Mineirão: tapa no rosto de torcedor segue sem resposta

Gabriela Moreira
Gabriela Moreira


Já se passaram 23 dias desde que um torcedor foi agredido, no rosto, por um policial militar, dentro do Mineirão, na frente de testemunhas que filmaram a ação e ainda não é possível ter notícias acerca do procedimento apuratório dos fatos. 

Em entrevista ao blog, no último dia 31, a Polícia Militar de Minas Gerais afirmou que o vídeo seria enviado à Corregedoria da corporação para ouvir os envolvidos. 

"Soubemos do assunto através da reportagem, não tínhamos tido acesso a estas imagens e vamos levá-la para a Corregedoria. Se eles entenderem que foi excessivo, será aberto procedimento apuratório, ele será ouvido e pode virar inquérito se for o caso", disse o major Flávio Santiago na reportagem

Questionada sobre o andamento do procedimento nesta quarta-feira, a assessoria de imprensa da PMMG respondeu que: 

"O procedimento está em andamento dentro das especificidades do devido processo legal".

A reportagem pediu para saber, então, se o policial já havia sido identificado, se ele havia prestado depoimento e o que afirmou como defesa. Resposta: 

"Respeitando o devido processo legal, o número do procedimento e informações sobre ele não são divulgados."

O email foi novamente replicado pelo blog, pedindo o número do procedimento, dado que deve ser informado pelos princípios de Publicidade e Transparência aos quais o Estado está submetido e mais uma vez, a resposta foi:
 
"Respeitando o devido processo legal, o número do procedimento e informações sobre ele não são divulgados".

A reportagem continuará acompanhando o caso. 

Mineirão
Mineirão Getty

 

Fonte: Gabriela Moreira, repórter do ESPN.com.br

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Bandeira de Mello promete não usar vermelho e preto, nem dizer 'Sou presidente do Flamengo' em material de campanha a deputado

Gabriela Moreira
Gabriela Moreira

Candidato a deputado federal, o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, declarou que não vai usar as cores vermelha e preta em seu material de campanha. Assim como não terá o escudo do clube, nem a palavra "Flamengo" em sua propaganda eleitoral. Também não vai mencionar em seu material publicitário, nem nas aparições em TV, que é presidente do rubro-negro. O compromisso foi feito pelo dirigente a dois grupos de sócios da Gávea em reunião na última sexta-feira, o Flamengo da Gente e o SóFla.

O encontro foi realizado a pedido de Bandeira de Mello, após questionamento do Flamengo da Gente ao Conselho Deliberativo na semana passada. Na visão do grupo - que pede o afastamento do dirigente - o acúmulo das atividades gera conflito com o Estatuto do clube, uma vez que sua função e as decisões enquanto presidente poderiam proporcionar vantagem pessoal à sua disputa à vaga no Congresso.  

Eduardo Bandeira de Mello, ao lado da candidata Marina Silva e José Gustavo Barbosa (porta-voz da Rede)
Eduardo Bandeira de Mello, ao lado da candidata Marina Silva e José Gustavo Barbosa (porta-voz da Rede) Reprodução/Instagram

O requerimento ainda será avaliado pelo presidente do Conselho Deliberativo, Rodrigo Dunshee de Abranches, que é vice da chapa de oposição à Bandeira na eleição rubro-negra. 

De acordo com o Estatuto do clube,  no artigo XII, do Capítulo V, o uso do nome do clube em campanhas alheias aos interesses dos associados já é vedado. Mas o dirigente promete ir além e não usar cores, escudo e não fazer pronunciamentos como presidente. 

"Abster-se de usar o nome do Flamengo em campanha, de qualquer natureza, estranha aos objetivos do Clube". 

Os motivos que levaram o dirigente a se candidatar a deputado foram bem recebidos pela maioria dos presentes, mas não o suficiente para que o grupo decidisse retirar o pedido de afastamento. 

"As explicações são plausíveis do ponto de vista pessoal, ele tem todo direito de se candidatar, como cidadão, mas enquanto presidente do Flamengo a gente não acha que seja um caminho ideal, um caminho bom pro Flamengo. A gente já achava isso de outros membros de diretorias passadas que tomaram o mesmo caminho e não é porque essa trouxe algum tipo de modernidade para a gestão do clube que vamos pensar diferente", disse um dos membros do Flamengo da Gente presente à reunião, Guilherme Salgado.    

"Não vou dizer 'Vote em mim, sou Flamengo, nem 'vote em mim porque sou presidente do Flamengo"

Ao blog, Bandeira de Mello disse que respeita o direito dos sócios de questionarem e que aguardará a avaliação do presidente do Conselho. Bandeira afirmou também que a decisão de não usar nenhuma referência ao Flamengo na sua campanha foi tomada quando decidiu se candidatar. 

"Todo mundo que tem chance de ganhar uma eleição é alguém que se projetou junto à opinião pública em alguma função. Pode ser numa igreja, num sindicato, ou é um artista, filho de político, secretário de estado, ministro. Alguém que teve uma visibilidade e aí tem chance de ganhar. No caso do Flamengo, não considero que seja um trampolim no mau sentido". 

"Nem na eleição do Flamengo eu deixo usar a máquina, os funcionários, os atletas, seja o que for do clube na eleição. Quando fui candidato à reeleição, em 2015, todos os funcionários foram proibidos de participar da campanha. Se eu não usei isso na minha eleição para presidente do Flamengo e nem vou usar na atual eleição, muito menos para uma coisa pessoal. Não seria correto usar o Flamengo", disse o presidente, completando:  

"Não estou usando nem as cores do Flamengo. Não uso nem vermelho e preto. Nem vou colocar que sou presidente do Flamengo. É claro que no site se tiver meu currículo vai aparecer que sou presidente do Flamengo, assim como trabalhei no BNDES, mas não vou dizer 'Vote em mim, sou Flamengo, nem vote em mim porque sou presidente do Flamengo". 

Questionado sobre a dificuldade de se concentrar nas atividades do clube em meio à campanha, o dirigente disse que se licenciar ou tirar férias seria mais cômodo: 

"Tomei a decisão de continuar dando a mesma dedicação ao Flamengo que sempre dei, mesmo que isso atrapalhe a campanha. Não é obrigação minha. Eu poderia tirar férias, já que estou há seis anos na presidência e trabalhei praticamente todos os dias. Tirei cinco dias quando fui conhecer minha sobrinha-neta fora do país e antes da pré-temporada de 2016 tirei 4, 5 dias com minha família. Todos os ex-presidentes tiraram. Seria muito mais cômodo para mim, tirar essa licença e me dedicar à campanha. Mas acho que isso não seria bom para o Flamengo. Vou ter de me dividir, mas vou trabalhar 150% do tempo para não prejudicar o Flamengo".

Atualização: nota atualizada para inclusão de trecho do Estatuto que versa sobre proibição do nome do clube em campanhas fora do rubro-negro.  

 

Fonte: Gabriela Moreira, repórter da ESPN.com.br

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Federação retém taxas da CBF, e árbitros do Rio levam calote também em competições nacionais

Gabriela Moreira
Gabriela Moreira

Na última sexta-feira, o blog noticiou que os árbitros de cinco campeonatos organizados pela Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) estavam sem receber pagamento por suas atuações. Mas o problema vai além. A federação também está em dívida com a arbitragem do estado em campeonatos organizados pela CBF desde abril. Falta pagamento para quem trabalha nas séries C e D e em competições nacionais femininas. 

Só que nestes casos, a CBF vem recolhendo e repassando as taxas à Ferj, que somente efetua o devido pagamento aos profissionais que não são do Rio. Funciona assim: se o quadro de arbitragem tem árbitros, assistentes, delegados ou outros oficiais de vários estados, apenas os que são cariocas ou fluminenses ficam sem pagamento. Todos os demais, saem com os soldos em dia. 

Árbitros cariocas em palestra na FERJ
Árbitros cariocas em palestra na FERJ Divulgação / FFERJ

Nos borderôs, disponíveis no site da CBF, é possível verificar o quanto é destinado ao pagamento dos honorários do quadro de árbitros e assistentes no Rio. Os valores da rubrica "taxa de arbitragem" variam entre cerca de R$ 4 mil até R$ 8 mil por partida.  

Enquanto essa nota era apurada, a Ferj informou que fez um levantamento em todos os pagamentos e afirmou que o problema já está sendo resolvido.  O débito seria fruto do não repasse por parte da CBF do valor total das taxas.  Nesta segunda-feira, a federação disse que ordenou o pagamento aos árbitros que faltavam (competições nacionais). Até o fim do dia, no entanto, profissionais procurados pelo blog ainda não haviam acusado o recebimento em suas contas. 

"Foi verificado, em alguns casos, um descompasso entre o valor destinado e o a ser pago de taxa de arbitragem dessas competições. A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro está apurando os valores residuais para solucionar a questão. A FERJ reitera que, assim como todos os compromissos firmados, este também será honrado", informou a federação. 

A CBF também foi procurada para se manifestar quanto ao problema e informou que está fazendo a checagem de todos os repasses. 

Temerosos, árbitros não levam o problema para as súmulas

De acordo com o regulamento de conduta dos profissionais da arbitragem, qualquer problema quanto ao pagamento de suas atuações nas partidas, deve ser informado na súmula.  Entretanto, assistentes e árbitros ficam receosos em registrar este tipo de questão nos documentos enviados à CBF por entenderem que serão prejudicados nas próximas escalas. 

No Rio, a situação é ainda pior, uma vez que a mesma pessoa que comanda a arbitragem, é também presidente do sindicato da categoria, Jorge Rabello.

Apropriação e descumprimento do Estatuto do Torcedor 

As irregularidades no pagamento dos profissionais da arbitragem podem trazer sérios prejuízos não somente para quem fica sem receber, mas para a continuidade do campeonato. Além de a entidade que recebe e não repassa as taxas poder sofrer ações criminais por apropriação indébita dos valores, há ainda risco para a competição com possíveis suspensões por descumprimento do Estatuto do Torcedor. 

Há também o risco de falta de árbitros para as partidas. A reportagem apurou que há profissionais com dificuldades de se locomoverem para os jogos. 

Veja o que determina o Estatuto do Torcedor quanto à remuneração dos profissionais da arbitragem

Art. 30. É direito do torcedor que a arbitragem das competições desportivas seja independente, imparcial, previamente remunerada e isenta de pressões. Parágrafo único. A remuneração do árbitro e de seus auxiliares será de responsabilidade da entidade de administração do desporto ou da liga organizadora do evento esportivo.  

Quanto recebe um árbitro nestas competições: 

- Feminino: base e 2ª divisão - árbitros Fifa e Master - R$ 400,00 / outras categorias - R$ 360,00 / outros oficiais - R$ 125,00 / assistentes: 60% da sua categoria 

- Série C: vai de R$ 200,00 (analista de desempenho por vídeo) até R$ 2.440,00 (primeira fase) ou R$ 2.750,00 (a partir das oitavas)

- Série D: vai de 250,00 (analista de desempenho) até 2.020,00 (classificatórias) ou 2.790,00 (a partir das oitavas) 

 

Fonte: Gabriela Moreira, repórter do ESPN.com.br

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Árbitros de cinco campeonatos do Rio estão sem receber há 2 meses

Gabriela Moreira
Gabriela Moreira

Dezenas de árbitros e assistentes que atuam neste momento em cinco campeonatos administrados pela Federação de Futebol do Rio (Ferj) estão sem receber pagamento pelos jogos. Os atrasos já duram mais de 60 dias e ultrapassam R$ 100 mil. Entre os afetados, estão as séries B1, B2 e C do estadual.  

Profissionais com os quais o blog conversou disseram que vêm cobrando há semanas uma solução junto à Comissão de Arbitragem e ao Sindicato dos Árbitros, mas não têm tido sucesso. Ambos são presididos pela mesma pessoa, Jorge Rabello. 

Em nota, a Ferj disse que o atraso se deve a problemas financeiros decorrentes da ajuda financeira que a entidade dá a diversos clubes do Estado. A entidade não informou quando pretende quitar os atrasados. 

"Trata-se de um problema de fluxo de caixa que está sendo equacionado.  Nos campeonatos das Séries B1, B2, C, de Amadores da Capital e de Ligas Municipais, os clubes são desonerados das taxas de arbitragem, cabendo a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro subsidiar essas despesas. Vale lembrar ainda que o contratempo foi gerado por aportes feitos para socorrer vários clubes. Além disso, a FERJ passa por  um processo macro de reestruturação.   E como todos os compromissos firmados pela instituição, este também será honrado."

Árbitros em pré-temporada para o Campeonato Carioca
Árbitros em pré-temporada para o Campeonato Carioca ÚRSULA NERY/AGÊNCIA FERJ

Problemas financeiros na arbitragem carioca têm sido frequentes nos últimos anos. Em 2016, Jorge Rabello foi denunciado por árbitros pelo não pagamento de quase dez anos de INSS, mesmo tendo recolhido o imposto nos borderôs dos jogos. Segundo os denunciantes, somente em 2011, a dívida somava R$ 350 mil. 

Descumprimento da lei

Deixar de pagar pela arbitragem é um flagrante descumprimento do Estatuto do Torcedor, que determina no capítulo VIII que todos os envolvidos na arbitragem devem ser remunerados antes dos jogos. Em campeonatos da CBF, os pagamentos acontecem logo após as partidas, ainda no estádio. 

O problema, além de afetar diretamente os profissionais que atuam nas partidas, pode acarretar em questionamentos judiciais e ainda na paralisação das competições em realização no estado. 

Veja o que determina o Estatuto do Torcedor quanto à remuneração dos profissionais da arbitragem

Art. 30. É direito do torcedor que a arbitragem das competições desportivas seja independente, imparcial, previamente remunerada e isenta de pressões. Parágrafo único. A remuneração do árbitro e de seus auxiliares será de responsabilidade da entidade de administração do desporto ou da liga organizadora do evento esportivo.  

 

Fonte: Gabriela Moreira, repórter do ESPN.com.br

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Criação de um 'Conselho' para o futebol e cobranças: as ideias do principal candidato à oposição no Flamengo

Gabriela Moreira
Gabriela Moreira

No início da tarde desta quinta-feira, o principal concorrente do atual presidente do Flamengo Eduardo Bandeira de Mello, o empresário Rodolfo Landim, 61 anos, lançará sua candidatura à presidência do clube. Em entrevista exclusiva ao blog, ele fala dos seus principais planos para a gestão do rubro-negro. 

Ex-membro do grupo original que governa o clube há dois mandatos, ele também analisa por que não foi possível uma união com a atual situação. E aponta a principal indignação com o futebol, adiantando o tom da disputa que terá fim em dezembro:     

"Tem uma coisa que eu não suporto. Eu não suporto perder, eu acho que o Flamengo tem de ganhar tudo. O Flamengo pode perder, isso é da vida, mas tem de estar sempre querendo ganhar. E tem de estar sempre indignado com a derrota", disse. 

