Na metade da carreira, Neymar consegue sua principal façanha
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As imagens rodaram o mundo neste domingo: enquanto o PSG fazia sua estreia pelo Campeonato Francês na temporada 2018-19, torcedores do clube parisiense não mediam palavras para criticar e ofender Neymar, entre faixas pedindo “vaza daqui” e gritos chamando-o de “filho da p...”.
Três dias antes, o diário esportivo AS, de Madri, colocava no ar uma enquete perguntando aos torcedores do Real Madrid se eles gostariam que Neymar fosse contratado pela equipe da capital espanhola. Resposta, após mais de 160 mil votos computados: 60% para o não, 40% para o sim.
Uma consulta ainda mais relevante, porque realizada através de contato direito e não pela internet, foi feita com os sócios do Barcelona para responder à pergunta “você quer a volta de Neymar?”. O placar foi mais de 70% para o “não” e menos de 30% para o “sim”.
É incrível que Neymar tenha conseguido chegar a este ponto.
É incrível que um jogador que é considerado por muita gente o terceiro com maior potencial do planeta não seja um desejo unânime de qualquer torcida entre os clubes mais poderosos do mundo.
É incrível que, mesmo sabendo do interesse do PSG em se desfazer de Neymar, nenhum clube da Premier League, a principal e mais rica liga de futebol do mundo, tenha demonstrado o mínimo interesse em contratar o brasileiro.
Faz pouco mais de uma década, no dia 7 de março de 2009, com apenas 17 anos, que Neymar fazia sua estreia profissional no futebol com a camisa do Santos.
De lá para cá ele conquistou uma Champions League, uma Libertadores, uma Copa do Brasil, uma medalha de ouro olímpica, dois campeonatos espanhóis e dois franceses, uma Copa da França e três Copas do Rei, entre outras conquistas menores. Não é pouca coisa.
Mas seu maior feito até aqui, aquele mais impressionante, acontece nesta pré-temporada do futebol europeu: conseguir, mesmo com a enorme qualidade que tem, ser rejeitado pela maior parte das torcidas dos clubes que cogitam mantê-lo ou contratá-lo.
É desnecessário apontar novamente as razões do feito. Todos estão cansados de saber, muito já foi dito e escrito a respeito – eu mesmo o fiz em setembro do ano passado na “Carta a Neymar (com tudo que Tite e Gil Cebola não dizem)”.
É triste, porém, constatar que mais da metade da carreira de Neymar em alto nível físico já se foi. Se considerarmos que ele jogará até os 37, Neymar está exatamente no meio de sua trajetória como jogador profissional. Mas não é padrão esperar que um jogador tenha aos 35, 36 ou 37 anos o mesmo rendimento que teve aos 25, 26 ou 27.
O tempo está passando, e com ele as chances de Neymar ser tudo o que os apaixonados por futebol um dia imaginaram que ele seria.
Para sua sorte, rejeições de torcidas são facilmente reversíveis em qualquer parte do mundo. Dependendo do caso, bastam algumas declarações, meia dúzia de gols, um punhado de bons jogos ou até mesmo o simples ato de vestir uma nova camisa.
Neymar terá mais uma chance. Ainda em um clube poderoso. Ainda ganhando milhões. Ainda com craques ao seu lado. Ainda com toda a qualidade que tem à disposição.
Já está claro, porém, que não lhe basta um contexto favorável.
Sem a percepção própria de que a gestão da sua carreira é um sucesso do ponto de vista financeiro, mas um relativo fracasso do ponto de vista esportivo, dificilmente o panorama irá mudar.
Os episódios e a rejeição dos últimos meses terão servido para algo nesse sentido? A ver.
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Fonte: Gian Oddi
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