Com novas ações de marketing, Shakhtar Donetsk passa a investir também no torcedor brasileiro
Brandão foi o primeiro jogador brasileiro a defender o Shakhtar Donetsk. Contratado em 2002, na sequência vieram tantos outros históricos, como Willian, Jadson, Fernandinho, Elano e assim segue até os dias atuais, com muito jovens promissores como Tetê e Marcos Antônio.
Neste sábado, pelo Campeonato Ucraniano, o Shakhtar disputa o maior clássico do país contra o Dinamo Kiev. Pela primeira vez, o clube fará a transmissão da partida para fora da Ucrânia via própria plataforma de streaming. O Brasil foi escolhido como foco nos investimentos, pela longa relação de sucesso com os atletas locais.
Alexander Mamalyha, diretor de Marketing do Shakhtar, explica nesta entrevista a estratégia do clube e as dificuldades impostas pelos últimos anos: desde a saída forçada de Donetsk, até os dias atuais de pandemia.
Quais são as expectativas do Shakhtar com a transmissão do clássico contra o Dinamo Kiev através de seu próprio serviço de streaming para o Brasil?
Não temos grandes expectativas, é a primeira vez que estamos fazendo isso. Entendemos que esse jogo é interessante pela perspectiva esportiva, porque é o maior jogo da Ucrânia. Tivemos a oportunidade de transmitir o jogo por streaming, fazer isso acontecer, então será um teste de mercado para nós globalmente. O preço global será de 3 dólares, sabemos que é um pouco caro, mas o mais importante para nós é fazermos esse teste.
O que o clube pode fazer além de ações em redes sociais para aumentar seu relacionamento com o país?
Há coisa que podemos fazer, já que um terço do elenco é de jogadores brasileiros. Pelo aspecto esportivo e pelo aspecto de engajamento de torcedores, é obviamente importante para nós estabelecermos laços como um clube europeu. Por enquanto estamos testando tecnicamente algumas coisas, mas em breve, esperamos, conseguiremos produzir mais conteúdo local para o Brasil, até porque produzimos muito com os jogadores brasileiros para nossas plataformas em ucraniano e inglês. Pretendemos expandir mais isso, atingindo países que falam português e, especificamente, o Brasil. É algo que temos como objetivo para a próxima temporada.
Cada vez mais há jovens que não necessariamente torcem para um time local, mas acompanham e se declaram torcedores de clubes internacionais. Considera isso uma tendência global?
É algo que clubes globais estão tentando conquistar. Clubes diferentes, com objetivos diferentes. Nosso objetivo é mirar em territórios específicos e, obviamente, não chegar e falar 'olha como somos bons', e sim em como podemos fornecer valor específico para os torcedores nesse país. Estamos trabalhando nisso para os torcedores brasileiros. Você pode assistir vários jogos, então é preciso ter algo a mais. É necessário haver a experiência, apresentar a história, o que o clube significa. Talvez comunicação com os jogadores, com os treinadores, coisas assim, e levar aos torcedores.
Qual é a importância dessa área do marketing no planejamento anual do Shakhtar, considerando o time de futebol?
Sou mais respponsável no marketing pelo engajamento de torcedores, mas pela perspectiva do clube, que já tem muitos jogadores brasileiros, atrair mais no futuro é importante, saber atrai-los, mostrando como é o clube, o que é o Shakhtar. Isso aumenta o engajamento com torcedores e jogadores também.
Há muitos anos o Shakhtar não joga em casa. Por causa dos conflitos no leste da Ucrânia, o clube foi obrigado a se mudar para Kiev. O que tem sido feito nesse período para manter a força competitiva do Shakhtar?
Tem sido muito desafiador. Acho que somos o único clube na Europa, com exceção de equipes locais, que foi forçado a se mudar assim. Especificamente a pandemia nos fez pensar mais em engajamento de torcedores, sem termos nossos fãs nas arquibancadas. Começamos a desenvolver nossa própria plataforma de TV, integrada ao nosso site, importante para os torcedores se comunicarem com os jogadores. Fizemos chamadas de Zoom com os jogadores para os fãs também. Começamos a produzir mais conteúdo de vídeo dos jogadores para os torcedores, porque agora, com a pandemia, não podemos levá-los aos treinos, fazer sessões de autógrafos, mas precisamos manter o engajamento. Isso é desafiador, já que não atuamos em casa e precisamos conquistar novos torcedores, sendo que disputamos com playstations, plataformas diferentes, é bem desafiador.
Você considera o Shakhtar um clube internacional atualmente?
Nós precisamos ser um clube internacional, porque é a única forma de permanecermos relevantes e ser competitivos. A indústria esportiva se volta cada vez mais para o entretenimento esportivo. Precisamos se capazes de realizar muitas coisas além dos resultados esportivos. Em comparação aos grandes clubes, obviamente não temos o orçamento que eles possuem, então precisamos ser muito certeiros em como fazer e o que fazer. Em termos de marketing, temos que descobrir entre os segmentos de fãs o que funciona para nós. Como disse, não estamos disputando apenas com os clubes grandes, mas também com playstations, serviços de streaming, plataformas de jogos, é incrivelmente desafiador.
Espera voltar em breve para Donetsk?
Com certeza. É algo que muitas pessoas realmente querem que aconteça, mas é algo que está fora de nosso controle. Estamos representando todo um país, não apenas uma parte. A missão do clube é representar todo país e, tomara, algum dia vamos voltar um dia. É o que nós esperamos.
Com novas ações de marketing, Shakhtar Donetsk passa a investir também no torcedor brasileiro
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