O blog tentou fazer uma entrevista para ser publicada na mesma data com o candidato à sucessão de Bandeira, Ricardo Lomba, mas o pedido não foi aceito. Por ser o atual vice-presidente de futebol e não ter lançado sua candidatura, ele foi orientado a não falar neste momento.  

Entrevista com Rodolfo Landim, candidato à presidência do Flamengo. 

Pergunta: vocês se intitulam "situação paralela". O Rodrigo Dunshee de Abranches  (presidente do Conselho Deliberativo e membro da sua chapa) disse isso em entrevista recente. Como é isso? 

Resposta: Na verdade, as pessoas tentam colocar a chapa como se fosse uma chapa de oposição, como se a gente fosse contra o Flamengo. A gente não é contra o Flamengo. Essa palavra "oposição" carrega um peso muito forte. A gente é a favor do Flamengo e é por isso que a gente quer mudar o Flamengo. 

Esse movimento envolve uma série de pessoas que estão na administração do clube, são pessoas que começaram a mudança do clube em 2012, que ficaram de fora depois da reeleição do Eduardo e algumas delas, inclusive que continuaram com o Eduardo e estão saindo agora, como por exemplo a tão propagandeada boa administração financeira. O vice-presidente Cláudio Pracownik saiu e está nos apoiando. Fora os outros poderes do clube, que é o caso do Dunshee, no órgão máximo do clube (deliberativo). 

Assim como outros poderes, o conselho fiscal, o conselho de grandes beneméritos, acredito que em sua grande maioria também está apoiando esse movimento nosso. A administração do clube não é o Conselho Diretor e não são aquelas poucas pessoas que estão ali, escolhidas pelo Eduardo, gravitando em torno dele. Eu acho até um pouco arrogante daquelas pessoas dizerem "eu sou a situação". 

Nesse bojo de maior participação, vemos alguns ex-presidentes com vocês, como Márcio Braga, por exemplo, entre outros, que foram responsáveis por gestões que não trouxeram bons resultados mais recentemente, inclusive no futebol. Como ter essas pessoas e ao mesmo tempo não voltar a antigas ideias que já se provaram atrasadas e de pouco sucesso?

Eu tento em qualquer coisa que eu faço na vida olhar pra frente. Claro que a gente olha para trás, para aprender com os erros, mas é muito difícil julgar o passado. A primeira coisa que temos de pensar é que há muitas críticas em relação à antigas gestões do Flamengo, mas temos de considerar que a situação era completamente diferente. O futebol não é o que é hoje um grande negócio, temos de ver que as decisões foram tomadas em cima de outras variáveis. Lembro que na época do Márcio Braga, eu tive contato com ele na época em que eu era presidente da Petrobras Distribuidora e ela era patrocinadora, tinha grandes contratos e lembro das dificuldades que eles tinham. O Márcio olhava pra mim e falava que no domingo não tivesse chovendo ele ficava com o coração partido porque ninguém ia pro Maracanã, que o pessoal ia pra praia e não ia ter bilheteria. Porque naquela época a receita da bilheteria era fundamental, era enorme, dentro do percentual de arrecadação que os clubes tinham. As condições no passado eram completamente diferentes. 

É claro que tem de olhar para o passado e ver as coisas erradas para não praticar no futuro, mas eu tendo a não julgar muito o passado das pessoas que trabalharam no Flamengo até porque se o Flamengo conseguiu chegar ao que ele é, foi em grande parte em função ao trabalho de diversas pessoas que trabalharam no Flamengo. É muito fácil julgar pela capacidade que o futebol tem de arrecadar hoje. A gente tem de unir essas cabeças e o aprendizado delas para tentar fazer melhor. 

Eu quero levar essas pessoas que querem levar sua contribuição e que estão se sentindo completamente isoladas pelo fato de entenderem que o clube hoje está nas mãos de um pequeno grupo, que se fechou, que não ouve ninguém, que quando ouve críticas dizem "façam uma chapa e ganhem a eleição", então é isso que estamos fazendo. Estamos juntando pessoas que são rubro-negros como todas, têm capacidade para, de fato, modificar o Flamengo. As coisas que estiverem sendo bem tocadas vão continuar, mas têm coisas que precisam ser modificadas, a começar pela forma de cobrar. 

Aplicar bem os recursos. Acho questionável a forma como alguns recursos foram aplicados, especialmente no futebol. 

Você acha que o dinheiro no futebol não foi bem aplicado? 

Futebol não é ciência exata. Não é algo que você faz um investimento e com certeza tem um retorno. Você vai ter acertos e erros, mas a quantidade de erros que tivemos com a aplicação de recursos que a gente tinha disponível no clube e no futebol foi inacreditável. 

Rodolfo Landim, 61 anos, candidato à presidência do Flamengo
Rodolfo Landim, 61 anos, candidato à presidência do Flamengo Getty

Já vamos entrar no futebol, mas para falar mais um pouco da chapa. O que foi fundamental para que a união entre azuis e verdes não acontecesse? 

Essa é uma percepção muito pessoal minha. Não queria dizer "azuis e verdes". Isso foi na última eleição. Essa separação incomoda e é uma estratégia de eleição que a situação faz ao dizer que eles são os azuis. Todos eram azuis, ou grande parte eram, saíram e continuam saindo, ficando apenas um pequeno grupo querendo buscar para si os louros da administração que, na verdade, não foram nem eles que começaram. 

A nossa proposta era de união, para trazer mais pessoas, para incluir. Eu fui conversar com o SóFla, o problema é que ao fazer isso era natural que as pessoas abrissem mão do espaço que você tem na governança e administração para a entrada de outros grupos e isso não existe. O SóFla tomou conta da administração do Flamengo e não abre mão de nada. Eles têm um projeto de poder que foi estruturado lá dentro que ficou muito difícil abrir mão para outros poderem entrar. 

A outra razão e essa me foi dita pelo próprio presidente do clube numa conversa, é que ele tinha claramente a posição de indicar um candidato. Ele queria fazer um sucessor. Passados seis anos lá, acho que ele entende que deveria ter um candidato e indicar alguém. Essa foi uma pergunta direta que fiz, se ele tinha espaço para uma união, também com o SóFla que inclusive foi quem solicitou que tivéssemos essa conversa. E ele me fez perguntas se tinham duas pessoas que estavam me apoiando e minha resposta foi "não sei, mas espero que sim". E ele disse que com essas pessoas ele não iria se unir. 

Então você tá querendo me dizer que o ódio que você tem por essas pessoas é maior que o amor pelo Flamengo. Ele não me respondeu, mas acho que essa foi só a desculpa para poder continuar com o projeto de poder que é só dele. 

Qual é o papel que essas pessoas que saíram desse grupo inicial terão na sua gestão, se eleito? Luiz Eduardo Baptista (Bap), Wallim Vasconcellos, Carlos Langoni, Gustavo Oliveira vão ter na sua gestão? 

Boa pergunta. Não tenho conversado muito com o Langoni, uma pessoa que gosto muito e conheço há muitos anos. Ele esteve muito presente no início e gostaria que ele tivesse comigo. O Wallim tenho certeza que nos apoia, mas ele não está diretamente envolvido na campanha, acho até que o processo anterior foi meio doloroso, principalmente para ele que estava diretamente envolvido. Isso deixa algumas mágoas e cicatrizes que espero que passem com o tempo. Espero poder contar com ele na administração, apesar de não ter discutido nada sobre isso com ele.

O Gustavo está diretamente envolvido no processo, foi um dos grandes incentivadores para que eu saísse (candidato) e ele certamente vai estar comandando a área de comunicação do clube, acho até que ele foi um dos grandes responsáveis para mostrar para fora a administração que vínhamos fazendo em 2012. 

O Bap com certeza vai estar envolvido nisso, espero que de corpo e alma e a gente tem algumas coisas importantes que ele pode contribuir muito. Vamos falar como a gente imagina que o futebol precisa... o Flamengo precisa ser mais ouvido. Pela importância que ele tem não pode ficar brigado, tem de se relacionar com federação, com a CBF, você não pode se ausentar e ficar reclamando porque está sendo prejudicado pela arbitragem. A gente precisa construir um relacionamento no futebol com as entidades que representam o futebol, precisa discutir o futebol brasileiro de uma forma maior. Nós só vamos conseguir ter um nível de competitividade com a Europa se a gente melhorar o produto. Quem tem de capitanear esse processo são os líderes. Se o Flamengo com mais de 40 milhões de torcedores não faz isso, quem vai fazer? 

Uma crítica que ouço de outros presidentes de clubes é que o Flamengo é arrogante nas conversas, se colocando como o maior e na hora das negociações não olha muito o seu papel no futebol nacional, pensando apenas em si. O que você acha disso? 

Isso depende das pessoas que você vai colocar para tocar essas negociações. Tive conversando com pessoas, presidentes de federações, não só no Rio, mas de outros estados e a percepção não é só essa, é um pouco pior que essa. Como dizer... o Flamengo precisa fazer crescer o bolo. O futebol brasileiro precisa melhorar. Aí me dizem, "a Tv Globo vai ser contra".  Eu penso assim, a Globo quer ganhar dinheiro, se todos ganharem, ela vai ganhar. O Flamengo não consegue jogar nos Estados Unidos. Nós involuímos, o clube se apequenou. O clube poderia ser muito maior nessa história. Essa visão de cada um quer ganhar o seu, não ajuda. Se não daqui a pouco estamos perdendo o Lucas Paquetá, estamos perdendo o Lincoln. Vamos ficar fazendo jogador a vida toda para exportar. Não é isso que eu quero. 

E o Bap vai coordenar isso?

Esse é um papel que eu tenho discutido muito com o Bap e que ele aceitou esse desafio de trabalhar pelo Flamengo. Ele vai estar coordenando esse processo de transformação pra fora. 

Luiz Eduardo Baptista e Eduardo Bandeira de Mello ex-aliados se enfrentarão em grupos opostos
Luiz Eduardo Baptista e Eduardo Bandeira de Mello ex-aliados se enfrentarão em grupos opostos Pedro Henrique Torre/ESPN.com.br

Quem vai ser o CEO, a pessoa que vai negociar, o executivo das negociações, das relações? 

Não vai ser o CEO que vai fazer isso. Eu já tenho um CEO mas não posso falar agora porque ele está em outros locais. Espero que essa negociação vá adiante para poder dizer. Mas eu não vejo este papel do CEO. Este papel foi um pouco desvirtuado. Quando o criamos, ele era mais administrativo, você tinha um planejamento estratégico (que eu era) e todo um processo de metas que eram acompanhadas por essa pessoa.

Quem vai ser o vice de futebol? 

Já temos um nome sendo conversado, mas não queremos falar disso agora para não sermos acusado de atrapalhar com esses movimentos. Vão nos criticar, dizer que estamos trabalhando contra.        

Mas qual o perfil dessa pessoa? 

O futebol não pode ter só um nome concentrando todas as informações e tomando todas as decisões. A estrutura do futebol vai sofrer modificações. Você não pode ter um mesmo cara definindo as contratações e analisando o desempenho dos jogadores do Flamengo. Este grupo de pessoas não pode ficar subordinado à mesma pessoa que faz as negociações. Se ele é o sujeito que está comprando, ele vai controlar esse cara. Essa informação tem de ser independente. Quem analisa o desempenho dos atletas tem de ser independente de quem contrata. Tem de estar debaixo de um conselho.

A ideia é ter um conselho decidindo o futebol? 

Isso, vamos ter um conselho para discutir e analisar as principais diretrizes, decisões, para orientar o vice-presidente com muito mais independência e muito mais cobrança. Existem coisas que a gente precisa explicar... como, por exemplo, porque o Conca foi escalado, quando isso ia levar a um tremendo prejuízo para o clube quando ele não tinha a menor condição de ser escalado. A parte médica, de desempenho, nutrição, psicologia têm de ser independentes, para dizer se o jogador pode ou não ser utilizado. Hoje você coloca tudo embaixo de uma pessoa e você não consegue ver onde está o erro. Assim ocorrem as proteções e a análise de que tá tudo bem. E sempre tá tudo bem. O Flamengo empata com qualquer um e sempre tá tudo bem. Hoje eu não consigo identificar onde está o problema. 

Em agosto do ano passado, o seu grupo publicou uma carta ao treinador Reinaldo Rueda dizendo que o time era "lento", "burocrático, "apático, sem vida, sem vibração". O time mudou de postura na visão de vocês? 
 
Continuo dizendo a mesma coisa. A gente vê o time mudando, os jogadores dizem que se fecharam após levarem uma pancada... 

Você acha que essa pancada foi o Ricardo Lomba (atual vice-presidente de futebol) quem deu? 

Não, acho que isso foi muito mais de fora pra dentro do que de dentro pra fora. Eles foram forçados a fazer isso. O perfil do Eduardo acaba se transferindo para toda a estrutura. De contemporizador, conciliador. Ele é uma pessoa boa, eu entendo, mas se sentou naquela cadeira você tem de tomar atitudes. Teve desempenho ruim ou vai pro banco ou vai sair do Flamengo. Não tem essa de proteção aos fracos e oprimidos. Eu também posso gostar do sujeito na física, mas se teve um desempenho ruim tem de ser cobrado. O Flamengo precisa ganhar, está lá pra ganhar. E tem uma coisa que eu não suporto. Eu não suporto perder, eu acho que o Flamengo tem de ganhar tudo. O Flamengo pode perder, isso é da vida, mas tem de estar sempre querendo ganhar. E tem de estar sempre indignado com a derrota. É assim, cobrando. Não é aquele ambiente de apatia que a gente vê, que vamos conseguir alguma coisa. Na minha vida inteira eu nunca vi esse tipo de comportamento levar a nada. As pessoas que ganham, que são vitoriosas não são pessoas conformadas com a derrota. É simples assim. 

Nesse sentido, duas pessoas muito importantes para o futebol são o Carlos Noval (atual diretor-executivo de futebol), que está no clube há bastante tempo, e o Maurício Barbieri, que vem sendo bem avaliado. Qual a sua avaliação sobre o trabalho deles?

Por mais que tivesse vontade, não falaria sobre eles neste momento. Não cabe a mim ficar fazendo críticas às pessoas que estão lá. Lógico que vamos analisar o trabalho deles e se acharmos que estão capacitados para estar lá, vão ficar. O Noval vem fazendo um trabalho há muito tempo no Flamengo, inclusive quando estávamos lá. 

Eu não vou analisar quem está lá, agora. O que eu posso te dizer é que a forma de gerir e de cobrar, vai mudar. 

Você acha que houve erro na estratégia inicial de um Flamengo que cobrava caro em ingressos e em planos de Sócio Torcedor? Um clube que não olhou inicialmente para  sua torcida com menor poder aquisitivo? 

