O melhor elenco de todos os tempos da última semana
O Flamengo tem o melhor elenco do futebol brasileiro. A frase é óbvia, batida, e até meados do segundo semestre de 2020 não sofria qualquer tipo de contestação. Já não é mais assim. Como costuma ocorrer no Brasil toda vez que um grupo de alta qualidade não rende o que dele se esperava, essa qualidade passa a ser questionada.
Até outubro, antes da chegada do português Abel Ferreira, o mesmo ocorria com o Palmeiras. Vanderlei Luxemburgo falava em “cobertor curto”, questionava a qualidade do elenco para poder “jogar bonito” e cobrava, com a cumplicidade de boa parte de imprensa e torcida, a necessidade de contratar um meia, mesmo com um elenco cheio deles.
Pouco mais de dois meses depois, o tal elenco carente, mesmo passando por um surto de COVID e outros problemas que chegaram a lhe tirar 21 jogadores simultaneamente, está na final da Copa do Brasil, bem perto da decisão da Libertadores e, por pontos perdidos, a apenas dois pontos dos vice-líderes do Brasileirão.
Em 2017, Rodriguinho, Jadson, Marquinhos Gabriel, Clayson, Camacho, Maycon, e Pedro Henrique, entre outros, não faziam nem de longe parte do melhor elenco do Brasil. Mas fizeram parte do elenco campeão brasileiro pelo Corinthians. A obviedade da diferença entre essas duas coisas poucas vezes foi tão explícita, mas aquilo não serviu como alerta para que muitos passassem a dissociar resultados de qualidade do elenco.
Como se viu em 2018: antes do início da temporada, comparações entre os elencos de Flamengo e Palmeiras eram comuns nas análises de TV, blogs, sites, rádios e jornais. A disputa era parelha, não havia consenso algum, diferentemente do que ocorrera no fim do ano, quando o título palmeirense com oito pontos de folga sobre o vice-campeão Flamengo transformou o elenco alviverde quase que unanimemente no “melhor do Brasil”.
Não faz sentido.
O julgamento e avaliação da qualidade de um elenco baseado em resultados ou numa tabela de classificação tornaria absolutamente desnecessária qualquer análise. Resultados e classificações dizem respeito a desempenho; avaliações de elencos tratam, ou deveriam tratar, de potencial. E num país que não costuma se destacar pela qualidade de seus técnicos, o potencial máximo de um elenco raramente é alcançado.
Assim, o preço a ser pago por avaliações equivocadas de bons elencos acaba saindo caro, porque jogadores pressionados, mal avaliados e incluídos em listinhas de torcidas organizadas tendem a ser negociados e, se negociados num momento de subvalorização, tendem a sair por menos do que valem, muitas vezes antes mesmo de dar o retorno esportivo que mostrarão já com a camisa de seu próximo time.
Um elenco subvalorizado é acima de tudo sinal de elenco subaproveitado. E seu prejuízo esportivo costuma ser tão grande quanto o financeiro.
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