Procurador do STJD não vê conflito de interesse por receber ingressos da CBF

Gabriela Moreira, para o ESPN.com.br
Reprodução/ESPN.com.br
Paulo Schmitt, procurador do SJTD, fala durante o julgamento: 'Esqueçam a boa fé'
Paulo Schmitt, procurador-geral do SJTD

Em entrevista à ESPN, o procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, confirmou que recebeu doação de ingressos da CBF para a Copa do Mundo de 2014, mas que não os revendeu. Segundo ele, a entidade criou um sistema para que membros dos tribunais e de federações comprassem entradas para o evento.

"Isso não procede, porque eu cheguei a comprar, inclusive, R$ 17 mil em ingressos na Copa do Mundo, como torcedor normal. Entrei no site, comprei os ingressos por um sistema que a própria CBF facultou a membros de tribunal, membros de federações. Eu adquiri ingressos, eu adquiri, comprei ingressos", disse.

Ele ainda afirmou que "sabia por cima" de que era investigado pela operação Jules Rimet.

Leia abaixo a íntegra da entrevista

Repórter: Doutor, o senhor recebeu ingressos da CBF durante a Copa?
Schmitt: Recebi, sim. Por quê?

Porque eu estou fazendo uma matéria que mostra isso. O senhor não acha que compromete a sua a isenção e autonomia em relação à CBF sendo o Tribunal responsável por denunciar ou deixar de denunciar a instituição tendo recebido os ingressos?
Em nenhum momento deixei de denunciar a instituição quando houve qualquer tipo de cometimento de infração. Eu sou indicado pela CBF, inclusive.

Agora, doutor, as investigações mostram as suspeitas de que o senhor teria revendido os ingressos a partir do recebimento da CBF e o senhor teria revendido. O que o senhor diz a respeito?
Isso não procede, porque eu cheguei a comprar, inclusive, R$ 17 mil em ingressos.

Não entendi.
Diretamente do site. Isso não procede porque eu cheguei a comprar, inclusive, R$ 17 mil em ingressos na Copa do Mundo, como torcedor normal. Entrei no site, comprei os ingressos por um sistema que a própria CBF facultou a membros de tribunal, membros de federações. Eu adquiri ingressos, eu adquiri, comprei ingressos.

A suspeita da polícia era de que você revendia esses ingressos, então não procede e essa é a sua explicação?
Não tem o menor sentido, não tem o menor fundamento. Embasamento algum, zero.

O senhor sabia que estava sendo grampeado durante as investigações da Operação Jules Rimet, doutor?
Não... eu sabia por cima, assim. Alguém falou alguma coisa que tinha uma série de grampos. Fiquei absolutamente tranquilo porque não tenho nada a ver com isso, não faço parte de nenhuma quadrilha de ingressos. A operação se destinava àqueles operadores que faziam venda de ingresso em camarote (inaudível), etc ... E conheço essas pessoas, não tenho nada a ver com isso.

Então só para encerrar: o senhor não acha que há aí um conflito de interesses em o senhor receber estes ingressos...
Não. Todos os membros de tribunais do Brasil inteiro, pelas federações, pelo próprio STJD tiveram acesso aos ingressos...

É, eles foram doados...
Inclusive alguns doados e a maior parte, como no meu caso, né. Alguns doados, especificamente, e a maior parte aqueles que eu adquiri. Na época, acho que foram 17, 16 mil reais que eu adquiri ingressos, porque a gente tinha esse direito franqueado pela CBF.

Ouça escutas que relacionam procurador do STJD a ingressos da CBF na Copa
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