para expor situações de assédio que sofreram no meio das artes marciais.

Eu digo com toda certeza que a série que escrevi em 2017 mudou minha vida porque, de fato, ela mudou. Ela mudou minha maneira de ver o mundo, ela me fez lutar mais pelas causas que acredito. Ela me fez ser uma pessoa mais tolerante, tanto com homens quanto com mulheres. Me fez ter paciência de sentar e conversar com meus amigos de treino ou professores sobre o que me incomoda ou então, de levar para frente alguma situação de alguém que convive comigo.

E me fez estender a mão para as mulheres cada vez mais para que elas saibam que podem contar comigo e com muitas outras para superar esse tipo de situação. Hoje, comandando uma turma feminina de jiu-jitsu, por exemplo, vejo o quanto é importante ter diálogo com elas para que se sintam à vontade em me reportar qualquer coisa do tipo, bem como se sintam tranquilas de estarem ali, entre mulheres que se entendem e se respeitam - e homens também, no treino misto, o que é uma premissa dentro da minha equipe: respeito e caráter.

A série me alertou para coisas que eu mesma já sofri. Me acarretou uma mudança de equipe que, sem dúvida alguma, foi uma das melhores decisões que tomei na minha vida. Me trouxe apoio mesmo que eu nunca tenha falado nada sobre minha pessoa ali e me fez acreditar ainda mais que devemos lutar até o fim – dentro e fora dos tatames.

Algumas pessoas me procuraram para parabenizar, outras para me agradecer, outras para palestrar, algumas outras ainda para me contar que viram minha pesquisa citada em algum lugar. Mulheres que passaram pela situação se fortaleceram a deixarem suas equipes e contarem suas histórias. Apesar da pesquisa ter sido anônima, algumas me deixaram contato e me pediram uma conversa e eu fiz questão de chamar cada uma delas. Vai que seja minha missão na terra :)

Também tive problemas, conversas tensas com pessoas que discordaram, perdi algumas amizades próximas que gostava muito... Nem tudo são flores – bem como o motivo que me fez escrever a série.

Eu sempre estive muito envolvida com mulheres do jiu-jitsu e, por conta disso, eu ouvia muitos relatos. Esse foi o primeiro motivo pelo qual eu optei por escrever a minha série. Eu precisava dar uma voz para aquelas mulheres que se sentiam coagidas. Eu espero tê-las ajudado.

Depois que publiquei, também recebi alguns questionamentos: mas e você, Mayara?

Eu não gosto de explanar minhas situações pessoais para o mundo. Afinal, apesar de ser o meu blog, o meu trabalho foi jornalístico. Mas 'e eu' posso dizer que quando tinha 13 anos, um ex-colega de treino dominou uma posição durante a luta e me lascou um beijo na bochecha – me pediu desculpas e disse que ‘não aguentou’ – ele já era maior de idade.

'E eu' posso dizer que um ex-colega de equipe, quando eu tinha 14 anos, me chamou depois de ter me visto lutando com um cara, para ‘me aconselhar’ que eu não treinasse com ele por ter percebido que estava com más intenções comigo.

'E eu' posso dizer que, não mais criança, precisei driblar comentários maldosos de um ex-professor com muito jogo de cintura para não ser taxada de louca dentro da academia. Pessoas já viram, pessoas sabiam, pessoas falavam comigo sobre o assunto, pessoas relatavam situações que já tinham passado... Mas ninguém se propôs a me ajudar nessa. Sozinha é mais difícil, né?

Portanto, a repercussão do assunto é extremamente importante. Só repercutindo as mulheres terão coragem de falar, anonimamente ou não. Só juntas vamos conseguir, cada vez mais, diminuir os casos. E só falando os homens também vão poder entender a gravidade do problema e entrar nessa com a gente.

Obrigada por terem levado a ideia para frente. Obrigada por se posicionarem também. E força, a cada uma que já passou por cada tipo de situação e parabéns, pela coragem de não terem medo de dar a cara a tapa.

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Fisiculturismo no Pan: Carla Lobo fez história como primeira brasileira na disputa

Rê Spallicci
Rê Spallicci

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Quando subiram ao palco dos Jogos Pan-Americanos de Lima, que terminaram no último domingo, dia 11/08, os atletas brasileiros, Carla Lobo e Juscelino Santos, fizeram história. Isso porque eles foram os representantes do Brasil na primeira vez em que o fisiculturismo integrou as competições do Pan.

 Para todos nós que militamos no esporte, a entrada do fisiculturismo como um esporte olímpico é uma grande vitória, pois o leva  a um novo patamar, aumentando sua visibilidade, importância e até mesmo possibilidade de mais patrocínios.

O esporte foi adicionado ao programa oficial dos Jogos Pan-Americanos em 2016, e nesta sua primeira edição, contou com representantes de 19 países para as disputas na capital peruana. Ao todo, foram 32 competidores, divididos igualmente nas categorias masculina e feminina.

Para obter classificação ao Campeonato Pan-Americano de fisiculturismo, em novembro do ano passado, aconteceu, em Antígua, na Guatemala, o único torneio qualificatório, visando à competição do Peru. E Juscelino e Carla Lobo foram os atletas brasileiros classificados no evento.

 A categoria “fisiculturismo clássico” marcou a prova masculina, considerando o tamanho dos músculos, proporção e simetria. Além disso, houve a limitação de peso, de acordo com a altura do fisiculturista. Para o feminino, a categoria foi o “biquíni fitness”, na qual musculatura, força e flexibilidade são julgadas pela arbitragem. Carisma e fluidez nos movimentos fizeram parte da apresentação coreografada e também foram analisados.

E as medalhistas na categoria feminina foram: Paulina Zamora, de El Salvador, com ouro, Xymora Valdívia, do México, com prata, e Macarena Figueroa, do Chile, com bronze. No masculino, o ouro ficou com Yuri Rodrigues, El Salvador, a prata com Carlos Alberto Giraldo, Colômbia, e o bronze com Jonathan Estuar Martinez, da Guatemala.

Aos 48 anos, a brasileira Carla Lobo sentiu-se honrada em representar o Brasil e falou um pouco sobre a realidade dos atletas de fisiculturismo no Brasil. “É uma honra representar o País na estreia da modalidade. É indescritível o tamanho da minha emoção. Essa conquista é fruto de muito trabalho. Além de atleta, sou personal trainer e tenho três filhos. Administrar casa, trabalho e competições não é fácil, mas me sinto feliz e grata por ter essa missão.”

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Juscelino Santos, com 47 anos, também viu o Pan como o ápice de sua carreira que já tem 30 anos! Desde 17 anos no esporte, ele conta que entrou para o fisiculturismo inspirado pelo personagem dos quadrinhos, Conan, vivido no cinema pelo mito Arnold Schwarzenegger. Duas vezes campeão do Pan-Americano de fisiculturismo, Juscelino é bi-campeão Sul-americano, campeão paulista, campeão estadual, vice-campeão sênior até 70 kg, tetra brasileiro e está entre os melhores do mundo.

Mas a sua maior conquista é conviver há anos com doença de Chagas sem nunca apresentar qualquer sintoma da doença.

 Agora esporte olímpico, o fisiculturismo estreará nas Olimpíadas em Tóquio, no ano que vem, e até lá saberemos quem serão os representantes brasileiros deste momento histórico.

 Como atleta de fisiculturismo fico extremamente feliz por ver o meu esporte no principal palco esportivo mundial e bastante satisfeita pelos  nossos colegas brasileiros brilhando em Lima!

Que venham as próximas competições, e que, em breve, possamos ter a bandeira brasileira no mais alto lugar do pódio.

Busque seu propósito. Deixe seu legado.

Rê Spallicci

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Ter dupla (ou tripla) jornada entre treinos e trabalho não faz de você uma exceção

Mayara Munhos
Mayara Munhos
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. Sinistro Photo Film

Já que faz um tempão que não escrevo por aqui (muito menos algo pessoal), vou aproveitar o gancho do campeonato que disputei no último final de semana para falar um pouco sobre minha percepção de treinar, competir e ter uma vida pessoal [quase] normal.

Embora seja muito difícil botar tudo o que vou falar em prática no dia-a-dia, na minha cabeça esse tipo de coisa é muito certo. Isto se chama foco, dedicação, prazer em fazer aquilo que escolhi e driblar algumas adversidades.

De fato, eu levo uma vida dupla. É o que dizem meus amigos próximos e minha família. Eu saio de casa 6h da manhã para treinar, saio do treino para o trabalho, do trabalho para o treino e volto para casa por volta das 23h. É uma rotina cansativa e exaustiva, porque isso me tira muito tempo de descanso ou lazer. Além da longa rotina de horário e de minha casa/trabalho/treino não serem nada perto um do outro, no meio do dia muitas coisas acontecem: pressão no trabalho, pressão nos treinos, trânsito, imprevistos...

No domingo eu disputei a III Etapa do Circuito Paulista e comecei a reparar como quando sempre que eu perco uma luta, as pessoas usam os mesmos argumentos para me consolar: “Mas Mayara, você tem uma vida dupla, você trabalha e ainda treina”. Ok, pessoas, obrigada por isso, eu amo vocês de verdade e sei que falam isso de peito aberto – não estou pedindo para que não falem. Eu realmente acho um esforço tremendo. Por um momento, até achei que era uma baita glória ou que eu devia mesmo ser uma pessoa diferenciada, mas eu vivo no meio disso e me esforçar não faz de mim uma exceção. Todos se esforçam da sua maneira. 

Eu não sou diferenciada, eu sou só mais uma. 

Eu não convivo em meio à atletas profissionais, o que faz de mim só mais uma pessoa entre tantas outras que, simplesmente, precisam se dividir entre trabalhar, treinar, algumas estudar e ainda ter filhos, competir e ter uma vida pessoal. Eu seria uma exceção se me esforçasse o mínimo e alcançasse o resultado máximo, seria um ponto fora da curva. Mas em meu meio, eu sou só mais uma.  

É claro que eu reconheço todos os meus esforços diários para manter essa rotina em pé. E eu não estou dizendo que é fácil – porque não é, mesmo! Diariamente a gente precisa fazer pequenas escolhas e isso se chama foco. Por exemplo: eu sei que posso dormir 2h a mais para trabalhar, mas eu escolho acordar 2h antes de ir treinar. Ou então que eu posso sair do trabalho e ir encontrar uma galera para fazer um 'happy hour', mas eu escolho ir treinar. Eu podia treinar só de manhã ou só a tarde? Claro. Mas o que isso me agregaria mais ou menos? Óbvio que eu 'saio do trilho' uma vez ou outra, mas não num panorama geral, porque a partir do momento em que me prontifiquei a fazer uma coisa, creio que eu deva fazê-la com excelência até o final. E é por isso que cobro tanto de mim mesma o resultado de uma competição. E creio que a maioria das pessoas que tem essa dupla ou tripla jornada também.

O que também não é tão bom caso passe do ponto [reconheço que às vezes eu passo mesmo]. E talvez esse ‘passar do ponto’ seja um empecilho para conquistar os resultados esperados. Quando eu me lesiono, por exemplo, eu acho praticamente inaceitável que eu precise ficar sem treinar. Eu penso que talvez eu possa estar deixando de treinar durante uma hora enquanto a pessoa que eu vou enfrentar no campeonato treinou sei lá, três horas a mais do que eu – isso é doido.

Estive conversando com algumas pessoas que convivem bastante comigo, principalmente meus professores, e a opinião é unanime – o que torna um fato. Eu sempre me lesiono ou fico doente às vésperas de uma competição. E desta vez não foi diferente.

Mas o prazer de competir e de abrir mão de algumas coisas, mesmo que doam um pouquinho o coração [tipo “amigas, não vou no aniversário de vocês porque estou 100% com a cabeça na luta da semana que vem e não posso desviar o foco”], para estar lá e não deixar que toda essa rotina insana seja em vão, é muito sensacional. 

Sentir a adrenalina de um campeonato é muito incrível. E desde que eu decidi que ia voltar às competições [por volta de 2014], reconheço que cresci muito. E na verdade, a cada derrota, eu tenho crescido ainda mais. Eu acumulei bronze para caramba este ano, perdi de vista... E como explicar? Ano passado eu obtive resultados bem melhores treinando menos. Mas a cada medalha que olho, eu tento me lembrar o que fiz de errado e como posso tentar melhorar. Essa é uma percepção que eu não tinha lá pelos meados de 2014.

Depois da derrota de domingo, eu percebi que embora eu tenha conseguido colocar em prática quase tudo o que tenho treinado, faltaram alguns detalhes. Se fosse antes, eu nem teria ideia do que fiz durante a luta. Pelo menos eu consigo lembrar agora, hahaha.

Apesar de parecer clichê e talvez uma 'desculpa de perdedores', perder nos ensina muito. Ganhar é sensacional, é uma sensação realmente indescritível, por isso as pessoas se perdem nas comemorações e às vezes fazem umas loucuras na hora daquela adrenalina louca. Ganhar demais também deve ser sensacional, porque te bota numa zona de segurança tremenda. E perder é horrível, eu odeio perder.