Quando assumimos lá atrás a situação era terrível. A estratégia que foi montada naquela época foi uma estratégia de sobrevivência para o momento em que vivíamos. Estávamos saindo de um ano de arrecadação de R$ 212 milhões. Agora, estamos chegando com receitas - mesmo que muitas não sejam recorrentes - de duas vezes e meia a arrecadação que a gente tinha. A situação é completamente diferente. Existiu uma política de ingressos que foi necessária e que teve todo o tempo para mudar, durante esta última gestão, quando a situação já estava melhor. Poderia ter mudado antes. E tenho muitas dúvidas das principais motivações que fizeram essa política mudar nesse momento (preços mais baratos). Quando estamos nos aproximando de eleições e não só no Flamengo. 

Você acha que tem motivação política? 

Não sei, olhando de fora, não sei se houve uma conscientização tardia disso e se foi, parabéns. Ou se foi por motivação política. 

Maracanã segue com futuro indefinido: novo edital é promessa do governo do Estado do Rio de Janeiro
Maracanã segue com futuro indefinido: novo edital é promessa do governo do Estado do Rio de Janeiro Reprodução

Então me leva a crer que na sua gestão, se houver, a política de preços mais baratos continua? 

Claro que sim. Queremos o Maracanã lotado o tempo todo. Esse é o grande diferencial que a gente tem. O Flamengo só é do tamanho que ele é por causa da sua torcida. Você não pode elitizar o Flamengo, de jeito nenhum. Agora é fato que a política de venda de ingresso durante um tempo foi voltada para pagar as contas, mas agora já podemos fazer diferente. É um círculo virtuoso. Com ingresso barato você tem mais gente no estádio, o time joga melhor e gera demanda para o próximo jogo. 

Qual será a sua relação com o Maracanã? 

Não sei se você gosta de jogar xadrez, eu gosto porque nos ensina a olhar algumas jogadas para frente. E eu olho a estratégia dessa gestão com o Maracanã e não entendo. O clube saiu para buscar uma solução alternativa para o estádio, porque precisou buscar já que a relação com o Maracanã era difícil mesmo, investe R$ 20 milhões para jogar 20 jogos e aí volta a negociar com o Maracanã. Tudo bem que teve o problema da queda da torre, mas o clube assinou um contrato com o Maracanã nos mesmos moldes lá de trás, quando o consórcio está numa outra situação, deficitário. Eu quero entender a lógica do porquê jogar R$ 20 milhões no lixo. 

O contrato foi aprovado, com ressalvas e se diminuiu o tempo para dois anos de duração, porque não tínhamos o que fazer. Estávamos nus, sem ter onde jogar. 

Você acha que o clube precisa de um estádio próprio? Como a sua gestão trata esta questão? 

Quando você fala da construção de um estádio é algo complexo. Você tem de ter um local e no Rio de Janeiro os locais bons estão ocupados. Não vamos criar factoides dizendo que temos um local. Mas tem o aspecto econômico. Fazendo um cálculo rápido, um assento num estádio custa em torno de R$ 12 mil. Se for fazer um estádio para 40 mil pessoas, vai te custar de construção perto de R$ 500 milhões, fora o preço do terreno que vai elevar o custo para R$ 650 milhões a R$ 700 milhões. Na hora que você pensa financeiramente, o nível de dívida que o Flamengo ainda tem, vamos conversar com o Maracanã. Pode ser uma solução, pode, mas é preciso fazer as contas. Pra mim a solução natural é o Maracanã, um estádio em que a torcida se identifica, se sente em casa. Mas se não conseguirmos uma solução com o estádio, vamos avaliar. Mas não é simples. 

Voltando a falar rapidamente de política. Internamente, o SóFla diz que passou a não confiar na sua candidatura porque você defende uma cobrança de vices amadores sobre o futebol ao invés de profissionais como Carlos Noval. É por aí?

Não é verdade, estão colocando palavras na minha boca. Ao contrário, o processo de profissionalização do clube, quem iniciou fomos nós. Todas as pessoas que estão lá agora, os profissionais, gestores, são pessoas que nós colocamos. O Bruno Spindel (atual CEO), o Paulo Dutra (ex-diretor financeiro), o Fred Luz (ex-CEO), as pessoas que foram escolhidas foram entrevistadas e contratadas por nós. Então agora estão querendo atribuir esse discurso para eles? Chega a ser piada... 

Como seria a sua relação com eles? 

Se eu vencer as eleições e acho que vou vencer, vamos ouvi-los. Eles são importantes e são rubro-negros. Mas não vamos fazer o que eles fizeram que é excluir a opinião de todos. Além disso, quero dizer que serei presidente por um mandato apenas. Não acredito em reeleição. Todos os segundos mandatos de clube e na vida pública são piores que os primeiros. Eu mesmo vou propor ao conselho essa mudança no estatuto, para impedir a reeleição. 

Por último, há desconfiança nos bastidores de que pelo fato de uma de suas empresas (Ouro Preto Óleo e Gás) ter vencido uma concorrência grande na área de petróleo, isso lhe tiraria o tempo para se dedicar a presidência. Você vai ter tempo para ser presidente do Flamengo?  

Eu trabalhei muito na minha vida. Trabalhei 26 anos e meio na Petrobras e tive uma carreira da qual me orgulho muito lá. Eu talvez tenha sido o superintendente mais novo da história da companhia. Com 31 anos eu era superintendente de uma das cinco regiões de produção do Brasil. Depois fui ser superintendente na Amazônia, depois fui ser responsável por toda exploração e produção da Bacia de Campos que era disparado a maior unidade industrial do Brasil durante cinco anos e meio. Depois fui ser diretor na sede, fui presidente da Gaspetro,  depois fui ser presidente da Petrobras Distribuidora. Em 2006 pedi demissão, tinha três convites e acabei indo trabalhar com o Eike (Batista). Fui presidente da MMX, OGX, da OSX, abri capital dessas três empresas. Trabalhei feito um mouro, meu apelido na Petrobras era seven eleven, eu chegava às 7h e só ia embora às 11h da noite, sempre trabalhei muito. Eu durmo 4 horas, 4h e meia por noite há 40 anos.. Trabalho pra caramba, graças a Deus, consegui comprar minha independência. Hoje sou sócio-controlador das duas empresas aonde eu trabalho (Maré Investimentos e Ouro Preto Óleo e Gás), sou dono do meu nariz, eu escolho o que eu quero pra minha vida, ganhei minha independência. 

Eu acho engraçado alguém perguntar isso pra mim como você tem o Lomba (Ricardo Lomba, candidato na chapa montada por Bandeira de Mello), que é funcionário público que tem horário pra cumprir. As pessoas estão preocupados comigo, que sou dono da minha vida, do meu dinheiro, já ganhei dinheiro pra mim, pros meus filhos, para os meus netos. 

 

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Criação de um 'Conselho' para o futebol e cobranças: as ideias do principal candidato à oposição no Flamengo

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Por três anos, Santos pagou R$ 451 mil em passagens e hospedagem para empresário de atletas

Gabriela Moreira
Gabriela Moreira

As relações do Santos com empresários foi além do pagamento de comissões e honorários pelas intermediações de atletas na última gestão. De acordo com auditoria feita no setor de viagens do clube, agentes viajavam com passagens aéreas e hospedagens pagas com o dinheiro do clube. Em levantamento que o blog teve acesso, somente um dos empresários, Antônio Carlos Martins, conhecido como Luiz Taveira, teve suas despesas pagas em viagens para lugares como: Doha, Assunção, Paris, Buenos Aires, Medellin, Malaga, Frankfurt, Hamburgo, Madri, Milão, Lille, Lisboa, Barcelona, Roma, Mônaco, Barranquilla, Bogotá, Wolfsburg, Hannover, além de diversas localidades no Brasil. 

Ao todo, são 140 itens discriminados como despesas de viagens do empresário realizadas entre setembro de 2015 e novembro de 2017, num custo total de R$ 451 mil. Em resposta à reportagem, Taveira disse que o Conselho Fiscal e o departamento jurídico do clube avalizaram todas as viagens e que não há irregularidade no procedimento. Ele não quis dar mais explicações, como qual o motivo dessas viagens.  

Agente teve despesas de viagem paga pelo clube durante três anos
Agente teve despesas de viagem paga pelo clube durante três anos GazetaPress

Entre as viagens, algumas chamam atenção pelo alto valor, como as passagens de ida e volta para Doha, no Catar, que custou R$ 37.908,32. De acordo com a contabilidade, o agente viajou "para tratar de assuntos do clube", sendo a despesa registrada no dia 7 de maio de 2016. Para a Alemanha, viagem realizada entre os dias 7 e 14 de dezembro do mesmo ano, o custo foi de R$ 17.041,33. 

Em agosto do ano passado, o agente viajou algumas vezes para acompanhar o então presidente, Modesto Roma Júnior. São quatro movimentos registrados ao custo total de mais de R$ 31 mil. Nos relatórios da auditoria, não há o detalhamento dos motivos da viagem, apenas a inscrição "acompanhar presidente em reuniões"  ou "acompanhar o presidente em viagens".

Atletas

Em outra parte da auditoria, esta feita no departamento financeiro, só a empresa R.W.M Martins Assessoria Esportiva, registrada em nome de uma das filhas do empresário recebeu pagamento direto de R$ 4.494.531,00. O valor seria remuneração, de acordo com o relatório, pela negociação de nove atletas:  Fabian Noguera, Emiliano Vecchio, Jonathan Coppete, Ronaldo Medeiros (Elenko Sports), Matheus Ribeiro, Emerson Palmieri (Elenko), Bruno Henrique, Cléber Reis (Elenko) e Kayke. 

Destas transações, as que renderam maior comissão à empresa, de acordo com a auditoria, foram as negociações por Bruno Henrique (atacante) e Cléber Reis, atualmente no Paraná. Pelos dois, a empresa administrada pelo filho de Taveira recebeu cerca de R$ 2,5 milhões.

Feita pela GF Brasil - empresa com sede em São Paulo - a auditoria está sendo finalizada e será encaminhada aos conselhos fiscal, administrativo e deliberativo do Santos. 

Eleições 

Em inquérito que está em apuração no 2º Distrito de Santos Taveira é citado como um dos participantes do boom de sócios inscritos na data limite para votar nas eleições realizadas em dezembro. Apontada como uma manobra eleitoral para favorecer o então presidente, Modesto Roma Júnior, a ação foi revelada por matérias da ESPN em dezembro do ano passado. 

Como consequência das denúncias, os cerca de 2 mil votos cujas inscrições foram consideradas suspeitas foram separados numa única urna, a de número 10, que acabou tendo alto índice de abstenção. Dessa forma, Modesto acabou derrotado.  

Atualmente, Taveira integra a oposição ao atual presidente, José Carlos Peres. Em grupos de mensagens por telefone, o empresário é entusiasta do impeachment do dirigente. Entre os motivos dos pedidos de impeachment está a revelação (feita pelo blog do jornalista Ricardo Perrone) de que o dirigente é um do sócios das empresas Saga Talent e Peres Sports & Marketing, empresa que gerencia carreira de atletas. 

Em sua defesa ao conselho do Deliberativo do clube, Peres explicou que a empresa foi formada em 2005, por ele e outros santistas, mas que se encontrava inativa desde 2014. Ele afirmou ainda que no dia 2 de janeiro deste ano a empresa foi dissolvida. Peres assumiu a presidência do clube em dezembro do ano passado. 

Modesto Roma Júnior não vem respondendo aos questionamentos da reportagem. 

 

Fonte: Gabriela Moreira, repórter do ESPN.com.br

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Exames antecipados, força tarefa para registro, olho no olho com presidente: os bastidores da contratação de Vitinho pelo Flamengo

Gabriela Moreira
Gabriela Moreira



Vitinho começou a fazer os exames médicos para se apresentar ao Flamengo antes mesmo de assinar o contrato com o clube e ter a certeza que o negócio seria fechado. O atacante pediu a bola e a carregou até onde pôde para que a negociação desse certo. Raio X, exames de imagem, todos os que não dependiam de requisição médica, mas que sabia que o Flamengo exigiria para sua contratação, ele fez antecipadamente. 

Quando o Flamengo recebeu o email com a resposta do CSKA à nova proposta do clube, na terça-feira de manhã, imediatamente o médico Márcio Tannure deixou o treino no Ninho do Urubu com a missão de voar para Rússia e examinar o atleta. Passou em casa, avisou à família e pegou o primeiro voo com destino a Moscou. Chegou à cidade na quarta e encontrou o agente pessoal de Vitinho, Miguel Góes, que o aguardava no desembarque. 

Avaliado e aprovado pelo médico, Flamengo e CSKA assinaram o contrato de compra e venda do atleta na própria quarta. No mesmo dia, Vitinho e Flamengo firmavam o contrato de trabalho com duração até 31 de dezembro de 2022.  O rubro-negro ainda chegou a sugerir que deixassem para assinar no Rio, após a chegada dele, neste sábado, mas o atleta não quis esperar. Firmado o contrato, com data a valer a partir deste sábado, o jogador ainda teria mais um treino e um compromisso a cumprir pelo clube russo, a partida desta sexta, vencida pelo time e faturando, assim, o título da Supercopa da Rússia em cima do rival Lokomotiv. 

Jogar esta partida foi um pedido do presidente, Yevgeny Giner, que não queria liberá-lo. Foi a condição imposta pelo dirigente após receber o jogador para uma conversa. Olho no olho, o jogador convenceu o presidente. Nas últimas semanas, Vitinho bateu à porta de Giner duas vezes para explicar o quanto queria ser jogador do Flamengo. A última e mais incisiva foi após saber que o rubro-negro havia recebido um email do CSKA no qual o clube informava que só iriam liberar o jogador em dezembro. 

A mensagem chegou na quinta-feira dia 19 (antes do jogo contra o Botafogo) levando desalento para quem participava da negociação. Vitinho tratou de acalmar a todos e assumiu a responsabilidade de colaborar para o desfecho. Inconformado com a possibilidade de não acontecer, o jogador chegou a extrapolar o sentimento ao deixar o gramado no último domingo, substituído, em amistoso pelo CSKA. Não podia deixar a chance passar. Sabe que, aos 24 anos, está na fase mais importante de sua carreira e se imaginou vestindo as cores do seu time de infância a cada ida ao Maracanã, desde sempre, mas especialmente nas últimas rodadas do Brasileiro antes da Copa do Mundo, quando, de férias no Brasil, era presença certa nos camarotes do estádio.

