Onze campeões, 26 títulos e muito equilíbrio nas oitavas de final da Libertadores

Gustavo Hofman
Gustavo Hofman

Seis brasileiros, seis argentinos, dois paraguaios, um equatoriano e um chileno. Os 16 times classificados às oitavas de final da Libertadores da América estão divididos entre cinco países, com amplo domínio de Brasil e Argentina.

O pote 1 tem Atlético Mineiro, Palmeiras, Racing-ARG, Barcelona-EQU, Flamengo, Argentinos Jrs-ARG, Fluminense e Internacional, exatamente a partir da melhor campanha. Já o 2 soma mais títulos de Libertadores (17 x 9) com São Paulo, Boca Juniors-ARG, Vélez Sarsfield-ARG, Cerro Porteño-PAR, Defensa y Justicia-ARG, River Plate-ARG, Universidad Católica-CHI e Olimpia-PAR.  Haverá confrontos pesados.

Dos cinco times que jamais foram campeões, somente dois não possuem ao menos uma final da competição no currículo - Cerro e DyJ, na comparação com Barcelona (vice em 1990 e 98), Universidad Católica (1993) e Fluminense (2008). Os argentinos, ao menos, ganharam recentemente Copa Sul-Americana e Recopa, enquanto os paraguaios nunca passaram de qualquer semifinal continental e amargam o recorde de participações na competição sem título (41). Já entre aqueles que mais jogaram finais de Libertadores, ninguém supera o Boca com 11 (seis títulos), seguido - entre os sobreviventes - por River e Olimpia com sete (quatro conquistas millonarias, três do Decano).

Diferentemente de anos recentes, em que Flamengo e River destoaram dos demais tecnicamente, com times bem superiores, não há uma equipe com esse status. O Galo é fortíssimo e obteve a melhor campanha, com Nacho Fernández e Hulk como destaques. O São Paulo, segundo em seu grupo, priorizou a reta final do Campeonato Paulista em detrimento de alguns jogos na Libertadores e está em clara evolução. O Barcelona, talvez o menos badalado integrante do Pote 1 por não ser brasileiro ou argentino, tem uma ótima equipe e um veterano que desequilibra, Damián Díaz.

Há ainda boas surpresas, como a classificação da Católica do técnico Gus Poyet, uruguaio que estreia na América do Sul após comandar Brighton-ING, Sunderland-ING, AEK-GRE, Betis-ESP, Bordeaux-FRA e Shanghai Shenhua-CHN. Outros menos surpreendentes como o já citado Defensa y Justicia, do sempre-opção-para-os-clubes-brasileiros Sebastián Beccacece. Veteranos de peso também, como Daniel Alves, Fred, Nenê, Roque Santa Cruz, Carlos Tévez e Enzo Pérez (como meio-campista, provavelmente).

O sorteio dos confrontos no mata-mata continental acontece na próxima terça-feira e não possui qualquer trava. Ou seja, times do mesmo país ou que estiveram no mesmo grupo podem se enfrentar. O intervalo até as oitavas de final, porém, será longo. Por aqui, o Campeonato Brasileiro terá início e verá muitos times desfalcados logo nas primeiras rodadas, por causa da disputa da Copa América. Partidas de Libertadores, novamente, apenas em meados de julho.

Até lá, dos pampas gaúchos, passando pelo litoral brasileiro, até a Cordilheira dos Andes, muita coisa ainda pode mudar para estabelecimentos definitivos de favoritos. Afinal de contas, "la Copa se mira y no se toca". Ao menos até vencê-la.

Palmeiras vai defender o título conquistado em 2020
Palmeiras vai defender o título conquistado em 2020 Staff Images/Conmebol

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Seis jogadores disputam as vagas de Danilo e Neymar na seleção diante da Suíça

Gustavo Hofman
Gustavo Hofman

A comissão técnica da seleção brasileira terá dois treinamentos antes do jogo contra a Suíça, nesta segunda-feira, para definir os substitutos de Danilo e Neymar, que se lesionaram contra a Sérvia e não jogam mais nesta fase de grupos da Copa do Mundo. Serão seis atletas disputando duas vagas, confirmou à ESPN uma fonte.

O Brasil tem o 4-4-2 com variação para 4-2-3-1 como padrão tático, e isso não será alterado. Rodrygo exerceu a função de Neymar, após a substituição do atacante diante dos sérvios, e está na disputa. No Real Madrid, desde a temporada passada, Carlo Ancelotti vem utilizando o jogador brasileiro nas três funções de ataque da equipe, que atua no 4-3-3, substituindo inclusive Karim Benzema. E quando o treinador italiano alterou para o esquema com duas linhas de quatro e dois atacante, Rodrygo foi o escolhido para atuar por dentro.

Outra opção, menos provável, é a escalação de Éverton Ribeiro nessa função de armação. O meio-campista garantiu vaga no Mundial graças à ótima temporada com o Flamengo, mas corre por fora nessa disputa. O avanço de Lucas Paquetá é uma variação mais provável, por exemplo.

No 2 a 0 da estreia, o jogador do West Ham atuou ao lado de Casemiro e com liberdade para criar no campo de ataque. Pode ser adiantado, para atuar próximo a Richarlison, abrindo vaga no meio para Fred ou Bruno Guimarães. Portanto, caso Paquetá seja o escolhido, haveria mudança na linha de meio-campo e no ataque na comparação com o primeiro jogo do Brasil. Vale ressaltar que o ex-meia do Flamengo jogará de qualquer modo, como meia central ou adiantado.

Tite e Daniel Alves durante partida da seleção brasileira
Tite e Daniel Alves durante partida da seleção brasileira Lucas Figueiredo/CBF

Já a lateral-direita pode promover mais discussões neste final de semana. Na lista de 26 convocados de Tite, apenas um nome gerou polêmica: Daniel Alves. Aos 39 anos, o maior campeão na história do futebol teve temporada ruim com o Pumas e treinou nas semanas anteriores à convocação em Barcelona com o time B do Barça, comandado por Rafa Márquez. Integrantes da comissão técnica gostaram do que viram, passaram um relatório positivo a Tite, que optou por levá-lo à Copa ao invés de chamar mais um zaguiro e ter Éder Militão como opção para a reserva na lateral.

No entanto, o defensor do Real Madrid é uma das duas opções para substituir Danilo, junto com Daniel Alves. Os treinos do final de semana, onde o Brasil trabalhará suas fases defensiva e ofensiva programadas para enfrentar a Suíça, serão decisivos para os seis jogadores envolvidos nessa disputa por duas vagas.

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Brasil entendeu o jogo e estreou bem contra a Sérvia

Gustavo Hofman
Gustavo Hofman

Nos últimos dias, durante a programação da ESPN, enaltecemos as qualidades da Sérvia. Talento individual, destaques do futebol internacional, time bastante competitivo. Por isso é necessário, agora, valorizar a vitória por 2 a 0 da seleção brasileira diante dos sérvios, na estreia da Copa do Mundo no Catar

Jogo de dois tempos bem distintos. Na primeira etapa, a Sérvia encaixou sua proposta tática do 3-4-2-1. Dragan Stojkovic perdeu, no entanto, Filip Kostic, enorme desfalque do lado esquerdo; optou por começar com um centroavante, mantendo Dusan Vlahovic no banco e dando a titularidade a Aleksandr Mitrovic. 

BRASIL 2 x 0 SÉRVIA: ASSISTA PELA ESPN NO STAR+ AO COMPACTO DO JOGO COM NARRAÇÃO DE NIVALDO PRIETO E COMENTÁRIOS DE GIAN ODDI

Richarlison marcou dois gol, o segundo de voleio
Richarlison marcou dois gol, o segundo de voleio Lucas Figueiredo/CBF

Com isso, ganhou um jogador a mais no meio-campo e gerou constante superioridade numérica na faixa central com Nemanja Gudelj, Sasa Lukic, Dusan Tadic e Sergey Milinkovic-Savic diante dos encaixotados Neymar e Lucas Paquetá. Como o Brasil insistia bastante por dentro, acabou isolando demais Raphinha e Vinicius Júnior, carentes de um jogo de aproximação.

Isso permitiu à Sérvia atingir seu objetivo no primeiro tempo, de maneira extremamente defensiva, de não sofrer gol. Ofensivamente foi praticamente nula, e aqui cabe o destaque absolutamente necessário: o sistema defensivo do Brasil foi sólido do início ao fim. Danilo, Marquinhos, Thiago Silva, Alex Sandro e Casemiro, principais pilares, foram impecáveis.

Na volta do intervalo, o 4-4-2 com variação para o 4-2-3-1 do Brasil se tornou muito mais dinâmico. Neymar e Paquetá buscaram o lado, oferecendo o passe curto e as tabelas com os pontas. Alex Sandro ganhou mais liberdade para avançar e, ao lado de Vini e Neymar, fez um lado esquerdo muito forte.

A partir do primeiro gol brasileiro, a partida muda completamente. Stojkovic manda a campo Vlahovic, altera taticamente e assume o risco do contra-ataque brasileiro. Não demora muito e, justamente pelo lado esquerdo, sai toda construção do golaço marcado por Richarlison

Tite olha para o banco e vê Fred, Rodrygo, Gabriel Jesus, Antony e Martinelli. Manda todos a campo, mantendo o ritmo forte do Brasil. Stojkovic recompõe o sistema de defesa e aceita o resultado. Não saiu o terceiro gol, mas deveria.

Foi uma seleção madura e tranquila para entender o que o jogo pedia. Se no primeiro tempo teve muitas dificuldades, para a segunda etapa voltou diferente e melhor. Richarlison foi o centroavante que o time muitas vezes precisa, Vinicius se mostrou muito mais solto e confiante com a camisa da seleção, Neymar apanhou bastante, saiu de campo lesionado e demonstrou liderança; saindo do banco vale destacar também Fred, extremamente motivado desde o primeiro segundo em que pisou no gramado (certamente com a Copa de 2018 na cabeça ainda...) e Rodrygo, que parecia o Rodrygo em alto nível e centralizado do Real Madrid.

No final das contas, uma partida sempre tensa por ser estreia e que mostra o repertório da seleção brasileira. Ótimo início. Diante da Suíça, que venceu Camarões mais cedo, mais paciência e tranquilidade serão necessárias para quebrar a resiliência do adversário.


         
     
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Cerveja no Qatar? Proibida nas ruas e nos estádios, à vontade nos bares dos hotéis

Gustavo Hofman
Gustavo Hofman

Filas enormes, um único ponto de venda, horário limitado e muitas dificuldades para comprar cerveja. Se nas últimas Copas do Mundo as Fan Fests foram locais de encontro para milhares de torcedores dispostos a assistir os jogos e consumir a bebida, no Qatar essa não é a realidade.

Com o recuo do Comitê Organizador em vender cerveja nos arredores dos estádios, o único lugar nas ruas onde os torcedores conseguem adquirir a bebida é na maior Fan Fest de Doha, mas somente a partir de 19 horas. O consumo de bebidas alcoólicas é proibido pela religião islâmica. Há exceções, já que os estrangeiros que vivem no país possuem licença especial para comprar bebibas em uma loja específica na cidade (concedida provisoriamente para jornalistas também), mas a realidade do torcedor comum neste Mundial é de abstemia. Ou nem tanto. Entre as exceções, estão também os bares dos hotéis internacionais de Doha, e um especificamente se tornou uma Fan Fest extraoficial.

Álcool no Qatar? Gustavo Hofman 'invade' bar em Doha e mostra como torcedores têm se divertido          

     


No Champions Sports Bar, localizado no segundo andar de um hotel na Área 61, entre enormes e modernos prédios, a impressão é de não estar em um país com restrições ao consumo de álcool. Assistir um jogo de futebol bebendo cerveja é algo cultural para milhões de pessoas pelo mundo. Simplesmente faz parte da rotina nos finais de semana em churrascos com familiares e amigos ou, onde é permitido, dentro e nas ruas em volta aos estádios também.

A fila na entrada já indicava a procura alta. Lá dentro, mesas e balcão completamente lotados, garçons servindo copos e torres de cerveja para todos os lados, camisas dos mais variados países e muita animação. Diversos torcedores, quando entravam no bar pela primeira vez, demonstravam enorme espanto com o que viam. Alguns vibravam como um gol de sua seleção.

Estava no final do jogo entre Senegal e Holanda, e a cada lance da partida os torcedores, independentemente da nacionalidade, se agitavam. Principalmente os mexicanos, que vêm se mostrando em enorme número pelas ruas de Doha também.

O preço cobrado no Champions Sports Bar é extremamente salgado, mas abaixo do praticado na Fan Fest oficial da FIFA. Um pint de Heineken, que não necessariamente vem gelado, custa 60 riales - equivalente a aproximadamente 88 reais. Há opção da torre com três litros, pela bagatela de 369 riales. Quanto custa na conversão para o Real? Pouco menos que metade do salário mínimo brasileiro: R$ 540.

Torres de cervejas vendidas em preços astronômicos
Torres de cervejas vendidas em preços astronômicos Gustavo Hofman / ESPN

A Copa do Mundo no Qatar é um evento extremamente restrito e caro. Muito além das barreiras culturais e religiosas, há os muros sociais e econômicos. Vale lembrar que nas áreas VIP dos estádios da Copa, há liberação para consumo de cerveja.

Às 22h pelo horário local, a bola começou a rolar para Estados Unidos x País de Gales. Nesse horário, muito holandeses que estavam no estádio Al Thumama e acompanharam o 2 a 0 com gols de Cody Gakpo e Davy Klaassen já haviam chegado pelo metrô e, ansiosos, escolhiam um pint entre as muitas opções - além da Heineken, tinha também Carlsberg, Stella Artois, Budweiser, Guinness e Hoegaarden. Os ingleses, que mais cedo assistiram o 6 a 2 contra o Irã, já tinham deixado algumas dezenas de libras nos caixas do bar.

Os brasileiros também marcavam presença, e em bom número. Luiz Comazzetto estava na vitória dos holandeses e chegou no local com alguns amigos. "Fomos para o estádio, achamos que iríamos tomar uma lá, fazer uma bagunça, mas estamos a seco. Agora vai ser legal. Aqui paga uma nota, mas pelo menos vamos conseguir se divertir um pouco e curtir um futebol na televisão".

O cardápio de comida, baseado na tradicional culinária trash food norte-americana, oferecia várias opções de hambúrgueres acompanhados de batata frita.

Brasileiros, equatorianos, norte-americanos, argentinos... América em peso
Brasileiros, equatorianos, norte-americanos, argentinos... América em peso Gustavo Hofman / ESPN

A confraternização era absoluta. Além dos mexicanos, cidadãos do mundo inteiro estavam presentes. Um representante da Mauritânia, com camisa e cachecol da seleção, era um dos mais animados na noite catariana, chamando muito a atenção de um grupo de senhoras ingleses sentadas em uma mesa bem à frente.

Um casal de equatorianos conversava com um argentino, quando um grupo de brasileiros se aproximou e o o bate-papo se estendeu pela América do Sul. Poloneses disputavam espaço no balcão com ingleses e um escocês que circulava pelo bar. No fundo, o pessoal estava mais preocupado com os jogos mesmo. Quando saiu o gol dos Estados Unidos, foram muitos gritos de "USA, USA, USA".

Quando o jogo entre norte-americanos e galeses acabou, algumas pessoas foram embora. Ninguém com bebida na mão, afinal é proibido pelas ruas do Catar. Do lado de fora, a fila estava ainda maior do que três horas antes. A festa continuou madrugada adentro, e muitos garantiam que voltariam nos próximos dias. Na Copa das polêmicas e das contradições, o consumo de álcool é apenas mais uma.