Mas como sempre aprendi a ver o lado bom das coisas [mesmo que eu deixe prevalecer os ruins às vezes], eu tenho tentado enxergar o que melhorei e me focar no que ainda preciso ajustar. Sou cercada de pessoas que me elevam sempre e me fazem acreditar ainda mais que dá para chegar lá. E acredito que quando chegar, vai ser igualmente incrível. É uma caminhada longa, complexa e que precisa de persistência. 

E depois de tudo, na segunda-feira a rotina continua insana. Perder não vai te fazer acabar com a vida e ganhar não vai te fazer tirar uma semana de folga para comemorar 'metendo o louco'. 

Na verdade eu gravei um vídeo falando sobre isso de rotina vs treinos vs competições durante o Campeonato Brasileiro do ano passado que eu nunca publiquei [e nem vou, hahaha]. Mas de certa forma, acho que talvez eu devesse compartilhar com quem também precisa passar por tudo isso e mesmo assim não se derruba por nada, porque o prazer de realizar tudo isso é maior do que qualquer cansaço físico, mental, derrota... E às vezes, até mais valioso do que umas vitórias [mas eu quero ganhar, ok?]! <3

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A importância da saúde mental para atletas de alto rendimento

Edênia
Edênia
Saúde mental
Saúde mental Daniel Zappe

Quantas vezes você já ouviu falar que para você fazer algo extraordinário precisa se dedicar 100%? Como atleta há quase vinte anos, ouço isso praticamente todos os dias. Tudo sempre foi sobre: "você não pode, tem treino", "você não é igual aos outros, precisa ser focada", "se o resultado for ruim, a única culpada é você", "não posso, tenho treino." Perceberam quantas vezes o "não" é recorrente? Pois bem, viver uma vida de privações é para poucos mesmo, você precisa ter consciência na hora de escolher sua profissão. E como ter essa consciência aos 5 anos ou até mesmo, quando você recém terminou o ensino médio? Escolha complexa, não?!

Me lembro bem quando tinha por volta dos meus 7 anos, quando minha família aos finais de semana ia ao parque aquático, eu não gostava de ficar na piscina das crianças, sempre acompanhava meu pai na piscina de salto. Ficava fazendo ondulações de um lado para o outro, enquanto isso ele saltava e minha mãe, concentrada em mim,  sempre falava que eu parecia uma sereia. Talvez minha mãe tenha visto algo que ninguém até então tenha percebido, minha paixão por piscinas, por me exibir na piscina dos adultos rs. Na infância é tudo tão natural, sempre ouvimos falar que criança não mente. Então seria inteligente perguntar a essa mesma criança qual profissão ela gostaria de seguir, mesmo sem ela saber quais seriam suas abdicações, fracassos e dor ao decorrer da vida? 

Um outro momento que lembro bem, foi quando entrei para aula de natação, na época não se falava sobre esporte para pessoas com deficiência, tão pouco sobre paralimpíadas, mas minha mãe achava que me faria bem algum tipo de exercício, e assim comecei. Pouco tempo depois, minha mãe preocupada com minha evolução nas aulas, pediu ao professor que me orientasse melhor, porque meu tempo era diferente, o professor se negou, foi assim que minha mãe me tirou da natação.  Quando retornei as piscinas tinha meus 12 anos, já não era por diversão, foi por orientação medica. Não preciso dizer que aquela paixão adormecida por alguns anos, retornou mais viva do que nunca. O ambiente era completamente diferente da antiga escolinha do Sesi/Crato, morávamos em Natal/RN, estado conhecido por ter os maiores nadadores paralímpicos na época. Comecei de mansinho, fui aprendendo a ter mais domínio do meu corpo na água, um ano depois estava competindo; "me exibindo por todo lado", há quem diga que era um sonho de menina, talvez isso seja verdade, mas ainda não sabia o que estava por vir. 

Sabe quando você começa a entender aquela historinha do "você não pode, tem treino"? Foi por volta dos meus 15 anos, treinando para o meu primeiro mundial, enquanto comia pela primeira vez um hambúrguer, que ouvi o NÃO. "Não pode comer besteira Edênia, você é atleta." Foi bem ali que descobri que seria o primeiro não de muitos; não para festas, não para finais de semana, não até para namoro. 

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Nunca questionei, sabia que para chegar no topo do mundo teria que viver só para o esporte, ou pelo menos é assim que somos ensinados no meio esportivo. O que ninguém fala é que você é um ser humano e não pode se privar de tudo o tempo todo. Dá mesma maneira que viver somente para o esporte pode trazer medalhas e glamour, pode desencadear depressão, ansiedade, causar transtornos psicológicos graves, inaptidão social, competitividade desmedida. Um grande exemplo disso é o Michael Phelps, o maior fenômeno do esporte mundial, em seu livro ele relata não ter perdido uma só sessão de treino num ciclo olímpico, porém depois de se aposentar declarou ter depressão, que lutou duro para superar essa fase, chegando até tentar o suicídio. Confesso que foi depois dos relatos do Michael, que comecei a pensar na minha saúde mental, do que seria saudável dentro dos meus limites de atleta, fazer para não cair na pressão mental que é viver no esporte. Passei a observar outros atletas, suas rotinas, o que na minha rotina poderia ser diferente. Não queria passar horas jogando games que estimulassem mais minha competitividade e me privassem de conviver com outras pessoas, também não queria passar horas assistindo series de TV, apesar de ser outra grande paixão. 

Quanto mais historias de atletas com depressão surgiam, mais questionava tudo. Passei a ler sobre Coaching, PNL, biografias de atletas e com isso meu desejo por autoconhecimento só aumentava. Nesse meio termo, descobria que convivi com a ansiedade durante toda minha vida, momento muito difícil. Tempos depois decidi fazer um curso de meditação transcendental, me ajudou bastante na busca da consciência e redução do estresse e com isso minha recuperação pós treino.  

O ponto máximo nessa descoberta foi quando me formei em Coaching, lá comecei a entender que o ser humano é mais complexo do que imaginamos, não existe uma receita pronta para o sucesso, não é só se dedicar 100% ao trabalho. Isso é uma crença que nos limita! E sendo limitados, os resultados também não serão duradouros. Temos a necessidade de conviver em sociedade, se queremos tanto um bom desempenho, precisamos de tempo de lazer e tirar um tempo com a família, com amigos é fundamental. Me atrevo a dizer que ter amigos que não estejam só no esporte é algo que me ajuda muito, os assuntos são diversos e fora do meio esportivo! Terminei o curso determinada a mudar meus hábitos, passaria a priorizar meus momentos de descanso sem me culpar, sem achar que minhas adversarias estariam treinando, passei a me entender melhor. 

Bom estou no começo do caminho dessa descoberta do ponto de equilíbrio para manter minha saúde mental dentro do alto rendimento. Convido a todas a fazerem o mesmo!

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Conheça a atual campeã brasileira de Fisiculturismo

Rê Spallicci
Rê Spallicci

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A cidade de Limeira, no interior de São Paulo, foi palco da 50ª edição do Campeonato Brasileiro da IFBB, a principal confederação de fisiculturismo do Brasil. As competições aconteceram de 1 a 4 de agosto no Hotel Nacional Inn e reuniram atletas em nove categorias.

  E para falar um pouco sobre o campeonato e sobre a experiência no fisiculturismo, conversei com uma das atletas campeãs, Amanda Marques, que conquistou o título Overall na categoria Bikini Fitness. Falamos sobre a sua história no esporte, dificuldades que encontra e sobre futuro. Acompanhe! 

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Renata Spallicci – Conte-nos um pouco de sua história no esporte? Desde quando treina e quando passou a competir e porque?

 Amanda Marques - Desde pequena sempre gostei de praticar esportes. Na escola jogava voôei, futebol, handebol, mas nunca imaginei que pudesse me encantar com o fisiculturismo.

Em 2015 conheci o meu atual marido, e ele já frequentava academia assiduamente. Comecei a ir com ele, afinal eu já fazia musculação, porém não levava tão a sério. 

Depois de algum tempo percebi que, para que eu pudesse ter melhoras expressivas no meu físico, eu deveria melhorar também a minha alimentação.

Foi quando surgiu a ideia de procurar um Coach. Ao mesmo tempo comecei a me interessar pelo universo do fisiculturismo e seguir algumas atletas no Instagram, como  a Bruna Toigo, Fernanda Saggin, Etila Santiago, Angela Borges entre outras. Fui me encantando cada vez mais pelo esporte e um belo dia decidi que queria competir.

Não sei explicar direito, de repente eu me vi focada e determinada para alcançar o meu sonho de subir no palco pela primeira vez.

Após um tempo, mais precisamente em 01/08/2018 comecei a consultoria com a Bioquimica Anabolica que é a equipe do meu atual Coach Gabriel Kaminski, com quem estou até hoje. Ele foi o responsável por me dar as diretrizes para que eu me preparasse para o meu primeiro palco. Sou muito grata por tudo o que ele faz por mim. É como se fosse um pai mesmo, sempre colocando a minha saúde em primeiro lugar. No começo desse ano de 2019, eu também tive a honra de entrar para o time de atletas do treinador Fabricio Pacholok e, desde então, ele é o responsável por montar e corrigir os meus treinos, que são bem específicos para a categoria Bikini.

RS – Quais foram as competições que já participou?

AM – Foram três competições e três títulos de Campeã Overall, ou seja, um aproveitamento de 100%.

No ano passado, eu estreei no fisiculturismo em novembro. Fui campeã da COPA SUL que é um campeonato regional menor e que me classificou para o Campeonato Paranaense em Junho/2019. Logo após vencer a COPA SUL eu já decidi competir em um campeonato bem maior, um aberto nacional, o Campeonato Sul Brasileiro. Ele aconteceu em dezembro/2018 em Balneário Camboriú e novamente me consagrei CAMPEÃ OVERALL na minha categoria me tornando CAMPEÃ OVERALL SUL-BRASILEIRA. Ao vencer este campeonato eu ganhei automaticamente a vaga para competir o Campeonato Brasileiro que aconteceu agora de 1 a 4 de agosto em Limeira/SP, onde fui CAMPEÃ BRASILEIRA.

 RS - RS - Quais seu próximos objetivos? Você vai disputar o sul americano em Quito? E depois quais os planos?

 Com o título de Campeã Brasileira eu obtive automaticamente o direito de solicitar o PRO CARD, ou seja, me tornar atleta profissional. Porém, eu, em conjunto com os meus treinadores, iremos decidir qual será o momento certo de migrar do amador para a liga profissional. 

Irei disputar o Sul Americano em Quito, em setembro. Será uma oportunidade única, minha primeira viagem internacional em competição. Estou muito feliz. Esse sonho só pode ser possível graças a Leader Nutrition que é a atual empresa de Suplementos Alimentares que me patrocina e que torna os meus sonhos em realidade e que viabilizou esta viagem para mim.

RS – Fale mais sobre a categoria pela qual compete, a Bikini Fitness.

AM - A BIKINI FITNESS é dividida por altura e não por peso. A que eu me enquadro é a Bikini Fitness até e incluindo 1,72. A categoria bikini é avaliada como um conjunto. Primeiramente avalia-se o físico, onde a atleta deve apresentar um condicionamento magro e condicionado, com leves marcações musculares. Além da cintura fina, as atletas devem possuir os braços e ombros levemente destacados. Os glúteos devem ser redondos e firmes, e o percentual de gordura deve ser baixo, mas sem aspectos de desidratação. O julgamento das atletas não ocorre somente pelo físico, mas também pela beleza facial, cabelos, e até mesmo a harmonia da maquiagem em relação ao conjunto corporal, cabelos, cor do biquíni etc. Além disso, as atletas devem possuir carisma, desenvoltura, e “luz própria” em cima do palco, fator primordial para a composição da nota, e que pode somar ou também diminuir muitos pontos  na avaliação inicial da condição física que é feita pelos árbitros nas rodadas eliminatórias.

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RS - Quais as maiores dificuldades que encontra no esporte? E como supera-las?

AM - Infelizmente ainda temos que lidar com o preconceito, mas isso é algo que não me incomoda mais. Por ser um esporte não tão difundido no Brasil, temos que lidar com alguns comentários maldosos de pessoas que não entendem nada sobre o esporte. Venho fazendo a minha parte que é cada vez mais divulgar e incentivar as pessoas a terem mais qualidade de vida, praticarem esportes, e se tiverem vontade, porque não, se tornarem um(a) atleta de fisiculturismo também. 

Outra dificuldade que enfrentamos é a falta de reconhecimento. Ser atleta de fisiculturismo hoje no Brasil não é tão simples, envolve viagens, inscrições de campeonato, hospedagens, bikinis que são de pedras e geralmente não são baratos,  pintura corporal, alimentação, etc. Não temos muito apoio financeiro, e no meu caso, a partir do momento que eu me tornar profissional a maioria dos campeonatos são fora do Brasil, o que complica um pouco mais. 

