Isolada por torcida, diretoria do Flamengo terá que mudar postura asquerosa
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Tem sido recorrente. A cada semana um novo episódio de insensibilidade, de frieza, de descaso. A maneira como a direção do Flamengo tem lidado com os parentes das vítimas do incêndio no Ninho do Urubu há um ano beira o inacreditável.
E não se trata de discutir valores das indenizações, ainda que algumas das alegadas recusas do clube neste aspecto também chamem atenção diante de seu faturamento e das cifras gastas com contratações de atletas.
Que os gestores de planilha se apeguem apenas a critérios técnicos, burocráticos e jurídicos para conduzir toda e qualquer decisão a respeito de como se comportar em relação a este episódio não surpreende. Assim são os gestores de planilhas. Surpreende, contudo, que não percebam o prejuízo que causam à imagem do clube – e por consequência às suas estimadas planilhas – com cada infeliz decisão tomada.
Fugir de entrevistas e CPIs, por um lado, escancara o quanto Rodolfo Landim e companhia não parecem convictos de estar fazendo o máximo que podem para minimizar a dor daqueles que perderam seus filhos e irmãos. Quem tem certeza que está fazendo o melhor, que está fazendo o correto, não tem medo de perguntas.
Os dirigentes flamenguistas claramente não têm essa certeza e, mais deplorável que isso, parecem crer que quanto menos o assunto for abordado maior será a chance de ser esquecido.
Por outro lado, por mais insensíveis que possam ser os homens que hoje comandam o Flamengo, impressiona como é possível um departamento de comunicação profissional não alertar os insensíveis que não tem cabimento fazer uma missa em homenagem às vítimas e não convidar seus parentes, que não é possível fechar as portas do clube para eles, que dispensar os sobreviventes do incêndio é muito feio e que não dá para começar um vídeo institucional gravado supostamente parar esclarecer questões sobre o tema com a repugnante questão “já é um assunto superado?”.
Quem se superou foram os dirigentes rubro-negros, que demonstram, para tratar de questões humanas, uma aptidão inversamente proporcional àquela que demonstraram no futebol profissional.
A inaptidão foi tamanha que eles estão, enfim, completamente isolados. A manifestação das mais importantes torcidas organizadas do Flamengo escancara isso ao afirmar “não podemos mais nos calar diante de tamanho descaso”. É uma manifestação necessária, essencial e possivelmente será um marco para que a direção rubro-negra perceba o absurdo das decisões que tem tomado.
Porque se você recebe críticas constantes da imprensa, mas tem o apoio de quase 40 milhões de torcedores amplificados pelas redes sociais, maior as chances de acreditar naquilo que deseja acreditar. Quando, porém, você está absolutamente sozinho, não enxergar o óbvio seria de uma teimosia e burrice assombrosas.
Que a torcida do Flamengo mantenha e até amplifique essa postura exemplar, quem sabe com uma salva de aplausos, aos 10 minutos de todos os jogos do time, para homenagear os 10 garotos mortos. Seria uma forma de lembrar aos dirigentes rubro-negros que, por mais que eles desejassem o contrário, essa tragédia jamais será esquecida.
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Fonte: Gian Oddi
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