Noites agitadas e muita cerveja: assim é a realidade no Champions Sports Bar em Doha
Noites agitadas e muita cerveja: assim é a realidade no Champions Sports Bar em Doha Gustavo Hofman / ESPN

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As contradições de uma Copa no Qatar pelas ruas de Souq Waqif

Gustavo Hofman
Gustavo Hofman

Você sabe que chegou em Souq Waqif pelo aroma dos temperos árabes no ar. O centenário mercado de rua de Doha, tradicional ponto turístico da capital do Qatar, simboliza também as muitas contradições da primeira Copa do Mundo no Oriente Médio.

Aos poucos, a cada dia que o Mundial se aproxima, mais turistas e jornalistas chegam ao país para a maior competição de futebol do planeta, sonho de milhões de pessoas. Em Souq Waqif, se misturam com os poucos cataris e os muitos imigrantes que fazem o Qatar. 

A tranquilidade das ruas de Souq Waqif durante o dia em Doha
A tranquilidade das ruas de Souq Waqif durante o dia em Doha Gustavo Hofman

A história do local está ligada aos beduínos, povo secular que habita os desertos árabes e promovia trocas comerciais ali. Totalmente reformado nos anos 2000 após um grande incêndio, Souq Waqif hoje reúne diversos restaurantes, incontáveis cafés marcantes pela arquitetura árabe, lojas de arte e artesanato e pequenos comércios de eletro-eletrônicos que mais parecem um museu de antigos televisores e rádios.

Sob o forte sol catari, que mesmo no inverno demonstra diariamente sua potência, as ruas costumam ficar vazias. Os turistas não se arriscam muito nesse período do dia, deixando Souq Waqif tranquilo para o passeio das mulheres árabes e as reuniões dos homens em torno dos narguilês nos cafés. Enquanto isso, trabalhadores circulavam com carriolas carregando colchões para hotéis, novos aparelhos de TV ainda nas caixas e alimentos para os restaurantes. O país é alvo de críticas internacionais pela precariedade dos direitos humanos em seu território, o que inclui o tratamento dado às mulheres e as milhares de mortes nas construções dos estádios da Copa.

Artigos tradicionais da cultura árabe se misturam com os itens de Copa
Artigos tradicionais da cultura árabe se misturam com os itens de Copa Gustavo Hofman

A tranquilidade de Souq Waqif é quebrada durante o dia apenas pelo gritos de "México, México, ra, ra, ra" de quatro torcedores vestindo a camisa de La Tri, atentos às câmeras dos jornalistas que circulavam em busca de personagens. As tradicionais lojinhas de artesanato dividem o espaço de suas bancadas com artigos relacionados à Copa. Busco um restaurante e encontro o Abu Ayoub, fora da via principal. 

Kabir, um senhor indiano que trabalha como garçom, me atende. Assim como em todos os outros lugares por onde passamos, todos são sempre muito atenciosos e curiosos em saber de onde somos. Sem muita criatividade, escolho quatro esfihas à moda Abu Ayoub, com carne de cordeiro. Aprecio enquanto vejo o tempo passar lentamente à minha frente. 

Torcedores mexicanos se tornaram uma atração à parte em Souq Waqif
Torcedores mexicanos se tornaram uma atração à parte em Souq Waqif Gustavo Hofman

Mendel Bydlowski, companheiro de ESPN já há alguns dias no Qatar, me alertou sobre a mudança de Souq Waqif do dia para a noite. Volto mais tarde e as ruas até então tranquilas foram tomadas pelo luar do deserto árabe e uma festa típica de Copa do Mundo. Bandeiras das mais variadas nações tremulam nas mãos de agitados torcedores. Não são brasileiros, argentinos, holandeses, alemães, ingleses...

Estes ainda não chegaram. São indianos, argelinos, marroquinos, egípcios, bengalis... Alguns com a bandeira de seu país, que não necessariamente está na Copa, outros vestindo a camisa de uma seleção estrangeira. Sem qualquer gota de álcool, item proibido pelo governo local. Todos ávidos por demonstrarem sua paixão pelo futebol e o orgulho por suas nações.

Uma das entradas principais de Souq Waqif
Uma das entradas principais de Souq Waqif Gustavo Hofman

Talvez Souq Waqif seja o que mais se aproxime neste Mundial de um ambiente local em uma cidade tão artificial. Doha é moderna, luxuosa e suntuosa, assim como pretende ser essa Copa. Não há nada de popular em uma competição disputada nesta parte do mundo, pensada exclusivamente em quem possui muito dinheiro para investir em ingressos, hospedagem e viagem - tudo sob comando e aprovação da FIFA. Distante das Fan Fests, ali ao menos as pessoas circulam como fariam em qualquer parte do ano. Os comércios que ali estão continuarão ali após a Copa, diferentemente até mesmo de estádios.

A Copa do Mundo no Qatar é uma das mais complexas e controversas na história. Suas contradições são evidentes para todos que gostam de futebol. Como curtir um Mundial, no qual milhares de pessoas morreram em condições injustificáveis de trabalho? Ao mesmo tempo, como ignorar a demonstração de alegria espontânea dessas pessoas nas ruas de Souq Waqif? As diferenças culturais também geram enorme choque de realidade pelas restrição de liberdades individuais. E em breve a bola começa a rolar. Ao jornalismo cabe relatar. Sempre e tudo. Com ternura e rigor.

À noite, Souq Waqif se transforma com a presença dos torcedores
À noite, Souq Waqif se transforma com a presença dos torcedores Gustavo Hofman

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Análise tática e técnica de Sérvia, Suíça e Camarões, adversários do Brasil

Gustavo Hofman
Gustavo Hofman

Há um ponto central que difere o futebol europeu de clubes do sul-americano e é fundamental para análise dos adversários da seleção brasileira nesta Copa do Mundo. É fato indiscutível que os melhores jogadores do mundo, nascidos no hemisfério sul ou no norte, estão na Europa. Logo, as melhores competições entre clubes também.

A cada final de semana pelos campeonatos nacionais ou durante a semana pelas copas nacionais e internacionais, esses jogadores se enfrentam. Isso gera memória competitiva em todos eles. Alguns mais e outros menos, naturalmente, por não estarmos lidando com fórmulas matemáticas, e sim com seres humanos que acumulam experiências cognitivas, sensoriais e corporais.

Ao enfrentaram regularmente os melhores atletas do futebol e, muitas vezes, treinarem com eles, esses jogadores se tornam mais resilientes e acostumados aos grandes desafios. É o que pode ser definido como força média do futebol europeu, fator desequilibrante na comparação ampla com o futebol sul-americano, e que representa o nível intermediário de seleções, as quais são extremamente competitivas. Sérvia e Suíça são dois ótimos exemplos.

A seleção brasileira sabe que terá dois adversários muito complicados pela frente, assim como tem plena consciência do seu favoritismo. Para vencer sérvios e suíços, o Brasil precisará de boas atuações, máxima concentração e muita preparação - algo que já vem sendo cuidadosamente elaborado pela comissão técnica. Diante de Camarões, sem esmorecer, deve ter o confronto menos complicado desta fase de grupos.

Os adversários do Brasil na Copa do Mundo do Qatar
Os adversários do Brasil na Copa do Mundo do Qatar Arte/ESPN | Getty Images

SÉRVIA: ataque poderoso, defesa nem tanto

O 3-4-2-1 utilizado na maior parte das eliminatórias para a Copa do Mundo foi alterado na Nations League por necessidade. Não necessariamente por problemas do time, mas por virtudes. A ascensão de Dusan Vlahovic na Juventus como um atacante de classe mundial "obrigou" o técnico  Dragan Stojkovic a repensar a forma de jogo da seleção sérvia.

Nas vitórias contra Suécia e Noruega, por 4 a 1 e 2 a 0, respectivamente, pelas duas últimas rodadas da Nations, o treinador utilizou o 3-4-1-2 para abrigar Vlahovic ao lado de Aleksandr Mitrovic, jogador do Fulham, no ataque, sacando Filip Djuricic, da Sampdoria. Dusan Tadic, experiente meia-atacante do Ajax, foi utilizado como um jogador de ligação e movimentação no campo de ataque.

O esquema, com dois ou um atacante (Mitrovic é dúvida para a estreia), privilegia muito o avanço dos talentosos alas. Pela esquerda, Filip Kostic, companheiro de Vlahovic na Juve, é um dos melhores no setor em todo futebol mundial; o entrosamento de ambos conta muito para o time, fortíssimo na bola aérea. Pela direita, Stojkovic, lendário ex-jogador do Estrela Vermelha, conta com Darko Lazovic, do Verona, e Andrija Zivkovic (canhoto, que puxa para dentro para finalizar), do PAOK.

Os dois alas recuam na fase defensiva para montarem uma linha com cinco defensores e três ou quatro jogadores na segunda linha, dependendo do esquema tático escolhido, como mencionado acima - variando defensivamente, então, entre o 5-4-1 e o 5-3-2. O bloco defensivo não possui tanto talento individual como as peças de ataque, mas jogadores experientes.

A começar por meio-campistas como Nemanja Gudelj, de 31 anos, jogador do Sevilla, que pode atuar como volante ou zagueiro, e Nemanja Maksimovic (27), acostumado a ser uma barreira defensiva do Getafe em LaLiga. Aliás, 19 dos 26 convocados estão nas cinco grandes ligas europeias - Premier League, LaLiga, Bundesliga, Serie A e Ligue 1. Há ainda o versátil Sergej Milinkovic-Savic (27), da Lazio, capaz de executar a função central no meio-campo sérvio com extrema eficiência, e um dos representantes do título mundial sub-20 de 2015 convocados para a Copa no Catar.

Já entre os zagueiros, a carência de maior talento é notória e motivo de preocupação na imprensa sérvia. E certamente também para Vanja Milinkovic-Savic (Torino), goleiro titular, e os reservas Marko Dmitrovic (Sevilla) e Predrag Rajkovic (Mallorca). Vale lembrar que a Sérvia ficou à frente de Portugal nas eliminatórias para a Copa.

Dragan Stojkovic sabe que tem em mãos um time com vocação ofensiva, forte fisicamente e extremamente competitivo e isso o faz sonhar alto. Em entrevista à revista World Soccer, afirmou "sonhar em alcançar as semifinais". Admitiu ser um objetivo alto, mas que "ninguém tem o direito de dizer a ele não poder sonhar com isso". Por fim, admitiu que o principal objetivo é chegar nas oitavas de final.

SUÍÇA: força coletiva e equilíbrio

O "ferrolho suíço" é um termo histórico que surgiu no futebol em 1938, com a equipe comandada por Karl Rappan. O treinador da seleção suíça buscava formas de equulibrar seu time com adversários mais fortes e desenvolveu uma variação do 2-3-5, esquema tático vigente na época, com dois defensores a mais do que o usual. A imprensa apelidou a estratégia de "verrou", na tradução para português o tão famoso ferrolho.

Certamente o termo voltará a ser utilizado quando muitos se referirem à Suíça nesta Copa do Mundo, mas a realidade é bem diferente. Desde quando assumiu o cargo de treinador há pouco mais de um ano, substituindo Vladimir Petkovic, o ex-zagueiro Murat Yakin trocou a linha de cinco defensores por quatro, vem priorizando o 4-2-3-1 na fase ofensiva, com variação para o 4-4-2 na defensiva, e tem dado mais liberdade de movimentação para seus jogadores; em jogos recentes, o 4-3-3 também foi usado.

Tudo isso não significa que a seleção suíça, do dia para a noite, se tornou um time ofensivo. O padrão de qualidade defensiva permanece, apesar de percalços como o 4 a 0 para Portugal na Nations League. Acima de tudo, o que melhor define essa equipe é a qualidade coletiva. Não há grandes talentos individuais, mas um grupo de atletas que atuam no mais alto nível europeu e que, juntos, já se provaram muito fortes. As quartas de final da última Euro são a maior prova disso, assim como o 2 a 1 contra a Espanha, em setembro, pela Nations - quando venceu com dois gols de bola parada e resistiu à pressão espanhola, permanecendo apenas com 26% da posse de bola, mas cedendo somente oito finalizações em toda partida.

Yann Sommer (Borussia Mönchengladbach) é um dos melhores goleiros do mundo, apesar de ainda ser dúvida para o Mundial. Manuel Akanji (Manchester City), Fabian Schär (Newcastle) e Nico Elvedi (Borussia Mönchengladbach) oferecem a Yakin ótimas opções para a dupla de zagueiros. Silvan Widmer (Mainz) e Ricardo Rodrigues (Torino) são laterais experientes, acostumado a grandes jogos.

Chama atenção a alta idade de alguns protagonistas, como Remo Freuler (Nottingham Forest, 30), Granit Xhaka (Arsenal, 30) e Xherdan Shaqiri (Chicago Fire, 31). A influência de Xhaka nessa equipe tem sido bastante contestada, mas ele ainda é uma peça importante, apesar de muitos pedirem Denis Zakaria (Chelsea) no meio-campo titular.

Já no ataque a média de idade baixa bastante com Breel Embolo (Monaco, 25) como primeira opção para o centro, além de Djibril Sow (Eintracht Frankfurt, 25) para a posição atrás do centroavante e Ruben Vargas (Augsburg, 24) para velocidade e juventude pelo lado do campo; sem falar no jovem Noah Okafor (22), do Red Bull Salzburg.

Na prática, a Suíça é uma equipe altamente competitiva, resistente e capaz de superar qualquer grande adversário. Não entrará como favorita diante desses rivais, mas competirá do início ao fim. Acima de tudo pela força média que ela representa no atual cenário europeu, assim como a Sérvia. Dos 26 convocados, 18 atuam nas cinco grandes ligas do continente.

CAMARÕES: surpresa e indefinições

Dois dos maiores nomes da história do futebol camaronês estão à frente da seleção. O técnico é Rigobert Song, recordista de jogos pela seleção (137) e presente nas Copas de 1994, 98, 2002 e 2010. Acima dele, na presidência da federação camaronesa, o maior artilheiro da seleção com 56 gols, Samuel Eto'o. No entanto, as perspectivas não são positivas.

Camarões garantiu a vaga de maneira supreendente diante da forte Argélia nos playoffs africanos já com Song no comando, escolhido por Eto'o para substituir o demitido treinador português Toni Conceição. São apenas oito jogos da equipe sob o comando do novo técnico, que vive efetivamente a primeira experiência no cargo principal de uma comissão técnica; três vitórias, um empate e quatro derrotas, contando partidas oficiais e amistosos - onde os principais jogadores foram poupados.

Assim, não há claramente um plano tático bem definido e executado de longa data. Pelo contrário, nesse período curto da equipe com Rigobert Song pelo menos três variações já foram utilizadas. No Mundial do Catar o mais provável é que as opções fiquem entre o 4-3-3 e o 4-4-2, e nestes casos as dúvidas pairam sobre o ataque.

Há dois centroavantes potencialmente titulares no grupo: Vincent Aboubakar, de 30 anos, atualmente no Al-Nassr, da Arábia Saudita, e Eric Maxim Choupo-Moting, três anos mais velho e jogador do Bayern. Ambos podem formar uma dupla de ataque ou, como aconteceu muitas vezes nos últimos meses, antes até da chegada de Song, o atacante mais experiente poderia começar no banco. Só que essa última opção é bastante improvável, dado o momento de Choupo-Moting pelo clube bávaro: foram dez gols e três assistências nos últimos dez jogos antes da pausa para a Copa.

Aboubakar, no futebol saudita, ocasionalmente ajuda pelo lado do campo, mas não é sua posição natural. Além disso, Camarões conta com Karl Toko Ekambi, do Lyon, excelente opção de um-contra-um e velocidade, e o "reforço" Bryan Mbeumo, do Brentford, que nasceu na França e começou a ser convocado neste ano - seu pai é de Douala, capital camaronesa.

No meio-campo, com dois ou três jogadores na faixa central, um deles será André-Frank Zambo Anguissa, um dos destaques do Napoli; assim como no gol o titular será André Onana, da Internazionale. Além deles, pelo espaço que conquistou na equipe, vale mencionar Samuel Gouet, meio-campista de 24 anos, que defende o Mechelem (Bélgica) e é o jogador de maior capacidade defensiva no setor.