RS - Você não vive do esporte, certo? Você exerce alguma outra profissão?

AM - Certo. O sonho de todo atleta é viver do esporte, mas isso é algo extremamente difícil no Brasil. Eu sou acadêmica de Direito, estou no VIII período e atuo na área desde o primeiro ano. Atualmente, sou servidora pública no Município de Paranaguá. Apesar das pessoas acharem que vivo só treinando e fazendo dieta, isso é apenas 10% do meu dia, todo o restante vivo a minha vida normalmente, como uma pessoa comum que trabalha oito horas por dia e faz faculdade.

RS - E como conciliar a rotina dura de treinamento com trabalho e estudos?

AM - É uma loucura, às vezes nem eu entendo como dou conta. Treino às 6h30, trabalho o dia todo e vou direto para a faculdade a noite. De segunda a sexta. Sem esquecer que no meio disso tenho que preparar as minhas marmitas todos os dias, sem errar. Em época de preparação para campeonato tenho que fazer aeróbico duas vezes no dia. Chego em casa supertarde e no outro dia começa tudo de novo. Mas, isso já está no meu modo automático. Faço sem pensar, sem reclamar. Quando você tem um objetivo traçado nada lhe tira do foco e quando se tem amor pelo o que faz, tudo flui mais fácil.

RS - O que este titulo de 2019 significa para você?

AM - Que toda a minha dedicação e amor pelo esporte foram recompensados. Eu não esperava que tudo fosse acontecer tão rápido para mim. Estou tentando aproveitar cada momento, cada fase da minha carreira. Ser Campeã Brasileira hoje é sem dúvida a realização de um sonho.

Busque seu propósito. Deixe seu legado.

Rê Spallicci







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Conheça a atual campeã brasileira de Fisiculturismo

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Como se tornar uma atleta fitness

Rê Spallicci
Rê Spallicci

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Muita gente me pergunta como eu fiz para me tornar uma atleta fitness e, principalmente, que dicas eu daria para quem quer seguir esse caminho.

 Bom, em primeiro lugar, eu ainda sou uma “novata” nesse mercado e tenho uma história bastante peculiar, já que eu exerço outras atividades e não “vivo” somente de minha atividade como atleta.

 Mas, de qualquer forma, meu convívio e vivência com esse mercado nos últimos anos, e, em especial, meu conhecimento como empresária e empreendedora me gabaritam a poder traçar um panorama desse segmento e a responder a esse questionamento sobre “como se tornar um atleta profissional fitness”.

 A primeira coisa que você precisa ter em conta, ao decidir se tornar um atleta profissional fitness, é que você, inevitavelmente, demorará a ganhar dinheiro!

 Por isso, é fundamental que você esteja preparado para conciliar a sua atividade de atleta com outra, que possa prover o seu sustento e até mesmo recursos para investir em seu sonho.

 Afinal, para ser um atleta, você precisará investir em uma alimentação correta, suplementação, horas e horas de treinos e profissionais, books com fotógrafos especializados… e isso tudo custa! E não é pouco!

 Para ter duas carreiras em paralelo, a primeira coisa a ter em mente é uma boa capacidade de gestão do tempo, foco e disciplina. Afinal, se um trabalho já exige muita organização, o que não dizer de duas atividades e bastante distintas? Um dos segredos que considero eficaz para conseguir dar conta disso tudo é saber elencar suas atividades e priorizá-las. O maior risco de quem tem mais de uma carreira é acabar não dando conta de nenhuma das duas, mas acredito que, com inteligência e dedicação, é possível, sim, levar ambas com a mesma qualidade!

 Por isso, tenha uma agenda rigorosamente planejada na qual coloque todas as suas atividades e as cumpra integralmente.

E lembre-se de sempre colocar na agenda seus treinos, pausas para alimentação e tudo aquilo que faz parte da sua atividade como atleta.

Conheço muita gente que, por mais amor que tenha à atividade atlética, não a leva com o profissionalismo necessário. É aí que as coisas se perdem, e o sonho de se tornar um atleta fica distante.

Outra característica para manter mais de uma carreira é saber que aquela distinção entre dias de trabalho e sem trabalho praticamente deixará de existir. Todo tempo livre é essencial, principalmente para treinar e se preparar para a nova carreira como atleta.

Muito além do treino

 Se você pensa que, para ser um atleta profissional, treino forte, alimentação balanceada ou uma genética generosa lhe bastam, desculpe decepcioná-lo, mas isso é só o começo!

 Afinal, esses atributos técnicos são o mínimo a se esperar de alguém que pretende se tornar um atleta fitness. Para se diferenciar, é preciso ir muito além disso, pois boa parte do seu trabalho será exibir o seu corpo. Então, é preciso estar pronto para passar horas e horas fotografando até descobrir o seu melhor ângulo.

 Uma sessão de fotos demanda muitas horas de trabalho, e as fotos são essenciais para que você tenha um material bacana para enviar para possíveis patrocinadores, por exemplo.

Por isso, esteja preparado para um tempo infinito de posar, sorrir, posar, sorrir… infinitas vezes.

 Você se sentirá envergonhado de se apresentar em uma sunga ou biquíni na frente de diretores de arte, gerentes, estilistas e outras pessoas envolvidas no projeto? Então, esqueça essa profissão! Você deve estar confortável (ou fingir muito bem estar confortável), caso contrário, esse desconforto será exibido nas fotos.

 Quando tiver que fotografar, sinta-se seguro e confiante, flexione seus músculos, mantenha seu rosto relaxado e conquiste as lentes da câmera!

 E aqui vale uma dica: suas fotos são o retrato (literalmente) do seu esforço e treinamento, e um fotógrafo pode realçar ou estragar tudo aquilo que construiu. Assim, seja criterioso na escolha desse profissional e dê preferência àqueles que já têm experiência com outros modelos do nosso segmento.

Participe sempre de competições

Estar em evidência é fundamental para o seu aprendizado e também para que possa atrair patrocinadores. Portanto, participe de todas as competições que puder!

 Mas, mesmo que você ainda não se sinta preparado para já encarar uma competição, se você pretende ser um atleta, precisa estar lá! Não há aula melhor do que ver os competidores, como eles desfilam, que corpo chegam a uma competição de alto nível… Enfim, se você quiser ser um atleta, é necessário ter alguém em quem se espelhar!

Torne-se uma empresa

 Ser um atleta profissional é ser também uma empresa. Você terá que dar nota fiscal ao ser contratado para trabalhos como modelo fitness e também para patrocinadores.

Nesse caso, é importante que você já pense em como se estruturar como uma verdadeira companhia e, para tanto, necessita abrir sua empresa. A atividade esportiva ainda não está no rol de profissionais que podem ser Microempreendores Individuais (MEI), mas já existe uma lei tramitando no congresso para alcançar este objetivo.

Por fim, tenha muita dedicação, força de vontade, disciplina e resiliência. Obviamente, essa sua jornada não será nada fácil, senão qualquer pessoa poderia se tornar um modelo de fitness ou bodybuilder. Mas este não é o mundo em que vivemos! Então, esteja preparado para suar muito a camisa antes de conseguir colher os frutos! Porém, se isso é o que você realmente ama, pode ter a certeza de que será recompensado!

Eu sempre digo que minha carreira foi 100% força de vontade! Nunca me senti uma iluminada, predestinada, ou coisa assim. Por isso, sempre dei o meu melhor em cada treinamento para conseguir chegar aos meus resultados.

Portanto, se este for o seu sonho, arregace as mangas e lute por ele! E não deixe para amanhã! Comece agora mesmo!

 Busque seu propósito. Deixe  seu legado.

Rê Spallicci

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Minhas dicas para os iniciantes no fisiculturismo

Rê Spallicci
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Há cerca de um mês, escrevi aqui no blog uma matéria com os principais conceitos que uma pessoa deve conhecer antes de entrar no mundo do fisiculturismo. Falei sobre preparação, plano alimentar, resiliência e disciplina. Agora quero voltar ao tema, mas trazendo aquelas dicas mais do dia a dia, sabe? Os segredinhos que ninguém  conta? E aí, bora lá?

Priorize os pesos livres.

Mesmo que as academias modernas estejam repletas de máquinas elegantes e brilhantes, elas não o ajudarão a construir uma base sólida de massa muscular. Halteres são os melhores, quando se trata de construir músculos, especialmente para um iniciante.

Faça movimentos compostos.

Em vez de sair experimentando todos os exercícios possíveis que você vê em revistas de fitness ou sites, comece pelos movimentos básicos. Exercícios como o agachamento, levantamento terra, o supino com barra e o ombro militar não devem faltar à sua rotina.

Tenha um programa e cumpra-o

Você não pode simplesmente ir à academia e sair treinando conforme seu humor. Um fisiculturista precisa ter uma rotina rígida de treinamento e segui-la à risca. Tenha um personal trainer ou o coach de um fisiculturista experiente que lhe forneça um programa que inclua os exercícios exatos que você precisa fazer, o número de séries e o número de repetições por série. Quando você pisa na academia,  precisa saber exatamente o que vai fazer em cada sessão.

Não treine todos os dias.

Sua rotina de treinos deve ter três ou quatro treinos por semana. Como iniciante, você não precisa treinar mais do que isso. Utilize os outros dias da semana para descansar e se recuperar.

Treine cada grupo muscular a cada semana.

Embora muitos dias na academia não o ajudem a ficar maior, poucos exercícios também não são bons. Você precisa trabalhar cada grupo muscular pelo menos uma vez por semana.

Aprenda a forma correta de cada exercício.

Não fique pensando em ver quanto você aguenta levantar. Comece com pouco peso e aprenda a forma correta de cada exercício.

Aumente os pesos gradualmente.

 Depois de dominar a forma correta em cada exercício, você precisa começar a aumentar os pesos periodicamente. Acompanhe o quanto você aumenta em cada exercício e aumente ligeiramente o peso a cada duas semanas. Isso aumentará sua força e o levará a ganhos musculares.

 Tenha cautela

Quando você chegar ao ponto de pegar bastante peso, use uma cinta de segurança para proteção das costas.

 Coma muita proteína.

 A proteína é essencial, quando se trata de construir músculos, e pode ser encontrada em frango, peixe, ovos, leite, produtos lácteos e algumas nozes e vegetais. A maioria dos especialistas recomenda pelo menos 1 grama de proteína por quilo de peso corporal para os melhores resultados. Se consumir proteína suficiente a cada dia se tornar difícil, adicione um shake também de proteína.

 Tenha um excedente calórico.

Para construir músculos, você precisa comer mais calorias do que queima. Use uma calculadora de calorias para descobrir a sua TMB (taxa metabólica basal) e ajuste de acordo com sua atividade. Se você tiver um emprego sedentário, precisará de menos calorias; se estiver muito ativo, precisará de mais.

Coma frequentemente.

 Faça de 4 a 5 refeições por dia e coma a cada 3 ou 4 horas. Evite ficar com fome!

 Evite tranqueiras.

É verdade que você quer ganhar algum peso, mas quer que o peso seja massa muscular e não gordura! Consuma alimentos de qualidade como proteínas magras, carboidratos complexos e gorduras saudáveis. Fique longe de junk food, muitos doces e alimentos gordurosos. O único momento em que você deve consumir carboidratos de rápida absorção (geralmente alimentos que contêm muito açúcar ou farinha branca) é logo após o treino.

 Consuma frutas e legumes.

Além de macronutrientes (proteínas, carboidratos e gorduras), seu corpo também precisa de micronutrientes (vitaminas e minerais). Portanto, certifique-se de consumir muitas frutas e legumes todos os dias!

 Descanse e recupere.

 Seus músculos não crescem quando você se exercita, mas quando você dorme. Então, certifique-se de dormir o suficiente a cada noite (cerca de 8-9 horas).

 Aja como um atleta.

Tente ter um estilo de vida saudável e evitar o máximo possível de fumo, álcool e outros vícios prejudiciais.

Estas dicas são úteis para quem quer ser um atleta, mas também para toda pessoa que queira treinar musculação e moldar o corpo. Espero que tenha curtido e que estes nossos papos o incentive a ter uma vida mais saudável e um corpo pleno!

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  Rê Spallicci

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Fisiculturista também precisa fazer cardio?

Rê Spallicci
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Quem vê um fisiculturista sabe que ele fica horas na academia praticando musculação e levantando quanto peso puder suportar, mas pouca gente sabe o quanto o treinamento cardiovascular é também essencial na vida de um bodybuilder.

Sim! Ter uma rotina de exercícios cardiovasculares também faz parte do cardápio de exercícios dos atletas de fisiculturismo. Eu hoje venho usando o samba como o meu cardio. Confesso que não é a melhor opção para um fisiculturista, por ser pesado demais, mas como tenho essa paixão pelo Carnaval, fazer o quê?    

