A ausência de Neymar na convocação de Tite para o amistoso do Brasil com a Argentina em Melbourne, no próximo dia 9 de junho, não caiu bem entre os organizadores australianos. As empresas responsáveis pelo jogo creem que a CBF não cumpriu com acordo de levar força máxima para o compromisso.

"Nós estamos decepcionados que Neymar não jogará, já que tínhamos garantias e compromissos que os dois times estariam trazendo seus melhores jogadores disponíveis", disseram os organizadores da "Brazil Global Tour", Geoff Jones, da empresa TEG, e Bart Campbell, da TLA Worldwide.

Antes da convocação de Tite, Neymas já era anunciado como principal atração, ao lado do argentino Lionel Messi, na venda de ingressos para o jogo, com valores que ultrapassam R$ 1.000.

No site oficial responsável pela comercialização de bilhetes da partida entre Brasil e Argentina, o "Ticketek", inclusive, também constava a informação de que "as duas seleções têm o compromisso de trazer seus melhores talentos disponíveis para a Austrália".

Além de Neymar, a venda também destacava que o torcedor veria "as estrelas brasileiras Dani Alves, David Luiz, Fernandinho, Philippe Coutinho e Willian" - o lateral da Juventus também não foi convocado.

"Apesar desta omissão (de Neymar), ainda há uma infinidade de estrelas internacionais orgulhosamente representando suas equipes nacionais em um dos mais antigos e prestigiados clássicos de futebol do mundo, e esperamos que os fãs desfrutem do encontro", acrescentam os organizadores.

O clássico entre Brasil e Argentina já tem ingressos esgotados para diversos setores, mas o valor mais baixo que um fã poderia pagar é de 85 dólares australianos (mais de R$ 200 na cotação atual). Já a quantia mais elevada é de 475 dólares australianos (mais de R$ 1.160).

Já para o jogo do Brasil contra a Austrália, quatro dias depois do clássico, os valores são um pouco mais baixos (entre R$ 60 e R$ 1.010) - na venda, Neymar era igualmente destacado como atração, desta vez ao lado de novamente Coutinho e Marcelo, outro que ficou fora da convocação de Tite.

Sobre a ausência de Neymar, Tite admitiu que consultou o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, antes de tomar a decisão e teve o aval para fazer "o que fosse o melhor para a seleção", já pensando, inclusive, na Copa do Mundo de 2018.

"Sobre a ausência do Neymar, nós nos reunimos - eu, Edu (diretor de seleções), Rogério Caboclo (chefe executivo da CBF) e Marco Polo del Nero (presidente) -,e ele nos colocou da seguinte forma: 'O que é melhor para a seleção brasileira, façam'", explicou.