Como parte do público, via o Maracanã lotado saudar a boa fase dos meninos da base. Garotos que como ele, outro dia estavam se enfrentando em competições de base quando era jogador do Botafogo. No elenco rubro-negro tem alguns amigos, entre eles o lateral Klebinho, sobre quem chegou a citar em alguma das conversas que teve com os novos dirigentes. Mas no Flamengo, terá também outros inesperados reencontros, como Léo Inácio, atual coordenador de Transição entre a base e o profissional, de quem foi contemporâneo no Audax-RJ. Léo no profissional e ele, à época, na base. Outro ex-colega que vai rever será Réver, dos tempos de Internacional. 

Vitinho é jogador do Flamengo
Vitinho é jogador do Flamengo divulgação



Desfecho 

Carlos Noval, o diretor de futebol, Bruno Spindel, diretor-geral, e o presidente Eduardo Bandeira de Mello, falaram inúmeras vezes com o atleta neste período. Ricardo Lomba, vice de futebol, referendava os passos dos executivos, tendo como consultores o financeiro e o jurídico do clube. Na última segunda-feira, deram a cartada final. Após sair do Ninho, Spindel enviou um novo email aos russos. O clube aumentou ao limite que podia a proposta financeira (pouco mais de 10 milhões de euros ou mais R$ 44 milhões) e estabeleceu mais uma vez que a oferta só valia se fosse para ter o atleta imediatamente. 

Algumas horas depois, com Vitinho na ponta de lá, chegou o retorno. O CSKA aceitou e o negócio foi fechado com um bônus numa futura negociação do jogador. Caso ele seja vendido pelo Flamengo por valor maior do que o comprado, os russos levarão entre 10% e 15% de luvas. 

Ao saber do aperto de mãos, Vitinho ligou para todos. E continuou tendo pressa. As partes combinaram que o anúncio só seria feito após o fim da partida do CSKA desta sexta, com tempo suficiente para ele se despedir dos colegas no vestiário. Trato feito, o menino cujo querer foi nutrido na favela Nova Brasília, uma das 15 favelas do Complexo do Alemão, tem fome de bola. 

Aos dirigentes, dessa vez rubro-negros, fez mais um pedido: "Quero chegar e treinar. Quero estar pronto para o jogo de quarta (contra o Grêmio, na Copa do Brasil)", disse o atacante.

E assim, será.  Uma atividade, de acordo com o cansaço que a viagem vai lhe impor, está sendo montada para que ele comece a se ambientar.  Vitinho chega sábado à noite e já treina no Ninho no domingo pela manhã. Vai trabalhar antes mesmo de pisar no gramado do Maracanã, pouco depois das 14h deste domingo. Vai realizar seu sonho de menino, como cantou Roberto Ribeiro em "Todo menino é um rei". "Um menino que sonha com coisas, que sonha demais,  "um sonho de moleque".  

Em tempo

Uma força tarefa foi montada pelo jurídico do clube afim de agilizar a regularização do jogador. Neste sábado, mesmo sem expediente, a CBF vai receber todos os documentos que já estão em poder do clube. Faltará apenas um, o comunicado de encerramento do contrato do atleta, que deve ser emitido pelo clube, junto à Federação russa.  Este documento só pode ser emitido a partir de sábado, quando o vínculo com o jogador será formalmente encerrado. 

Atualização: na manhã deste sábado, o Flamengo informou que devido a um problema técnico no avião, o jogador Vitinho só chegará neste domingo à tarde ao Rio de Janeiro. Do aeroporto irá direto ao Maracanã. Se não houver qualquer atraso, saudará a torcida no intervalo. A apresentação acontecerá segunda-feira, no Ninho.

 

Fonte: Gabriela Moreira, repórter do ESPN.com.br

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Flamengo discute empréstimo de R$ 20 milhões nesta quinta

Gabriela Moreira
Gabriela Moreira

O Flamengo pretende contrair um empréstimo bancário de cerca de R$ 20 milhões para usar como fluxo de caixa até o fim do ano. O assunto será discutido em reunião extraordinária do Conselho de Administração, na próxima quinta-feira. A convocação foi feita nesta sexta-feira, em comunicado enviado aos conselheiros. De acordo com o balanço financeiro, a previsão era de um total de R$ 40 milhões de empréstimo em 2018. No início do ano, o clube contraiu outros R$ 15 milhões, restando R$ 5 milhões para atingir o limite previsto, caso este seja aprovado.    

 

Reunião extraordinária conselho Flamengo
Reunião extraordinária conselho Flamengo ESPN

O banco que fará o empréstimo será o Daycoval S.A. e os valores terão como garantia o contrato de transmissão do campeonato Brasileiro de 2019 até 2024. De acordo com apuração do blog, a taxa cobrada pelo banco está estipulada em 1,03% ao mês e o total deverá ser pago em 12 parcelas, a começar em janeiro do ano que vem, primeiro ano do presidente que será eleito em novembro deste ano.  

Os valores serão usados para pagamento de encargos, despesas operacionais do clube e também no futebol, afirmam dirigentes rubro-negros. O clube 

Vendas 

Um questionamento que provavelmente será feito pelos conselheiros é se o dinheiro recebido pelo clube pela venda de jogadores nesta temporada não é suficiente para suprir as necessidades orçamentárias. 

Segundo o clube, os valores recebidos pelo Flamengo com a venda de jogadores como Jonas e Vizeu já estavam previstos no orçamento rubro-negro e não diminuíram as necessidades de empréstimos para esta temporada. Nos seis primeiros meses deste ano, o clube pagou R$ 32 milhões em dívidas bancárias, informam os dirigentes.  

Entre os jogadores que renderam aos cofres rubro-negros estão Jonas e Vizeu. O primeiro, vendido para o  Al-Ittihad-ARA por R$ 9 milhões, à vista. E Vizeu, negociado por R$ 20 milhões com a Udinese, da Itália. Deste total, o Flamengo tem direito a R$ 12 milhões (60%). O clube começa a receber sua parte agora, com duas parcelas em setembro e dezembro (U$ 1,4 milhões cada) e o restante em 2019 e 2020. 

Já a vultuosa venda de Vinícius Júnior, começou a ser paga em 2016 e já estava prevista no orçamento deste ano. Agora em julho, quando o jogador se transferiu para o Real Madrid, o clube espanhol pagou a última parcela devida, no valor de 15 milhões de euros. 
 

 

Fonte: Gabriela Moreira, repórter do ESPN.com.br

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Flamengo quer ser o 'maior celeiro de talentos do mundo', veja os planos para isso

Gabriela Moreira
Gabriela Moreira

Luís Gustavo (à esquerda), ao lado de Carlos Noval, em coletiva no Flamengo
Luís Gustavo (à esquerda), ao lado de Carlos Noval, em coletiva no Flamengo Gilvan de Souza/Flamengo

O Flamengo quer ser o "maior celeiro de talentos do mundo", palavras do assessor da presidência para assuntos da base, Luís Gustavo Nogueira. Como estratégia, o clube aumentou o número de observadores atentos a novos jogadores. Em dois anos passou de três para 11 pessoas nessa função. São olheiros espalhados pelo Brasil com a missão de buscar jogadores promissores. O orçamento também aumentou, foi de R$ 12 milhões, para R$ 20 milhões em três anos. A venda de Vinicius Júnior por 45 milhões de euros colocou os meninos do Ninho do Urubu em outro patamar no mercado e provocou uma nova postura contratual no departamento que já tem jogadores, como Reinier, de apenas 16 anos, considerado o melhor jogador da geração 02, com multa fixada em 50 milhões de euros, valor que muitos jogadores do profissional não passam perto. 

Veja os objetivos do rubro-negro para a base, em entrevista exclusiva com Luís Gustavo Nogueira:

Pergunta: Onde o Flamengo quer chegar com a base? 

Resposta: O objetivo do Flamengo é que a gente seja a melhor base do Brasil. E aí é quase consequência que a gente seja a melhor base do mundo, porque o Brasil é o principal celeiro de talentos do mundo. E a gente não pode ficar satisfeito enquanto a gente não olhar seleções brasileiras no futuro, times do Flamengo no futuro e ter a certeza que a gente tem jogadores titulares de seleção, jogadores do Flamengo titulares em times grandes na Europa. Quando a gente olhar isso de modo recorrente, todo ano tem jogar que tá virando profissional e tá jogando em clube grande da Europa. Isso é um marco que é onde a gente quer chegar. 

Se eu zagueiro, goleiro, volante. E o São Paulo, por exemplo, formar atacante, naturalmente o São Paulo vai vender mais, em valor, do que a gente, porque atacante vale mais do que outras posições. 

Vocês estudaram algum clube para ter como referência para a base?

No Brasil, o modelo adotado pelo São Paulo, por ter sido bem sucedido, é uma referência. A gente já chegou no nível do São Paulo, mas quer se destacar mais. Há três anos a gente olhava muito pro São Paulo, mas acho que já estamos lá. Era um modelo por ter convocações para a seleção de base, atletas vendidos e sendo aproveitados no profissional... o São Paulo e, talvez, o Fluminense tenham sido os clubes que mais se destacaram nisso. O Palmeiras é um clube que está parecido com o Flamengo nesse sentido. A fase com a Crefisa permitiu que eles começassem a investir na base. As competições sub-16 para baixo, todas estão com Flamengo e Palmeiras e antes era o São Paulo e mais alguém. 

Olhando para fora, a gente não tinha muito orçamento. Nossos funcionários, nossos diretores, não trocávamos muito com o "lá fora". Com a parceria com a Double Pass (empresa belga de consultoria para base) estamos buscando informações sobre como países como a Bélgica, a França estão trabalhando a base. Como eles pensam? Este é um trabalho que estamos fazendo. 

Quando o Flamengo chega nesse patamar? 

A geração 00 já é muito forte (cita Vinícius, Lincoln, Wesley, Wendel, Yuri), mas a geração 01 para baixo, a gente ainda tem um caminho, talvez em cinco anos. O que chega aqui é consequência do que garimpamos lá atrás, com sete, oito, nove, dez anos. Se eu não fui tão bom aqui, tenho que ir ao mercado e comprar jogador. É caro, a ideia não é essa. O que a gente tem praticado é um esforço muito grande de captação, com parcerias com times no Paraná (Trieste), no Ceará (CEU) e 11 observadores espalhados no Brasil.  

Reinier comemora um de seus gols pelas categorias de base do Flamengo
Reinier comemora um de seus gols pelas categorias de base do Flamengo Divulgação/Flamengo

Qual o perfil e como é o trabalho desses observadores? 

São pessoas que trabalham com futebol há anos, ex-auxiliares e ex-treinadores de times profissionais e de times sub-20. Um observador do Rio, por exemplo, já foi auxiliar do profissional do Flamengo. Outro, já foi auxiliar do sub-20. O nosso observador do Ceará era o treinador do Ceará na Copinha. São pessoas que trabalham exclusivamente para o Flamengo, no futebol. O clube custeia o transporte deles para os jogos, reembolsa as despesas e paga um salário fixo. Nós não pagamos comissão para observador, mas temos uma discussão aqui dentro sobre isso, no jurídico, se é acordo trabalhista, se não é. Há clubes que pagam. A gente não faz, mas pode ser que a gente venha a fazer.

Em que idade o Flamengo começa a captar jogadores?  

Nossa primeira categoria de base é com 6 anos, mas o grosso é entre 11 e 14 anos, falando em termos de Brasil. Porque pra gente alojar no Ninho só podemos a partir dos 14 anos (por lei). Não é um impeditivo antes disso, porque as famílias podem se mudar para o Rio e o Flamengo ajudar a custear isso, mas é mais comum o atleta de outro estado ficar em monitoramento, isto é, vir de tempos em tempos para o Rio, joga algumas competições conosco até chegar aos 14 anos e podermos alojar e contratar em definitivo. 

A guinada da base veio quando? 

Isso começa lá atrás. O Noval (Carlos Noval, atual diretor de futebol do profissional) chega no clube em 2010, na gestão da Patrícia Amorim. O pai dele tinha sido diretor do clube, ele conhecia as pessoas e assume a base junto do Carlos Brasil. O trabalho recomeçou, mesmo, em 2010. Isso veio ganhando orçamento a partir de 2013. O Vinícius estava aqui desde os 11 anos, agora tem 18, o Noval trouxe ele para o Flamengo. Com aquelas condições que o clube tinha, de Centro de Treinamento, sem orçamento para contratar na base, praticamente não tinha observador... o Flamengo tinha três observadores até três anos atrás (agora tem 11), foi algo para se dar parabéns. 

E isso vai melhorando, estamos atraindo mais talentos. O Ramon (lateral-esquerdo), que jogou a Copinha e já jogou no profissional, veio do Nova Iguaçu tem um ano e meio. O Rodrigo Muniz (atacante) que vocês vão ouvir falar dele em breve, veio do Desportivo Brasil. Bruninho (meia), também veio do Desportivo Brasil. O Pedro Arthur (atacante) veio do Juventude, muito bom jogador também. Isso é algo novo, não tínhamos verba para isso, mas agora temos. 

Quais estruturas foram melhoradas na base? 

Além de aumentarmos o número de observadores (agora são 11), aumentamos as parcerias. São times de interior que indicam atletas pra gente. Os nossos observadores nessas regiões identificam os bons jogadores ali e trazem para o Flamengo. Nosso acordo é assim: se o clube achou um atleta, a gente traz para o Rio ou em monitoramento ou em definitivo e pagamos um percentual para o clube. 

E o orçamento? 

A gente saiu de um orçamento de mais ou menos R$ 11 milhões (em 2015). Em 2016, foi de R$ 12 milhões, R$ 13 milhões. Hoje em dia nosso orçamento está em R$ 20 milhões. Nesse total, tem verba de contratação, então não significa que a gente precise gastar tudo. Em geral, não gastamos tudo. Supondo que a gente traga o atleta com opção de compra, ou seja, ele fica emprestado aqui. Em alguns casos, temos de pagar um valor, R$ 50 mil, R$ 20 mil inicialmente e depois pagamos a diferença. Exemplo, adquirimos um atleta do com opção de comprá-lo por R$ 1 milhão, um jogador caro. O clube exigiu R$ 50 mil no empréstimo. Eu estimulo muito que a gente compre 10 jogadores desses de R$ 50 mil e um for muito bom e me der um retorno esportivo e a consequência ser uma venda que retorne ao clube, paguei todos os outros que errei.

O que eu quero dizer é o seguinte... é muito interessante eu tentar atrair jogadores de clubes menores. Lógico que temos critérios para fazer essas aquisições, não vamos sair rasgando dinheiro. Isso vale já para meninos de 8, 9, 10 anos. 

Qual a política de percentual na base? Quanto o Flamengo tem como regra para os direitos econômicos dos jogadores? 

O jogador é do Flamengo 100% na base até assinar o primeiro contrato profissional, a partir de 16 anos. Nessa negociação é que vão ser definidos os termos. O natural é os melhores jogadores, os empresários vão tentar melhorar o salário e maior participação, para a família e o acordo dele (empresário) com a família. Nossa política é maximizar o percentual que a gente vai ter do atleta, sempre. Dificilmente você vai ver o Flamengo com menos de 70% de um atleta, isso vai ficar entre 80% e 90%. 