Mas a verdade é que boa parte dos fisiculturistas usa o treinamento cardiovascular principalmente como um meio de aumentar o gasto calórico, maximizando, assim, a perda de gordura, ou diminuindo o ganho de gordura. Entretanto, os benefícios do cardio vão muito além disso, como explicarei a seguir:

1.Melhoria da saúde do coração

O primeiro benefício é desenvolver  uma melhor condição do coração.  Nosso coração é um músculo como qualquer outro e, para que ele se torne forte, deve ser trabalhado. Se isso não acontecer, ele vai enfraquecer ao longo do tempo, o que pode causar uma variedade de efeitos negativos na saúde.

 2. Metabolismo Aumentado

Outra razão para realizar cardio é por seus efeitos no metabolismo. Juntamente com a aceleração do ritmo cardíaco, o exercício cardiovascular também aumenta a taxa de vários outros processos no corpo, também conhecido como o seu metabolismo.

De um modo geral, quanto mais intensa a sessão de cardio, mais notável será o aumento de sua taxa metabólica. Sprints de intervalo intenso (também conhecido como HIIT) aumentam o metabolismo; o mais alto com um processo chamado EPOC (Excess Post-exercise Oxygen Consumption). Um aumento do metabolismo significa a maneira mais fácil de manter seu peso (ou perder peso, conforme o caso).

3. Melhor Perfil Hormonal

Realizar exercícios cardiovasculares também altera consideravelmente o perfil hormonal de seu corpo. Ele libera hormônios “do prazer” que ajudarão a aliviar os sintomas de depressão e fadiga, além de liberar hormônios que diminuem o apetite.

Indivíduos que participam regularmente do exercício cardio, muitas vezes, têm uma visão muito mais positiva da vida, simplesmente porque eles estão recebendo os benefícios de alívio do estresse desses hormônios.

4. Melhor capacidade de recuperação

Certos tipos de exercícios aeróbicos, geralmente mais baixos, com formas mais moderadamente estimuladas, também podem diminuir seu tempo de recuperação. Se você acabou de realizar uma sessão difícil na academia, ir paraa esteira para uma caminhada ou corrida leve ajudará a remover alguns dos subprodutos que foram criados durante a sessão de musculação.

Isso ajudará a reduzir as dores musculares e a trazer mais sangue rico em oxigênio para o tecido muscular, melhorando o processo de reparo e reconstrução.

5. Gestão de Diabetes

Por fim, para aqueles que têm diabetes, o exercício cardiovascular ajuda a gerenciar essa condição. Ao realizar o exercício, você aumentará a capacidade do seu músculo de utilizar glicose. Aqueles que se exercitam regularmente tendem a ter melhor controle de seus açúcares no sangue e não observam tantas oscilações  quanto aqueles que não o fazem.

Bom, espero que tenham curtido e entendido o quanto o cardio é importante para qualquer pessoa, seja atleta, fisiculturista ou não!

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Precisamos falar sobre transtorno alimentar!

Rê Spallicci
Rê Spallicci

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Não podemos tapar o sol com a peneira! Sim, o mundo do fisiculturismo pode ser cruel com suas dietas megarrestritas e uma cobrança monstruosa, para que tenhamos o corpo perfeito.

 E, infelizmente, muitas vezes, esta pressão imposta pela sociedade, pela comunidade do esporte e, principalmente, por nós mesmos pode acabar levando a transtornos alimentares.

Foi exatamente o que aconteceu com Sarita Federle, que tomou a decisão de abandonar as competições exatamente por conta deste problema.

 Atleta Pro WBFF, Sarita competiu de 2011 a 2018, mas, em seus dois últimos anos como atleta, passou a ter problemas com as dietas megarrestritivas do esporte. 

 “Geralmente quando terminava uma competição, eu passava alguns dias me permitindo ingerir alimentos que eu ficara meses sem comer. Sempre fui muito disciplinada e levava sempre 100 % o protocolo que meu treinador passava durante a preparação. Não saía por nada da dieta, mas, quando acabava a competição, eu não conseguia ter o controle e comia compulsivamente, porque sabia que logo teria que restringir novamente  minha alimentação. Não conseguia ter um equilíbrio. No início, durava poucos dias e logo passava... E já entrava em uma próxima preparação. Mas, nas duas últimas competições, uma aqui no Brasil e outra em Los Angeles, percebi que essa compulsão se estendeu por meses e eu já não estava feliz. Meu psicológico não estava legal. Fora isso, vários outros problemas foram me preocupando e me deixando ansiosa, o que piorou ainda mais.Descontava tudo na comida’’, confessa Sarita.

 Além disso,  sua própria cobrança por um corpo perfeito atrapalhava bastante, conforme explica.  “Ao me olhar no espelho e não ver mais aquele corpo ‘seco’ e com músculos, eu sofria. Eu me cobrando, as pessoas me olhando com olhares diferentes, porque queriam ver um corpo de atleta  e não um corpo saudável fora de competição, tudo isso me incomodava muito. Foi quando decidi que precisava mudar minha cabeça e me afastar das competições para melhorar.”

Após algumas sessões de terapia e fortalecimento da fé, Sarita entrou em um processo de autoconhecimento e autoaceitação, e hoje, se sente muito melhor com a nova situação em sua vida.

“Ser atleta me ensinou a não questionar Deus, quando as coisas não acontecem como se espera. Tudo tem um propósito maior, e ele sabe a hora certa. Sempre fui muito grata pelas minhas vitórias, mas, muitas vezes, me pegava questionando  minhas derrotas. Hoje, entendo que tudo tinha um motivo para acontecer da forma como foi. Estar fortalecida na fé e oração faz muito diferença para um atleta”, professa. 

Sarita Federle
Sarita Federle []


Mais do que um problema do esporte, Sarita acredita que os transtornos alimentares têm a ver com a nossa cobrança sobre nós mesmos e pela busca por um corpo perfeito inatingível. “As pessoas se cobram e se comparam demais, e essa comparação constante com os outros diminui a autoestima e faz com que uma pessoa se sinta mal consigo mesma. Acho que devemos procurar melhorar e evoluir sempre, mas não precisamos nos machucar para isso. Precisamos levar em conta nossas limitações e prioridades.”

Atualmente,  Sarita atua como influenciadora e tem uma loja de acessórios femininos em sua cidade natal, Guarapuava.“Eu já conquistei e realizei muitas coisas que, quando adolescente, eram apenas sonhos... sempre quis ser independente e ter minhas coisas por méritos meus. Hoje tenho uma loja de acessórios femininos que é referência na cidade, tive a oportunidade de trabalhar com moda que é outro ramo que adoro, sonhei em me tornar atleta profissional e conquistei. Meu sonho sempre foi morar fora do Brasil, quando era pequena. Então, esperei ter idade, planejei e fui... morei na Inglaterra em 2004, EUA, em 2015, e estou mudando novamente de país. Estou sempre estudando, me reciclando e buscando novas oportunidades... O céu é o limite! Motivação para mudar, para querer o novo, sair da zona de conforto e não parar nunca, isso nos mantém vivos e motivados. Esse é o meu legado, provar para as  pessoas que elas podem obter tudo o que quiserem”, explica.

Embora ela afirme  que está muito mais feliz com sua nova fase,  não descarta voltar ao mundo das competições. “Nunca digo nunca. Se um dia sentir que estou preparada pra voltar a competir, voltarei. Mas hoje isso não faz parte dos meus planos, consigo aproveitar muito mais meu tempo para a empresa, família e amigos. Sempre fui de curtir muito a vida, e as competições me limitaram, então, agora quero aproveitar e me dedicar ao máximo àquilo que amo e em que acredito.”

Para quem pensa em começar no esporte ela aconselha: “Como qualquer esporte o fisiculturismo precisa de muita dedicação. Você deve ter em mente que vai precisar seguir dietas na maioria das vezes bem rigorosas, por longos períodos,  e que precisará adaptar toda  sua rotina diária às suas necessidades alimentares, aos treinos e abrir mão de muitas coisas . É necessário muito esforço, muito trabalho duro, foco e dedicação.O desafio é você com você mesmo! O importante é o seu esforço e superação de cada dia. Não crie muitas expectativas com federações e competições , não tenha medo do fracasso e acredite em você”, finaliza.

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  Rê Spallicci

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Rainha baiana das águas veleja no Pan com o marido e mira a Olimpíada

Marília Galvão
Marília Galvão

Juliana Duque e Rafael Martins competem na classe Snipe
Juliana Duque e Rafael Martins competem na classe Snipe José Olímpio

De uma coisa ela sabia: sua vida está relacionada à água. Foi nela que Juliana Duque começou com a natação, tentou o surfe, mudou para a vela, foi campeã mundial, conheceu o parceiro e marido, vai para o Pan de Lima e quer chegar à Olimpíada. Há três anos, esta velejadora compete junto ao marido, Rafael Martins, também atleta profissional.

O casal conquistou a única vaga da classe Snipe para disputar os Jogos Pan-Americanos de Lima, que acontecem entre os dias 26 de julho e 11 de agosto deste ano.

A classe Snipe, apesar de não ser olímpica, é considerada uma das mais técnicas da vela e também a mais tradicional. É disputada em um barco monótipo de 4,72m de comprimento para dois velejadores (timoneiro e proeiro). O casal conquistou a vaga para o Pan com o título da Copa Brasil de Vela 2018.

Juliana Duque e Rafael Martins competem juntos desde 2016
Juliana Duque e Rafael Martins competem juntos desde 2016 Matias Capizzano

“Nós treinamos muito para esse campeonato, estávamos até exaustos, mas valeu a pena, era um sonho ir pela primeira vez para os Jogos Pan-Americanos e ele foi realizado. A sensação é a melhor possível e para mim foi a melhor conquista que tivemos (ela e seu marido) até hoje”, conta com exclusividade ao espnW.

Juliana é natural de Salvador e começou a velejar aos 11 anos no Yatch Clube da Bahia, onde treina até hoje com Rafael. “Quando eu era bebê, a minha família já tinha um barco grande de veleiro de oceano, então eu sempre tive contato com o mar, não tinha medo. Depois que entrei para o esporte, acabei gostando e como sou competitiva já participava de torneios.”

Rafael Martins e Juliana Duque
Rafael Martins e Juliana Duque []

No início de sua carreira na vela, a atleta começou velejando na classe “optmist”, que é a porta de entrada no esporte, já que se trata de um barco de pequeno porte recomendado para crianças de sete a 15 anos. Juliana foi inclusive campeã Sul-Americana Feminina nessa classe.

Aos 15 anos, fez a mudança para a classe “Laser Radial”, que é a modalidade olímpica feminina na qual o barco é bastante simples e conta também com apenas um velejador. Juliana logo quis trocar de classe. “Não tenho biotipo apropriado para essa classe, então na época eu passei o ano só velejando, conhecendo o barco, mas ainda cheguei a ganhar um Campeonato Brasileiro Sub-16. Também velejei no ‘Match Race’ (uma corrida entre dois barcos). Depois disso tudo, fui para a ‘classe Snipe’ (com dois velejadores no barco), que é a classe que eu velejo hoje.”

Juliana Duque e Rafael Martins
Juliana Duque e Rafael Martins []


Nessa época, Juliana começou a se aproximar de Rafael Martins, que também pratica o esporte. “Eu conheci o Rafael no ‘meio da vela’, já sabia quem ele era há algum tempo. Quando passei para a classe Snipe, com uns 17 anos, aí sim o conheci realmente. Viramos amigos e éramos concorrentes em barcos diferentes. Acabamos começando a namorar e percebemos que tínhamos o mesmo objetivo de crescer no esporte. Em 2016, decidimos nos juntar para competirmos juntos no mesmo barco e tem dado super certo”, conta Juliana.

Ao lado de Rafael Martins, a atleta foi campeã Sul-Americana em 2016 e vice-campeã Sul-Americana em 2017 da classe Snipe. A dupla, inclusive, conquistou o vice-campeonato no Hemisfério Ocidental, em 2018. 

Rafael Martins e Juliana Duque
Rafael Martins e Juliana Duque []

O casal baiano, que representa o Yacht Clube da Bahia, segue uma rotina bastante puxada de treinos de preparação para o Pan. “Nós treinamos na água cinco vezes por semana. Moramos na Bahia, e lá não tem muitos barcos para treinar. Acabamos treinando sozinhos muitas vezes. De vez em quando temos alguns parceiros de treino, mas na maioria das vezes acabamos treinando sozinhos e é um treino monótono. Procuramos viajar uma vez no mês para treinar com outros barcos, o treino é mais dinâmico e conseguimos treinar outras partes técnicas que em Salvador não conseguimos.”

Juliana conta que no fim do ano passado seu maior sonho era se classificar para o Pan, mas agora é outro. “Hoje meu maior sonho é ganhar o Pan e quando terminar o campeonato nosso próximo objetivo vai ser ir para a Olimpíada em 2024 na ‘classe 470’ (modalidade olímpica em que o barco mede 470 cm) e que vai virar mista (homem e mulher no mesmo barco)”, finaliza.