Na prática, Camarões possui a seleção mais fraca do Grupo G, mas que já esteve em momento pior. A evolução individual de alguns dos seus atletas na temporada europeia indica maior confiança, mas nada que altere a condição técnica da equipe. Se uma campanha como a de 1990 é absolutamente improvável, os Leões Indomáveis buscarão ao menos encerrar a série de sete derrotas seguidas em Mundiais. A última vitória da seleção camaronesa em uma Copa do Mundo aconteceu em 2002, 1 a 0 contra a Arábia Saudita, gol de Samuel Eto'o.

[VIDEO] Copa do Mundo: Brasil enfrenta Sérvia, Suíça e Camarões na fase de grupos! Conheça os astros dessas seleções

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Pouco exigido, Real Madrid cumpriu seu papel na fase de grupos da Champions e aguarda os maiores desafios

Gustavo Hofman
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O plano inicial de jogo do Celtic foi audacioso. Ange Postecoglu subiu seu time e pressionou a saída de bola madridista no 4-2-4 e incomodou nos minutos iniciais. Bastou uma falha, um pênalti bobo e o Real Madrid já estava à frente no placar com seis minutos. Pouco depois, outra penalidade máxima, e os donos da casa venciam por 2 a 0 com facilidade em menos de 30 minutos.

Esse início foi uma boa síntese da fase de grupos disputada pelo Real Madrid. Pouca exigência, sem grandes atuações e classificação tranquila para as oitavas de final. Mesmo nesse cenário, a equipe de Carlo Ancelotti não terminou invicta, graças à derrota na Alemanha para o RB Leipzig. Justamente por essa atuação ruim, chegou na última partida no Santiago Bernabéu precisando da vitória para confirmar a primeira posição do Grupo F.

Vini Jr marcou um dos gols do Real na vitória por 5 a 1 sobre o Celtic na Champions League
Vini Jr marcou um dos gols do Real na vitória por 5 a 1 sobre o Celtic na Champions League PIERRE-PHILIPPE MARCOU/AFP via Getty Ima

As vitórias nos três jogos iniciais deixaram o time em uma situação bastante confortável, inclusive pelo bom nível apresentado diante de adversários claramente inferiores. Mesmo no 2 a 1 contra o Shakhtar, em Madrid, placar mais apertado do turno, o Real foi muito superior e deveria ter goleado, não fossem as muitas oportunidades perdidas. No returno, contra ucranianos e alemães, a mobilização foi claramente menor, o que gerou gerou atuações abaixo do potencial técnico do time.

Mais uma vez a partida contra o Celtic, nesta quarta-feira à noite na capital espanhola, serve de paralelo para análise. Ao cometer o terceiro pênalti do jogo, Ferland Mendy ofereceu aos escoceses a possibilidade de equilibrarem novamente o confronto, diante da passividade ofensiva madridrista. Thibaut Courtois evitou que a teoria se tornasse realidade, ao defender a cobrança de Josip Juranovic. Já no segundo tempo, a intensidade aumentou e, consequentemente, o placar diante de um abalado e desmotivado adversário. A goleada de 5 a 1 explica bem a diferença entre os campeões nacionais de Espanha e Escócia.

O que se viu até aqui na Champions League foi o atual campeão jogando apenas o suficiente para avançar. Na temporada, as melhores atuações vieram em LaLiga contra Barcelona e Atlético de Madrid; confrontos que exigiram mobilização muito maior de todos. Por outro lado, essa situação permitiu a Carlo Ancelotti, também na competição continental, rodar mais o elenco, como ele já avisara que faria com maior intensidade nesta temporada. O Real Madrid permanece como um dos favoritos ao título.


         
     

Individualmente, Vinicius Júnior com quatro gols e uma assistência e Rodrygo com três gols e uma assistência, sendo que o ex-jogador do Santos saiu do banco em três oportunidades, foram os destaques individuais. Luka Modric, muito além dos números (dois gols anotados), foi o líder técnico da equipe, aplaudido de pé pela torcida no Santiago Bernabéu nos três jogos; vale ressaltar o papel extremamente importante de Federico Valverde na equipe, rendendo em alto nível no meio-campo e no ataque. Já Karim Benzema, com problemas físicos, jogou quatro vezes e não apareceu nas estatísticas de gols ou assistências.

Defensivamente foram seis gols sofridos, o que certamente não deixa a comissão técnica de Ancelotti satisfeita. A linha de defesa titular, com Dani Carvajal, Éder Militão, David Alaba e Ferland Mendy foi utilizada de início em três partidas, variando com as entradas de Lucas Vázquez, Nacho e Antonio Rüdiger nas outras três, além do deslocamente de Alaba para a lateral-esquerda. Avaliação positiva para Aurélien Tchouaméni, que se provou à altura da responsabilidade de substituir Casemiro.

O Real Madrid aguarda agora a definição do adversário nas oitavas de final, ciente que os desafios maiores ainda estão por vir em busca da 15ª taça de Champions League. Essa, no entanto, é outra história, com uma Copa do Mundo pelo caminho.

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Pouco exigido, Real Madrid cumpriu seu papel na fase de grupos da Champions e aguarda os maiores desafios

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Difícil de explicar, complicado para entender, fácil de sentir: nada abala o Cholismo

Gustavo Hofman
Gustavo Hofman

Quando os alto-falantes do estádio Cívitas Metropolitano, ainda chamado de Wanda pela torcida do Atlético de Madrid, anunciam as equipes, há um ritual em todas as partidas. Nenhum jogador é mais ovacionado pelo torcedores colchoneros do que o treinador Diego Pablo Simeone. Não foi diferente na noite desta quarta-feira (26) em Madri, quando o Atleti enfrentou o Bayer Leverkusen pela quinta rodada da fase de grupos da Champions League.

Nas arquibancadas, a camisa antiga do clube, da década de 1990, com o número 14 nas costas, ainda é uma das preferidas - e não apenas entre os mais velhos, muitos jovens também levam nas costas o nome Simeone. Quando chegou no clube, em 1994, vindo do Sevilla, o volante Diego Simeone já era uma realidade, atleta da seleção argentina. Tornou-se ídolo, saiu para defender a Inter de Milão em 1997, passou pela Lazio e voltou ao clube em 2003 para ficar por mais dois anos. Já em 2011, quando se destacou como treinador no Racing, a ida para a capital espanhola era inevitável. Foi o início do fenômeno chamado Cholismo e sua simbiose com um clube marcado pela luta.

Passada mais de uma década, dois títulos de LaLiga, uma Copa do Rei, uma Supercopa espanhola, duas Europa Leagues, duas Supercopas europeias e dois vice-campeonatos da Champions, Simeone está no olimpo colchonero. Ele e Luis Aragonés, que dá nome à avenida que chega ao estádio e tem uma estátua à sua frente, são os dois maiores nomes na história do Atlético. Atualmente, clube e treinador se confundem, o que não é necessariamente positivo. A impressão que passa, muitas vezes, pela forma como o Atlético de Madrid age na sociedade, é que o clube se tornou uma extensão das ideias e do comportamento do técnico argentino.

Na beira do campo, Simeone não se limita um minuto sequer à área delimitada para os treinadores; algumas vezes, nem mesmo a linha lateral do gramado. "Joga" com o time e "fala" com a arbitragem o tempo todo. Quando Moussa Diaby recebeu a bola dentro da grande área, após linda troca de passes do Leverkusen, e finalizou para fazer 1 a 0, Simeone imediatamente mirou o árbitro e passou a fazer o gesto do VAR com as mãos. Sabia, no entanto, que seu sistema defensivo fora vazado legalmente.

Cobra-se do treinador um futebol de maior qualidade pelo elenco que possui o Atleti. De 2011 para cá, o clube se transformou em todos aspectos possíveis, passando a figurar entre os grandes orçamentos do continente e tornando-se capaz de fazer contratações bombásticas, como a chegada de João Félix do Benfica por 126 milhões de euros em 2019. É injusta a cobrança por maior variação tática; nos últimos anos, apesar do vencedor e clássico 4-4-2, a equipe variou para 3-5-2 e 3-4-3 com frequência alta. Nem sempre, porém, resultados obtidos com atuações mais ofensivas. O DNA de raça, entrega, dedicação extrema e futebol reativo persiste, assim como as palavras "Coraje y Corazón", montadas na área externa do estádio e ponto de fotos para os torcedores.

A finalização na entrada da grande área de Yannick Carrasco, indefensável para Lucas Hradecky aos 22 minutos, fez com que o Cívitas Metropolitano explodisse em vibração, regido por Simeone com socos no ar e olhos nas arquibancadas. Essa energia está presente o tempo todo nas atitudes do treinador, e sua regência colabora para inflamar os torcedores e transmite, inevitavelmente, um sentimento de luta. Se outrora o Atlético, com todas essas características acima, já foi uma fortaleza defensiva, hoje em dia carece dessa força. Tanto é que ainda no primeiro tempo ficou atrás do placar novamente, ao perder a bola na intermediária e sofrer o segundo gol com Callum Hudson-Odoi aos 29 minutos.

Diego Simeone, técnico do Atlético de Madrid, após empate com o Bayer Leverkusen, pela fase de grupos da Champions League
Diego Simeone, técnico do Atlético de Madrid, após empate com o Bayer Leverkusen, pela fase de grupos da Champions League Berengui/Getty Images

Diante do Leverkusen, precisando vencer para seguir com chances de classificação na Champions, Simeone montou o time no 4-4-2, com dois meio-campistas defensivos - Axel Witsel, que também vem atuando como zagueiro na temporada, e Geoffrey Kondogbia. No intervalo, sacou Mario Hermoso e Ángel Correa e mandou a campo Saúl Ñíguez e Rodrigo de Paul, retomando a linha de cinco ao fazer de Carrasco novamente ala. Funcionou rapidamente, com o segundo gol de empate, desta vez com De Paul logo aos cinco minutos.

A pressão colchonera permaneceu, Matheus Cunha entrou na vaga de Morata, o Atlético perdeu boas oportunidades e até mesmo Simeone passou a pedir calma para seus jogadores, quando Kondogbia isolou a bola em um chute de fora da área aos vinte minutos. A relação de Simeone com os jogadores é outro tema que merece destaque. Há aqueles que o amam e tantos outros que não sentem o mesmo. A ideia de "paizão" no vestiário está longe de ser a mais verossímil possível. João Félix que o diga, ao entrar nesta quarta-feira já quase nos acréscimos.

Mesmo assim, a cada gesto de Simeone para as arquibancadas, o estádio pulsa junto. Há uma conexão quase biológica entre torcida e treinador. O Cholismo é, atualmente, a filosofia mais forte que existe no futebol mundial. Não há nada parecido, e a referência não é necessariamente o tempo de permanência de Simeone no cargo, mas essa relação que se torna de dependência em muito momentos, e que, como citado acima, não é algo exclusivamente bom. Ao mesmo tempo, é uma das principais responsáveis pela transformação do Atleti no continente. O Cholismo é um dogma seguido cegamente pelos colchoneros e não tem data para terminar; as críticas que vêm da imprensa não ecoam nas arquibancadas. Algum dia, naturalmente, Diego Simeone deixará o clube, talvez ao final do atual contrato em 2024, mas permanecerá sempre na história do clube independentemente do que ainda acontecer.

O final desse eletrizante empate em 2 a 2 entre Atlético de Madrid e Bayer Leverkusen ajuda a entender um pouco tudo isso. Escanteio na última jogada, Jan Oblak na grande área, apito final. Muita reclamação em campo de um possível pênalti e a ida de Clément Turpin ao VAR para rever o lance e confirmar a penalidade máxima. Os minutos que se seguiram foram de uma tensão incrível no estádio; os segundos seguintes à defesa de Hradecky na cobrança de Carrasco ainda mais impressionantes, com o cabeceio de Saúl no travessão e o chute de Reinildo desviado pelos jogadores do Leverkusen. Com os jogadores do Atleti desabados no gramado, a torcida cantou e celebrou a entrega de todos. Vibrou por ser Atleti. Drama, emoção, coragem, coração, sem obrigatoriamente o resultado desejado... Cholismo.

No próximo sábado (29), já há compromisso por LaLiga, contra o Cádiz na Andalucía, com transmissão ao vivo pela ESPN no Star+ a partir das 11h30. Na semana que vem, o Atlético brigará apenas por uma vaga nos playoffs da Europa League. Nada, porém, que abale o Cholismo, algo difícil de explicar, não tão simples de compreender, mas fácil de sentir. "Há duas maneiras de continuar: ser uma vítima  ou seguir trabalhando. Estou na segunda parte", sintetizou Diego Pablo Simeone após a partida, que garantiu ainda ser o dia mais duro em sua trajetória no Atleti depois das derrotas nas finais da Champions. "Quando lhe tiram coisas na vida, surgem outras. Vamos por essas outras."

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Prováveis escalações, duelos táticos, lembranças recentes: El Clásico #250

Gustavo Hofman
Gustavo Hofman

Antes do 4 a 0 para o Barcelona no último El Clásico da temporada passada, o Real Madrid vinha com seis partidas de invencibilidade no duelo e cinco vitórias seguidas - maior marca desde as sete conquistadas entre 1962 e 65. Foi uma atuação soberba dos comandados de Xavi e a pior madridista em 2021-22.

Depois disso, o Real Madrid ganhou LaLiga, Champions League e Supercopa europeia. Não contratou Kylian Mbappé, como esperado, mas fechou com Aurélien Tchouaméni que se provou um enorme acerto, ainda mais com a inesperada saída de Casemiro. O Barcelona fez uma janela de contratações excelente, após ativar algumas alavancas econômicas e equilibras suas finanças, ao menos temporariamente, para poder contratar. Robert Lewandowski brilha até aqui, Raphinha já se encaixou, mas o time ainda não.

Estádio Santiago Bernabéu, em obras, será o palco do clássico 250 entre Real Madrid e Barcelona
Estádio Santiago Bernabéu, em obras, será o palco do clássico 250 entre Real Madrid e Barcelona Real Madrid

Esta será a primeira vez desde 18 de dezembro de 2019 que os dois rivais chegam para El Clásico empatados na liderança - vantagem culé é no saldo de gols. O próprio Barça não liderava LaLiga desde junho de 2020. Para o clássico de número 250 entre os clube, com vantagem madridista na história (100 vitórias contra 97 do rival), o momento dos dois já foi melhor na atual temporada mesmo.

O Real Madrid perdeu o 100% de aproveitamento, mas permanece invicto. Nos últimos quatro jogos, empates com Osasuna no Santiago Bernabéu e com o Shakhtar Donetsk em Varsóvia, além de vitórias simples contra o próprio Shakhtar (2x1) e o Getafe (1x0). O Barcelona sofreu duro baque nas duas últimas semanas ao perder para a Inter de Milão por 1 a 0 em Milão e empatar em 3 a 3 no Camp Nou, praticamente o eliminando da Champions League. Em LaLiga, bateu Mallorca e Celta com triunfos de 1 a 0; de qualquer modo, com Xavi, são 18 jogos de invencibilidade como visitante no Campeonato Espanhol e uma campanha no geral de apenas um gol sofrido.

Thibaut Courtois, ainda com dores nas costas, desfalcará o Real Madrid. Assim, Andriy Lunin permanece no gol madridista e fará sua estreia no clássico. Os dois últimos goleiros merengues estreantes contra o Barcelona não possuem boas lembranças... Keylor Navas em 2015 levou 4 a 0 e o próprio Courtois, em 2018, sofreu com um 5 a 1. Não há, no entanto, dúvidas sobre a escalação do goleiro ucraniano, diferentemente de outras posições.