Só uma ressalva, se o jogador vem de parceiro temos um acordo com o clube e vamos ter um percentual menor, claro.

Qual o principal objetivo da base? 

A prioridade é gerar jogadores que possam ser jogadores profissionais, de preferência, no Flamengo. Se não for aqui, que gere um retorno financeiro para o clube. Nosso papel social é que possam se formar jogadores e tenham vidas melhores, para si e suas famílias, claro. Mas esportivamente, que gerem um retorno para o clube. Vender é uma consequência do sucesso. O Flamengo hoje, dada toda a estrutura, tudo o que o clube fez nesse período a gente não é forçado a vender nenhum jogador. A gente só vende se pagarem a multa ou se a gente entender que faz sentido. Como a gente quer gerar cada vez com mais qualidade, eles vão ter cada vez mais valor, naturalmente. 

Rainier em atividade junto com os profissionais do Flamengo
Rainier em atividade junto com os profissionais do Flamengo Gilvan de Souza/Flamengo

A gente falou rápido do São Paulo... mas tem algo interessante. Você repara que nos últimos tempos o São Paulo consegue vender jogadores mais rapidamente, mais caro que os outros, volantes mais caros que todo mundo, porque está há muito tempo revelando. Eles já tem o label (rótulo) na Europa de revelar jogadores bons, taticamente são mais disciplinados, que se adaptam melhor.  Isso é consequência de um trabalho muito bom de formação e de criação de marca de clube formador. 

Você pode ter certeza que a venda do Vinícius Júnior que era tido à época, ainda é, como o melhor jogador 2000 do mundo, o Renier, que é tido como o melhor 2002 do mundo... o Paquetá, o Lincoln, o Jean Lucas isso tudo somado. O Thuler, o Léo Duarte indo bem, o Michael que é um ótimo lateral esquerdo... você pode ter certeza que nos próximos anos a Europa vai olhar pro Flamengo de um outro jeito. 

Como é a relação do clube com os empresários? 

O Flamengo não direciona jogador para empresário nenhum. Eles fazem parte do meio, quer o clube queira ou não, ele é presente, ajuda as famílias e tem um papel importante. A  nossa preocupação é que o jogador não seja mal agenciado, que estejam adotando posturas e caminhos que claramente estejam indo contra o clube e contra o futuro do atleta. Se a gente percebe isso liga um alerta e tenta falar com a família. Isso acontece muito pouco no Flamengo e pra mim é um dos grandes méritos do Noval. Ele tem uma capacidade de ser próximo das pessoas, ser companheiro, é alguém que as famílias confiam muito. Ele cobra, dá bronca, mas construiu um ambiente maravilhoso na base. 

O que é um empresário levar um atleta para o lado ruim? 

Um atleta que a gente vê que tem grandes chances de chegar ao profissional e o empresário fica falando que o Flamengo não tá valorizando, que o clube está pagando pouco... convence a sair para mercados que não são bons. Alguém que vá contar histórias pra família que deixem eles contra o clube. Isso vai acontecer, estatisticamente, vai acontecer. Pelo baita trabalho que o Noval fez, isso nunca aconteceu. 

São muitos empresários que atuam na base ou o mercado é dominado por poucos? 

Essa é uma preocupação dos pais. Alguns perguntam se nós priorizamos algum empresário. O que eu respondo é que a gente tem uma planilha com os nomes de todos os empresários e os respectivos atletas. Se você analisa esses dados vê que eles são os mesmos que atuam no mercado profissional, são os mais conhecidos. Mas eles têm tanto jogadores muito bons, quanto jogadores que não avançam, também, que acabam não vingando. Eles têm quantidade, mesmo. Não necessariamente os melhores. Eles também têm jogadores que não jogam. Isso eu sou absolutamente tranquilo, que não tem preferência por empresário, esquema, na base do Flamengo. 

Tem pai que fica chateado porque o filho não joga, mas o que eu posso dizer é que não tem concentração importante (de empresário). O Flamengo não direciona e não temos tido casos recentes de empresário ter atitudes diferentes do que o atleta vislumbra. Óbvio que quando o atleta já está no profissional, é normal ver o empresário dizendo que quer que o jogador jogue, é o trabalho dele. O anormal seria o empresário achar bom o jogador estar parado.

O que vocês têm feito para tentar manter esses jogadores ou fazer com que ao saindo seja bom para o clube?

O empresário vai querer um aumento salarial para o atleta e o Flamengo vai querer ter multas maiores. Isso é negociável. O que é importante financeiramente falando é que um atleta da base, mesmo que eu pague ele bem, em geral, ele custa muito menos em salário do que trazer um atleta já profissional para ser reserva. Ele vai me custar muito mais que um menino novo com potencial de venda muito maior. 

Tem ficado mais caro, as negociações têm sido mais duras. Mas o empresário sabe também que o Flamengo paga em dia, não enrola empresário, o entende como uma parte da cadeia... ele quer estar com o Flamengo, quer fazer negócio. 

Mas depois do Vinícius Júnior vocês tiveram de aumentar as multas? 

A realidade do mercado mudou. O Vinícius tinha uma multa de 30 milhões de euros quando fez 16 anos, no seu primeiro contrato (em 2016). E o negócio ainda saiu por 45 milhões, 50% a mais. E isso trouxe uma nova realidade. Quando fomos fazer a multa do Reinier (jovem da base) é de 50 milhões de euros. A multa do Paquetá, também. As multas internacionais estamos tendo de aumentar, sim. 

O Reinier é o jogador que se algum clube perguntar ´vocês têm um Vinícius Júnior 2´, é ele. Pra ele, essa multa tem de valer, mesmo. 

Reinier, considerado o melhor jogador de sua geração
Reinier, considerado o melhor jogador de sua geração Divulgação/Flamengo

A base virou a salvação dessa temporada, inesperadamente? 

Esse diagnóstico é do Noval, do Lomba e do profissional. Sempre falamos internamente que tínhamos qualidade vindo, que os jogadores estavam prontos. A minha felicidade é ver um primeiro tempo contra o Palmeiras de um Jean Lucas, de que eu sou muito fã, espetacular. A zaga Léo Duarte e Thuler dois monstros, muito maduros. Eu não vejo a base, nunca, ser solução sozinha. Ela é para compor elenco.   

Como é a cabeça do jogador que vem da base? 

Lapidar esses talentos é um desafio técnico e o que chamam de valências do jogo: parte tática, cognitiva, mental, física. Quando chega um jogador de fora, com 16 anos, mesmo que seja melhor tecnicamente, por isso tá vindo, a parte física, psicológica e tática está muito mais enraizada nos que já estavam aqui. O conteúdo, a formação tática ajudam muito. 

O que eu vejo no jogador da base é que a identificação e a paixão deles é um diferencial que não deixam a camisa pesar. Eles saberem que a família deles, que é rubro-negra, está no Maracanã vendo eles jogarem, pra mim, isso é um diferencial. 

De onde vêm a maior parte dos jogadores da base? E com qual idade chegam ao clube na maior parte? 

Escolinha ainda não é nosso maior fornecedor. A gente quer melhorar isso. A maior parte vem por indicação dos observadores.
Até sub-14 vem muita gente. Depois disso já fica mais difícil, quando vem é para compor elenco. Esse ano trouxemos 10 atletas mais de sub 15. 

Com 15 anos esse jogador consegue criar identificação com o clube? Vocês têm essa preocupação? 

Temos tentando fazer isso. Temos discutido com o GPI (colégio que tem parceria com a base) para eles criarem uma matéria que conte a história do Flamengo. Todo atleta que chega a gente leva ao Museu para conhecerem e tem algo que eu acho que é um ativo enorme pra criar identificação é você ter os CTs todos juntos. Você vê um moleque de 10 anos, que treina uma vez no Ninho por semana e passa pelo campo profissional e vê o Guerrero treinando, o Diego... a base e o profissional treinando juntos é uma conexão poderosa. 

(a partir de sub-14, todos os treinos são no Ninho do Urubu. No sub-13, a maior parte é no Ninho, mas os atletas também treinam na Gávea, no futsal)

O que o clube pode melhorar na base? 

Acho que precisamos melhorar a captação, nas idades menores e regionalmente. Tem muito a melhorar na gestão física dos meninos. Às vezes tem um menino de baixa estatura, que pode melhorar o acompanhamento em casa na parte de nutrição e física, por exemplo. Precisamos garantir esse acompanhamento em casa para chegar no topo que podemos esperar. Temos de ter mais ciência para ter mais controle e tomar as melhores decisões. 

Para nos tornarmos referência na formação, temos de trocar muito com o mundo. Precisamos conhecer a escola portuguesa, inglesa, italiana. O país que a gente mais jogou torneio no ano passado, quando voltamos a jogar competições internacionais foi na Itália. Temos de jogar contra os grandes de lá para melhorar o rendimento. Não adianta jogar contra times que conhecemos só, como os brasileiros. 

Esse ano já fizemos seis competições internacionais e ainda faremos uma sétima, na China. Passamos muitos anos sem fazer nenhuma. 

 

Fonte: Gabriela Moreira, repórter do ESPN.com.br

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Flamengo quer ser o 'maior celeiro de talentos do mundo', veja os planos para isso

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Handebol é alvo de operação da Polícia Federal em seis cidades

Gabriela Moreira
Gabriela Moreira

Os jogos olímpicos no Rio ainda rendem maus frutos ao esporte brasileiro. Policiais federais cumprem agora pela manhã 15 mandados de busca em seis cidades: Aracaju, Brasília, São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo André e Cotia. 

Batizada de Operação Sete Metros, a ação faz parte de investigações de irregularidades na aplicação de R$ 6 milhões de verba repassada pelo Ministério do Esporte para a realização do Mundial de Handebol Feminino no Brasil, em 2011, durante a preparação da Olimpíada no Brasil.  

Entre as práticas criminosas investigadas, estão: fraude a licitações, subcontratação de pessoas físicas e jurídicas impedidas de contratar com a União, superfaturamento de valores de bens e serviços adquiridos, pagamentos por serviços não prestados e por bens não entregues e falsificação de documentos nas prestações de contas. 

Centro Nacional de Desenvolvimento de Handebol em São Bernardo
Centro Nacional de Desenvolvimento de Handebol em São Bernardo Divulgação

A operação foi batizada de SETE METROS em alusão à penalidade máxima aplicada a quem comete faltas graves nos jogos de handebol. 

Empresas que têm contrato com a confederação estão entre os principais alvos da ação, entre elas, uma fornecedora do ramo de eventos que mantém contrato com o estado de Sergipe, onde a CBHb está sediada. 

A CBHb começou a ter suas práticas reveladas a partir de matérias publicadas no portal Jogo Limpo, da ESPN. A série de matérias "Dossiê Handebol", publicada em 2016, pode ser acessada aqui

 

Fonte: Gabriela Moreira, repórter do ESPN.com.br

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Após imprensa turca badalar, Flamengo é finalmente procurado por Besiktas e reabre negociação por Babel

Gabriela Moreira
Gabriela Moreira
Ryan Babel, durante o jogo contra o Vitesse
Ryan Babel, durante o jogo contra o Vitesse Getty

No fim da manhã desta segunda-feira, o Flamengo reabriu negociações por Ryan Babel. O contato formal aconteceu, segundo fontes ouvidas pela reportagem, pouco antes da uma da tarde aqui no Brasil. Embora o noticiário da Turquia tenha amanhecido afirmando que novos valores já eram discutidos desde cedo. O novo contato foi feito pelos turcos após as notícias começarem a surgir.

Os valores informados pela imprensa turca não estão corretos, segundo o Flamengo. De acordo com fontes ouvidas no rubro-negro, as cifras estão mais próximo do que o clube brasileiro está disposto a pagar do que os turcos pediram inicialmente. Isto é, mais perto de 4 milhões de euros do que os 8 milhões pedidos pelo Besiktas. 

Neste momento, nenhum jogador além do atacante holandês está sendo negociado com o clube turco, afirma o rubro-negro. 

Atualização: por volta das 12h desta segunda-feira, o blog, nas redes sociais, publicou que o Flamengo não havia reaberto negociação pelo atacante. E este era o cenário até aquele momento. No entanto, cerca de 50 minutos depois, os clubes voltaram a se falar, após o Besiktas procurar o rubro-negro. 

 

Fonte: Gabriela Moreira, repórter do ESPN.com.br

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Auditoria aponta descontrole em gastos santistas entre 2013 e 2017 e pede mudanças urgentes

Gabriela Moreira
Gabriela Moreira

Serviços pagos sem qualquer controle de execução e clube fazendo adiantamentos financeiros a terceiros. Um pequeno retrato de como foram as duas  últimas presidências do Santos Futebol Clube. Estas são as constatações de uma auditoria forense contratada pelo atual presidente, José Carlos Peres, para analisar todos os 370 contratos firmados pelo clube entre os anos de 2013 e 2017. Feita pela GF Brasil - empresa com sede em São Paulo -  a auditoria começou a ser entregue à atual gestão na semana passada. A conclusão dos auditores é que o Santos precisa rever urgentemente sua política de contratação de serviços e estabelecer códigos de conduta para evitar procedimentos nocivos ao clube, como conflitos de interesse. 

Entre os casos apontados como exemplo de conflitos está o pagamento para o Hotel Praiano LTDA, localizado na própria cidade. De acordo com os documentos analisados, em 2015 o clube transferiu uma quantia de R$ 150 mil para o estabelecimento, que pertencia a um conselheiro, Márcio Campanelli Costas. Na contabilidade, a informação de que o hotel iria devolver a quantia. 

"Entendemos que não se trata de adiantamento ao Hotel e sim de um empréstimo, uma vez que na documentação recebida há a seguinte afirmação “favorecido irá devolver ao Clube a quantia”, afirmam os auditores na análise. 

Auditoria em todos os 370 contratos da duas últimas gestões revela fragilidades e dúvidas em procedimentos. Futebol ainda está sendo analisado
Auditoria em todos os 370 contratos da duas últimas gestões revela fragilidades e dúvidas em procedimentos. Futebol ainda está sendo analisado GazetaPress

Embora o adiantamento tenha sido feito em novembro de 2015, o clube só recebeu de volta o valor total repassado em dezembro do ano seguinte. Os pagamentos, de acordo com os relatórios, foram feitos parceladamente e após cobranças do clube: R$ 80 mil em janeiro (dois meses depois), R$ 51.004 em junho (sete meses depois). Os quase R$ 19 mil restantes teriam sido utilizados, de fato, com hospedagem.