Fonte: Marília Galvão

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As categorias do fisiculturismo feminino

Rê Spallicci
Rê Spallicci
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Muitas vezes, quando as pessoas ficam sabendo que eu sou atleta de fisiculturismo, me dizem : “Nossa, mas você nem é tão grande! Não tem músculos supervolumosos!” Ou então, algumas meninas me procuram dizendo que querem entrar para o esporte, mas que não podem porque não têm o tipo de corpo ideal para isso.

 A verdade é que a maioria não sabe que o fisiculturismo possui várias categorias, exatamente para se adaptar a cada tipo de corpo, e até mesmo ao gosto de cada um. Realmente, no princípio do esporte, havia um único esporte físico feminino: o fisiculturismo. Mas, com o passar dos anos, à medida que os corpos se tornaram maiores e mais elitistas, as organizações competitivas introduziram novas divisões para contemplar diferentes tamanhos, estilos e níveis de condicionamento. Isso permitiu que mais mulheres - e mais físicos - subissem aos palcos.

Por isso, hoje resolvi aproveitar a minha coluna para falar um pouco sobre cada uma das categorias mais tradicionais do fisiculturismo, lembrando que esta classificação pode variar, dependendo da associação de competição, ok?

Hoje, as principais divisões incluem:

Bikini Fitness

Wellness

Body fitness

Women’s Physique

As quatro categorias são diferentes, mas todas  exigem esculpir e desenvolver seu corpo com musculação, nutrição e cardio. Qualquer que seja a divisão, o sucesso da atleta exigirá enormes quantias de esforço, determinação e persistência.

Aqui vai um resumo de cada uma das categorias

 Bikini Fitness

 Essa divisão enfatiza os físicos curvilíneos e equilibrados com um tônus muscular suficiente. O quanto "basta de músculos" dependerá da organização e do nível de competição.

 A Bikini é, de longe, a divisão feminina mais popular atualmente. As competidoras usam maiô de duas peças, saltos altos e joias cintilantes, e são julgadas pela aparência física geral, incluindo pele e apresentação. A atitude no palco conta muito também.

 Uma cintura pequena com uma estrutura equilibrada e curvilínea e pernas longas e bem torneadas parece ser a genética ideal para o bikini

"A divisão do biquíni exige uma forma mais curva, mais uma figura de ampulheta, em que a parte superior e inferior são igualmente proporcionais; mas, se ela for um pouco inferior ou superior, isso pode ser moldado por dieta e treinamento", diz Gigi Amurao, um profissional da IFBB e personal trainer que treinou centenas de competidoras de Bikini.

Dito isso, você deve evitar exibir um corpo, ou partes do corpo, que sejam "rasgadas" no linguajar do esporte.

Como o desenvolvimento muscular necessário para competir nesta categoria é mais discreto do que o do culturismo tradicional, ela atrai uma grande variedade de mulheres que realizam outra atividade além do esporte.    

"A candidata típica do biquíni é alguém que quer ter boa forma, que trabalha duro na academia e quer mostrar seu físico de maneira elegante e respeitável", diz o promotor Dave Liberman, que organiza duas grandes competições amadoras em Cleveland, todos os anos.

A modalidade é dividida ainda em subcategorias, levando em conta a altura das competidoras:

até 1,60 m;
até 1,63 m;
até 1,66 m;
até 1,69 m;
até 1,72 m; e
acima de 1,72 m.

Wellness

Para quem quer um corpo um pouco mais sarado, a categoria ideal é a Wellness. Ela só existe em competições realizadas no Brasil, mas anda atraindo tanta gente que algumas federações internacionais já estão de olho nela.

Ela engloba o típico corpo brasileiro das saradas que têm muita coxa e bumbum, o que, em outras categorias, pode ser visto como desproporção, mas que, aqui no Brasil, acaba sendo um padrão de beleza. Na Wellness, são avaliadas as atletas que têm coxas e glúteos volumosos, conservam o corpo feminino e exibem pouco percentual de gordura.

Ela também é subdividida em categorias que englobam alturas diferentes:

até 1,58 m;
até 1,63 m
até 1,67 m; e
acima de 1,67 m.

Body fitness

Para quem gosta de pegar um pouco mais pesado, existe a categoria Body fitness. Ela aceita mulheres com físico desenvolvido, mas que querem se apresentar com as coreografias do esporte, que são movimentos executados para que os jurados possam avaliar melhor o desenvolvimento dos grupos musculares.

Na Bodyfitness, a competidora tem que exibir ombros mais largos, braços bem malhados, alto volume muscular e pernas fortes. O tônus muscular deve ser desenvolvido simetricamente. O corpo dessas atletas se assemelha muito ao formato da letra Y, e o percentual de gordura corporal deve ser próximo do zero. São avaliados ainda os cabelos e a beleza facial.

 Women’s Physique

 Nesta categoria, o nível é extremamente profissional. Engloba mulheres que querem levar seu desenvolvimento muscular ao máximo de definição com treino e dieta. No entanto, deve respeitar a anatomia, o volume e silhueta feminina. Ou seja, o que vemos em uma competição é um corpo atlético, mas que ainda conserva sua feminilidade.

 São quatro os critérios avaliados durante a competição: simetria, proporção, volume e definição — com análise rigorosa para saber se a atleta manteve a proporção entre os membros inferiores e superiores.

Ela é avaliada ainda pelo modo como se porta e caminha, e se consegue “encaixar” as poses de exibição dos músculos, como a expansão das costas e da caixa torácica. A categoria tem duas modalidades: até 1,63 m e acima de 1,63 m.

E aí, entendeu como funcionam as categorias? Viu em qual delas seu corpo se encaixaria melhor?

Espero que tenha curtido! Até a próxima!

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Rê Spallicci

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A NBA tem trabalhado para aumentar a representatividade feminina na liga

Paula Ivoglo
Paula Ivoglo

Assim como na NFL, a NBA está trabalhando para que a representatividade feminina na liga aumente, e nessa semana os Celtics anunciaram a contratação de Kara Lawson como técnica assistente, se tornando a primeira mulher da franquia a assumir essa posição.

Antes dela, os Spurs contrataram Becky Hammon em 2014, que foi a primeira mulher assistente em tempo integral. Ano passado os Mavericks contrataram Jenny Boucek e esse mês, os Cavaliers contratram Lindsay Gottlieb. Kristi Toliver trabalhou como assistente de técnico pelo Washington Wizards nessa temporada, e também joga pelo Mystics na NBA, da mesma cidade. Em dezembro, o Indiana Pacers tornou Kelly Krauskopf a primeira mulher a ter o título de assistente de general manager na NBA.

Além delas, em 2018, a NBA promoveu 5 novos juízes, e duas delas eram mulheres: Ashley Moyer-Gleich e Natalie Sago.

Kara Lawson no WNBA Draft de 2019
Kara Lawson no WNBA Draft de 2019 Getty Images

Mas, nunca houve uma técnica mulher na NBA.

Diferente da NFL, a NBA possui uma liga profissional apenas de mulheres, a WNBA, e teoricamente seria mais fácil e mais comum encontrar mulheres que praticam e se envolvem profissionalmente com o esporte, porém a quantidade de mulheres assumindo posições técnicas ou de gerência na liga ainda é muito pequena.

Realisticamente, a NBA e o basquete universitário masculino ainda não consideraram, até recentemente, que as mulheres faziam parte do grupo de talentos para treinadores (ou pessoal de front-office no lado profissional), salvo raras exceções. Isso é diferente dos meios de mulheres na faculdade e da WNBA, que sempre procuraram um grupo de talentos de mulheres e homens.

O comissário da NBA, Adam Silver quer mudar essa realidade, principalmente no que se refere a novos juízes, e pretende que haja uma divisão mais equilibrada: metade homens e metade mulheres, pois que entende que não há motivos para essa posição ser predominantemente masculina, visto que não existe nenhum impeditivo físico por exemplo.

Adam Silver, comissário da NBA
Adam Silver, comissário da NBA Getty Images

“O mesmo para técnicas inclusive, nós temos um programa também. Não há motivos para mulheres não serem técnicas de times de basquete masculino”, disse Silver em maio desse ano, no The Economic Club of Washington, em D.C.

Silver também emitiu um comunicado em Setembro de 2018, em que encoraja fortemente o aumento do número de mulheres em todos os níveis e a melhoria do processo de denúncia de conduta imprópria, depois do escândalo envolvendo o time do Mavericks em acusações de assédio sexual durante 20 anos que após uma investigação independente, foi constatado que a administração do Mavericks era ineficaz, incluindo falta de conformidade e controles internos, e que essas deficiências permitiram o crescimento de um ambiente no qual atos de má conduta e indivíduos que os cometeram puderam florescer.

O dono do time, Mark Cuban, concordou em doar US$ 10 milhões de dólares para "organizações que estão comprometidas em apoiar a liderança e o desenvolvimento de mulheres na indústria do esporte e no combate à violência doméstica" como resultado das investigações da NBA.

O técnico do San Antonio Spurs, Gregg Popovich também apoia a causa, e acredita que existem muitas mulheres como Becky ou Lawson que só precisam ser notadas e receber a oportunidade de pessoas que são sábias e corajosas o suficiente para fazer isso e não apenas sentar no velho paradigma.

Apesar do ceticismo, a NBA está se movendo na direção certa. A contratação de um front office e de um pessoal secundário mais diversificado pode - e esperançosamente irá - produzir uma estrutura de poder diferente e mais equitativa. Então, basquete pode ser basquete, onde as identidades, experiências e conhecimentos de todos são igualmente válidos e validados.

 

Fonte: Paula Ivoglo

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A NBA tem trabalhado para aumentar a representatividade feminina na liga

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CEO da Unlimited Sports e da Ironman Brasil incentiva a participação do público feminino

Elas no Triathlon
Elas no Triathlon
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Entre o Ironman 70.3 e o Full, ambos em Florianópolis, em meio a correria de uma rotina nada fácil, Galvão (como prefere ser chamado), respondeu prontamente às nossas perguntas. E nos parabenizou pelo projeto Elas no Triathlon. Pela iniciativa de atrair e ajudar cada vez mais mulheres a aderir ao esporte. Leia abaixo, o resumo da entrevista feita no dia 29 de Maio de 2019.

ELAS: Conversemos com sua equipe - dos montadores, produtores, ao “recepcionista” de atletas pós-pórtico. Como consegue manter uma equipe motivada, especializada e fiel, durante tantos anos?
CG: A equipe é altamente envolvida com o esporte e há uma grande sinergia entre todos. Existe um bom ambiente de trabalho. O que favorece a baixa rotatividade da equipe e sua fidelidade.

ELAS: A indústria de cosméticos teve um crescimento exponencial em relação aos anos anteriores, o que a equipara com as indústrias: farmacêutica e de acessórios esportivos. Ao que se deve esse crescimento em relação aos esportes (no geral)?
CG: Está cada vez mais claro para a população que é importante implementar uma rotina saudável no cotidiano, e o acesso à informação cada vez mais abrangente garante que haja um desenvolvimento neste setor.

ELAS:  Você enxerga algum tipo de preconceito em relação as mulheres, no esporte - especificamente o Triday Series e no Ironman? 
CG: Por parte da Unlimited Sports, nenhum.

ELAS: Existe alguma diferença entre a participação das mulheres brasileiras, se comparadas às edições internacionais? O que difere?
CG: Conceitualmente, nenhuma diferença. Apenas no exterior, o percentual de mulheres praticantes é um pouco maior.

ELAS: "E se eu não conseguir terminar a tempo? O que acontece?" O medo pode ser paralisante. Como podemos esclarecer essa questão? O que realmente acontece? A pessoa é retirada (à força) da prova? O pórtico permanece até a chegada do último atleta? Ou é desmontado? Toda a equipe de produção, fica no aguardo? Existe algum protocolo internacional a respeito do que deve ser feito?
CG: O atleta é comunicado sobre o tempo de corte pela nossa equipe e é oferecida a opção de transporte até a chegada. Nunca tivemos problema em relação a essa questão, uma vez que os atletas estão de fato cientes sobre esta regra. Todos os atletas têm assistência garantida até o final da prova – chegada ou corte.

ELAS: No Brasil, qual foi o maior tempo que uma pessoa demorou para concluir a prova? (extrapolou o limite das 17 horas). Quem estabelece o tempo de corte? 
CG: Algumas pessoas já extrapolaram este limite, mas por poucos minutos além. Mas esses poucos atletas que não conseguem terminar no tempo oficial, recebem a medalha de finisher da mesma maneira. O tempo é estabelecido pela WTC.

ELAS: Em relação aos anos anteriores, as mulheres, pouco se atreviam no esporte. Atualmente, é possível mensurar o quando esse aumento, de participação, representa em números (faturamento)? Se comparado ao movimento masculino.
CG: A média de participação feminina é de 18% nas provas IRONMAN e IRONMAN 70.3 e 22% em TRIDAY. Houve sim um crescimento, mas ainda aquém do potencial.