A linha de defesa mais provável é Dani Carvajal, Éder Militão, David Alaba e Ferland Mendy no 4-3-3. É possível, porém, que Antonio Rüdiger, que atuará com uma máscara especial por conta do corte sofrido na testa contra o Shakhtar, comece jogando; isso pode deslocar Alaba para a lateral-esquerda. As dúvidas maiores, no entanto, estão na do meio-campo para frente, já que Federico Valverde e Rodrygo vivem fases excepcionais, mas a tendência é que Ancelotti coloque Tchouaméni com Luka Modric e Toni Kroos no setor. Assim, o uruguaio e o brasileiro disputam a vaga no lado direito do ataque, que já conta com Karim Benzema centralizado e Vinicius Júnior pela esquerda. Rodrygo saindo do banco no segundo tempo é o mais provável.

Na coletiva, Ancelotti, perguntado se inventaria algo para o clássico deste domingo, brincou lembrando o que aconteceu no 4 a 0 do Bernabéu em março deste ano, quando Modric foi escalado como falso nove. "Está claro que na temporada passada quis inventar algo e levei uma surra".

Já o Barça tem mais problemas (Ronald Araújo, Andreas Christensen, Héctor Bellerín e Memphis), mas ao menos uma ótima notícia: o retorno de Jules Koundé. O defensor francês, ex-Sevilla, mais provavelmente será escalado na lateral-direita para bater de frente com Vinicius Júnior, mas pode aparecer como zagueiro também, deixando a complicada missão para Sergi Roberto. Eric García, Marcos Alonso e Alejandro Balde completam a linha de fesa com Koundé pela direita, na formação mais provável.

No meio-campo, Frenkie de Jong permanece no banco e Sergio Busquets no time titular, com Pedri e Gavi dentro da clássica ideia do 4-3-3 barcelonista. O início excepcional de Robert Lewandowski com a camisa culé também merece destaque - em LaLiga, são nove gols em oito jogos; Benzema está com apenas três em cinco partidas.

Na prática, é natural analisar o clássico com favoritismo madridista. Nada muito destacado, mas algo baseado nas campanhas, no que esses times já conquistaram e produziram. Vale também a revanche da goleada recente sofrida pelo Real Madrid e a recuperação da confiança para o Barcelona após a péssima campanha na Champions até aqui. 

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Maior jejum da MLS, concorrência com o futebol americano e dirigente brasileiro: como o FC Dallas vai em busca do inédito título nos EUA

Gustavo Hofman
Gustavo Hofman

Dez clubes disputaram a temporada inaugural da Major League Soccer em 1996. Três jamais ficaram com o título da competição e, destes, somente dois estão classificados para os playoffs que começam neste final de semana. O New England Revolution é quem ficou de fora da festa do futebol nos Estados Unidos; enquanto isso, FC Dallas, ex-Dallas Burn, e New York Red Bulls, antigo NY/NJ MetroStars, tentarão dar fim ao jejum de 26 anos sem a MLS Cup. Entre tantas diferenças existentes nos modelos de gestão das duas franquias, uma das principais está no comando (brasileiro) do futebol.

André Zanotta, de 42 anos, chegou ao Dallas em janeiro de 2019 e assumiu o cargo de Diretor Técnico, após passagens por Grêmio, Sport e Santos, onde sobreviveu a três trocas de presidente. Advogado de formação, sempre quis atuar no ramo esportivo e, após cursar o FIFA Master, ingressou no Atlante, do México; posteriormente, trabalhou na Traffic já no Brasil. Hoje em dia é ele quem toma as principais decisões envolvendo contratações, dispensas e todo planejamento do departamento de futebol. O contato inicial foi feito por um dirigente do Dallas, que o conhecia dos tempos de Traffic, na época em que André estava no Grêmio e negociava o zagueiro Bressan com a equipe norte-americana.

André Zanotta é o diretor Técnico do FC Dallas
André Zanotta é o diretor Técnico do FC Dallas Divulgação

"Há um bom mercado para sul-americanos e europeus, buscam profissionais especializados, já que o futebol aqui não tem a mesma popularidade de outros países. Por mais que o futebol tenha crescido muito nos Estados Unidos, graças à MLS. Contratam pessoas que possuem conhecimentos de grandes centros onde o futebol é muito forte, para levar experiência e cultura para dentro dos clubes", conta André Zanotta, que não é o único dirigente brasileiro atuando na MLS. A liga já teve um proprietário de franquia, Flávio Augusto da Silva, oriundo do Brasil e que em 2021 vendeu o Orlando City. Na equipe, de qualquer modo, continuam Luis Muzzi, Gerente Geral, e Ricardo Moreira, Diretor Técnico. Há outros exemplos, em cargos variados também, como Bruno Paschoalini, que coordena toda estrutura da Academia do Charlotte FC.

Uma das principais mudanças que o dirigente brasileiro sentiu na mudança para a MLS foi a ausência da política nos bastidores das equipes. O FC Dallas pertence à Hunt Sports Group, que também é proprietária do Kansas City Chiefs na NFL. "A gente acaba, no Brasil, ficando acostumado à quase irracionalidade da pressão política externa e do ambiente tão carregado. Aqui são dois donos, há uma linha de trabalho definida há muitos anos e eu tenho que me adaptar a isso", afirma André. Além disso, há também várias particularidades que tornam a MLS uma liga muito diferente de tantas tradicionais mundo afora - como o Draft, as possibilidades de trocas sem consentimento dos jogadores e os limites salariais.

Luta nos playoffs

O Dallas foi o terceiro colocado na Conferência Oeste nesta temporada. A equipe do técnico espanhol Nico Estévez enfrentará o Minnesota United na primeira rodada dos playoffs, em jogo único, nesta segunda-feira no Toyota Stadium, localizado em Frisco, região de Dallas. O estádio, inaugurado em 2005 e com capacidade total para 20.050 torcedores, é totalmente dedicado ao futebol e em 2022 teve média de 16.469 nos jogos do Dallas pela MLS. Para o jogo contra o Minnesota, não há dúvidas que a casa estará cheia, mas a tarefa da diretoria do Dallas é complicada na região, onde o futebol americano é a maior paixão.

"A maior parte da temmporada da MLS não coincide com a NFL, mas agora que começou, ajustamos nossos horários de jogos para não baterem com o Dallas Cowboys, um dos times mais populares do país. Além disso, o esporte universitário aqui é muito forte. Aqui dentro do Dallas mesmo, em pesquisas, quando perguntamos qual é o seu time favorito, respondem Texas A&M, que á e universidade. Esses jogos de futebol americano universitário levam mais de 100 mil pessoas para o estádio". O ponto positivo da relação com as outras equipes da cidade é a inteação e a própria "troca" de torcedores. Nas redes sociais, é comum os Cowboys, os Mavericks na NBA, os Stars na NHL ou o Texas Rangers na MLB.

Além disso, há ainda o relacionamento com a enorme presença de latinos no estado. "Estar no Texas é um diferencial competivivo muito grande para nós. A cultura de futebol aqui, por causa da comunidade latina, é muito forte. Temos escolinhas de seis a 14 anos com quase quatro mil alunos. Encontramos talentos bem mais fácil do que times em outras regiões dos Estados Unidos. Flórida e Califórnia são regiões parecidas nesse sentido".

Intercâmbio entre FC Dallas e Dallas Stars
Intercâmbio entre FC Dallas e Dallas Stars Divulgação

Perfil da liga

Por muito tempo a Major League Soccer investiu em estrelas com idade mais avançada. Isso mudou há alguns anos, principalmente com o Atlanta United buscando jovens talentos na América do Sul, casos de Miguel Almirón (hoje no Newcastle), Ezequiel Barco (emprestado agora ao River Plate) e Pity Martínez (negociado com o Al Nassr-SAU). Alguns veteranos ainda chegam, casos recentes de Gareth Bale e Giorgio Chiellini no LAFC, time de melhor campanha na temporada regular em 2022, mas não é mais a regra. "Esse é um fator muito importante no crescimento da MLS. A liga foi vista por muito tempo, e ainda é um pouco, como a liga onde os jogadores vão para se aposentar. Muitos jogadores ainda enxergam assim. Eu mesmo recebo mensagens com bastante frequência de jogadores veteranos pedindo uma oportunidade para vir para cá. Vejo uma mudança no comportamento dos agentes também, que veem a liga como um bom degrau antes de dar um salto para a Europa", diz André Zanotta, que lembra a qualidade de vida oferecida pelos Estados Unidos como outro diferencial.

O atual campeão, New York City, terceiro colocado na Conferência Leste neste ano e que enfrentará o Inter Miami na primeira rodada dos playoffs, possui alguns jovens brasileiros. Gabriel Pereira, de 21 anos, ex-Corinthians, estreou pelo clube com oito gols e três assistências em sua temporada inaugural. Talles Magno, ex-Vasco, de 20 anos e desde 2021 no clube, foi um dos destaques do time com sete gols e oito assistências. Nenhum, no entanto, brilhou mais do que Brenner, 22 anos, ex-São Paulo, que marcou 18 gols pelo Cincinnati, além de seis assistências, e é a principal arma de seu time contra o New York Red Bulls nos playoffs.

A missão do FC Dallas é muito difícil, já que o time não está entre os favoritos ao título da MLS neste ano - grupo liderado por Philadelphia Union e LAFC. Em 2010 a franquia foi vice-campeã, batida pelo Colorado Rapids na final; já em 2016, quando obteve a melhor campanha na temporada regular, não chegou na decisão. Os playoffs da liga norte-americana são cruéis, com jogos eliminatórios logo na primeira rodada. As semifinais são disputadas em duas partidas, enquanto a decisão volta a ser em um único jogo. "Playoff é um campeonato totalmente à parte, muito cruel. Já vimos surpresas antes na MLS... Estamos com um time forte e os jogadores acreditam muito que é possível. Espero que, na próxima vez que conversarmos, seja com o título", finaliza e deseja André Zanotta.

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Uma aprazível tarde de futebol americano em Londres

Gustavo Hofman
Gustavo Hofman


A fila na imigração foi enorme em Gatwick. Depois de aproximadamente uma hora aguardando, havia chegado minha vez de apresentar o passaporte e entrar no Reino Unido. "Futebol americano", se impressionou o policial ao saber do motivo da minha viagem para Londres. Não que seja algo tão raro assim, afinal, a capital inglesa recebeu neste final de semana, pela 32ª vez nos últimos 15 anos, um jogo de temporada regular da NFL- a sexta no Tottenham Stadium.

A greve de trens em Londres obrigou a todos que usariam o transporte público na noite de sábado a se apressarem, com a noite se aproximando. "Corra, o último trem para Londres parte às 18h10", me alertou uma funcionária. Sinceramente, não imaginava encontrar um ambiente fervoroso de futebol americano na cidade, por mais que a partida envolvesse duas torcidas conhecidas por suas relações calorosas com as equipes, casos de Green Bay Packers e New York Giants. Além disso, a rodada da Premier League aconteceria normalmente, com três jogos justamente no domingo.

O Tottenham Stadium foi palco para o jogo entre Packers e Giants
O Tottenham Stadium foi palco para o jogo entre Packers e Giants NFL

Comecei a mudar de opinião já na estação de trem, ao encontrar torcedores norte-americanos dos Packers. Assim que cheguei na região do meu hotel, no norte de Londres, a expectativa para o dia seguinte já era outra. Dezenas de pessoas caminhavam por Finsbury Park com camisas da NFL, saindo dos bares e prometendo um domingo bastante agitado.

João Castelo Branco me garantiu que dei sorte com o belo final de semana em Londres. Céu limpo e temperaturas relativamente próximas a 20 °C no sol. No caminho para o estádio, como muitas vezes acontece, a tradicional conversa sobre futebol com o motorista de aplicativo; neste caso, por ser um imigrante turco, o papo passou pelos três grandes clubes do país, a relação de Erdogan com o esporte, o título do Trabzonspor e como eu conhecia sobre Adana, sua cidade natal - não há aula de geografia melhor do que o futebol (soccer, para deixar bem claro).

Ao desembarcar nas ruas fechadas ao redor do Tottenham Stadium, quatro horas antes do pontapé inicial, já me sentia em Wisconsin - ao menos acho. Camisas do Aaron Rodgers dos mais variados modelos e tamanhos perambulando, chapéus em formato de queijo cheddar espalhados por cabeças andantes, churrascos sendo preparados, latas de cerveja para todos os lados, muito frango frito e gritos de "Go Pack Go". A torcida do Green Bay Packers havia dominado totalmente o ambiente, com os torcedores dos Giants circulando por ali sem qualquer problema.

O legal de um jogo como esse é que ele não atrai apenas os fãs das duas equipes, mas milhares de apaixonados pela NFL. Camisas de Buffalo Bills, New England Patriots, Tampa Bay Buccaneers, Pittsburgh Steelers, Denver Broncos e Miami Dolphins foram avistadas por este que vos escreve do lado de fora do estádio. Já lá dentro, após excelente almoço que é oferecido na sala de imprensa do Tottenham, a certeza de uma atmosfera incrível. E essa impressão não foi apenas minha, um estreante em jogos de futebol americano, mas dos próprios jogadores.

Depois da vitória dos Giants por 27 a 22, o técnico Brian Daboll e os jogadores dos Giants deixaram claro para os jornalistas presentes na coletiva: imaginavam um ambiente neutro, mas enfrentaram um jogo como visitantes. O running back Saquon Barkley, grande estrela da equipe e responsável por um touchdown e 70 jardas terrestres, foi além ao comparar o que viveu no Tottenham Stadium a um jogo de futebol americano universitário nos Estados Unidos. "A energia estava incrível. Parecia um jogo universitário, para ser completamente honesto. É preciso dar crédito aos torcedores de Green Bay... Não sei se vieram de Green Bay ou se são daqui, é uma base muito grande de torcida e eles compareceram. Para mim foi como jogar em Michigan ou em Ohio State como visitante", lembrando seus tempos de Penn State.

Do outro lado, percepção similar ao ambiente no estádio. "A resposta do público hoje foi incrível, dominando o campo, foi incrível. Ver as diferentes bandeiras de diferentes países foi sensacional. Os torcedores fizeram barulho o tempo todo, foi espetacular", garantiu Aaron Rodgers, que passou para dois touchdowns no primeiro tempo e na segunda etapa foi anulado pela defesa dos Giants. E todos nas arquibancadas, com vitória ou derrota, viveram o clima do "American Football".

Na prática, é realmente incrível como um jogo de uma modalidade esportiva que é praticada em alto nível somente em um país, leve 61.024 torcedores a um estádio de futebol no norte de Londres em um ensolarado domingo de outono. Só não surpreende quem conhece a seriedade do trabalho feito pela NFL a preocupação com os fãs, o cuidado com a internacionalização da marca e, claro, como é legal o jogo de futebol americano. Mesmo sem o Buffalo Bills em campo. #BillsMafia

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Rodrygo e Vinicius Jr. são os jogadores mais decisivos do Real Madrid na temporada

Gustavo Hofman
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Karim Benzema ganhará a Bola de Ouro com justiça. Nesta temporada, ainda não repetiu o nível apresentado nos últimos meses, e isso possibilitou a seus companheiros de ataque que assumissem o protagonismo na equipe. Rodrygo e Vinicius Júnior se tornaram os jogadores mais decisivos do Real Madrid.

Nesta quarta-feira, diante do Shakhtar Donetsk, os merengues cansaram de desperdiçar oportunidades. Antes disso, porém, Rodrygo fez 1 a 0 e depois deu a assistência para Vini ampliar. A enorme quantidade de erros nas finalizações foi castigada com o belo gol marcado por Oleksandr Zubkov, ainda no primeiro tempo. No final das contas, o papel decisivo de Rodrygo foi novamente preponderante.

Gols, assistências e 'bailes': Vinicius Jr. começa temporada pelo Real Madrid em grande estilo novamente          

     

O ex-atacante do Santos disputou 587 minutos em nove partidas em toda temporada- perdeu as duas em LaLiga por um problema muscular. São quatro gols e três assistências; destas sete participações diretas em gol, cinco foram decisivas para a vitória do Real Madrid.

