O São Paulo já tem um culpado pelo empate com o Corinthians no Morumbi, na manhã deste domingo: o árbitro carioca Wagner do Nascimento Magalhães. Os mais incisivos nas reclamações após o clássico válido pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro foram Petros e Rodrigo Caio. Com declarações fortes, a dupla tricolor acusou o juiz de favorecer o time alvinegro com decisões equivocadas em quatro lances do jogo: gol de Militão anulado, pisão de Maycon na mão de Petros, defesa de Cássio após recuo de Pablo e uma eventual falta de Rodriguinho na origem do gol corintiano.
“Lance crucial. 50 bolas como essa por jogo são 50 faltas. É falta e tem que ser apitado. Em outras 50 ele deu falta igual do Pratto. Já joguei lá e sei”, disse Petros na saída de campo, ainda de cabeça quente. Na zona mista, após o banho, Petros negou que tenha dado a entender que haja qualquer favorecimento intenção da arbitragem ao Corinthians, clube por qual jogou entre 2014 e 2015.
“Não, não. Vou falar para vocês. Eu não sou de mandar recado. Foram quatro lances capitais que decidiram o jogo. Isso é o que eu tenho para falar”, continuou, evitando acusar o árbitro de agir de má fé. “Não sei. Eu espero que não. Já joguei contra ele e é um excelente árbitro. Mas todo mundo erra, estou falando pela situação, porque se fosse do outro lado eu sei que iam estar falando também”.
Autor do gol são-paulino, Petros entrou no ônibus do clube ainda inconformado com as decisões do árbitro carioca. Antes de encerrar a entrevista, voltou a tocar no assunto e externar toda sua chateação.
“É um excelente árbitro, mas errou, vocês viram. Não tem o que falar. O gol é claro, o Pratto está parado fora da pequena área. O Cássio sai e tromba com ele. Vamos ser imparcial, vamos analisar de maneira coletiva. Hoje eu vou para casa muito chateado porque isso definiu o jogo”, afirmou.
Outro que adotou um discurso semelhante foi Rodrigo Caio. O zagueiro só discordou de seu companheiro quanto ao lance que envolveu Rodriguinho e Júnior Tavares na origem do gol do Corinthians. Nem por isso poupou Wagner do Nascimento Magalhães e acabou disparando também contra a imprensa.
“Ficou bem claro que quem tirou a nossa vitória não foi o Corinthians, foi a arbitragem. A forma como foi, a gente não pode aceitar. Isso vem acontecendo muito. Aconteceu contra o Coritiba, dentro da nossa casa deram um pênalti em cima do Rildo vergonhoso. Hoje, novamente, anularam um gol da gente em que o Pratto nem se movimentou, ficou parado, o Cássio trombou nele, juiz mais uma vez deu falta. Lance do Júnior Tavares, uma dividida ali, a gente pode até falar que é uma interpretação do árbitro, tudo bem. Outro lance em cima do Petros, o Maycon dá um chute na mão do Petros, com cartão amarelo”, declarou Rodrigo Caio.
“Acho que são decisões que a gente tem que rever. Muitas vezes quando a gente joga contra o Corinthians, a arbitragem entra pressionada, porque a gente vê que a imprensa é toda corintiana, muitas pessoas só falam a favor do Corinthians e eu tenho certeza que o árbitro entra muito pressionado. É triste porque hoje a gente não merecia sair daqui com um empate”, falou.
Apesar de mais descontraído que Petros e Rodrigo Caio, Hernanes não deixou de corroborar com seus companheiros e também disparou contra o árbitro do jogo.
“Vendo depois fica fácil para mim. Eu acredito que no gol do Éder (Militão), que o Cássio trombou com o Pratto, acho que foi mais falta do Cássio do que do Pratto. Ele estava parado, o Cássio se chocou contra ele, não foi falta na minha visão. Depois, tem uma mãozinha, mais uma mãozinha, do Rodriguinho, que dá um toque no Júnior e desloca. O juiz não deu. A gente merecia, acho que a gente jogou bem, fez um grande jogo, mas não foi dessa vez ainda”, disse o capitão, antes de explicar melhor sua declaração sobre a “mãozinha”.
“Tem uma confusão no jogo passado, se bem que a bola já estava entrando, e o Jô foi e empurrou para dentro com a mão e não foi visto. Mais uma vez, aqui, o Rodriguinho deu uma puxadinha com a mão. Então, assim, essas mãozinhas estão favorecendo muito o Corinthians.”
Para Hernanes, a questão da arbitragem não tem relação com incapacidade dos profissionais do apito. “Eu vejo que às vezes é falta de coragem de decidir contra o Corinthians. Não é incompetência, é falta de coragem. Não sei como explicar”.
São-paulinos esbravejam após clássico: 'Quem tirou a nossa vitória não foi o Corinthians, foi a arbitragem'
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