ELAS: Qual é a estimativa de crescimento do mercado para os próximos anos? 
CG: O crescimento do mercado está ligado a fatores que ainda não conseguimos prever ou garantir como, por exemplo, a economia do país. Mas esperamos que o esporte cresça como um todo.

ELAS: A participação das mulheres cresceu numa época em que os meios de comunicação eram escassos. Como enxerga a participação da nova geração de triatletas no Ironman, com a overdose de informação, promovida pelos inúmeros meios de comunicação atuais?
CG: Sem dúvida, o acesso facilitado a informações, impulsiona a divulgação do esporte e, consequentemente, mais adeptos. Esperamos aumentar gradativamente a participação das mulheres no Triathlon.

ELAS: Como vê a importância da realização de projetos como o Elas no Triathlon? Cujo o objetivo é transmitir conhecimento, incentivar a prática do esporte e a participação nas provas do Ironman. 
CG: Projetos como este são muito bem-vindos, pois promovem um estilo de vida que temos grande satisfação em promover no Brasil.

ELAS: O contrato da Unlimited, com a marca do Ironman, segue até 2020. Você pode compartilhar se teremos novidades? Mudanças? Prospecções? 
CG: A priori, seguiremos 2020 nos moldes do cenário atual - 2019

ELAS: Existe algum protocolo internacional, específico, em relação a participação das mulheres? No que difere os homens? 
CG: Não existe um protocolo diferenciado.

ELAS: A USP sediara pela primeira vez, talvez, o maior evento do País. Recentemente recebemos a notícia que o principal espaço de treinamento dos triatletas, será restrito. Com regras nada inclusivas e um tanto radicais. O que acha dessa polemica? Como isso pode influenciar o evento? 
CG: Entendemos que a USP possui prioridades relacionadas à educação e gestão do espaço, com foco nos estudantes e profissionais da Universidade. Havendo necessidade de se estabelecer regras para utilização, é necessário que os atletas se adequem a tais ou proponham soluções que garantam o interesse de ambos.

ELAS: De todos os estados e cidades do país, como é a sua percepção da participação feminina?
CG: A participação feminina segue dentro da mesma média em todas as praças.

ELAS: O número de espectadores, cresceu na mesma proporção que a participação feminina? Qual é a edição/local que você percebe mais agitação? 
CG: O número de espectadores tem também crescido, mas acredito que a participação feminina deva seguir numa crescente maior que a quantidade de espectadores. A maior agitação é, sem dúvida, no IRONMAN Brasil.

Carlos Galvão
Carlos Galvão Reprodução

ELAS: O Brasil tem estrutura de produzir mais versões? Qual lugar você gostaria de fazer acontecer? 
CG: Por enquanto, acreditamos que a quantidade de provas está adequada ao número de praticantes.

ELAS: O número de mulheres. Assim como sua participação em diversas áreas da sociedade, veem aumentando. Sua participação em provas, também é muito expressiva. A que se deve? Você acha que é apenas uma questão social - de crescimento do papel da mulher como um todo, ou deve-se a outro fator?
CG: A participação feminina é um crescente em todos os âmbitos. No esporte não seria diferente.

ELAS: Quanto a participação internacional. Como estamos? O Brasil faz parte do calendário internacional. Podemos dizer que nosso país está em qual posição no ranking de maior procura?
CG: O Brasil tem um apelo turístico que favorece a vinda de atletas estrangeiros, também reforçada pelo bom histórico de nossas provas. Com certeza, é uma opção sempre levada em consideração no cenário internacional.

ELAS: De onde vem a sua inspiração? Quem são os seus exemplos?
CG: Minha inspiração vem da busca incessante que tenho para atingir a excelência no que fazemos. Meus exemplos vêm de dentro da minha casa, da minha base e da minha formação.

ELAS:  Você se vê fazendo outra coisa senão a administração geral do Ironman Brasil? Ambição maior?
CG: Teria grande satisfação em continuar contribuindo para o desenvolvimento do esporte ao consolidar mais provas no país, projeto este iniciado com o IRONMAN e reforçado com o lançamento do TRIDAY Series.

ELAS:  Cada ano um novo desafio, assim como uma nova lição. Estamos no meio do ano de 2019. O que aprendeu até agora?
CG: Este ano estamos implementando algumas alterações em relação às Transições das provas IRONMAN 70.3, seguindo um alinhamento mundial junto à WTC. Esse processo de adaptação da equipe em busca de melhorias tem sido um processo bastante interessante.

ELAS: Qual foi o episódio mais incrível, ao longo de todas as produções no Brasil?
CG: Foram vários. Os mais recentes estão mais frescos na memória e posso citar a chegada do triatleta Fábio Rigueira (46). Nesta última edição do IRONMAN Brasil, o atleta terminou a prova com suas muletas e foi, sem dúvida, um momento memorável. * Devido ao câncer, perdeu sua perna esquerda e pulmão direito.


Fábio Rigueira - Exemplo de Superação. Ironman Brasil - Florianópolis 2019

ELAS: Qual seria o conselho para aquelas mulheres que estão começando e tem o Ironman como objetivo?
CG: O IRONMAN é uma prova que exige muita dedicação e o meu conselho é que se cerque de bons profissionais da área para que tenha as melhores orientações durante os treinamentos.

ELAS: Qual foi a decisão mais importante e impactante em sua vida, no que diz respeito as produções da Unlimited?
CG: Creio que tenha sido a decisão de investir no esporte em suas primeiras edições, quando o IRONMAN ainda não tinha a projeção que tem hoje.

ELAS: Sempre existe espaço para que possamos melhorar sempre. Evolução. O que acha que pode melhorar nas provas? 
CG: O processo de melhora deve ser constante, precisamos estar sempre atentos à evolução do esporte, às tecnologias que surgem e, principalmente, no feedback dos atletas.

ELAS: As pessoas treinam e esperam a perfeição no Ironman. O mesmo com a produção. O que acha que pode melhorar?
CG: Cada evento possui uma especificidade e, para cada um deles, a cada edição, enxergamos pontos a serem melhorados. De uma forma geral, pensamos em sempre como melhorar a entrega final ao atleta, a experiência dele na prova.

ELAS: Qual a importância para a Unlimited S de envolver-se em projetos sociais? Quais são eles? A parte social deve fazer parte de todo grande projeto.
CG: Temos uma longa trajetória com algumas instituições as quais acreditamos e temos orgulho de apoiar: ADETRISC (Escolinha de Triathlon de Santa Catarina), AFLODEF (Associação dos deficientes físicos de Florianópolis), Casa do Pequeno Cidadão (SP), Talentos do Capão (SP), Instituto Fernanda Keller (RJ), Instituto Monike Azevedo (RJ) e Projeto Cidadão (Fortaleza).

ELAS: Como foi a decisão de fazer um Ironman em SP?
CG: Com a viabilização do TRIDAY Series USP, prontamente identificamos a oportunidade do IRONMAN 70.3 SP, o qual só foi possível graças a um trabalho conjunto com a Prefeitura de SP e a USP.

ELAS: Podemos dizer que o Triday Series é uma preliminar do Iron? A criação do TRIDAY Series se deu para atender a duas demandas principais.
CG: Disseminar o esporte entre atletas que tinham simpatia pelo triathlon, mas que enxergavam o IRONMAN como um objetivo distante, e oferecer opções de treino para atletas que já estabeleceram o IRONMAN como prova alvo.

ELAS: Seu contrato permite a criação de provas novas onde quiser no Brasil, ou somente a manutenção das existentes?
CG: O contrato garante a execução de provas apenas no Brasil, cabendo a nós estabelecer quais e onde.

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Precisamos falar sobre o Monte Everest

Juliana Manzato
Juliana Manzato
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No final do mês passado, precisamente no dia 23 de maio, uma quinta-feira, o nepalês Nirmal Purja publicou uma foto em sua conta no instagram que ganhou o mundo e levantou questionamentos. Se você acha o trânsito de São Paulo ruim, garanto que o do Everest, rumo ao cume, é pior. Aliás, bem pior por conta da altitude e do previsível mal de montanha. 

A foto em questão é essa aqui:

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Assustadora e bela, a foto trouxe a tona questionamentos sobre o montanhismo, governo nepalês e o quanto o Everest, agora, é pop. Antes mesmo de iniciar minha história com montanhas - que fique claro, sou uma iniciante! - convivi por um período com grandes montanhistas brasileiros. Aprendi muito sobre o esporte que envolve muito mais do que o famoso "sair da zona de conforto" ou a tal "motivação". A montanha, para quem a tem como esporte, é paixão, respeito e humildade. Você pode até pagar US$ 11.000 doláres para conseguir a autorização do governo Nepalês para fazer cume, mas, isso não te tornará um montanhista ou alpinista. 

E aí que a foto em questão fez outra mensagem rodar a rede social e chegar até mim pelo menos umas 100 vezes, essa aqui: 

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Tem uma outra imagem que inclui a história de sair da zona de conforto e tal, mas não achei para ilustrar esse digníssimo texto. Então, o que eu queria dizer para vocês é o seguinte: você não precisa fazer o cume da maior montanha do mundo para saber a hora de ouvir o seu corpo e parar. O Everest envolve riscos altos? Sim. É preciso ter coragem? Sim. Mas uma montanha como o Everest exige muito mais do que análise de risco, coragem ou motivação. Estamos falando de inteligência emocional, que bem, se você não souber trabalhar isso a seu favor, pode ser no Everest ou pode ser na sua mesa de trabalho, você não vai saber lidar com adversidades e vulnerabilidades apresentadas pela vida. 

Outra grande oportunidade que tive na vida foi de conviver com atletas profissionais de esportes radicais. Todos me disseram que a sensação de quase morte era a sensação mais viva que tinham sentido. Quem decide ir para uma montanha como o Everest tem motivos que vão além da sensação de conquistar o topo do mundo. É a busca incansável do ser humano em se conhecer, testar corpo, mente e espírito. É também a busca por importância. Talvez, o topo do mundo revele o que é realmente importante. Talvez uma ultramaratona de 150 km também revele o que realmente importa. Talvez uma corrida, dando à volta no Ibirapuera revele o que realmente importa. 

Sabe o que acontece? As resposta que tanto buscamos não estão necessariamente no desafio que aceitamos. As respostas estão num passo antes, no por quê de escolher determinado desafio. 

Então, sugestão antes de compartilhar mensagens sobre o Everest, limite, zona de conforto, motivação e etc, dá uma olhadinha nos desafios que você anda aceitando para sua vida - ou não. 

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Dicas para começar no fisiculturismo

Rê Spallicci
Rê Spallicci
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O fisiculturismo é um esporte ainda pouco difundido no Brasil. E, desde que comecei minha coluna aqui no espnW, recebo muitas mensagens de mulheres que se interessam pelo esporte e gostariam de saber como proceder para se iniciarem no mundo dos fisiculturistas.

Então, resolvi separar algumas dicas básicas e essenciais para todas aquelas que querem entrar nesse delicioso universo, seja para competir profissionalmente ou simplesmente para esculpir um físico bem musculoso.

Primeiramente, como sempre insisto aqui em minha coluna, saiba que ser um fisiculturista envolve muito mais do que levantar pesos na academia: também requer paciência, disciplina e um regime alimentar bem rigoroso.

 Com planejamento e dedicação adequados, você pode entrar neste mundo desafiador, mas recompensador, do fisiculturismo.

Independentemente de você pretender participar de competições de musculação ou não, tornar-se um fisiculturista requer uma mudança de estilo de vida que vai  levá-lo a se concentrar em uma nutrição saudável e em treinos direcionados. Requer também que tenha a orientação de um profissional de nutrição e um de educação física!

Um “construtor de corpo” deve seguir um plano de treino voltado para a construção de massa muscular e seguir uma dieta que lhe permita manter a gordura corporal baixa.

Prepare-se para treinar

 Para alcançar o corpo de fisiculturista, você deve estar preparada para ganhar muita massa muscular. Isso significa treinos focados em grupos musculares específicos e um trabalho levado até a exaustão.

O fisiculturismo requer sessões rigorosas de treinamento de força, além de  trabalhar com um variedade de halteres e aparelhos de musculação.

O ideal é que você tenha sessões de treinamento de força três vezes por semana, e um a dois dias de descanso entre as sessões. Isso permite que seus músculos tenham um tempo de recuperação adequado e minimiza o risco de overtraining, o que pode impedir seu progresso como fisiculturista.

 Além disso, você deve criar um plano de treino, com o apoio de um profissional de educação física, concentrar em exercícios com bastante peso e pouca repetição. O ideal é que você se concentre em uma ou duas partes de seu corpo, durante cada treino. 

Por exemplo, no dia da perna, você pode fazer agachamentos com barra, extensões de perna, elevação de panturrilha sentada e elevação. 