O que são considerados gols decisivos? Qualquer um que coloque o time em vantagem ou empate o jogo. Alguns casos: abertura de placar, gol da virada ou gol que determine uma vitória. Se já está vencendo, por exemplo, por 2 a 0 e amplia o marcador, esse gol não entra na categoria de decisivos.

Abaixo, a descrição de cada um desses momentos com Rodrygo na atual temporada.

Real Madrid 2x1 Shakhtar Donetsk
Champions League, 04/out
Gol que abre o placar contra o Shakhtar

Espanyol 1x3 Real Madrid
LaLiga, 28/ago
Assistência para o gol de Benzema contra o Espanyol, aos 43'/2T, com o jogo empatado

Real Madrid 2x1 Betis
LaLiga, 03/set
Gol da vitória marcado aos 20'/2T, com a partida empatada

Real Madrid 4x1 Mallorca
LaLiga, 11/set
Assistência para o segundo gol, marcado por Vini Jr, com a partida empatada

Atlético de Madrid 1x2 Real Madrid
LaLiga, 18/set
Primeiro gol madridista no dérbi

Nos números totais, Rodrygo tem uma participação direta em gol, decisivo ou não, a cada 84 minutos na temporada 2022-23. É justamente o perfil decisivo que o atacante possui, no mais alto nível de futebol internacional, que encanta a comissão técnica da seleção brasileira, além da versatilidade de poder atuar nas três posições de ataque.

O gol contra o Mallorca, já com 2 a 1 no placar, e a assistência para Vinicius diante do Shakhtar, com 1 a 0 no marcador, não figuram como momentos decisivos. Além disso, passou em branco contra o Osasuna em LaLiga, o Eintracht Frankfurt pela Supercopa europeia, saindo do banco, assim como diante do Celtic, pela Champions. Já contra o RB Leipzig, vale ressaltar, atuou como atacante central, substituindo Benzema - também não contribuiu diretamente para gol.

Vinicius não fica atrás do companheiro de seleção brasileira, pelo contrário: o ex-jogador do Flamengo é o grande protagonista da temporada merengue com sete gols e quatro assistências nos 11 jogos oficiais disputados até aqui - invicto, assim como o time. No quesito participação direta em momentos decisivos, são cinco gols e uma assistência, todos elencados abaixo.

Espanyol 1x3 Real Madrid
LaLiga, 28/ago
Gol que abre o placar

Real Madrid 2x1 Betis
LaLiga, 03/set
Gol que abre o placar

Celtic 0x3 Real Madrid
Champions League, 06/set
Gol que abre o placar

Real Madrid 4x1 Mallorca
LaLiga, 11/set
Gol da virada

Real Madrid 2x0 RB Leipzig
Champions League, 14/set
Assistência para o gol de Valverde, que abre o placar

Real Madrid 1x1 Osasuna
LaLiga, 02/out
Gol que abre o placar

Uma outra dupla, nesse caso mais improvável, também se destaca nos momentos decisivos: David Alaba e Federico Valverde. O austríaco possui um gol e quatro assistências nessas situações, mesmo número de participações diretas que Rodrygo, mas com menos gols marcados. Já o uruguaio contribuiu quatro vezes, com divisão igual entre gols e passes para gols.

Nas coletivas de imprensa, Carlo Ancelotti não se cansa de elogiar a dupla de atacantes brasileiros. Taticamente o Real Madrid, na prática, prioriza os dois e potencializa a capacidade individual de ambos. O time, há muito tempo, é automatizado a jogar pela esquerda com Vinicius. A cada bola recuperada, Toni Kroos, Lula Modric, Éder Militão, tanto faz o jogador, já procuram a ligação rápida com o camisa 20 para explorar sua velocidade e seus dribles.

Já Rodrygo foi muito valorizado pela mudança tática promovida pelo treinador italiano no jogo contra o Shakhtar. O tradicional e vitorioso 4-3-3 foi trocado pelo 4-4-2, com o camisa 21 jogando por dentro, próximo a Benzema - como já acontecera em outros jogos. "Ele tem qualidade para jogar em qualquer posição do ataque", disse Ancelotti após a vitória, explicando também que a mudança ocorreu pela forma como Rodrygo consegue pressionar os zagueiros adversários na saída de bola.

Na prática, Vinicius Júnior e Rodrygo, 22 e 21 anos respectivamente, vivem o melhor momento de suas carreiras.

Rodrygo abriu o placar contra o Shakhtar Donetsk
Rodrygo abriu o placar contra o Shakhtar Donetsk Real Madrid

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Rodrygo e Vinicius Jr. são os jogadores mais decisivos do Real Madrid na temporada

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Seleção brasileira finaliza ciclo de preparação para a Copa em seu melhor momento; poucas dúvidas para a lista final

Gustavo Hofman
Gustavo Hofman

Finalizado o ciclo de preparação para a Copa do Mundo do Qatar, a seleção brasileira chega na competição como uma das principais favoritas ao título. Depois da derrota para a Bélgica, em Kazan, nas quartas de final em 2018, o Brasil disputou 50 jogos e somou 37 vitórias, além de dez empates e três derrotas, com 111 gols marcados e somente 19 sofridos.

Nesse período passou por altos e baixos, conquistou uma Copa América, perdeu outra em casa para a Argentina e joga, neste momento, o melhor futebol desde as eliminatórias para a Rússia. Talento individual de sobra, uma comissão técnica mais experiente em seleção, ótima fase de seus principais jogadores e variações táticas bem encaixadas e estabelecidas. Não à toa, o Brasil é visto internacionalmente como a seleção mais forte do mundo neste momento.

Jogadores brasileiros comemoram um dos gols na vitória sobre a Tunísia
Jogadores brasileiros comemoram um dos gols na vitória sobre a Tunísia Lucas Figueiredo/CBF

Diante da Tunísia, na goleada por 5 a 1, mais uma vez imposição ofensiva e repetição do esquema tático usado no 3 a 0 contra Gana. Confiança em alta e encerramento do ciclo para a Copa no ápice da preparação técnica do time. Poderia ser melhor, caso os comandados de Tite tivessem conseguido testes mais fortes contra seleções europeias também, algo que se tornou praticamente inviável desde a criação da Nations League. Esse é o principal e necessário alerta, já que o favoritismo existe e, como todos bem sabem, não garante título.

O calendário agora é curto. Em 21 de outubro o treinador brasileiro enviará uma lista com 55 nomes para a Fifa. Tite já adiantou que gostaria de divulgá-la, mas ainda não sabe se será possível. Essa lista está pronta, sem maiores dificuldades, já que a comissão técnica sempre trabalhou com pelo menos cinco jogadores por posição. O refinamento maior será obrigatório em 7 de novembro, quando acontecerá a convocação oficial dos 26 atletas escolhidos para estarem no Oriente Médio. Destes, pelo menos 21 estão certos ou bem encaminhados, caso imprevistos não aconteçam nas próximas semanas.

Os três goleiros serão Alisson, Ederson e Weverton. A defesa contará com Danilo, Éder Militão, Marquinhos, Thiago Silva e Alex Sandro. Já o meio-campo está praticamente definido com Casemiro, Fabinho, Fred, Bruno Guimarães, Lucas Paquetá e Philippe Coutinho. Por fim, no ataque, Raphinha, Antony, Richarlison, Neymar, Vini Jr, Rodrygo e Gabriel Jesus vão ocupar sete lugares no avião para o Catar.

Com isso, as disputas abertas pelas cinco últimas vagas são as seguintes:

- 1 zagueiro;
- 1 lateral-direito ou outro zagueiro;
- 1 lateral-esquerdo;
- 1 meio-campista extra;
- 1 atacante central.

O zagueiro Gabriel Magalhães, do Arsenal, ganhou força nos últimos meses para a vaga que seria de Lucas Veríssimo, do Benfica, lesionado seriamente no final da temporada passada. Bremer impressionou positivamente no Campeonato Italiano jogando pelo Torino e a mudança de patamar, indo para a Juventus, reforçou essa análise da comissão técnica. Os dois disputam uma vaga, sem desconsiderar a surpresa que foi Roger Ibañez, da Roma. No entanto, ambos podem ser chamados também.

Pelo momento ruim de Daniel Alves no Pumas, do México, a seleção testou nesta última Data FIFA a possibilidade de contar com Militão como opção para a reserva de Danilo, titular absoluto na lateral-direira. Emerson Royal, do Tottenham, que poderia ser opção, tem mínimas chances. Caso o veterano jogador de 39 anos fique fora, cinco zagueiros seriam levados.

No outro lado da defesa, Tite deixou evidente que Alex Telles está à frente de Renan Lodi na disputa direta entre os dois. Enquanto o jogador do Manchester United, emprestado ao Sevilla, jogou 155 dos 180 minutos nos dois amistosos, o companheiro de seleção, emprestado pelo Atlético de Madrid ao Nottingham Forest, entrou em campo na metade do segundo tempo contra os tunisianos, retornando à equipe pela primeira vez após a final da Copa América do ano passado.

Sendo assim, é possível filtrar a lista de defensores em busca de três vagas restantes com Daniel Alves, Gabriel Magalhães, Bremer, Alex Telles e Renan Lodi.

No meio-campo, é improvável que haja surpresas. A ausência de Coutinho nesta última chamada gerou dúvidas, mas pela coerência que Tite apresentou nos últimos cinco anos em suas convocações, o meio-campista do Aston Villa será opção criativa da seleção no banco de reservas. No planejamento da comissão técnica, no entanto, uma das vagas extras com o aumento da lista para 26 será destinada a um meio-campista, e está totalmente indefinida.

Douglas Luiz, também do Aston Villa, já foi esse jogador; Gérson chegou a disputar vaga com Bruno Guimarães, mas atualmente perdeu muito espaço; Danilo, do Palmeiras, era cotado, assim como Arthur, atualmente no Liverpool. Quem se recuperou nos últimos meses foi Éverton Ribeiro, jogador que Tite gosta muito e o convoca desde o início de seu trabalho na seleção. O flamenguista entrou contra os ganeses e está forte na disputa pela vaga extra de meio-campo.

Por fim, a concorrência em alto nível no ataque brasileiro. A imprensa internacional tem destacado a incrível oferta de atletas disponíveis para o setor. Raphinha já soma cinco gols e quatro assistências em 11 jogos pela seleção, números que reafirmam sua condição de titular, mantendo o talentosíssimo Antony no banco. O lado esquerdo tem Vinicius Júnior vivendo o melhor momento da carreira, protagonista do Real Madrid, mas sem a mesma condição de titular absoluto que o colega do Barcelona possui na seleção. Aliás, a chegada dos três jovens atacantes à seleção foi um ponto de virada determinante para a atual condição técnica excelente do time.

Rodrygo oferece à equipe versatilidade para atuar em todas posições do ataque e Gabriel Jesus, definido como "9" no Arsenal, mesmo sem ser chamado agora, tem toda confiança da comissão técnica e atuações de sobra nesta temporada que justificam sua convocação. A primeira opção como centroavante, porém, é indiscutivelmente Richarlison, autor de três gols nos amistosos contra Gana e Tunísia. Sobre Neymar, desnecessário reafirmar seu talento geracional e o foco que tem demonstrado na atual temporada com o Paris Saint-Germain; desembarcará no Catar como um dos melhores jogadores do mundo.

Assim, chegamos à última vaga em disputa praticamente direta entre Pedro, do Flamengo, e Matheus Cunha, do Atlético de Madrid. Roberto Firmino, do Liverpool, lembrado mais uma vez na última lista, esteve lá muito mais por respeito à sua história na equipe e gratidão, apesar da recuperação técnica com o Liverpool neste início de temporada na Inglaterra. Matheus entrou aos 18 minutos do segundo tempo contra Gana e quase marcou. Pedro saiu do banco no intervalo diante da Tunísia e fez o seu primeiro gol com a camisa do Brasil. Até mesmo pelas temporadas dos dois, por mais que disputadas em níveis de competição diferentes, o atacante flamenguista parece estar em vantagem.

Depois da convocação, a seleção brasileira se apresenta em Turim no dia 14 de novembro para cinco dias de treinos, antes da viagem para Doha. A estreia na Copa do Mundo acontece em 24 de novembro, contra a Sérvia, em Lusail.

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Seleção brasileira finaliza ciclo de preparação para a Copa em seu melhor momento; poucas dúvidas para a lista final

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Mais um zagueiro, lateral-esquerda, vaga extra no meio-campo e centroavante: o que está em disputa na seleção

Gustavo Hofman
Gustavo Hofman

Alisson, Éder Militão, Thiago Silva, Marquinhos e Alex Telles; Lucas Paquetá, Casemiro e Neymar; Raphinha, Richarlison e Vinicius Jr. Essa escalação titular, definida para enfrentar Gana nesta sexta-feira, será uma das mais ofensivas do técnico Tite na seleção brasileira.

O amistoso em Le Havre, penúltimo antes da convocação final para a Copa do Mundo, tem aspecto decisivo para alguns jogadores, assim como acontecerá na partida seguinte, diante da Tunísia, em Paris, na próxima terça. São as "observações finais", como uma fonte confirmou para a reportagem da ESPN sobre a importância desses dois derradeiros compromissos.

Treino da seleção brasileira no estádio Océane, em Le Havre
Treino da seleção brasileira no estádio Océane, em Le Havre Lucas Figueiredo/CBF

Há aspectos táticos importantes com esses 11 jogadores. A saída de bola será feita no 3-2, como bem define a comissão técnica, com Militão, Thiago e Marquinhos, tendo Casemiro e Alex Telles à frente na construção média. O lateral do Sevilla trabalhará como construtor nessa fase do jogo, enquanto o zagueiro do Real Madrid formará a base de saída pela direita. Padrão tático da seleção em vários outros jogos.

"Militão tem DNA de lateral", afirmou Tite na coletiva de imprensa, citando também a versatilidade do atleta. Com Carlo Ancelotti, ele não é uma opção para a lateral-direita, apesar de ter jogado nessa posição ao longo da carreira; Nacho é improvisado na posição, por exemplo. A utilização de Militão como lateral pela seleção se deve muito mais à falta de opções do que qualquer outro fator.

Diante do Japão no último amistoso, a partir de 25 minutos do segundo tempo, a equipe, com a entrada de Thiago Silva na vaga de Daniel Alves, jogou desta maneira. Ou seja, é uma opção justamente pela versatilidade do atleta. O titular, porém, é Danilo, mas como a situação de Daniel no Pumas não é a melhor possível, a comissão decidiu fazer esse teste desde o início. "O campo fala", também disse Tite na coletiva, deixando claro que as portas estão abertas para qualquer atleta - incluindo Bremer e Roger Ibañez, estreantes na lista atual, chamados pelo ótimo desempenho em seus clubes, mas também pela possibilidade de levar um zagueiro a mais ao invés do segundo lateral-direito; Gabriel Magalhãs, do Arsenal, também concorre.

Ainda na defesa, a já bem conhecida disputa na lateral-esquerda se tornou direta com a lesão de Guilherme Arana. Alex Telles está à frente de Renan Lodi, sendo que os dois mudaram de clube na última janela de transferências, justamente para obterem mais minutos, de olho no Catar. Sete jogos, uma assistência e 324 minutos para Telles no Sevilla, contando LaLiga e Champions, e três partidas com 249 minutos para Renan na Premier League pelo Nottingham Forest.


Já no meio-campo, a opção de Lucas Paquetá formando o trio com Neymar e Casemiro provoca alteração na fase ofensiva da equipe. Antes, com Fred, o Brasil tinha o quinto jogador da última linha chegando de trás; agora terá o meia do Lyon já entrelinhas sendo esse quinto elemento. Da direita para a esquerda: Raphinha, Paquetá, Richarlison como pivô, Neymar e Vinicius; tendo ainda o lateral, que por características, neste jogo deve ser mais Alex Telles do que Militão, para ser o sexto com o bloco alto. Na fase defensiva, o Brasil vai marcar no 4-4-2, com Paquetá fechando a segunda linha por dentro, ao lado de Casemiro.