À reportagem, Campanelli disse que o dinheiro foi necessário para arcar com as despesas de hospedagem e alimentação de 120 atletas que participavam do campeonato Sulamericano feminino sub 20, realizado em Santos. Uma competição da Conmebol, que teve a cidade como sede e envolveu 10 equipes. De acordo com ele, a entidade sulamericana não pagou pelos serviços no prazo acordado, tendo o Santos socorrido o hotel para que o evento pudesse ser realizado na cidade. 

Segundo ele, outros hotéis na cidade também passaram pela mesma situação, de não receber no prazo estabelecido. Embora na auditoria conste a informação que Campanellli era membro do comitê gestor do Santos à época, ele afirma que só se tornou parte da diretoria após esta data. Que no dia do adiantamento, era apenas conselheiro do clube. 

"Eu mandei todos os meus hóspedes embora para atender ao Santos. Ninguém em Santos queria aceitar essa delegação porque o preço era muito barato de hospedagem, era 120 reais para café da manhã, almoço, lanche e jantar e o Santos tomou prejuízo. Não tem nenhum nexo, nenhum sentido um negócio desses. Eu nunca precisei do Santos pra nada, muito pelo contrário, eu cansei de dar hospedagem de graça. Eu hospedava jogadores do Santos. Como eu levei vantagem nisso, como o Santos levou prejuízo?", rebate o dono do hotel.

Conflitos de interesse em elevados gastos jurídicos 

Outro problema apontado pelos auditores foi a fiscalização dos serviços jurídicos prestados ao clube por diversos escritórios. Entre eles, o Bonassa Bucker Advogados que ficou responsável por casos de grande repercussão, como as disputas do clube na negociação do Neymar, a solução de passivos oriundos da criação do fundo de investimento Terceira Estrela Investimento S.A (Teisa Futebol S.A.), o chamado "Projeto Doyen", entre outros. 

Na análise dos auditores, que afirmam terem tido acesso a toda a documentação existente no clube relativa a este fornecedor, não há qualquer controle dos serviços executados por este escritório e a contratação foi feita sem concorrência e sem cotação de preços. 

"Para a contratação da empresa Bonassa Bucker não houve por parte do SFC nenhuma cotação de preços para a contratação do escritório jurídico, bem como não foi entregue a planilha de horas dos serviços executados", relatam em suas conclusões. 

Ao todo, o clube gastou - segundo consta no relatório - R$ 13 milhões com o escritório, sem que se possa aferir o trabalho executado:  

[]

  

A contratação do Bonassa Bucker foi feita por Modesto Roma Júnior no início de sua gestão, justamente para auditar e resolver problemas contratuais de gestões anteriores. Procurado, o escritório rebate as afirmações da auditoria que classifica como orquestrada e afirma em nota que foi responsável por uma economia de R$ 260 milhões ao clube, "sem contar o valor da reversão de direitos econômicos sobre atletas" (veja nota completa abaixo).

Um dos pontos considerados críticos no relatório é a contratação pelo Bonassa, de um terceiro escritório jurídico na Espanha, afim de intermediar o processo no caso Neymar. De acordo com a auditoria, o clube gastou R$ 728.366,40 em cinco meses (200 milhões de euros) com o escritório que não comprovou ter experiência para a execução deste serviço. 

Modesto Roma Júnior, ex-presidente, em coletiva - 20/10/2017
Modesto Roma Júnior, ex-presidente, em coletiva - 20/10/2017 Ivan Storti/Santos FC

Ainda em nota, que pode ser lida na íntegra abaixo, o escritório disse que o Santos não lhe pagou todos os honorários previstos em contrato e, por isso, acionou o clube judicialmente. 

A contratação do Bonassa foi duramente criticada nas conclusões da auditoria por ter sido intermediada por uma pessoa ligada ao escritório. Osvaldo Eduardo Cardoso Ribeiro é cliente do escritório e foi ele quem indicou ao Santos os serviços. No clube, Ribeiro era quem tinha a função de controlar os serviços, fiscalizando e exigindo resultados. Seu salário foi de R$ 60 mil, em 2015, até R$ 80 mil, em 2017, o que também foi apontado no relatório como um valor acima do mercado. 

O caso é apontado como de extremo conflito de interesse na visão da auditoria, algo que precisa ser corrigido em toda a estrutura santista. As conclusões da auditoria serão enviadas para o Conselho Fiscal e Deliberativo do clube, para que as sugestões sejam discutidas e aplicadas, se aprovadas. Também passarão pelo Conselho Gestor do clube. 

Ribeiro não foi localizado pela reportagem. O blog pediu ao escritório que fizesse chegar os questionamentos ao seu cliente, mas não teve retorno até o momento. 

O ex-presidente Modesto Roma Júnior também foi procurado. A reportagem enviou duas mensagens informando a importância dos questionamentos para o seu telefone celular atual e não teve retorno. Em dois dias seguidos, também ligou para o seu número, mas não teve retorno. 

Nota do Bonassa Bucker Advogados: 

Embora jamais tenha tido acesso a qualquer auditoria promovida pelo Santos FC ou por qualquer terceiro, o Escritório Bonassa Bucker Advogados esclarece ter sido contratado pelo Santos FC para a prestação de serviços de assessoria jurídica durante os anos de 2015 a 2017. A escolha do Escritório resultou, de um lado, da expertise de seus profissionais e, de outro, de vínculo de confiança inerente à relação cliente-advogado, inexistindo qualquer tipo de conflito de interesses.

Todos os serviços prestados foram calcados em contratos por escrito, devidamente firmados. Os valores de honorários sempre foram compatíveis com a prática de mercado e com os parâmetros da Ordem dos Advogados do Brasil. A indicação de escritórios de apoio em outras localidades seguiu, igualmente, a praxe profissional e sempre foi pautada na excelência dos profissionais sugeridos. O Clube contratou diretamente os profissionais recomendados.

Em virtude de sigilo, o Escritório está impedido de expor detalhes das atividades desenvolvidas ao longo de três anos. Vale ressaltar que a atuação do Escritório resultou em benefício econômico direto ao Santos FC da ordem de 260 milhões de reais, isso sem contar o valor da reversão de direitos econômicos sobre atletas.

Tendo o Santos FC deixado de honrar os honorários devidos, o Escritório notificou-o judicialmente e, se necessário, prosseguirá com outras providencias. 

 

Fonte: Gabriela Moreira, repórter do ESPN.com.br

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Flamengo acerta efetivação de Barbieri, e com aumento de salário

Gabriela Moreira
Gabriela Moreira
Maurício Barbieri e Flamengo acertam efetivação
Maurício Barbieri e Flamengo acertam efetivação Gilvan de Souza/ Flamengo

Flamengo e Maurício Barbieri já acertaram sua promoção a treinador efetivo do clube. Com o novo posto, o técnico, de 36 anos, recebeu aumento salarial e a promessa de contratação de mais pessoas para a comissão técnica, que está desfalcada desde o fim de março, quando Paulo César Carpegiani foi demitido. 

Este é o segundo aumento que Barbieri recebe. O primeiro, menor, foi quando passou a ser interino. Agora, terá vencimentos mais condizentes com a função, mas ainda abaixo do mercado de treinadores da série A. O blog não conseguiu saber a duração exata do contrato, mas a contratação obedece ao que o clube tem praticado nos últimos vínculos com treinadores. Evita longas durações e estabelece multas que sejam razoáveis para as duas partes. 

Também será promovido, o auxiliar Maurício de Souza. Ele era treinador do sub-20 e foi conduzido ao cargo de auxiliar do profissional quando Barbieri se tornou interino. Maurício será efetivado na vaga ocupada pelo treinador, na comissão permanente. 

Ainda falta a contratação ou efetivação de um segundo auxiliar para Barbieri. Desde março, é o treinador quem tem comandado todos os treinos dos reservas, inclusive em situações que não são comuns.   

Na análise do departamento de futebol, pesaram para a efetivação do treinador não só os resultados (18 jogos, com apenas uma derrota. Tendo seis empates e 11 vitórias), mas as demonstrações de que o técnico atende à filosofia que o clube deseja para um treinador, alguém que entenda e necessidade e pratique o diálogo com todos os setores do departamento de futebol (base, Centro de Inteligencia e Mercado, que entre outras funções faz as análises de desempenho, e o Centro de Excelência em Performance), sem perder a autonomia como treinador. E na análise do futebol, ele tem conseguido conciliar estes quesitos. 

Barbieri e Maurício de Souza durante treino. O auxiliar, que treinava o sub-20, foi promovido para a Comissão Permanente
Barbieri e Maurício de Souza durante treino. O auxiliar, que treinava o sub-20, foi promovido para a Comissão Permanente Reprodução

Conversas 

As conversas para efetivação do treinador começaram a ser desenhadas após a vitória contra o Bahia. Não só pelos resultados, mas a carga de trabalho do técnico a vontade de mudar de status começavam a bater à porta. Após a partida, ao ser questionado em coletiva sobre a expectativa pela efetivação não escondeu seu desejo: 

"Todo mundo que atinge um degrau, para continuar evoluindo, precisa olhar o degrau seguinte. Hoje estou técnico do Flamengo", disse na ocasião. 

Com a efetivação, as reuniões que já estão acontecendo para o planejamento de como agir na janela de transferências, tendem a ser mais efetivas. 

 

Fonte: Gabriela Moreira, repórter do ESPN.com.br

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Dívida de mais de R$ 8 milhões com ex-vice de futebol ameaça penhoras no Vasco

Gabriela Moreira
Gabriela Moreira

José Luiz Moreira, o Zé do Táxi (à esquerda) e Eurico Miranda
José Luiz Moreira, o Zé do Táxi (à esquerda) e Eurico Miranda Marcelo Sadio/Vasco

Uma dívida do Vasco com o ex-vice de futebol José Luiz Moreira começa a penhorar as parcas receitas do clube. São pelo menos R$ 8 milhões cobrados pelo ex-dirigente na Justiça. A informação, ainda não confirmada, é que há uma decisão judicial que impede que a CBF repasse ao clube este valor em futuras rendas ou ainda que a entidade registre essa pendência para futuras negociações de atletas. 

A CBF não confirma a chegada desta penhora. O blog confirmou que existe a dívida e que ela está sendo discutida num processo que corre em segredo de justiça e por isso os detalhes são preservados. 

Questionado, o Vasco informou que "está finalizando junto à KPMG e à GranThorton um estudo de levantamento dos débitos clube e sobre a viabilidade de se fazer um concurso de credores, de modo a pagar de forma estruturada todos os credores atuais". Disse ainda que o processo do Zé Luís, é um dos que serão chamados para renegociar a forma de pagamento. 

Zé Luís Moreira, conhecido como Zé do Táxi, além de ex-dirigente, foi amigo pessoal do ex-presidente Eurico Miranda durante décadas. 

O ex-presidente do Vasco havia feito um acordo para pagar esse valor em 24 parcelas referentes a uma ação cobrando empréstimos em favor do clube. À época, ele rinha confissão de dívida de R$ 4.649.031,61, um valor que não foi reconhecido pela gestão Roberto Dinamite e que foi anulada na Justiça.  O juiz desembargador Jaime Dias Pinheiro Filho, da 12ª Câmara Cível, porém, reverteu a decisão.  

À época, o advogado de José Luis Moreira, Luis Roberto Leven Siano, afirmou que seu cliente abriu mão de todos juros da cobrança e dos honorários advocatícios (R$ 2 milhões). 

Fonte: Gabriela Moreira

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Mais forte e mais rápido: Vinícius Júnior à espera do Real Madrid

Gabriela Moreira
Gabriela Moreira
Vinícius Júnior: versão 2018 à esquerda, 2017 à direita
Vinícius Júnior: versão 2018 à esquerda, 2017 à direita Gazeta Press

Enquanto o Real Madrid não convoca Vinícius Júnior, o atacante rubro-negro negociado com o clube espanhol cresce e aparece. Usando dados reais, um crescimento de 1,7 cm de comprimento e quase 3 quilos (2,9 kg) no peso corporal, de 2016 até hoje. Além disso, o atacante, que sempre chamou atenção pela velocidade, ganhou ainda mais agilidade nos últimos dois anos, de acordo com dados do Centro de Excelência em Performance (CEP) do clube. Hoje, sua velocidade máxima é 9,6% maior que em 2016. Assim como sua potência, que cresceu 9%. 

Uma evolução acompanhada de perto pelo Real Madrid. Embora o clube não peça ao Flamengo informações relativas ao crescimento de Vinícius, os espanhóis recebem periodicamente um relatório dos rubro-negros sobre a "joia". Os contatos são feitos por email e contém apenas informações médicas do jogador. As comunicações acontecem entre os departamentos médicos e são semanais. 

"Real Madrid alerta que irá pedir Vinícius já em julho", afirma Mauro


O principal interesse do Real é saber se o atleta vem reagindo bem em atividade. Quando não era titular, o clube enviava imagens de treino para que vissem como vinha evoluindo. Agora que é peça fundamental no esquema do Flamengo, apenas relatórios médicos são fornecidos, uma vez que os jogos são acessíveis para qualquer um. Além disso, o Real tem um observador brasileiro para enviar informações mais técnicas das atuações. 

Desde que foi contratado, há pouco mais de um ano, Vinícius só teve uma lesão (em outubro do ano passado), o que é sempre uma preocupação. Mas se recuperou bem. Sua evolução antropométrica tem sido bem avaliada pelo Flamengo. Um dos pontos de destaque, além da potência, que subiu quase 10% em dois anos, foi a força. Numa escala que vai de 0 a 10, ele foi avaliado com nota 8 neste quesito. Em 2016, havia recebido nota 6. Este foi um dos índices de maior crescimento entre seis fornecidos ao blog. 

Veja outros (escala de 0 a 10): 

Velocidade: foi de 8 para 9
Força: de 6 para 9
Resistência: manteve 7
Qualidade de movimento: de 7 para 8
Recuperação: de 7 para 9
Composição corporal: de 7 para 9 

Outro ponto de boa avaliação foi a recuperação, a capacidade física para reagir a esforços em curto espaço de tempo. Neste ponto atingiu nota 9, de um total de 10. De acordo com dados do CEP, a recuperação do jogador pós jogo também é muito boa. Enquanto o padrão é o que um atleta leve 72 horas para que seu corpo descanse de uma partida e esteja pronto para outra, Vinícius consegue se recuperar com cerca de metade desse tempo, em apenas 40 horas.  

A espera do contato 

O Flamengo afirma que ainda não foi contatado pelo Real para abordar o tema de sua transferência, que pode ocorrer a partir do dia 12 de julho, quando o jogador completa 18 anos. Artilheiro do time na temporada, com 10 gols, o atleta de São Gonçalo (RJ) tem dito publicamente que deseja deixar o rubro-negro somente no fim do ano, mas no Flamengo todos sabem que se os espanhóis chamarem, dificilmente o atacante vai conseguir dizer não aos seus futures patrões.