Se você achar que o crescimento e a força muscular estão se estabilizando, mude os exercícios para enfatizar o músculo de uma maneira diferente.

Plano de nutrição para fisiculturistas

Consumir uma quantidade de proteína suficiente é fundamental para desenvolver um corpo de fisiculturista e aumentar a massa muscular. Recomenda-se um grama de proteína por quilo de peso corporal.

Carboidratos devem compor aproximadamente metade de sua dieta. Escolha fontes saudáveis, como frutas, vegetais e grãos, e evite açúcares e carboidratos processados. Consuma de cinco a sete porções de frutas e legumes por dia. Gorduras devem constituir cerca de um quarto de sua dieta e devem vir de fontes saudáveis, como sementes, nozes e óleos vegetais.

Coma um mínimo de três refeições por dia, mas considere comer refeições menores e adicionar lanches saudáveis entre elas. 

Finalmente, fique hidratado. Beba água ao longo do dia, não apenas antes e depois do treino. A hidratação é um dos maiores segredos para um fisiculturista. 

Embora a construção de massa magra seja possível apenas através de dieta e exercício, muitos fisiculturistas optam por suplementar suas dietas com glutamina, multivitaminas, creatina ou proteína em pó como forma de aumentar o crescimento muscular.

Consulte sempre um médico

Bom, e é claro que antes de embarcar em sua jornada pelo fisiculturismo, agende um exame físico com seu médico para verificar se há alguma condição de saúde que possa tornar o levantamento de peso intenso perigoso para você. 

Espero que com essas dicas básicas, tenha ajudado você a se decidir sobre a entrada nesse mundo! Posso dizer que o caminho é difícil e requer muita disciplina e força de vontade, mas acompanhar os resultados e o progresso do nosso corpo é altamente recompensador

Busque seu propósito. Deixe  seu legado.

Rê Spallicci

 

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Dicas para começar no fisiculturismo

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Árbitra brasileira se consagra ao ser convocada para Mundial Juvenil de ginástica rítmica na Rússia

Marília Galvão
Marília Galvão

Conceição irá arbitrar primeiro campeonato Mundial Juvenil da história
Conceição irá arbitrar primeiro campeonato Mundial Juvenil da história Ricardo Bufolin / Panamerica Press /CBG

Ela dedicou a vida ao esporte. Desde o início escolheu não ser a protagonista, mas ficar nos bastidores. Dessa forma, Maria da Conceição, aos 67 anos, foi convocada como árbitra brasileira para o Campeonato Mundial Juvenil de ginástica rítmica, primeiro evento global da categoria até 15 anos, que acontecerá entre os dias 19 e 21 de julho, em Moscou, na Rússia.

Desnecessário dizer que isso a torna uma das principais árbitras da Confederação Brasileira de Ginástica. Sua história mostra que não foi à toa a convocação.

Conceição nasceu em São Luís do Maranhão - MA e começou sua relação com o esporte quando criança. Ela praticava atletismo e vôlei. Aos 10 anos, mudou-se para São Paulo. Como sempre esteve ligada à área esportiva, formou-se em Educação Física na Universidade de São Paulo (USP).

“Quando entrei na universidade, tive meu primeiro contato com a ginástica rítmica moderna. Veio uma professora da Alemanha que foi nos ensinando a trabalhar com bola, arco, fita, corda. Fui gostando e me apeguei a essa modalidade", conta com exclusividade ao EspnW.

"Depois que me formei eu passei em um concurso do Estado e da Prefeitura e fui trabalhar em um centro educacional com ginástica para a terceira idade, e aí com o passar do tempo alguns pais começaram a me pedir para também dar atividade a suas filhas”, continua.

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Conceição acatou o pedido dos pais e começou a dar atividade de recreação para uma turma de crianças e trabalhar iniciação para a ginástica rítmica com bamboles, cordas, bolas mais pesadas (diferente das que usam hoje), etc. 

“Comecei a trabalhar iniciação com essas crianças usando bola, corda, arco, e quando me vi eu já estava dentro da GR (ginástica rítmica). Eu era uma professora naquela época que estava dando aulas para a terceira idade e de recreação para as crianças, não tinha a intenção em ser técnica e nem árbitra de ginástica rítmica. Ela (a ginástica rítmica) surgiu sem querer, por acaso.”

Nessa época, Conceição começou a trabalhar como técnica de ginástica rítmica, além de apenas dar aula de recreação. "Isso foi ficando mais profissional. Fui em todos os cursos que aparecia de ginástica rítmica moderna. Eu investi muito no começo da minha carreira em cursos, mesmo sem saber se eu realmente levaria jeito para seguir como técnica de GR (ginástica rítmica). Estava preocupada em adquirir uma bagagem de conhecimento”, disse a profissional.

Maria da Conceição arbitrará o campeonato mundial juvenil de ginástica rítmica
Maria da Conceição arbitrará o campeonato mundial juvenil de ginástica rítmica Ricardo Bufolin / Panamerica Press /CBG

Conceição levou bastante jeito como técnica, passando inclusive pelo cargo na seleção brasileira de ginástica. Como árbitra, teve sua primeira experiência em 1980. “Apareceu o curso de arbitragem estadual e eu decidir fazer e passei. E esse curso me dava o direito de fazer o curso nacional, fiz e passei também. Nesse mesmo ano, fiz um curso intercontinental também e passei. Foi quando me tornei árbitra internacional.”

Para Conceição, os campeonatos mais importantes que já arbitrou foram os Mundiais de Ginástica, que incluem o Mundial de Alicante, na Espanha, em 1990 e o Mundial de Budapeste, na Hungria, em 1996, além do Pan-Americano (campeonato das Américas) de Havana, em Cuba, em 1991.

Em 1999, Conceição foi convidada pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para treinar a seleção da Guatemala. “Morei oito meses lá para treinar o país. Foi a única vez que saí do país para treinar outra seleção. Foi uma experiência muito boa.”

A profissional sempre conciliou a função de treinadora com a de árbitra. Atualmente, aos 67 anos, ela trabalha na Fundação de Assistência Esportiva de Osasco (FAE), onde está desde 2014.

“Eu não parei mais, hoje dou aula na academia em Osasco. Eu trabalho com mais duas professoras, a Beatriz e a Daniela. Nesse momento eu não pertenço à seleção brasileira, eu apenas treino as meninas da FAE e sou árbitra da Confederação Brasileira de Ginástica, da Federação Internacional de Ginástica e da Federação Paulista de Ginástica.”

Conceição e suas alunas da Fundação de Assistência Esportiva de Osasco (FAE)
Conceição e suas alunas da Fundação de Assistência Esportiva de Osasco (FAE) Acervo pessoal

“Eu sou bastante realizada, eu já estou aposentada e estou praticamente encerrando minha carreira de treinadora com esse grupo de Osasco, e aí vou continuar um pouco mais na arbitragem acredito que por mais uns dois anos.”

Em julho deste ano, Conceição foi convocada pela Federação Internacional de Ginástica (FIG) para arbitrar o primeiro Campeonato Mundial Juvenil de ginástica rítmica da história, que terá a estreia no dia 19 de julho. Para a profissional, isso é uma grande realização por ser a única brasileira a arbitrar o campeonato inédito.



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Um desabafo pessoal: não é sobre mudar o técnico, é sobre mudar uma cultura inteira

Julia Vergueiro
Julia Vergueiro
Marta aponta para a 'chuteira da igualdade' após marcar gol
Marta aponta para a 'chuteira da igualdade' após marcar gol PASCAL GUYOT/AFP

Estou muito orgulhosa da nossa seleção. Ontem, logo após a eliminação, falei e escrevi bastante sobre isso, mas agora preciso desabafar.

Taticamente, o Brasil teve um desempenho excelente. Neutralizamos um dos melhores ataques dessa Copa do Mundo e jogamos de igual para igual contra uma das principais favoritas ao título. Antes da partida, quando publiquei a escalação brasileira divulgada pela CBF, vi enxurradas de críticas à comissão técnica por não começar com a Andressinha. Mas em poucos minutos de jogo ficou clara quão necessária era a função de Ludmila e Debinha pelos lados do campo, segurando as principais armas francesas e apostando no contra-ataque nas costas delas. O mérito é apenas da Ludmila e da Debinha? Ou é também da comissão que estudou a equipe adversária e por isso as instruiu a jogarem assim?

Não foram poucas as jogadoras que perdemos por lesão ou por estarem abaixo do nível físico necessário para a Copa do Mundo - Rafaelle, Bruna Benites, Adriana, Erika e Andressa Alves são nomes que fizeram muita falta a essa equipe, ainda mais em um jogo longo como o de ontem, no qual a reposição de peças à altura era essencial para mantermos a qualidade e a proposta tática. Soma-se a isso à baixa disponibilidade que ainda temos de jogadoras de altíssimo nível no Brasil, uma vez que o trabalho no futebol de base feminino aqui é quase nulo. Não se pode negar que diante desse cenário a tarefa de construir uma equipe capaz de fazer frente a times como França, Estados Unidos e Inglaterra, é no mínimo desafiadora.

O futebol é um jogo coletivo, e todo mundo que já disputou um campeonato sabe quão relevante e indissociável é a influência da comissão técnica no desempenho de qualquer equipe. A meu ver, não existe isso de “se perder é culpa do técnico, se ganhar é apesar dele”.

Eu também não concordei com a saída da Emily do comando da seleção. Eu também fiquei indignada de ver que a CBF não tinha sequer justificativas plausíveis para demití-la. Se tinha, não as trouxe à tona, mas a verdade é que por desempenho, por estilo de trabalho e por autoridade junto às jogadoras, ela merecia no mínimo a oportunidade de continuar.

Obrigada, seleção
Obrigada, seleção Getty Images

No entanto, o fato de ela ter sido injustamente demitida não é motivo para que o trabalho do técnico que veio a substituir seja também injustamente avaliado. Muitas pessoas da imprensa e personagens do universo do futebol feminino estão fazendo com o Vadão o que a CBF fez com a Emily – julgando competência por meio de resultados e de personalidade. Quão justo é você dizer que um treinador não se importa com a equipe só porque ele não esboça reações emocionais na beira do campo? Se a nossa seleção encheu tanto os brasileiros de orgulho nessa Copa, será mesmo que não existe qualquer mérito da comissão técnica que mereça ser destacado?

Repito: eu também prefiro uma mulher no cargo de treinadora da seleção feminina. Eu mesma faço questão de só contratar treinadoras mulheres no meu próprio clube, por inúmeros motivos. Mas assim como me incomoda saber que qualquer pai ou mãe das minhas alunas está colocando em xeque a competência das minhas funcionárias por causa de gênero, orientação sexual ou a forma como elas falam ou se vestem, também fico indignada que isso aconteça na relação imprensa-seleção. Em muitos dos casos, as pessoas que tanto criticam nunca sequer estiveram presencialmente em um treino dessa seleção comandada por Vadão.

Outros países entenderam que é possível formar grandes atletas e grandes equipes mesmo sem ter o "dom natural" com a bola. Aqui, a maioria ainda não entendeu isso. E muitos que já entenderam ou não sabem como aplicar as mudanças necessárias ou não possuem as ferramentas para isso. Esse desafio cabe tanto aos times femininos como aos masculinos.

É preciso criticar? Sim, sempre. Temos muito a melhorar como modalidade e como Confederação? Demais. Mas assim como nós clamamos por respeito às nossas jogadoras, treinadoras, jornalistas, árbitras, gestoras e a todas as mulheres que trabalham no futebol, também precisamos respeitar. Também precisamos olhar e avaliar todos os envolvidos sem pré-julgamentos e buscando ouvir ambos os lados de cada história. Não é sobre clube da Luluzinha ou clube do Bolinha, é sobre o profissionalismo de que o nosso futebol, a nossa impresa, e todo o nosso país precisa mais do que nunca. Se queremos voltar a ser potência no masculino e buscar ser potência no feminino, é a postura de todos nós que precisa mudar. 

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Mente e músculos em conexão: o que isto importa?

Rê Spallicci
Rê Spallicci
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Quem treina vai entender bem sobre o que vou falar agora: sabe aquele músculo ou grupo muscular que, não importa o quanto você os treine, parece nunca crescerem?

Sabia que o problema pode estar mais em sua mente do que em seus músculos?

 Embora o levantamento de peso seja percebido por muitas pessoas como um treinamento estritamente físico, existem muitos aspectos psicológicos fundamentais  em questão. E, hoje, eu quero abordar um dos mais significativos dentro do fisiculturismo: a conexão mente-músculo.

 A conexão mente-músculo (MMC)

Já  é conhecido que o movimento muscular é controlado pelo cérebro. O primeiro passo para a contração muscular é um sinal enviado por ele aos seus músculos, para que se contraiam. Você pode dizer que a conexão mente-músculo (MMC) ocorre em algo chamado junção neuromuscular que se dá quando “a mente encontra o corpo”.