Na prática, o ex-jogador de Flamengo, Milan e Lyon repetirá a função que exerceu no 4 a 0 contra o Paraguai, pelas eliminatórias, no Mineirão em 1o de fevereiro. Naquela ocasião, o Brasil teve Paquetá, Fabinho, Philippe Coutinho, Raphinha, Matheus Cunha e Vinicius do meio para frente. A ausência de Coutinho na lista atual despertou dúvidas sobre a presença dele na Copa. Nome frequente com Tite, mesmo quando estava em baixa no Barcelona, o meia-atacante ainda é um nome provável no Catar, assim como Gabriel Jesus, outro que ficou de fora, basicamente pelos mesmos motivos: dar espaço na lista para as observações finais.

Na prática, além da dúvida na nas laterais, há pelo menos duas outras situações de grande indefinição: a vaga extra no meio-campo e o oitavo atacante. Éverton Ribeiro recuperou força com a chamada; Danilo, do Palmeiras, chegou a estar bem cotado; Douglas Luiz, do Aston Villa, já foi um dos favoritos; Arthur, hoje no Liverpool, corre por fora. Enfim, indefinição total. Não está nos planos da comissão técnica, mas não seria surpreendente se nenhum meio-campista a mais fosse chamado e a opção se tornasse um defensor extra.

Já no ataque, dos oito nomes, sete estão bem encaminhados: Raphinha, Antony, Gabriel Jesus, Richarlison, Neymar, Vinicius Jr e Rodrygo. Assim, Matheus Cunha, Roberto Firmino e Pedro disputariam uma única vaga restante.

Matheus, infelizmente, tem sido pouquíssimo utilizado por Diego Simeone no Atlético de Madrid nesta temporada: somente 93 minutos até aqui, divididos entre cinco jogos de LaLiga e um na Champions, ainda sem gol ou assistência. Já o atacante do Liverpool voltou a ser muito importante para sua equipe, tanto é que em oito jogos contando todas competições em 2022-23 soma três gols, três assistências e 489 minutos jogados. Em outro calendário, jogando competições de nível técnico inferior a de seus concorrentes, são 24 gols e dez assistências em 53 partidas (2748 minutos); mais do que os números, o que pesa a favor do flamenguista é seu jogo clássico de centroavante, algo que falta no elenco da seleção.

É importante ressaltar, mais uma vez, o que a comissão técnica sempre deixa claro: as portas estão abertas para qualquer atleta. Naturalmente, a menos de dois meses para a Copa do Mundo e com apenas mais dois amistosos pela frente, todos os possíveis convidados para a festa já estão definidos. Grandes surpresas são improváveis. Falta fechar a lista de 26, o que não será tarefa simples. Os próximos dias serão determinantes.

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Mais um zagueiro, lateral-esquerda, vaga extra no meio-campo e centroavante: o que está em disputa na seleção

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Uma noite normal de Champions ainda é uma noite especial no Bernabéu

Gustavo Hofman
Gustavo Hofman

Chamartín é uma das regiões mais tradicionais de Madri. Valorizada, também, pela presença do mítico estádio Santiago Bernabéu. Nas ruas ao redor da casa madridista, durante a semana, milhares de turistas disputam os ingressos para no museu do clube e gastam muitos euros na lojinha oficial. Durante a semana, também, as obras de modernização do estádio estão a todo vapor, bloqueando as calçadas e impondo um clima de canteiro de obras. Há, no entanto, as noites de Champions, e estas são sempre especiais.

Prédios residenciais e restaurantes, alguns chiques e outros de redes internacionais, dividem espaço nos arredores do Bernabéu. Em dias de jogos, estão sempre lotados. Ao se deslocar um pouco mais para dentro do bairro, as tradicionais lojas de imigrantes chineses ganham a preferência da torcida merengue, que se abastece de bocadillos y cervezas à vontade. Ali há clima de futebol, com festa, homens bêbados se abraçando, cantoria e muita empolgação.

Não foi sequer um jogo especial. Na Alemanha, o RB Leipzig é odiado por praticamente todos rivais, devido a sua ligação com a Red Bull. Os alemães entendem que é um clube artificial, que nada tem a ver com a cultura do país no futebol. Havia pelo menos três centenas de pessoas vestindo vermelho no setor reservado à torcida visitante dentro do estádio, mas mesmo sendo "apenas" um jogo de segunda rodada de Champions contra uma equipe sem história no continente, o clima era diferente. 

Valverde e Vini Jr comemoram gol do Real Madrid contra o Leipzig na Champions
Valverde e Vini Jr comemoram gol do Real Madrid contra o Leipzig na Champions Jose Breton/Pics Action/NurPhoto via Get

A ligação do Real Madrid com a Champions League é algo difícil de explicar. Costumo dizer que, na cultura madridista, o próximo título é sempre o mais importante. A 14a Champions já está na galeria de troféus, exposta para turistas e seus smartphones. A 15a é a atualização no discurso de todo madridista.

Com a oitava escalação diferente no oitavo jogo da temporada, o Real Madrid começou com dificuldades. O Leipzig esteve melhor nos primeiros dez minutos, inclusive com a primeira grande oportunidade. Marcação alta bem encaixada, Vinicius pouco acionado. O Madrid começou a reagir com o próprio Vinicius e um lado direito fortíssimo, com Dani Carvajal, Luka Modric, Federico Valverde e o apoio de Rodrygo. Enquanto a equipe alemã ameaçava nos contra-ataques, com o quarteto ofensivo formado por Emil Forsberg, Dominik Szoboszlai, Chirstopher Nkunku e Timo Werner.

Foi uma semana de polêmicas envolvendo Vini Jr, por conta do jogo contra o Mallorca. Seus dribles e a ira dos jogadores adversários tornaram o jogador brasileiro a principal pauta na imprensa esportiva. Vinicius é amado hoje em dia pela torcida, a cada arrancada com a bola, o Santiago Bernabéu se agita. Mas os primeiros 45 minutos não foram do brasileiro. Nem do Real Madrid. Até pisão na bola do Modric aconteceu. Nkunku perdeu gol no final do primeiro tempo e Werner no início da segunda etapa, ou Thibaut Courtois impediu.

A organização alemã em campo deve ser algo irritante para o torcedor que está ali apenas para esquecer dos problemas diários e torcer pelo seu time do coração. Já para quem gosta de tática, é melhor do que brigadeiro. As famosas duas linhas de quatro jogadores, bem alinhadas, compactas e flutuando perfeitamente para cobrir os espaços são como um filme de Goddard. Dois jogadores à frente, bem coordenados, entre a pressão na bola e o fechamento da linha de passe. Não entendo por que imagens de equipes assim em campo não estão nos grandes museus...

O jogo seguiu muito travado depois do intervalo. A opção com Rodrygo como falso nove não funcionou como diante do Mallorca. Jogo de pouca criatividade do Real Madrid e com enorme dificuldade para criar chances claras. Mesmo assim, em um contexto onde a partida não estava tão agradável, ainda assim é prazeroso demais acompanhar alguns jogadores no estádio. Luka Modric é craque, daqueles talentos que falaremos para sempre. Dono do meio-campo, soberano no gramado castigado do Bernabéu.

Quem impressiona também ali, bem diantes dos seus olhos, é Aurélien Tchouaméni. Não teve grande atuação, como em algumas partidas de LaLiga nesta temporada, mas o substituto de Casemiro no meio-campo merengue tem talento geracional para a posição. Força aliada à técnica como poucas vezes vi em um jogador de futebol. Talvez seja entusiasmo da minha parte, mas é um entusiasmo sincero.

Já ia até me esquecendo da compactação alemã. Para quem gosta de tática, o desespero do Marco Rose na beira do campo, pedindo para seu time subir as linhas de marcação quando rifava a bola do primeiro terço era algo sublime. Admito que fazia o movimento com os braços e as mãos em sintonia com o treinador alemão. De maneira mais tímida e discreta, claro. Também gosto de indicar com os dedos, para ninguém além de mim mesmo, a direção que os passes deveriam seguir no gramado quando as equipes atacam.

Enquanto isso, o jogo travado que já citei algumas vezes continuava. Todo mundo realmente voltou a se agitar só aos 27 minutos, quando Valverde puxou o contra-ataque, acionou Rodrygo, recebeu na grande área, se enrolou e a bola ficou para Vinicius. Peter Gulácsi salvou. Na prática, o Real Madrid melhorou bastante no segundo tempo, tanto é que subiu o seu xG de 0,49 na primeira etapa para 1,34 no final. xG? Sim, é aquela estatística que une ciências exatas e humanas na avaliação de gol a partir da dificuldade de uma finalização.

No final das contas, mesmo uma noite normal de Champions no Bernabéu pode se tornar especial. Basta unir o drible brasileiro de Vinicius Júnior à garra uruguaia de Valverde. União de talentos e gol do Real Madrid aos 35 minutos.

Há mais um detalhe importante para fechar esta crônica de Real Madrid 2x0 RB Leipzig - ainda houve tempo para o gol de Marco Asensio e a estreia de Mariano Díaz na temporada. Se há um clube no mundo que sabe reconhecer o talento e a genialidade de jogadores lendários, esse clube é o Real Madrid. Não sabemos até quando Luka Modric vai jogar ou mesmo se permanecerá na capital espanhola por muito tempo ainda. Por isso, cada jogo é uma oportunidade para assisti-lo e isso precisa ser valorizado. O madridista sabe.

E como em todo grande palco, aplausos de pé fazem parte do espetáculo, e os torcedores do Real Madrid sempre reconhecem a genialidade de Modric.

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Real Madrid 100% com Vinicius como protagonista e Rodrygo em ascensão

Gustavo Hofman
Gustavo Hofman

Vini Jr. brilha de novo, Rodrygo e Valverde anotam golaços, e Real Madrid supera Mallorca; assista


O jogo foi mais difícil do que o placar indica. A goleada do Real Madrid por 4 a 1 contra o Mallorca, neste domingo, no Santiago Bernabéu, manteve a equipe com aproveitamento perfeito na temporada, contando todas competições. São sete vitórias em sete partidas, rodando a equipe e liderança isolada de LaLiga. Coube aos atacantes brasileiros desequilibrarem e definirem a vitória no final de semana.

É bem verdade que o lindo gol marcado por Federico Valverde, um tanque dentro de campo, arrastando todo time adversário com velocidade e força, foi fundamental. Vedat Muriqi fez 1 a 0 para o Mallorca aos 35 minutos, de cabeça, em jogada de bola parada - quinto gol sofrido em cinco jogos, motivo de preocupação madridista neste início de temporada. A bomba chutada pelo uruguaio aos 48 minutos deu mais tranquilidade para a equipe ir para o intervalo com o placar igualado.

Sem Karim Benzema, lesionado e que só volta em outubro, o técnico Carlo Ancelotti optou por Eden Hazard como falso nove. Se no meio de semana, pela Champions contra o Celtic, o atacante belga entrou muito bem, com gol e assistência, desta vez foi mal. O Real Madrid melhorou a partir de 14 minutos da segunda etapa, quando Nacho entra na vaga de Ferland Mendy e Luka Modric em Hazard. Com isso David Alaba é deslocado para a lateral-esquerda e, mais importante, Valverde passa a ser o atacante pela direita, com Rodrygo centralizado e Vinicius mantido na esquerda.

Ancelotti já havia orientado Rodrygo a atuar como atacante por dentro, deixando a amplitude pela direita para Lucas Vázquez (e depois Dani Carvajal). A capacidade do atacante brasileiro de atuar em todas posições do ataque encanta o treinador italiano. Com o ex-jogador do Santos como falso nove, o entendimento e a proximidade com Vini aumentaram demais, e o segundo gol saiu justamente em bela jogada dos dois, já aos 27 minutos. Depois ainda houve tempo para Rodrygo marcar um golaço, driblando três jogadores, e Antonio Rüdiger fazer seu primeiro gol com a camisa merengue.

A temporada do Real Madrid, contando todas competições, tem média de 2,86 gols por jogo com xG de 2,11 - maior eficiência nas finalizações, comparada às oportunidades criadas. São 18,5 finalizações por partida, sendo 40,8% no alvo. A posse de bola média é de 59,7% com aproveitamento alto nos passes: 622,2 por partida, 91% certos. Boa parte desses números ofensivos recaem nos brasileiros.

Vinicius é o protagonista da equipe, não há qualquer dúvida sobre isso. Benzema, que deve ganhar a Bola de Ouro pelo desempenho na temporada passada, antes da lesão não estava atuando em seu melhor nível. Já o ex-atacante do Flamengo tem o melhor início da carreira na Europa, com cinco gols - marcados nas últimas cinco partidas - e duas assistências. A dificuldade na finalização, que era um problema para Vini, faz parte do passado: 3,39 por jogo, 54,2% no alvo e xG de apenas 0,35 por jogo - ou seja, aproveitamento muito alto pela dificuldade das finalizações.

Além disso, Vini participa muito mais do jogo atualmente. São 36,3 passes por partida, 10,03 dribles e 2,12 cruzamentos, fora a contribuição defensiva: uma interceptação e 2,68 recuperações, colaborando com a pressão sobre o adversário. Na prática, o Real Madrid é um time automatizado a jogar com Vinicius Júnior aberto pela esquerda. O que nos leva a imaginar o que poderia ter acontecido caso Kylian Mbappé fosse contratado... Mas essa novela já acabou.

O que voltou a acontecer foram tentativas de intimidação a Vinicius Júnior dentro de campo e questionamentos por parte de alguns jornalistas espanhóis sobre seu comportamento diante dos adversários. Felizmente, Carlo Ancelotti foi muito claro: "Vinicius é um jogador especial. Pela maneira como ele joga, pode às vezes acontecer dos rivais se irritarem, mas todos têm que entender que ele sempre tenta o drible, não importa se sua equipe estiver ganhando ou perdendo. Às vezes, eu entendo que os rivais se irritem um pouco mais do que o normal, mas isso são coisas que acontecem no futebol. Com experiência, ele irá aprendendo pouco a pouco sobre tudo".

Vinicius não tem que mudar em nada seu jeito de jogar. São justamente os dribles em alta velocidade, com incrível habilidade e condução de bola que o tornam especial, um dos melhores atacante do mundo na atualidade. A violência dos adversários precisa ser coibida pela arbitragem. Em uma dessas jogadas, diante do Mallorca, o brasileiro tomou a pancada, caiu no chão, se levantou rapidamente e pediu apoio da torcida, que o aplaudiu efusivamente no Bernabéu. Assim tem que ser, com personalidade e atitude fortes para encarar a situação ao invés de cair na provocação.

Time titular do Real Madrid no 4 a 1 contra o Mallorca, pela quinta rodada de LaLiga
Time titular do Real Madrid no 4 a 1 contra o Mallorca, pela quinta rodada de LaLiga Real Madrid

Já Rodrygo, diferentemente de Vinicius, não esteve em campo em todos os jogos do Real Madrid. Entrou no segundo tempo da Supercopa da UEFA, contra o Eintracht Frankfurt, e jogou por 27 minutos. Depois perdeu as duas primeiras rodadas de LaLiga, por conta de dores musculares, e estreou na temporada 2022-23 apenas na terceira rodada contra o Espanyol, quando entrou aos 13'/2T e foi decisivo: assistência para Benzema colocar o Madrid à frente no placar aos 43 minutos; pouco depois saiu o terceiro gol, que definiu o resultado em 3 a 1. Diante do Betis, a primeira titularidade e o primeiro gol - outra vez decisivo, gol da vitória no 2 a 1.