 

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Fonte: Gabriela Moreira, repórter do ESPN.com.br

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Fim de uma novela de 4 anos; Fla enfim recebe dinheiro da venda de Brocador. Valor ultrapassa R$ 21,5 milhões

Gabriela Moreira
Gabriela Moreira
Hernane Brocador comemora gol pelo Flamengo em 2014
Hernane Brocador comemora gol pelo Flamengo em 2014 Getty Images

O Flamengo termina esta terça-feira com pelo menos R$ 21 milhões a mais na conta corrente. Isso porque o Al Nassr, da Arábia Saudita, finalmente, depositou o valor devido pela transferência de Hernane Brocador, em 2014. O clube árabe pagou a quantia após dez meses da decisão judicial conseguida pelo rubro-negro na FIFA, cobrando a dívida. 

Na data da condenação, em setembro do ano passado, o valor a ser pago estava em 3 milhões de euros (cerca de R$ 11,2 milhões). A quantia depositada nesta terça foi maior em mais de 2 milhões de euros, por conta de juros e multas aplicados. 

Além da correção, a demora no pagamento também melhorou o negócio para o rubro-negro pela desvalorização do real, uma vez que no dia da condenação, 15 de setembro do ano passado, o euro estava cotado em 3,7 em relação à moeda brasileira. E nesta terça, já está em 4,32. 

A informação, antecipada pelo blog, foi divulgada há pouco pela assessoria de imprensa do clube. 

"o Flamengo, por confiar nas bases jurídicas que sustentaram a transação, não tinha dúvidas que receberia a integralidade dos valores devidos", disse o vice-Presidente Jurídico do Flamengo, Flávio Willeman, em nota oficial. 

LEIA MAIS

Valor é o triplo do inicial 

A contratação do atacante aconteceu em 2014 por um valor total de 4,5 milhões de euros (R$ 13,6 milhões). O Flamengo era dono de 50% dos direitos econômicos do atleta, mas nunca recebeu sua parte até esta data. Se tivesse recebido na época, teria arrecadado cerca de R$ 7 milhões. Pelo calote, recebe agora mais de três vezes o valor inicial. 

À época, o restante do jogador pertencia à empresa Talents Sports, do empresário Paulo Pitombeira, e ao Mogi Mirim. Pitombeira é também empresário do treinador Fábio Carille, ex-técnico do Corinthians, que se transferiu ao Al-Wehda, também da Arábia Saudita, na semana passada.

 


Fonte: Gabriela Moreira, repórter do ESPN.com.br

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Ex-profissionais do Flamengo aquecem o mercado de patrocínio em outros clubes

Gabriela Moreira
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Marcelo Frazão nas arquibancadas do Maracanã
Marcelo Frazão nas arquibancadas do Maracanã Staff Images

O Santos anuncia nesta sexta um novo patrocinador, a Orthopride. A empresa que atua na área de ortodontia estética vai estampar sua marca no número das camisas do time profissional, da base e do feminino. 

Não só aos santistas, mas o anúncio traz um dado interessante aos rubro-negros. O Flamengo foi a porta de entrada da companhia no mercado do futebol (entre os grandes) em janeiro do ano passado. 

Depois do rubro-negro, a empresa passou a patrocinar Atlético-MG, Cruzeiro e já patrocinava o Volta Redonda, que joga a série C do Brasileiro, clube da cidade onde fica a sede da empresa e onde moram os três sócios da companhia. 

Ex-Fla no mercado 

O acordo também mostra um outro movimento, o de ex-profissionais do Flamengo que migraram para clubes do país e levaram consigo suas parcerias de negócio. Como neste caso da Orthopride, cujo patrocínio ao Santos foi capitaneado por Marcelo Frazão, ex-integrante da Diretoria de Novos Negócios do Flamengo e atual executivo de Marketing do clube da baixada santista. 

Para o Atlético-MG, quem levou a empresa foi outro ex-profissional rubro-negro, Pedro Melo, que se transferiu da Gávea para a Cidade do Galo em dezembro do ano passado, na função de gerente de Marketing do time mineiro. 

Outro caso é o de Fabrício Toth, ex-coordenador de Marketing e Patrocínios do Flamengo que ao se transferir para a Ponte Preta conseguiu levar para o clube paulista a Kodilar, empresa de alimentos que patrocina o clube carioca. 

 

Fonte: Gabriela Moreira, repórter do ESPN.com.br

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'Desculpa, quebrei o protocolo': saiba mais sobre o ex-estudante da USP que, aos 37 anos, pode fazer o Flamengo avançar na Libertadores

Gabriela Moreira
Gabriela Moreira


Mauricio Barbieri: técnico do Flamengo já fez estágio em clube de Mourinho onde conheceu o 'futebol jogado com ideias'
Mauricio Barbieri: técnico do Flamengo já fez estágio em clube de Mourinho onde conheceu o 'futebol jogado com ideias' Gazeta Press


Faltava pouco para o fim de um dia que havia sido longo. O embarque no Rio de Janeiro para Fortaleza tivera o coro agressivo de torcedores que foram protestar contra o time. O Ceará, pela terceira rodada do Brasileiro, se desenhava no cenário do dia seguinte como um adversário obrigatório a ser batido. Jantar finalizado, antes da  última reunião do dia com a comissão técnica, Maurício Barbieri topa conversar. Encontro com o treinador interino do Flamengo no café do hotel na orla da capital cearense. O empate com o Santa Fé, na Colômbia, na partida anterior, provocava análises sobre o seu trabalho. Retranqueiro. Houve quem murmurasse.

Maurício Barbieri tem 37 anos e quatro filhos. João Gabriel, de 11, Yara, de 8, Nina, de 5 e Tito, de apenas 3 meses. Todos com a mesma mulher, Ana, com quem é casado. Quem aos 26 anos decide ter o primeiro filho e uma década depois já soma quatro não pode ser chamado de retranqueiro. É a primeira constatação da conversa.   

"Ele gosta do jogo trabalhado. Gosta de ter uma ideia de jogo bem definida. Posse de bola com ofensividade. Realmente retranca não é o perfil das equipes dele", analisa Thiago Scuro, seu ex-diretor de futebol no Red Bull Brasil, completando:"No Red Bull ele passou por quase todas as funções no futebol. Foi estagiário, preparador físico, auxiliar e treinador. Isso ajudou ele a ser mais completo. Sem dúvida, ele é mais bem preparado por isso. Além de muito inteligente, é simples ao transmitir o que quer para o time". 

No dia em que conversávamos, Barbieri havia comandado o Flamengo em cinco partidas (três empates e duas vitórias, sendo uma em amistoso). Pergunto o que ele já enxergava como sua cara no grupo rubro-negro. Vejo que o time tem sofrido menos sustos no setor defensivo, digo e questiono o que ele havia mudado para dar esta impressão. 

"Acho que o time está mais compacto, com menos espaços para o adversário trabalhar a bola por dentro do campo. Mudei a forma de marcar. O time marcava muito por homem e peço que eles marquem por setor e em todas as disputas que tenha alguém na cobertura", responde.   

Métodos cobrados 

As mudanças na marcação eram um passo, mas como fazer a equipe jogar de forma mais consistente, para que os resultados começassem a aparecer? Dias antes, seu colega de profissão e amigo Zé Ricardo, já havia me apresentado uma parte da resposta. Planejamento. Uma característica comum a quem tenha passado por clubes-empresas, como o Audax e o Red Bull Brasil, é que a evolução do trabalho é medida e cobrada. 

"Você tem bônus no fim do ano que são atrelados a resultados. Como nas empresas. E quando alcançamos ou não alcançamos, você tem de explicar como chegou até ali. O que deu certo e o que não deu, tem de estar no papel. Com todos os passos tomados. Isso ajuda a ter mais consciência do que se faz", conta Zé, que, mesmo em meio ao turbilhão vivido em São Januário, volta toda a atenção à repórter quando escuta que o assunto é falar sobre o trabalho do seu ex-colega de Audax. 

"A gente conversa muito. Ele é um grande amigo. Quando estava montando o time do Vasco me pediu indicação para algumas posições. Indiquei o Thiago Galhardo por eu ter sido o treinador dele no Red Bull. Está dando muito certo... eu só não imaginava que teria de enfrentá-los como treinador", conta Barbieri, fazendo a ressalva de que quando fez a indicação, ainda não trabalhava no Flamengo. 

Fã de jogadas ensaiadas

O planejamento dos treinos é feito por ele e demais integrantes da comissão, entre eles o auxiliar Maurício de Souza, conhecido como Mauricinho, técnico campeão da Copinha deste ano com o sub-20. Chegar ao Ninho do Urubu antes da maior parte do grupo e deixar o CT após a maioria têm sido frequente na rotina do treinador. A atividade do dia seguinte à vitória contra o Inter fora marcada para as 15h30. O treinador chegou antes das 10h. 

"Depois que os jogadores vão embora, ele costuma ficar até tarde reunido com o Wellington Salles (analista de desempenho) para programar a semana", relatou um funcionário do clube.  

Das conversas com Wellington saem grande parte dos treinamentos, baseados na forma de jogar dos adversários seguintes. 

"Ele gosta muito de jogadas ensaiadas. Todo jogo tem algumas que ele pede para fazer e isso é treinado a semana inteira. Ele manda repetir até acertar. Já ganhamos um jogo muito importante, que nos deu o acesso à série A do Carioca em 2013, assim", conta Léo Inácio, seu ex-atleta no Audax-RJ e atual coordenador das categorias de base do Flamengo. 

"Essa questão das jogadas ensaiadas é realmente um ponto que chama a atenção. Ele treina inúmeras vezes e na preleção faz uma espécie de teste com os jogadores perguntando o código de alguma delas", relata uma pessoa que costuma participar das reuniões pré-jogo.  

Ideia de jogo

A conversa com Barbieri seguia os caminhos da sua trajetória até chegar ao Flamengo, há 48 dias. De como ele passou de jogador a estudante de Esporte, na Universidade de São Paulo (USP), até fazer estágio na base do Porto, aos 22 anos, quando completava seus estudos numa universidade portuguesa. 

"Muitos falam que eu trabalhei com o Mourinho, mas não foi isso. Eu trabalhei no Porto quando ele era o técnico do profissional. Não tive contato no dia a dia, mas lá eu aprendi muito com as ideias de jogo da equipe. Trabalhei com o José Guilherme, que é uma grande referência pra mim", disse. 

Barbieri conversa com jogadores durante treino do Flamengo
Barbieri conversa com jogadores durante treino do Flamengo Gilvan de Souza/Flamengo

Do estágio, quando o clube foi campeão da Champions League, ele voltou ao Brasil com ideias do que gostaria de fazer quando fosse treinador. Ideia é a palavra-chave do pensamento de José Guilherme, citado por ele na conversa, professor da universidade do Porto - na qual Barbieri complementava seus estudos - e o autor da metodologia de treino que ele procura aplicar em seus trabalhos, a Periodização Tática. 

"Nada que ele peça para os jogadores em campo não foi treinado antes", comenta Scuro, atual diretor-geral do Red Bull Brasil. 

Guarani 

Mauricio Barbieri teve uma passagem relâmpago pelo Guarani em 2017
Mauricio Barbieri teve uma passagem relâmpago pelo Guarani em 2017 Gazeta Press

Além de Red Bull e Audax, Barbieri também teve uma passagem pelo Guarani como treinador do profissional. Foi a mais curta da sua carreira (6 jogos, quatro empates, uma vitória e uma derrota), que ele explica dessa forma: 

"Fiquei realmente muito pouco e não pude fazer muita coisa. Mas falo com os jogadores de lá até hoje". 

Paquetá e torcida

A conversa já chegava ao fim quando,  em pé, perguntei sobre Paquetá. Naquele momento, o meia ainda não estava jogando exatamente onde está atualmente, quase como um volante de armação, com extrema liberdade para transitar até a entrada da área: 

"Sei que o Paquetá rende bem onde está, no meio pela direita... mas você não acha que ele renderia ainda mais em outras funções?", pergunto ao treinador que sorri quase deixando escapar uma das mudanças que viriam pela frente: 

"Espera que amanhã você terá uma surpresa", disse. 

O relógio já marcava perto meia-noite e estava quase no dia do aniversário do seu filho mais velho. Flamenguista, João Gabriel ganhou 3 gols para comemorar e um futebol jogado com mais ideias. 

"Quero dedicar essa vitória a um menino chamado João Gabriel, que faz aniversário hoje", disse ele ao abrir a coletiva pós- jogo no Castelão, sem revelar que se tratava do próprio filho. 

O bolo veio só no dia seguinte. Ao chegar em casa, a trupe Barbieri o esperava para os parabéns. João escolheu o tema da festa, foi rubro-negra, como de costume.  

Na partida desta noite, contra o Emelec, o treinador e suas ideias serão testadas novamente.  Aos 37 anos, o interino que encontrou o Flamengo na sua frente fará o jogo mais importante de sua carreira até agora.    

Na última vez que esteve no Maracanã, no empate com a Ponte Preta, quando mais de 60 mil cantavam à beira do gramado, ele não resistiu e atendeu aos pedidos de foto com a Fla-Mureta, pequena torcida formada por alguns que ainda lembram a velha geral do velho Maraca. 

Ao lado dele, um steward que presenciava o momento disse: "Dos técnicos recentes, é o primeiro que eu vejo vindo aqui tirar foto". O treinador ouviu e pediu desculpas à comunicação do clube, que o perdoou imediatamente: 

"Desculpa, quebrei o protocolo".

O blog conversou com alguns jogadores que foram treinados por ele; veja entrevista com Roger, atualmente no Corinthians: 

- O quê, no trabalho do Barbieri, te chamou mais atenção? 

Eu não sei se posso usar o termo surpreender, porque a gente esteve junto no Red Bull e desfrutei do conhecimento que ele tem sobre futebol. Do jeito que ele trata os atletas, o respeito, o nível de treino, de intensidade. É um cara que realmente tá pronto pra viver tudo que tá vivendo no Flamengo. É um cara que se preparou muito pra essa oportunidade. 

- Tem sido frequente, em entrevistas com jogadores que trabalharam com ele, ouvir que "a gente compreende o que ele fala". Pra você foi assim também? É uma característica que te chamou atenção nele?

Ele é um cara muito esclarecido, né? Então, chamou a atenção de todos, chama a atenção. É um cara muito estudado, que tem um conhecimento amplo de futebol. Só que é simples, muito simples. Tudo que passa é de fácil compreensão e, se você realmente abraçar essa situação, com certeza o time, o grupo vai obter sucesso. 

- Para quem está de fora, é curioso imaginar como um atleta já com experiência lida com treinadores jovens (e no caso do Barbieri, no Red Bull) em início de carreira. O que ele agregou na sua experiência como jogador?