Neste momento, o cérebro libera um neurotransmissor químico chamado "acetilcolina" para se comunicar com os músculos do corpo. Quando a acetilcolina é liberada na junção neuromuscular, ela cruza as "sinapses" (o espaço minúsculo que separa o nervo do músculo), as quais se ligam aos receptores na superfície das fibras musculares. É aí que se dá a contração muscular.

Logo, quanto mais você puder melhorar essa comunicação, mais fibras musculares você vai recrutar. Em última análise, ao melhorar o seu MMC, você está realmente aumentando o número de fibras musculares que estão sendo recrutadas, quando você faz um determinado exercício. E isso resulta em melhor contração muscular e, consequentemente, melhores resultados.

 Por que o MMC é tão importante?

Você já teve a sensação de estar na academia somente de corpo presente? Teve um dia estressante e cansativo, está lá treinando, mas sua mente está divagando...  seus pensamentos se desviam para as tarefas do trabalho ou assuntos rotineiros. Pois, então, é exatamente aí que está o problema: você perdeu a conexão mente-músculo.

Primeiramente, para entender por que o MMC é tão importante, você precisa entender a diferença entre os motores primário e secundário. O motor primário é o músculo que se destina a fazer o máximo trabalho na movimentação de um peso. Os motores secundários são os músculos que sustentam o motor primário.

Por exemplo, o peitoral maior é o principal motor do supino, e os tríceps e deltoides são motores secundários. O motor primário, ou músculo alvo, é aquele que você está tentando isolar e fazer crescer durante determinado exercício.

A gente sabe que existem muitos músculos no corpo que são inerentemente difíceis de serem trabalhados.  Geralmente os menores, porque não são responsáveis por muito trabalho pesado (como seus deltoides posteriores). Mas músculos como estes são extremamente importantes para construir um físico de qualidade. E para desenvolver músculos como os deltoides posteriores, você deve ser capaz de isolá-los e, para isso, só com um MMC forte.

Mais mente e menos peso

Quando você está no meio de uma série, o que passa por sua cabeça? Você está simplesmente tentando forçar o máximo de repetições?  Se a resposta é “sim”, você precisa rever alguns conceitos.

Ao realizar determinado exercício, você deve estar comprometido em sentir cada um de seus músculos-alvo. Você pode estar levantando uma enorme quantidade de pesos, mas, se você não está maximizando o trabalho feito por seu músculo primário, você está perdendo boa parte do trabalho.

Muitas pessoas ficam obcecadas com quanto peso estão levantando, em vez de se preocuparem com quanto trabalho seus músculos estão realmente tendo. Se você maximizar a força colocada em seus músculos-alvo, maximizará seus ganhos e resultados.

Levantar mais peso sem realmente direcionar os esforços não significa que seus músculos-alvo estão tendo mais trabalho, além de deixá-los mais suscetíveis a lesões.

E, se você treinar consistentemente assim, seu cérebro nunca aprenderá como se comunicar adequadamente com seus músculos e seu MMC.  Portanto, você deve concentrar sempre sua energia mental em contrair seus músculos-alvo em vez de levantar peso.

Se você quiser começar a ter ganhos consistentes, precisa aprender a fazer cada repetição como se ela fosse única. Existe uma enorme diferença entre completar dez repetições e fazer dez repetições. Cada repetição que você não sente é uma repetição desperdiçada.

Você pode treinar o quanto quiser, mas, se a sua conexão mente-músculo não estiver totalmente desenvolvida, nunca alcançará todo o  potencial. O desempenho atlético vai melhorar, quando você for capaz de bloquear mentalmente as distrações externas. Portanto, não deixe sua mente vagar na academia! Você não está lá para socializar (pelo menos você não deveria estar), mas  para se exercitar.

Treinar duro é importante, e é claro que todos querem levantar mais pesos. No entanto, se você quiser ter uma performance diferenciada, é melhor deixar seu ego de lado e pensar mais em como está treinando do que quanto de peso está levantando!

Busque seu propósito. Deixe  seu legado. 

  Rê Spallicci

 

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Mente e músculos em conexão: o que isto importa?

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A Marta e o manifesto pela igualdade de gênero na Copa do Mundo dizem muito

Juliana Manzato
Juliana Manzato

Marta aponta para a 'chuteira da igualdade' após marcar gol
Marta aponta para a 'chuteira da igualdade' após marcar gol PASCAL GUYOT/AFP

Foi em dezembro do ano passado que conheci pessoalmente Marta. Foi em dezembro também que me emocionei com o seu discurso no ESPN Bola de Prata Sportingbet 2018. Ser a Bola de Ouro da premiação teve um gosto especial para Marta, tão premiada e aclamada fora do país, o reconhecimento no próprio país precisava vir. E veio. Veio com discurso emocionado e que também emocionou todos os presente no evento. Chorei naquele dia, e ainda choro todas as vezes que assisto. Foi a primeira Bola de Ouro dada a uma mulher, e era ela. (Pega o lencinho e vem comigo!).  

Ontem no jogo do Brasil contra a Austrália na Copa do mundo feminina de futebol, foi a estréia de Marta no torneio. Ela jogou o primeiro tempo, fez gol, atingiu a marca de Miroslav Klose, ex-jogador da Alemanha e maior goleador de Copas do Mundo, com 16 gols. Com os pés, a seis vezes melhor do mundo fez também o seu melhor - e maior - manifesto. O silêncio de quem já disse muito, e que hoje mostra para o mundo por que conquistou um novo recorde nessa Copa. Ah, Marta <3 

Na comemoração, a atenção foi parar nas chuteiras da jogadora. Uma chuteira preta e sem marca definida exibia o símbolo à favor da igualdade de gênero no esporte. Um manifesto tão significativo, que ganhou as redes sociais com apoio e declarações emocionantes sobre Marta e o futebol feminino. Aplaudir de pé é pouco. 

No perfil @goequal_, dá para acompanhar mais de perto o manifesto que traz a tona a desigualdade no esporte em meio à inúmeras polêmicas envolvendo patrocínio. Como falei no outro texto dessa semana, sobra oportunismo e frases de efeito, mas ainda falta o engajamento real das marcas - e do público, para o futebol feminino. 

O abismo entre o futebol masculino e feminino aparece dentro da própria Fifa. Enquanto a premiação na Copa da Rússia no ano passado ficou em torno de US$ 38 milhões, a Copa da França deste ano fará a Fifa desembolsar cerca de US$ 4 milhões para o time vencedor. O #ManisfestoMarta traz à tona não só a relação entre marcas e jogadoras, mas a valorização do futebol feminino dentro da própria federação.

Antes mesmo de discutir sobre o patrocínio de atletas, precisamos falar sobre mídia, oportunidades e também representatividade. Marcas precisam urgentemente mudar o mindset sobre projeção de marca, mídia e resultados. A cultura do nosso país é imediatista para tudo, seja para conquista de títulos ou negócios, isso inclui o posicionamento de muitas marcas que ao invés de desenvolverem um novo mercado, acabam escolhendo o caminho mais fácil para investimento. E ai, meus amigos, essas mesmas marcas querem entrar em campo e jogar o futebol feminino em condições que precisam ser revistas e principalmente, desenvolvidas. 

Se uma chuteira preta fez tanto barulho, imagina o futebol depois dessa Copa? 

#GoEqual #GoMarta #GoFutebolFeminino

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Caçula da seleção brasileira de golfe faz preparação para o Pan de Lima

Marília Galvão
Marília Galvão
Nina Rissi faz treinos intensos de preparação para o Pan
Nina Rissi faz treinos intensos de preparação para o Pan Acervo pessoal

Ela não pode viajar da Espanha, onde mora, para o Brasil, sem autorização dos pais por não ter completado 18 anos. Mesmo assim, conseguiu uma das quatro vagas para representar o país no golfe, nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, em julho deste ano.

Nina Rissi foi apresentada ao golfe com seis anos, mas, na época, não se identificou com o esporte. A paixão surgiu alguns anos mais tarde, quando começou a disputar campeonatos. Hoje, aos 17 anos – ela faz aniversário no próximo dia 22 de junho - é a caçula da seleção brasileira e fará sua estreia no Pan. 

O maior evento multiesportivo das Américas será o campeonato mais importante já disputado na promissora carreira da atleta. “Estou muito ansiosa para poder jogar e acho que vai ser uma das melhores experiências da minha vida. No esporte, a melhor. Quando recebi a notícia foi uma sensação incrível, parecia um sonho, uma sensação de gratidão por receber uma oportunidade tão grande.”, conta ao espnW.

Nina Rissi é a caçula da seleção brasileira de golfe
Nina Rissi é a caçula da seleção brasileira de golfe Acervo pessoal

Nina deixou o Brasil e se mudou para a Espanha com apenas cinco anos. Ela mora em Barcelona com a mãe, o irmão – que também joga golfe – e o padrasto. A casa ficava perto de um campo para a prática do esporte. Então a mãe e o irmão tiveram o interesse de conhecer e, por terem gostado bastante, levaram Nina para praticar também. Ela não gostou num primeiro momento. 

“Depois de um tempo, quando eu tinha dez anos, minha mãe começou a me levar nos campeonatos que o meu irmão jogava e insistiu bastante para eu começar a disputar também. Como sou bem competitiva, comecei a gostar do esporte cada vez mais e a partir dos 12 anos eu já competia em nível nacional e internacional, ganhando campeonatos importantes. Isso me deu uma sensação de satisfação que me levou a jogar até hoje”, afirma.

Nina conta com o apoio de sua mãe para seguir firme na carreira. “Minha mãe sempre foi meu melhor apoio e minha maior fã. Ela moveu montanhas para dar a melhor vida para mim e para o meu irmão. Ela trabalhava de madrugada para poder nos levar para treinar durante o dia”, lembra a brasileira.

Nina Rissi faz treinos intensos de preparação para o Pan
Nina Rissi faz treinos intensos de preparação para o Pan Acervo pessoal


Lesões na carreira

Em setembro de 2016, Nina passou por um momento bastante difícil na sua carreira. A atleta teve duas lesões praticamente ao mesmo tempo, uma em um dos pulsos e outra no quadril. Depois de muita fisioterapia sem sucesso, precisou passar por cirurgia.

De acordo com a atleta, esse foi um momento de superação. “A parte mais difícil mesmo foi a recuperação, porque fiquei uns dois meses sem conseguir andar e nem usar uma das mãos, e realmente foi muito difícil acreditar que eu estaria jogando de novo, e com horas e horas de treinamento", disse.

Apenas quatro meses após a cirurgia, Nina foi campeã de uma prova do ranking nacional espanhol, campeonato que considera o mais especial da sua vida por ser o primeiro após a lesão.

A atleta também participou de outros torneios. O Grand Prix de Hossegor na França, quando ficou em quinto lugar, é um deles. Em março de 2019, jogou o Campeonato Sul-Americano juvenil na Argentina representando o Brasil, terminando na oitava posição. Neste ano, Nina disputou o campeonato nacional amador da Espanha, com mais de cem atletas, e ficou em nono.

Nina Rissi é atleta da seleção brasileira de golfe
Nina Rissi é atleta da seleção brasileira de golfe Acervo pessoal


Rotina de treino

Nina faz treinamentos intensos. A rotina começa às sete da manhã com a academia. Depois, ela vai para o campo. “É um trabalho muito estruturado e planejado. Além do golfe, faço atletismo. É um hobbie e um jeito de me preparar melhor para o meu esporte”.

No ano passado, a atleta assinou um contrato com a Universidade Estadual de Michigan por quatro anos para estudar e também seguir com a carreira de golfista. “Gosto de ter um plano B, sempre gostei de estudar. Já realizei esse sonho de entrar em uma faculdade no Estados Unidos. Quando acabar, quero estar boa o suficiente para jogar profissionalmente em um circuito que chama LPGA [tour das melhores jogadoras do mundo], nos Estados Unidos.”

Nina já confirmou participação também no 89º Campeonato Amador do Brasil, o torneio mais antigo e tradicional do país, que será disputado no início de julho no Campo Olímpico do Rio e que servirá de aquecimento para sua participação nos Jogos Pan-Americanos de Lima.

Ainda que no golfe a única diferença real entre amador e profissional seja o fato de que o primeiro não recebe premiação em dinheiro em torneios e o segundo sim, vale destacar que Nina é a única amadora entre os quatro convocados, e terá pela frente o primeiro grande teste da sua carreira.

A Confederação Brasileira de Golfe divulgou recentemente os nomes dos quatro representantes que disputarão os torneios feminino, masculino e duplas mistas no Pan. Além de Nina Rissi, foram chamados Adilson da Silva, Alexandre Rocha e Luiza Altmann. A abertura do Pan ocorrerá no dia 26 de julho e o torneio de golfe entre os dias 8 e 11 de agosto, no Lima Golf Club.

Nina Rissi é a caçula da seleção brasileira de golfe
Nina Rissi é a caçula da seleção brasileira de golfe Acervo pessoal
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