Brasil x Argentina, Neymar x Messi: análise da grande final da Copa América
Quando a Copa América começou, o favoritismo era da seleção brasileira. O trabalho de longo prazo de Tite, a invencibilidade, a segurança defensiva, tudo isso fazia do Brasil o time mais forte, indiscutivelmente, da América do Sul. Passadas quatro semanas, a disputa aumentou.
Por mais que muitas pessoas critiquem a forma de jogo do Brasil, a consistência e o equilíbrio dessa equipe permanecem intactos. O que mudou, no entanto, foi a avaliação do rival deste sábado (10), na final da Copa América, em pleno Maracanã. A Argentina é um time, hoje, melhor do que era no início da competição.
São os dois melhores ataques, com 12 gols para o Brasil e 11 para a Argentina - pouco abaixo da média de expected goals (xG) criada pelas equipes: 13,94 para os argentinos e 13,83 para os brasileiros, as duas maiores da competição. Foram os dois times que mais finalizaram (86 e 76, respectivamente) também.
Brasil x Argentina é Neymar x Messi na final: os absurdos números dos dois craques da Copa América; assista
Na posse de bola, Equador (56,8%) e Chile (56,7%) encerram a Copa América nas duas primeiras posições do ranking. Na sequência, vêm Brasil (55%), Paraguai (51,4%) e Argentina (50,9%). No caso argentino, reflexo claro da queda de rendimento do time em segundos tempos. Isso pode ser averiguado por outra estatística também, de passes para o último terço, onde há diferença grande entre os finalistas: 50,59 x 38,01. A Argentina, porém, cruza bem menos bolas na área do que o Brasil. Foram 55 até aqui contra 96 dos brasileiros. Em dribles e ações de 1x1 novamente se igualam, com 226 para Neymar e companhia e 208 para Messi y los compañeros.
Estão também entre as melhores defesas. Brasil e Uruguai sofreram somente dois gols, enquanto a Argentina concedeu um a mais. Duas equipes bem equilibradas na média de idade, balanceando bem jovens e veteranos: 27,7 anos para a Albiceleste e 27,1 para a Canarinho. Em quesitos defensivos ainda, apenas o Uruguai sofreu menos finalizações no total (32), mas também se despediu antes da competição. Foram 36 contra os brasileiros e 44 contra os argentinos no total.
A seleção comandada por Tite pressiona mais o adversário quando não está com a bola do que os jogadores comandados por Lionel Scaloni. A média de PPDA (Passes per Defensive Action), que mede o número de passes do adversário com a posse, foi de 8,54 contra 10,57 dos rivais deste sábado.
Individualmente, esta é a Copa América de Lionel Messi e Neymar. Os dois são os protagonistas da competição em todos aspectos de análise possíveis, inclusive nas estatísticas. São os dois que mais participaram de gols, nove e cinco respectivamente, contando gols e assistências. Além disso, lideram em vários índices como finalizações, dribles e arrancadas.
As estratégias serão extremamente importantes nos dois lados. Tite e Scaloni têm dúvidas e problemas para definir as equipes titulares. Pelo lado brasileiro, sem Gabriel Jesus, ao menos quatro jogadores disputam a vaga. Everton Cebolinha é o favorito, com Everton Ribeiro em segundo lugar. Roberto Firmino aparece com menos chances, assim como Gabigol.
Cebolinha é a opção natural, sem esforço tático. Fecha o lado e ataca o espaço com a bola, além de possibilitar inversões de lado com Richarlison. O meia do Flamengo também faz essa função, mas com características diferentes, por jogar mais por dentro. A entrada de Firmino ou Gabigol demandaria mudança de posicionamento de Lucas Paquetá para o lado, o que parece absolutamente improvável neste momento, pelo bom rendimendo do jogador do Lyon por dentro.
Já a Argentina vai para a decisão deste sábado com dúvidas em mais de uma posição. Cuti Romero segue com um problema no joelho esquerdo e não deve jogar, mantendo assim Germán Pezzela na defesa ao lado de Nicolás Otamendi. Nas duas laterais há disputa: Nahuel Molina é favorito sobre Gonzalo Montiel pela direita e Marco Acuña pode recuperar o lugar que foi de Nicolás Tagliafico contra a Colômbia.
O meio-campo terá Giovani Lo Celso ao lado de Guido Rodríguez, muito provavelmente, com Leandro Paredes sendo a outra opção. O 4-4-2 argentino ainda contará com Rodrigo De Paul pelo lado direito e Nicolás González pela esquerda. Com a bola, a movimentação é grande já que Nico é um atacante pelo lado e De Paul um meia que fecha bastante, além da referência de movimentos ser Messi. A equipe evoluiu e ganhou mais opções, inclusive com Ángel di María saindo do banco de reservas, além de Papu Gómez.
É o maior clássico do futebol sul-americano, um dos maiores do futebol mundial. Se o Brasil está invicto há 13 jogos, a Argentina não perde há 19, segunda maior sequência na história da equipe - fica atrás apenas dos 33 jogos entre 1991 e 93 com Alfio Basile. A última derrota brasileira foi no amistoso de novembro de 2019, 1 a 0 para os argentinos. Assim como o último revés da Argentina foi para o Brasil, na semifinal da Copa América de 2019.
Messi e Neymar não ganharam a Copa do Mundo. O argentino chegou perto em 2014, mas ainda não possui qualquer taça com a seleção principal. O atacante brasileiro ganhou a Copa das Confederações em 2013 e, assim como seu amigo, ainda luta por uma Copa América. Aos 34 anos, Messi não deve ter outra para jogar. Neymar, aos 29, quer o título que não pôde conquistar há dois anos. Será um jogo maravilhoso.
Fonte: Gustavo Hofman
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