Ou seja, os dois gols e as duas assistências de Rodrygo na atual temporada de LaLiga foram decisivos para o resultado final das partidas. Analisada a média de participação em gols por minutos do brasileiro na temporada do Campeonato Espanhol, o impacto crescente de Rodrygo fica mais evidente: ele precisa de pouco mais de 56 minutos para contribuir diretamente em um gol do Real Madrid. Defensivamente, contribui ainda mais que Vinicius Júnior em alguns fundamentos, até mesmo pela forma como o time joga: 1,59 interceptações e 3,5 recuperações por jogo.

São números que ajudam a entender o impacto dos dois atacantes brasileiros no Real Madrid atual. Dois jovens com menos de 23 anos, formados no futebol brasileiro e finalizados na Ciudad Deportiva Real Madrid. Dois atacantes da seleção brasileira que, a cada dia, evoluem mais e se tornam mais completos.

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Real Madrid 100% com Vinicius como protagonista e Rodrygo em ascensão

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Real Madrid e suas variações do mesmo tema sem sair do tom

Gustavo Hofman
Gustavo Hofman

Vinicius Júnior foi mais uma vez o destaque do Real Madrid, um time automatizado a jogar com ele. Karim Benzema marcou dois gols e foi decisivo para garantir a vitória por 3 a 1 contra o Espanyol, como visitante, neste domingo; terceira nessas condições em três rodadas. Poderia, portanto, ser apenas mais um jogo no qual os atuais campeões de LaLiga e da Champions superaram um adversário inferior pela maior qualidade, mas há outros pontos que podem ser destacados. Mais ainda, pontos que colaboram para uma análise do ótimo primeiro mês merengue na temporada 2022-23, com quatro vitórias em quatro jogos, somando a Supercopa da UEFA. Em LaLiga, finalmente jogará em casa na próxima rodada, grande confronto com o Betis - o clube pediu para não atuar em Madri no mês de agosto, para acelerar as obras do Santiago Bernabéu.

Como prometido antes mesmo da temporada começar, Carlo Ancelotti está promovendo maior rotação no elenco. O treinador faz sempre questão de ressaltar a necessidade de controlar os minutos de seus jogadores, em uma temporada na qual a Copa do Mundo acontecerá entre novembro e dezembro. Isso fará, por exemplo, com que o Real Madrid tenha uma sequência de cinco jogos a cada três dias em setembro com o início da Champions League, já que também há Data FIFA no final do próximo mês. Diante do Espanyol, a linha de defesa madridista foi totalmente diferente: Lucas Vázquez foi o lateral-direito, com Éder Militão e Antonio Rüdiger como zagueiros, além de David Alaba como lateral pela esquerda.

Time titular do Real Madrid contra o Espanyol, pela terceira rodada de LaLiga
Time titular do Real Madrid contra o Espanyol, pela terceira rodada de LaLiga Real Madrid

O austríaco, ex-jogador do Bayern de Munique, hoje é melhor zagueiro do que lateral; ele mesmo se vê como zagueiro atualmente. Após a vitória contra o Celta, na rodada passada, perguntei a Alaba sobre essa questão e ele fez questão de afirmar que o próprio Ancelotti o tem primariamente como zagueiro. Ou seja, a lateral será uma opção secundária em um elenco que possui Ferland Mendy e ganhou opção de variação com a chegada de Rüdiger. Na partida deste domingo, ocupando a função de lateral, Alaba fechava o lado na fase defensiva e ocupava a faixa central quando o time atacava, deixando a amplitude para Vinicius pela esquerda. Esse posicionamento tem muito mais sentido com suas características atuais e a forma como o time joga. Dessa maneira, ele ajuda na saída de bola e na superioridade numérica no meio-campo, sem deixar de oferecer o jogo apoiado ao atacante brasileiro.

Na direita já é o contrário, com Vázquez ou Dani Carvajal. Federico Valverde é o jogador que fecha por dentro, abrindo o corredor pelo lado direito. Já com Rodrygo, mudam as características e o time fica mais ofensivo. Contra o Espanyol, o ex-atacante do Santos estreou na temporada de LaLiga, após se recuperar de problemas físicos. Entrou extremamente motivado, pedindo a bola o tempo todo, e admitiu após a partida que estava um pouco ansioso. Ajudou a desequilibrar o difícil confronto com o Espanyol ao dar a assistência para Benzema fazer o segundo gol. O mais importante, porém, foi perceber sua movimentação em campo.

Na véspera, Ancelotti já havia elogiado o brasileiro na coletiva de imprensa e afirmado com todas as letras: "é um atacante completo". O treinador italiano escala Rodrygo pela direita, mas entende que pode fazer o lado esquerdo e também substituir o atacante francês pelo centro. Ao entrar, Rodrygo não se limitou ao corredor pela direita; flutuou por dentro, buscando jogo, trocando de posição com Benzema e ocupando o espaço pela esquerda também. Tanto é que o cruzamento para o gol sai pelo lado oposto de sua posição atual. Assim como Vini, Rodrygo também está com a confiança em alta e sabe que está muito próximo de jogar pela primeira vez uma Copa do Mundo.

Tudo parte, taticamente, do 4-3-3, mas com muitas variações. O esquema tático de um time bem organizado, com movimentações treinadas e bem assimiladas pelos atletas é como um organismo vivo, está em constante transformação. O padrão defensivo, por exemplo, é o 4-1-4-1, mas a equipe sabe muito bem se comportar no 4-4-2 na fase defensiva, com Kroos fechando o lado esquerdo, Tchouaméni subindo para se posicionar ao lado de Modric e Valverde aberto na direita pela segunda linha, para deixar Vinicius Júnior à frente com Benzema - na recuperação de bola, a conexão com o brasileiro, quase sempre no 1x1 e com campo para jogar, é imediata. A construção ofensiva, como já citado, também varia com um dos laterais por dentro.

 

LaLiga: Vini Jr. faz mais um, Benzema marca dois, e Real Madrid bate o Espanyol de virada


O novo meio-campo merengue é outro aspecto que precisa ser valorizado. Aurélien Tchouaméni assumiu a responsabilidade de substituir Casemiro e, em dois jogos, foi muito bem. Diante do Celta teve atuação segura, contra o Espanyol foi um dos destaques - inclusive com bela assistência para o gol de Vinicius. O francês alia refinada técnica à enorme força física; na prática, oferece até mais jogo que o ex-companheiro brasileiro, apesar de ser inferior no aspecto defensivo e tático. Com Luka Modric e Toni Kroos, formará o novo trio titular, tendo Eduardo Camavinga como peça fundamental para a rotação. No RCDE Stadium, não foi apenas a entrada de Rodrygo que desequilibrou. Ao substituir Modric por Camavinga aos 13'/2T, Ancelotti recuperou o meio-campo e devolveu o controle da partida, que estava nas mãos do Espanyol desde a volta do intervalo, ao Real Madrid. O jovem francês, de somente 19 anos, impôs ritmo alto em campo e superou facilmente os adversários com velocidade.

Enfim, são variações de um Real Madrid campeão de quase tudo na temporada passada sem sair do tom. Não há qualquer grande inovação tática ou algo similar, mas evolução individual de atletas e encaixe muito bem feito de novas peças.

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Real Madrid e suas variações do mesmo tema sem sair do tom

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O Real Madrid inicia uma nova era sem Casemiro

Gustavo Hofman
Gustavo Hofman

Casemiro não é a primeira e nem será a última lenda a deixar o Real Madrid. De diferentes maneiras, em distintas situações, foram embora do clube nos últimos anos jogadores como Raúl González, Roberto Carlos, Iker Casillas, Cristiano Ronaldo e mais recentemente Marcelo. Todos campeões e ídolos eternos; alguns, inclusive, voltaram e hoje em dia trabalham no clube.

O meio-campista brasileiro vai em busca de um novo desafio profissional. Entende que ganhou tudo que é possível no Santiago Bernabéu e, após mudar de opinião nos últimos dias, optou por aceitar a oferta do Manchester United. A questão financeira não foi determinante, já que receberá um salário pouco maior; é bem verdade que o contrato mais longo se torna muito atraente para um jogador de 30 anos. Com o Real Madrid, Casemiro tinha vínculo até junho de 2025 e na Inglaterra passa a ter contrato até junho de 2026 e opção para mais uma temporada.

Ancelotti revela conversa com Casemiro: 'Sua vontade é de sair do Real Madrid'

          

     


Para o Real Madrid, apesar da excelente e inesperada injeção financeira, é uma enorme perda esportiva. Casemiro não possui substituto natural, como deixou claro Carlo Ancelotti na coletiva de imprensa desta sexta-feira. Aurélien Tchouaméni, de 22 anos, herda a posição, mas não possui as mesmas características - principalmente defensivas. O treinador italiano fez questão de ressaltar Toni Kroos como possibilidade também, já que o alemão atuou nessa função em vários jogos do Real Madrid.

Fato é que o trio histórico, formado por Casemiro, Luka Modric e Kroos, faz parte agora da história madridista. Sem o brasileiro, a nova formação de meio-campo passa a ter características completamente diferentes se Tchouaméni entrar no time ou mesmo o ainda mais jovem Eduardo Camavinga, de 19 anos. Ancelotti conta ainda com Federico Valverde, hoje titular na ponta direita, além de Dani Ceballos, como fez questão de citar na coletiva ao elencar seus seis meio-campistas disponíveis agora.

Ainda há, claro, a possibilidade do Real Madrid buscar uma peça de reposição no mercado. Os representantes de Bruno Guimarães foram procurados, mas o Newcastle impediu qualquer avanço. No entanto, pelas palavras do treinador, que lembrou até mesmo de Andrea Pirlo como primeira peça em seu meio-campo, não haverá reforços ao menos neste momento. Uma variável menos provável, mas não impossível, envolve David Alaba. Na seleção austríaca, o zagueiro/lateral atua no meio-campo. A versatilidade de Alaba é algo conhecido mundialmente, e com a chegada de Antonio Rüdiger, eventualmente Ancelotti pode pensar nessa possibilidade também.

Foram quase dez anos de Real Madrid para Casemiro. Aquele garoto que chegou do São Paulo, com enorme desconfiança do torcedor brasileiro, não se adaptou imediatamente. Passou pelo Castilla, foi emprestado ao Porto e voltou a Madri bem mais maduro. Construiu uma linda história no maior clube do mundo e se despede com cinco Champions Leagues, três Supercopas europeias, três mundiais, quatro LaLigas, uma Copa do Rei e três Supercopas da Espanha. Tornou-se um dos melhores do mundo em sua posição e titular absoluto da seleção brasileira.

O Real Madrid, ciente da dificuldade que terá pela frente, tem a página virada. Casemiro vira a página e dá um passo desafiador na carreira ao deixar o atual campeão da Champions e escolher o maior clube da Inglaterra em enorme crise. Não será uma adaptação fácil à Premier League, onde o jogo tem maior intensidade do que em LaLiga, mas a qualidade do brasileiro e seu QI de jogo são inquestionáveis. Desembarcará em um clube sedento por salvadores da pátria, jogadores que cheguem e resolvam todos os problemas dos últimos anos - algo impossível.

Assim é o livro do futebol, nem sempre de fácil leitura.

Casemiro em aquecimento pelo Real Madrid antes da decisão da Supercopa da Uefa
Casemiro em aquecimento pelo Real Madrid antes da decisão da Supercopa da Uefa David S. Bustamante/Soccrates/Getty Imag

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A Liga das Estrelas está de volta, e com boa briga pelo título

Gustavo Hofman
Gustavo Hofman

Os três favoritos ao título de LaLiga, que volta nesta sexta, estão mais fortes nesta temporada do que na passada. Cada um ao seu estilo, mas com energias e algumas peças renovadas. A começar pelo atual campeão, Real Madrid.

Marcelo, maior vencedor na história madridista, foi embora, assim como Isco e Gareth Bale. Todos jogadores importantes em outras épocas do clube, mas que já não vinham sendo aproveitados com regularidade por Carlo Ancelotti. Chegaram Antonio Rüdiger, sem custo do Chelsea, e o jovem meio-campista francês Aurélien Tchouaméni, ao custo de 80 milhões de euros do Monaco.

Real Madrid foi campeão espanhol pela 35a vez na história na temporada passada
Real Madrid foi campeão espanhol pela 35a vez na história na temporada passada Real Madrid

Rüdiger, no mínimo, aumenta a profundidade do elenco na defesa, já que agora Nacho passa a ser apenas o quarto zagueiro na lista de Ancelotti e não mais a primeira opção no banco. Além disso, quando Benjamin Mendy se ausentar, David Alaba pode ser deslocado para o setor sem drama, já que a defesa permaneceria em alto nível com Rüdiger e Éder Militão. Há também, naturalmente, a opção de jogo com três zagueiros desde o início, algo improvável neste momento, mas que não deixa de ser uma variação tática possível, além de uma arma circunstancial.

O meio-campo histórico formado por Casemiro, Toni Kroos e Luka Modric ganhou uma opção a mais para rotação, com a chegada de Tchouaméni, que passa a ser o principal reserva do brasileiro. Na prática, o Real Madrid tem a reposição de gerações pronta com Tchouaméni (22 anos), Eduardo Camavinga (19) e Federico Valverde (24). O uruguaio, aliás, é um caso a parte, já que ele abre a temporada como titular, assim como terminou a última.

Valverde dá o equilíbrio defensivo necessário para o time manter a automatização de jogo com Vinicius Júnior. Sempre que a equipe recupera a posse de bola, a ligação com o atacante brasileira é quase automática. Assim como a busca de Vini por Karim Benzema para finalizar as jogadas. A dupla ofensiva segue sendo o ponto forte do Real Madrid comandado por Ancelotti.

Dupla 'BenzeVini', Real campeão e mais: o melhor da temporada 21/22 de LaLiga e o que esperar da próxima


Já o Barcelona passa por enorme reformulação. São cinco reforços e a renovação de Ousmane Dembélé, que ainda aguardam serem inscritos em LaLiga, o que deve acontecer até o final de semana - o clube acionou nesta sexta-feira sua quarta alavanca econômica e aguarda o aval final da liga. Os problemas extra-campo persistem e serão tema durante a temporada, pela estratégia arriscada adotada por Joan Laporta. Dentro de campo, porém, Xavi ganhou um dos melhores elencos da Europa.

Jules Koundé e Andreas Christense foram reforços necessários para a defesa, que ainda conta com Gerard Piqué, Ronald Araújo e Eric García. O meio-campo ganhou a força de Franck Késsie e apostará alto em Pedri e Gavi, enquanto a situação de Frenkie de Jong não se define e a chegada de Bernardo Silva não se concretiza. As laterais precisam de avanços ainda, mas Marcos Alonso está muito próximo; na direita, um ponto fraco, com Sergiño Dest e Sergi Roberto, e as opções Araújo ou Koundé.

O ataque culé gera expectativa absurda, já que contratou o atual vencedor do prêmio The Best da FIFA, Robert Lewandowski, e o uniu a Dembélé motivado e em boa forma e o brasileiro Raphinha, nome certo na Copa do Mundo. Xavi tem ainda Pierre-Emerick Aubameyang, Ansu Fati e Ferrán Torres, além de Memphis que é outro com situação indefinida. Enfim, são várias peças que formam um elenco fortíssimo e que a partir de agora precisará se provar como time. Parênteses para outro tópico: a briga pela artilharia da competição será uma atração à parte, com Benzema x Lewandowski.

Na teoria, está evidente que Real Madrid e Barcelona são os dois grandes favoritos ao título, mas o Atlético de Madrid tem potencial para crescer e competir com os dois. Na temporada passada, Diego Simeone ganhou reforços de peso, como Rodrigo de Paul e Antoine Griezmann, que demoraram para encaixar. Nesta, foram duas chegadas, Axel Witsel e Nahuel Molina, e três saída, Sime Vrsaljko, Héctor Herrera e Luis Suárez. Pelo maior adaptação de alguns, crescimento de outros, como Matheus Cunha, o time do Atleti está mais forte.