Acho que foi a primeira experiência que eu tive com um treinador tão jovem. Mas foi um Campeonato Paulista maravilhoso (2015), consegui conquistar três prêmios, muito pelo trabalho dele. Porque sem dúvida ele nos preparou para aquilo. Então, acho que a grande diferença foi uma conversa que tivemos no início da temporada, em que disse a ele que eu viria pra ajudar e que ele era jovem tanto quanto eu, mas em situações opostas, né? Porque um treinador jovem é diferente, mas um atleta já na minha idade (31 na época) já tem mais experiência, então, eu acho que nós tivemos um casamento perfeito no Red Bull, nós entendemos um ao outro. A partir da terceira ou quarta rodada, eu fui capitão dele e fizemos um campeonato sensacional. Ficou um sabor, sem dúvida, de que queremos mais. 

- Como você definiria o esquema de jogo preferido por ele? Sabemos que, muitas vezes, o treinador tem de adaptar o esquema ao perfil do time... Mas na sua visão, ele gosta de qual tipo de esquema?

Ele é um cara muito conhecedor. Mas acho que o grande sucesso nosso foi no 4-2-3-1. Nós tínhamos uma linha de quatro, uma normal, dois laterais, dois zagueiros. No meio-campo nós tínhamos o Luan, que tá no Avaí, na 10, muitas vezes tínhamos o Thiago Galhardo, Misael, Igor Sartori e Edmilson e eu como 9. A gente conseguia espelhar muito bem e definir. Foi um esquema que deu muito certo, mas eu não vejo ele jogar assim no Flamengo. Vejo ele jogar num 4-1-4-1 e que está dando muito certo. 

Roger comemora gol pelo Red Bull, no Campeonato Paulista de 2016
Roger comemora gol pelo Red Bull, no Campeonato Paulista de 2016 Gazeta Press

- Como ele era no vestiário, no olho no olho com você?

É um cara nota dez, um amigo que eu tenho no futebol. Muito esclarecido, muito educado, diferente. A gente tem um palavreado meio diferente no futebol e ele é um cara que tem um nível acima de educação, enfim, um cara que a sala dele sempre esteve aberta para quem quis, olho no olho. Eu lembro que o time passou uma situação delicada e eu fui à sala dele e disse que queria fazer uma reunião com os atletas e eu como líder, mais velho, fui à frente e foi bem legal porque ele me apoiou muito nessa decisão. Eu lembro disse e depois tivemos uma virada, saímos para uma arrancada muito legal no campeonato. É um cara muito, muito inteligente em todas as áreas, não só futebol. É um cara família, assim como eu. Um cara que aprendi a admirar. 

- Você foi artilheiro (2016) com ele, num momento difícil da sua carreira. Algo no trabalho do técnico favoreceu este momento? 

Sim, o trabalho dele me favoreceu. Não posso negar que ele montou uma equipe para que eu jogasse. A gente sabe que às vezes não acontece, não dá certo, mas no Red Bull tínhamos uma equipe para que a bola chegasse em mim, para que eu tivesse a bola do jogo, para eu finalizar, né? Ele fez toda a diferença, é claro que a gente trabalhou muito, a bênção de Deus me chegou muito, mas ele definiu um esquema para que me favorecesse, porque o meu momento realmente era maravilhoso e ele entendeu isso rápido. Se não me engano, em três, quatro rodadas eu já havia feito quatro, cinco gols. 

Ele entendeu que o momento era meu e ele fez uma equipe para me favorecer. Deu muito certo, fui artilheiro, fui pra seleção do campeonato, fui o craque do interior. Lembro que ele estava na festa comigo e eu disse para ele 'logo vamos estar entre os grandes, se Deus quiser', e hoje eu tô muito feliz de ver ele treinando o Flamengo, eu defendendo o Corinthians e a gente com uma relação maravilhosa. Ele tem sempre minha torcida pra que tudo dê certo na vida, no trabalho. O futebol precisa de caras como Maurício Barbieri. 

 

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Fonte: Gabriela Moreira, repórter da ESPN.com.br

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Fla e Maracanã se unem a empresa para clube ter estádio como casa até 2022

Gabriela Moreira
Gabriela Moreira
Flamengo pode voltar a ter Maracanã como casa após acordo com empresa
Flamengo pode voltar a ter Maracanã como casa após acordo com empresa Gazeta Press

Flamengo e Maracanã estão prestes a firmar acordo com um parceiro comercial para viabilizar jogos no estádio pelos próximos quatro anos. A empresa assumiria parte do aluguel e dos gastos operacionais em troca da exclusividade de exploração nos chamados "ativos de marketing" do estádio que são, em resumo, publicidade nas áreas não exploradas pela TV, como corredores, telão e nos túneis que levam o público até as arquibancadas. 

Isto garantiria ao clube a segurança de operar no estádio sem prejuízo no caso de o público não ser o suficiente para lotar o estádio. Dessa forma, diminuem também os argumentos para cobrança de valor de ingresso mais alto. As conversas já vêm acontecendo há alguns meses e, nesta semana, as partes discutem a assinatura do acordo. 

A ideia inicial do contrato - ainda em discussão - é que tenha duração até 2022. Os valores percentuais que a empresa assumiria dos custos ainda estão sendo discutidos. Para valer, mesmo que acordado entre as partes, a parceria ainda precisará passar pela aprovação do Conselho Deliberativo do clube.   

Esporte.com 

Os envolvidos não confirmam o nome da empresa, mas o blog apurou que seria a Esporte.com, agência contratada pela Ferj para fazer a "gestão comercial", como descrito no site da empresa, do campeonato carioca, assim como do Paulista e do Gaúcho deste ano. Também na internet, a empresa cita diversas parcerias comerciais com a Kefler, agência do ex-presidente do Flamengo, Kleber Leite. A empresa, no entanto, foi apresentada ao Flamengo pelo Maracanã e não pelo ex-dirigente. 

Como pano de fundo, o acordo significa um alívio para a Odebrecht, que verá o estádio ativo com jogos, e também um sossego político para a gestão rubro-negra, que consegue arrefecer a pressão interna e externa para os jogos no Maracanã, com preço de ingresso mais baixo.   

Por outro lado, um contrato que fixe jogos no Maracanã  por prazo longo decreta o abandono da estratégia do clube de pressionar governo e Odebrecht por uma nova licitação, como vinha fazendo. 

Custos 

No último jogo, contra o Internacional, com público de mais de 61 mil pessoas, os custos do estádio representaram quase 65% da renda arrecadada. E isso, porque a cobrança do aluguel foi no valor mínimo, R$ 250 mil, fixado após discussões do clube com os administradores do estádio na Justiça. De acordo com decisão judicial, o Maracanã pode cobrar até R$ 600 mil do rubro-negro para alugar o estádio. 

Confira os gastos exclusivos do estádio, no último jogo: 

- Aluguel: R$ 250 mil 
- Infraestrutura: R$ 81.140,27 (gastos com aluguel de roletas e equipes de engenharia e manutenção)
- Operacional: R$ 434.993,22 ( gastos com segurança, limpeza e demais equipes de serviços) 
- Contas de Consumo: R$ 150 mil (luz, água e gás) 

Total: R$ 916.133,49 mil 

 

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Fonte: Gabriela Moreira, repórter do ESPN.com.br

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Corinthians e Flamengo se isolam em negociação e clubes ameaçam seguir sem eles para transmissões do Brasileiro no exterior

Gabriela Moreira
Gabriela Moreira
Clubes tentam chega a consenso sobre venda de direitos internacionais de transmissão. Foto de arquivo (2018)
Clubes tentam chega a consenso sobre venda de direitos internacionais de transmissão. Foto de arquivo (2018) Lucas Figueiredo/CBF

A negociação dos direitos internacionais do Brasileiro caminha ainda sem consenso. Na tarde desta quinta-feira, clubes da Série A se reuniram na CBF para dar andamento às conversas. Mas ainda há divergências nas intenções dos dois clubes de maior torcida do país, Flamengo e Corinthians, com os demais. 

A dupla não concorda que as placas de publicidade sejam negociadas com o mesmo valor para todos. Querem que este item seja liberado para acerto individual, visando maior arrecadação baseada em maior número de telespectadores. 

A ideia de Flamengo e Corinthians é que existam dois produtos à venda. Um valor para as transmissões das partidas, que pode ser dividido igualmente entre os clubes. E um outra negociação, com diferentes valores, para as placas. 

Os clubes que discordam acreditam que ao permitirem uma negociação individual para a publicidade, o valor global recebido por eles vá diminuir. E é este o mesmo ponto da dupla de oposição. Eles acreditam que ao aceitarem negociação global, o valor que vão receber diminuirá muito. 

A reunião terminou sem um consenso e sem esperanças de que Flamengo e Corinthians voltem atrás neste ponto. Se continuar assim, o grupo maior - que reúne grandes clubes em termos de torcida, também, como São Paulo, Cruzeiro e Palmeiras - pode avançar na negociação, sem a dupla. 

Dessa forma, caso concretizem a negociação, Flamengo e Corinthians não teriam seus jogos televisionados para o mercado internacional. E fica a dúvida se as propostas já existentes, continuariam com o mesmo valor com as duas saídas. 

O grupo maior, acredita que sim. Avalia que o peso que Flamengo e Corinthians têm no mercado nacional, não se repete fora do país. 

Valores 

Ao todo, nove propostas chegaram para a comissão que foi montada para a discussão do assunto, formada por: Atlético-PR, Bahia, Cruzeiro, Flamengo e Palmeiras. Dessas, na discussão com todos, ficaram apenas duas empresas, uma brasileira e outra estrangeira. 

Os valores de uma delas giram em torno de R$ 40 milhões para o produto "transmissão das partidas" e R$ 60 milhões para as "placas de publicidade". Enquanto a outra empresa ofereceu proposta que supera R$ 100 milhões para os dois produtos. 

Pelas propostas, estes valores seriam distribuídos igualmente entre os clubes. E é aí que mora a divergência, como explicado acima.  

Como o que se está negociando são as próximas quatro temporadas, ou seja, a partir de janeiro de 2019, espera-se que a situação seja resolvida até julho deste ano. 

Pela CBF, as reuniões têm tido a participação do presidente eleito, Rogério Caboclo, do secretário-geral, Walter Feldman, e do diretor de Competições, Manoel Flores. O posicionamento da entidade tem sido mais favorável ao que pensam o grupo maior, em oposição a Flamengo e Corinthians. 

 

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Fonte: Gabriela Moreira, repórter do ESPN.com.br

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Vasco compromete quase 100% da verba de TV este ano e assina atestado de descumprimento do Profut

Gabriela Moreira
Gabriela Moreira
Alexandre Campello durante sua posse como sucessor de Eurico Miranda (à esq.)
Alexandre Campello durante sua posse como sucessor de Eurico Miranda (à esq.) Flickr Vasco

O balanço financeiro do Vasco, publicado ontem à noite, é um atestado de descumprimento ao Profut. O resultado das operações da última gestão são de assustar. Além das dívidas, que no levantamento (ainda parcial) são de R$ 86,2 milhões, o clube viu sua maior fonte de receita, as cotas de TV, serem antecipadas em quase 100% para este ano. 

De acordo com o documento, 80% das receitas do cruzmaltino vêm de pagamento de direitos de TV. O que deixa a situação ainda pior é que somente para 2018, esta fonte já está praticamente seca, uma vez que o último dirigente já antecipou (ou seja, recebeu) 92,4%. 

A medida não só engessa o clube, mas demonstra o descumprimento de dois itens muito claros da Lei 13.155 (Profut) que veda a antecipação de valor maior que 30% do primeiro ano do mandato seguinte. E o que determina que as antecipações sejam feitas visando diminuir o endividamento. 

Veja mais abaixo trecho da lei 

Segundo dados do balanço, o mandato de Eurico Miranda comprometeu não só o primeiro ano do sucessor, mas os próximos quatro, o que extrapola, inclusive, o tempo do mandato de Alexandre Campello. Para 2019, as cotas já foram 63,4% antecipadas. Em 2020, 32,4% e 2021, em 18,4%. 

"Em consequência dessa grande dependência, qualquer nível de privação do clube para com essas receitas é extremamente prejudicial para o equilíbrio financeiro da instituição. E o elevado grau de comprometimento das receitas de Transmissão para os próximos anos, principalmente em 2018, ainda mais do que as citadas dívidas em inadimplência, se constitui no maior obstáculo financeiro encontrado por esta administração", escreveu Campello na apresentação do balanço. 

As consequência do descumprimento, caso a lei seja cumprida, são de responsabilização na pessoa do dirigente, ou seja, do ex-presidente Eurico Miranda. Entre as sanções, a impossibilidade de se candidatar nos próximos cinco anos (no mínimo). 

Nível de dependência de Flamengo é metade

Em seus balanços, dois dos maiores clubes brasileiros, entre eles o maior rival, Flamengo, e o Palmeiras, têm conseguido diminuir a dependência do dinheiro da televisão. No clube paulista, a dependência é a menor do mercado. Chega a 30,56% de sua renda total. E no Flamengo, se descontado o valor recebido por Vinícius Júnior (atípico), o dinheiro da Tv representa 41%, das receitas, ou seja, metade do nível de dependência do Vasco. 

Buraco negro 

O clube divulgou o balanço somente a 2 minutos do fim do prazo, às 23h58 desta segunda-feira, dia 30 de abril. Conforme antecipado pelo blog, a empresa contratada para fazer a auditoria nas finanças do clube, foi a BDO, uma das grandes de um mercado que raramente aceita trabalhar com clubes de futebol. 

A empresa, no entanto, alerta no balanço que por falta de informações de muitos itens, não teve condições. nem tempo, para analisar por completo as contas. Quanto ao Profut, ela diz que "o clube não conseguiu nos apresentar, em tempo hábil, as evidências e documentações detalhadas do programa". 

Não é somente em relação ao Profut que o clube tem um "buraco negro" em relação às demonstrações financeiras. Entre os pontos críticos, estão os gastos com a base, que além de não ter registrados seus gastos, também estão faltando cópia de contratos de diversos jogadores. 

A base na gestão anterior ficava sob o comando de um dos filhos de Eurico Miranda, Álvaro Miranda.  

O que diz a Lei 13.155 (Profut) sobre antecipação de receitas: 

Art. 4o  Para que as entidades desportivas profissionais de futebol mantenham-se no Profut, serão exigidas as seguintes condições: 
a) o percentual de até 30% (trinta por cento) das receitas referentes ao 1o (primeiro) ano do mandato subsequente; e 

b) em substituição a passivos onerosos, desde que implique redução do nível de endividamento;

VIII - previsão, em seu estatuto ou contrato social, do afastamento imediato e inelegibilidade, pelo período de, no mínimo, cinco anos, de dirigente ou administrador que praticar ato de gestão irregular ou temerária; 

 

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Fonte: Gabriela Moreira, repórter do ESPN.com.br

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