Simeone seguirá variando taticamente: do 3-4-3 para o 3-5-2 e também o 4-4-2. Além de Matheus, João Félix, Griezmann e Ángel Correa serão os responsáveis por gols. Álvaro Morata também, ao menos por enquanto, e só teremos certeza de sua permanência após 1o de setembro, fechamento do mercado na Espanha. O meio com Koke, Kondogbia, Thomas Lemar, Marcos Llorente e De Paul permanece de alto nível.

Um problema para o Atlético pode ser o que já foi seu ponto forte: a defesa. Não há tantas opções de zagueiros para um time que costuma jogar com três. A torcida espera a contratação de mais um defensor, que se una a Stefan Savic, José María Giménez, Felipe (de contrato renovado) e Mario Hermoso. Reinildo seguirá sendo utilizado como um zagueiro pela esquerda, e na pré-temporada Witsel atuou na posição também. Já as laterais estão bem cuidadas com a chegada de Molina para a direita e a manutenção de Renan Lodi na esquerda, onde brigará com Yannick Carrasco.

O bloco seguinte demonstra o alto nível técnico de LaLiga, principal marca da competição. Sevilla, Betis, Real Sociedad, Athletic Bilbao e Villarreal são times muito bons, que ocupam a mesma prateleira e podem competir com os melhores da Europa. Não vão brigar pelo título, mas protagonizarão bela disputa pelas vagas nos torneios continentais.

O Sevilla, que buscou Isco, livre no mercado, e conseguiu o empréstimo de Alex Telles, no Manchester United, deve ainda se movimentar mais nesta janela de transferência. Monchi, diretor esportivo, tem cerca de 100 milhões de euros para gastar e deve gastá-lo até o último minuto. O Betis buscou o zagueiro Luiz Felipe, ex-Lazio, e manteve a base da forte temporada passada.

A Real Sociedad fez um mercado muito bom, com objetivo de subir mais um degrau e efetivamente brigar por vaga em Champions. Brais Méndez veio do Celta, Takefusa Kubo do Real Madrid e a promessa francesa Mohamed-Ali Cho, de 18 anos, desembarcou do Angers. Seu grande rival, o Athletic, mudou totalmente o comando: novo presidente, Jon Uriarte, e velho novo técnico, Ernesto Valverde. Por fim, o Villarreal terá como novidade o retorno do veterano goleiro Pepe Reina, de 39 anos.

A Liga das Estrelas está de volta, que comece a temporada.

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Curiosidades e muitas informações sobre a temporada 2022-23 de LaLiga

Gustavo Hofman
Gustavo Hofman

Nesta sexta-feira, Osasuna e Sevilla abrem em Pamplona, na região de Navarra, a temporada 2022-23 de LaLiga. O atual campeão, Real Madrid, jogará em Vigo, na Galícia, no domingo, enquanto o Barcelona atua no sábado, em casa, diante do Rayo Vallecano

Desde a temporada 2012-13 LaLiga não tinha um encerramento previsto tão tardio; a última rodada termina em 4 de junho, um domingo. A Copa do Mundo criará uma interrupção entre os dias 10 de novembro e 30 de dezembro. A competição será retomada com a rodada 15 e estão previstos jogos para o Réveillon.

Levante, Alavés e Granada caíram na temporada passada. Estavam há cinco, seis e três anos consecutivos, respectivamente, na primeira divisão. Foram substituídos por Almería, que não jogava na elite há sete temporadas, Valladolid, que ficou apenas um ano fora, e o Girona, vencedor dos playoffs da segunda divisão, de volta à LaLiga depois de três anos.

A nova temporada de LaLiga
A nova temporada de LaLiga ESPN

Abaixo, separamos algumas informações e curiosidades para a temporada que está por começar.

- Muitos times do interior do Brasil costumam vestir verdadeiros abadás, tamanha a quantidade de patrocínios. Na Espanha isso não é comum, mas o Mallorca terá na temporada 2022-23 seis marcas estampadas em seu uniforme.

- Adidas e Nike possuem o maior número de times em LaLiga com seus uniformes, quatro cada uma. Joma, Macron, Castore e Puma têm dois cada; Kelme, Hummel, New Balance e Umbro um cada uma.

- Seis dos 20 times que abrem LaLiga estão com técnicos estrangeiros: Diego Simeone (ARG) no Atlético de Madrid, Eduardo Coudet (ARG) no Celta, Javier Aguirre (MEX) no Mallorca, Manuel Pellegrini (CHI) no Betis, Carlo Ancelotti (ITA) no Real Madrid e Gennaro Gattuso (ITA) no Valencia.

Gattuso comandará uma equipe na Espanha pela primeira vez na carreira
Gattuso comandará uma equipe na Espanha pela primeira vez na carreira Valencia

- Apenas quatro jogadores estrangeiros são os capitães principais de seus times: Djené (TOG) no Getafe, Christian Stuani (URU) no Girona, Óscar Trejo (ARH) no Rayo Vallecano e Karim Benzema (FRA) no Real Madrid.

- A Andalusia e a Comunidade de Madri são as regiões autônomas com mais times em LaLiga: Almería, Cádiz, Sevilla e Betis como representantes andaluses e Atlético de Madrid, Getafe, Rayo Vallecano e Real Madrid na região central do país.

- Na sequência aparecem Catalunha (Barcelona, Girona e Espanyol) e Comunidade Valenciana (Elche, Valencia e Villarreal), País Basco (Athletic Bilbao e Real Sociedad) e por fim Ilhas Baleares (Mallorca), Castilla e León (Valladolid), Galícia (Celta) e Navarra (Osasuna).

- O estádio com maior capacidade na primeira divisão espanhola é o Camp Nou com 99.354 torcedores. Já o Montilivi, também na Catalunha, casa do Girona, é o menor com 11.810.

- Oito dos 20 estádios de LaLiga possuem naming rights. São eles: Cívitas Metropolitano (Atlético de Madrid), Spotify Camp Nou (Barcelona), ABANCA Balaídos (Celta), RCDE Stadium (Espanyol), Visit Mallorca Estadi (Mallorca), Reale Arena (Real Sociedad), Power Horse Stadium (Almería) e Estadio de la Cerámica (Villarreal).

Power Horse Stadium é a casa do Almería, de volta à primeira divisão
Power Horse Stadium é a casa do Almería, de volta à primeira divisão Almería

- A maior distância entre duas cidades na primeira divisão espanhola, em linha reta, é entre Vigo, na Galícia, e Mallorca, nas Ilhas Baleares: 999 km.

- Madrid é a cidade com o maior número de times (três) e, consequentemente, de estádios (também três). É possível chegar na porta de todos - Santiago Bernabéu, Cívitas Metropolitano e Vallecas - através das linhas de metrô da capital espanhola.

- As obras no Santiago Bernabéu continuam e foram intensificadas entre as temporadas. Para conseguir avançar ainda mais, o Real Madrid pediu para jogar em casa apenas na quarta rodada, contra o Betis. Em agosto fará três partidas como visitante (Almería, Celta e Espanyol);

- Os clássicos entre Real Madrid e Barcelona estão previstos para os dias 16 de outubro, pela nona rodada, no Santiago Bernabéu, e em 19 de março, 26a rodada, no Camp Nou.

- Os quatro primeiros colocados se garantem na fase de grupos da Champions League. O quinto entra na fase de grupos da Europa League e o sexto nos playoffs da Conference. O campeão da Copa do Rei também vai para a fase de grupos da Europa League, por isso pode mudar essa ordem ao final do campeonato se estiver entre os seis primeiros colocados.

- Assim como nas últimas temporadas, o primeiro critério de desempate em LaLiga é o confronto direto, considerando também saldo de gols nos confrontos em si (sem gol como visitante).

Joaquín pode se tornar o recordista de jogos em LaLiga
Joaquín pode se tornar o recordista de jogos em LaLiga Betis

- Esta será a 92a temporada de LaLiga. Em 1929, quando começou, eram apenas dez times. Maior número foi entre 1995 e 97 com 22.

- Atual campeão, o Real Madrid possui a maior quantidade de títulos de LaLiga na história com 35, seguido de Barcelona (26) e Atlético de Madrid (11).

- Lionel Messi é o maior artilheiro na história de LaLiga com 474 gols. Entre os jogadores que abrem a atual temporada, Karim Benzema é o mais próximo: nono na lista com 219.

- O histórico goleiro Andoni Zubizarreta é o recordista de jogos em LaLiga com 622. Ele defendeu Athletic Bilbao, Barcelona e Valencia entre 1981 e 98. Porém, Joaquín vem logo na sequência com 600 e pode quebrar a marca nesta temporada pelo Betis.

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Protagonistas, apostas e ídolos: conheça os brasileiros da temporada 2022-23 de LaLiga

Gustavo Hofman
Gustavo Hofman

Oficialmente, são 20 brasileiros relacionados pelos 20 times de LaLiga para a temporada 2022-23 que se inicia na próxima sexta-feira. Nem todos inscritos ainda, como é o caso de Raphinha na complicada situação financeira do Barcelona, mas todos treinando regularmente com seus times. A lista ganhará um veterano reforço nos próximos dias: Diego Costa será novamente jogador do Rayo Vallecano.

Ainda não é oficial, mas o atacante de 33 anos, cujo último clube foi o Atlético Mineiro em 2021, já voltou a morar em Madri e se acertou novamente com o Rayo, onde jogou em 2012. Ele é uma aposta do presidente do clube, Raúl Martín Presa, para oferecer ao técnico Andoni Iraola mais uma opção no ataque que já conta com Radamel Falcao García, com quem Diego atuou no Atlético de Madrid, o francês Randy Nteka e o jovem Sergio Camello, emprestado justamente pelo Atleti.

A primeira partida do Rayo Vallecano será neste sábado, contra o Barcelona, fora de casa. Osasuna e Sevilla abrem a competição na sexta, em Pamplona, na região de Navarra.

Favoritos ao título

Diego Costa se soma a uma lista variada de atletas brasileiros em LaLiga. O já citado Raphinha chegou à Catalunha em condição de super contratação. Aos 25 anos, o gaúcho de Porto Alegre se destacou no Leeds United, recusou proposta do Chelsea e aguardou o Barcelona, como o proprietário do Leeds, Andrea Radrizzani, afirmou.

O troféu Joan Gamper foi uma demonstração de força desse novo Barça e seu poderoso ataque formado por Ousmane Dembélé, Robert Lewandowski e Raphinha, além de Pierre-Emérick Aubameyang, Ansu Fati e Ferrán Torres no banco de reservas. Há confiança no Barça de que todos os reforços serão inscritos a tempo da estreia em LaLiga, apesar da necessidade de negociação de alguns atletas ainda - o goleiro brasileiro Neto foi um dos jogadores já negociados, acertou com o Bournemouth.

No Real Madrid, a esquadra brasileira perdeu um dos mais importantes elementos em toda história merengue. Marcelo, aos 34 anos, deixou o clube como maior campeão (25 títulos) e lenda eterna; ainda não se acertou com outra equipe. Permaneceram em Valdebebas o zagueiro Éder Militão, o meio-campista Casemiro e os atacantes Vinicius Júnior e Rodrygo. Os quatro são nomes prováveis na Copa do Mundo deste ano.

Vinicius Jr. é um dos protagonistas da temporada 2022-23 de LaLiga
Vinicius Jr. é um dos protagonistas da temporada 2022-23 de LaLiga David S. Bustamante/Soccrates/Getty Imag

Militão ganhou forte concorrência na defesa de Carlo Ancelotti com a chegada de Antonio Rüdiger. Casemiro tem agora um jovem e talentoso reserva, Aurélien Tchouaméni. Vini Jr. abre a temporada como protagonista da equipe após marcar 17 gols e dar dez assistências na temporada passada de LaLiga. Rodrygo foi decisivo em vários jogos da Champions League e busca a vaga de titular absoluto do time.

O Atlético de Madrid viveu alguns momentos de incerteza com Renan Lodi, mas uma reunião na semana passada entre os representantes do jogador e a diretoria definiu a permanência do lateral-esquerdo, no clube desde 2019. Ficará no Atleti ao lado do zagueiro Felipe, que renovou contrato por mais um ano, e o atacante Matheus Cunha.

Renan e Felipe devem brigar pela posição de titulares na equipe de Diego Simeone, enquanto Matheus Cunha tem expectativa de já começar jogando após a saída de Luis Suárez e mesmo com a concorrência de Antoine Griezmann e João Félix. A variação tática do 3-5-2 para o 3-4-3 pode favorecer o trio ofensivo colchonero.

Próximos da lista

No pelotão seguinte aos favoritos pelo título, se destacam Betis e Sevilla com atletas brasileiros. As duas equipes da Andaluzia possuem dois e três, respectivamente. O Betis, que já contava com Willian José, se reforçou com o jovem Luiz Henrique, de 21 anos, ex-Fluminense e opção de velocidade para o treinador chileno Manuel Pellegrini. Luiz Felipe, contratado da Lazio, nasceu em Colina, no interior paulista, mas se naturalizou italiano e já defendeu a Azzurra.

No Sevilla, Fernando permanece como uma das lideranças do elenco e agora terá o compatriota Alex Telles ao seu lado, além do zagueiro Marcão, que veio do Galatasaray para substituir Diego Carlos.

Alex Telles chega do Manchester United por empréstimos de uma temporada ao Sevilla
Alex Telles chega do Manchester United por empréstimos de uma temporada ao Sevilla Sevilla

O lateral-esquerdo foi emprestado pelo Manchester United por uma temporada e chega ao Ramón Sánchez-Pizjuán para buscar a minutagem necessária e conseguir boa sequência de jogos para convencer o técnico Tite a levá-lo para o Mundial - Renan Lodi também está nessa disputa. Telles, no entanto, terá concorrência com Marcos Acuña, lateral-esquerdo da seleção argentina.

O Valencia também aumentou seu contingente brasileiro com o empréstimo de Samuel Lino, atacante contratado pelo Atlético de Madrid ao Gil Vicente, de Portugal, e imediatamente repassado aos Ches. Terá ao seu lado no ataque Marcos André, que chegou ao clube na temporada passada procedente do Valladolid, e o experiente zagueiro Gabriel Paulista, que se naturalizou espanhol, mas ainda não foi convocado pela Furia.

Fora do radar principal

Dois jogadores que possuem vínculo com o City Football Group desembarcam em LaLiga nesta temporada. O lateral-direito Yan Couto acertou seu retorno por empréstimo ao Girona, que conquistou o acesso. Yan, formado no Coritiba, tem contrato com o Manchester City, mas vem sendo emprestado consecutivamente há três anos - em 2020-21 atuou na equipe da Catalunha na segunda divisão. O meio-capista Vinicius, cuja base foi no Flamengo, possui vínculo com o Lommel, clube belga integrante do City Football Group, e também chega por empréstimo de uma temporada, mas com o Espanyol.

Kaiky em jogo de pré-temporada com a camisa do Almería
Kaiky em jogo de pré-temporada com a camisa do Almería Almería

Por fim, outro novo membro de LaLiga conta com os últimos brasileiros da competição. O Almería, que já teve o goleiro Diego Alves como ídolo, tem os zagueiros Rodrigo Ely, que chegou em março após passagem pelo Nottingham Forest, e o jovem Kaiky, de 18 anos, comprado do Santos por sete milhões de euros.

Assim que Diego Costa for anunciado pelo Rayo Vallecano, serão 21 jogadores brasileiros espalhados em dez dos 20 times de LaLiga para a temporada 2022-23. Atletas que precisarão honrar a linda história brasileira construída na competição com nomes como Mauro Silva, Ronaldo, Roberto Carlos, Djalminha, Rivaldo, Bebeto, Ronaldinho Gaúcho, Luís Pereira e Evaristo de Macedo

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